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Hoje ainda eu acabo de construir a torre, e já alcançarei a parte mais alta da lateral do fosso, a parte mais alta que eu posso ir. Uma vez lá, espero que a corda bem grossa que eu fiz me aguente, mas eu terei um problema, por menos que a Pepita pese, será peso extra para eu levar comigo na subida, eu já calculei bem a resistência da corda e com a cadela ela sempre teima em arrebentar, sem ela não arrebenta.
Eu não vou deixa-la aqui de forma alguma, ou saímos nós dois ou morremos aqui!
Vamos logo acabar com esse ultimo piso, eu não aguento mais ficar aqui, pego minhas coisas e antes de iniciar no trabalho vou até a bancada que eu construí, é onde eu chamo de cozinha, perto do fogo, ali estão os meus utensílios de barro e bambu que eu fiz ao longo destes 34 longos dias, pego um copo de bambu e abro uma das minhas geladeiras, isso mesmo, eu construí duas geladeiras enormes de barro (cada uma é feito na verdade de dois jarros, um jarro médio dentro de um outro jarro grande, e um espaço de dois centímetros entre eles, preenchidos de barro já que não tenho areia aqui, que ficam sempre úmidos), uma para manter os peixes frescos por dias se for preciso e uma para a água potável, e por falar nisso, a queda de água na cachoeira parou de cair já faz uns três dias, e meu reservatório na geladeira já está abaixo da metade, se eu não conseguir sair daqui logo ou morrerei de sede, ou de doenças provenientes da água suja do fosso. Enchi um copo de água e bebi.
Eu estava trabalhando, perto de acabar com o ultimo piso da torre, quando começou a ventar muito forte, foi tudo muito rápido, eu quase cai lá de cima. As nuvens carregadas começaram a se juntar no céu, parecia uma grande tempestade se formando, o vento estava muito gelado, e isso é sinal claro de chuva das fortíssimas se aproximando. O vento estava tão forte que toda a estrutura que eu construí estava tremendo, assim como o bambuzal inteiro, eu me agarrei a Pepita e fiquei rezando o pai nosso! Como nós seres humanos somos ingratos, até pouco tempo atrás eu pensei em chuva, quase clamando por ela para não morrer de sede e agora que ela está vindo, eu só desejo que termine logo, que não destrua nada, que não nos mate! Ao menos o sistema de calha que eu improvisei para encher a geladeira de água funcionou, eu virei o telhado ao contrario e ele escorria a água perfeitamente, a levando direto até um bambu que eu fiz de calha, essa calha levava a água direto para a geladeira. Era muita água que caia do céu, e o vento forte é assustador, lembra um furacão. Eu achei melhor descer e matar os três peixes enormes que estavam presos na minha armadilha, meu medo era do fosso encher rapidamente, igual como estava cheio quando eu cai aqui, se isso acontecer, não poderei mais pegar peixes tão facilmente e isso vai dificultar muito a possibilidade de vida aqui. Não gosto disso, mas respirei fundo e fui cortando os peixes na base atrás do pescoço, e logo eles morreram, subi com os três e os coloquei na cozinha (subi com muita dificuldade, eram peixes bem grandes e pesados). Os bambus chegam a se envergar, realmente aquela visão me lembrou muito a de um furacão, a cachoeira voltou a cair e com força total, logo, logo o fosso estará cheio de água, pela velocidade que está enchendo, acredito que o nível da água ficará pelo ao menos duas vezes mais alto do que estava, talvez três. Olhando para o céu, podia se ver as nuvens cinzas se movendo bem rápido e os raios percorrendo por entre elas e iluminando tudo, a sensação de que algo terrível pode acontecer a qualquer momento, está sempre presente.
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