𝖤𝖯𝖨𝖫𝖮𝖦𝖴𝖤
cinco anos depois
Tentamos seguir a ordem. Aiden, Dominic, Helene e Agnes.
Mas Helene veio primeiro, seguida por Aiden um ano depois, e Dominic está a apenas algumas semanas de dar seu primeiro suspiro, uma ou duas semanas no máximo.
Quando abri os olhos essa manhã, me assustei. Eu estava de cara com a Torre Eiffel.
Pegamos um vôo para Paris na noite passada; Aaron insistiu que viéssemos, e acabei aceitando, mesmo apreensiva em deixar Helene e Aiden com a minha mãe e irmã, que voltaram para Los Angeles depois que Andrea se formou em Harvard.
É só um final de semana, mas sinto como se fosse um ano.
Por outro lado, as sobrinhas de Raven, Annelis e Aileene, são uns amores. Anne se encantou com a minha barriga, e Lee é mais tímida e fechada, mas também me pediu para sentir Aiden chutar.
─ Quer uma ajuda? ─ Aaron pergunta, notando a minha dificuldade de levantar do colchão..
─ Quero. ─ ele se aproxima, pegando minhas mãos e me puxando com gentileza.
Aproveitando a posição, ele se estica para um beijinho na minha barriga e depois me ajuda a sair da cama.
─ Vinnie está aqui. ─ ele sussurra. Arregalo os olhos. ─ Eu sabia que ele vinha todos os anos desde que Raven estreiou na Paris Fashion Week, mas eu o vi hoje, na entrada do hotel.
E, minutos mais tarde, percebi que era verdade. Annelis apareceu, contando para Raven que pagou Aileene conversando com um estranho perto da piscina.
Leene se defendeu, dizendo que ele não era um estranho e que se chamava Vinnie.
Cinco minutos depois, eu estava saindo do elevador, esperando que ele ainda estivesse onde as gêmeas disseram que ele estava.
E estava.
─ Vinnie? ─ ele levanta a cabeça, assustado. ─ Meu Deus, oi!
Ele vem até mim e me abraça, tomando cuidado com a minha barriga.
─ Por que você não avisou que viria? ─ ele bufa, e eu balanço a cabeça. ─ Ah. A Ren. É verdade. ─ sorrio. ─ Mas por que você veio?
─ Eu... ─ ele coça a nuca, meio envergonhado. ─ Vim ver ela desfilar. Mas não quero que ela saiba que eu estou aqui.
Solto uma risadinha inocente, balançando a cabeça.
─ O quê?
─ Acho que ela já sabe.
A expressão dele mostra algo como horror.
─ Como?
─ Eu encontrei as gêmeas assim que elas voltaram para o quarto, e Anne disse que encontrou Leene falando com um estranho perto da piscina. Leene disse que você não é um estranho, que você conhece a Ren e se chama Vinnie. Eu desci aqui na hora, e elas provavelmente estão repetindo esse diálogo para a Ren agorinha.
─ Puta que pariu.
Coloco uma mão em seu ombro, sorrindo largo.
─ Boa sorte, garotão.
Me viro e começo a voltar para dentro do hotel. Mas então para, me viro, e digo:
─ Não conheci vocês dois juntos, mas acho que vocês super combinam, se vale de alguma coisa.
Volto para o hotel, pegando o elevador até nosso andar. Aaron e Raven parecem estar tendo uma daquelas conversas motivadoras de melhores amigos, então volto para o quarto onde dormi com Aaron, e tiro um cochilo antes de precisarmos sair.
Três horas depois, preciso da ajuda de Aaron para subir o zíper do único vestido bonito que cabe em mim ultimamente. Não posso usar salto, então calço um par de all star pretos como o vestido, aliso o cabelo, passo uma maquiagem leve, um pouco de perfume e estou pronta para ver a melhor amiga do meu marido desfilar.
Me lembro do nosso casamento como se fosse ontem. E não foi um arrombo na conta de qualquer um de nós dois; foi tão simples, mas tão lindo e aconchegante, que eu não me esqueceria nem se tivesse Alzheimer.
Minha garganta ficou seca de tanto gritar quando Raven desfilou. Eu sabia que não era muito classudo gritar em eventos assim, mas quem liga? Gritei sim e depois gritei de novo, ainda mais.
Levamos Annelis e Aileene para tomar um sorvete, porque Vinnie nos pediu um tempo sozinho com Raven, já que ela sabia da presença dele.
─ Tia Cassie. ─ Anne me chama. ─ De onde os bebês vêm?
Minha mão congela com a casquinha de sorvete a caminho da minha boca. De canto, vejo Aaron rir.
─ De onde os bebês vêm? ─ forço uma tosse, sorrindo fraco. ─ Lindinha, eu não acho que qualquer explicação vá fazer sentido na sua cabecinha, então é melhor deixar esse assunto pra depois, ok?
Mas Anne não se contenta com isso.
─ Eu sei que não é da cegonha. É impossível um pássaro trazer um bebê e colocá-lo dentro da sua barriga. ─ olho para Aaron em busca de socorro, mas ele parece estar dando o máximo para não gargalhar no meio da sorveteria.
─ Você tem razão, não é da cegonha. E nem de nenhum animal. ─ então acrescento, baixinho, olhando para Aaron: ─ Embora homens consigam ser tão racionais quanto um.
Ele, ainda rindo, põe uma mão no peito, se fingindo de ofendido.
─ Pra que a mágoa, coração? ─ reviro os olhos. ─ Quem quer mais sorvete?
Fiquei mais do que feliz com a troca de assunto.
[...]
A melhor parte de uma viagem é a volta para casa.
Sequer paramos na nossa casa para deixar a mala; fomos direto para a casa da minha irmã, buscar nossos filhos.
─ Mamãe! ─ Helene grita, pulando do sofá e correndo até mim.
Helene tem quatro anos, quase cinco, e Aiden três, quase quatro. E esse foi o maior tempo longe deles desde aquela meia hora de exames depois do parto.
Aaron pega Aiden no colo, brincando com ele, enquanto faço o mesmo com Helene e agradeço Andrea e minha mãe por terem cuidado deles no final de semana.
Minutos mais tarde, vamos para a nossa casa. Não o apartamento universitário; Aaron comprou uma casa de verdade, em um bom bairro, depois da formatura. É um bom lar para os nossos filhos.
Colocamos Helene e Aiden para dormir depois de brincar com eles por quase uma hora, matando a saudade dos nossos bebês.
Quando caímos na cama, uma pontada atinge a minha barriga. E eu conheço muito bem uma pontada como essa.
São contrações no início de dilatação.
─ Aaron, nós preparamos a bolsa da maternidade? ─ pergunto, olhando para nada exatamente, no quarto escuro.
─ No canto do quarto, amor. Por quê?
─ Porque Dominic vai nascer hoje.
Lá vamos nós mais uma vez.
FIM
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