No dia seguinte, eu acordei bem cedo, comi o que havia sobrado do peixe e após observar o jacaré pescar o seu, que era enorme, mal cabia na boca dele, eu aproveitei e desci a Pepita para fazer as suas necessidades. Ela latia e chorava de tão apertada que estava, mijou muito e cagou também, eu ri muito enquanto ela mijava, pois ela erguia uma das patas para urinar, parecia um tipo de charme, sei lá! Obviamente que eu terei de criar um sistema de latrina, porque se não, em pouco tempo não aguentaremos o cheio de nossas fezes e urina, eu mesmo cavei um buraco no barro e defequei pela primeira vez, saiu muita merda que horror! Enterrei tudo, tampando bem o buraco. Subi a minha cadelinha e a amarrei bem firme, peguei as coisas que iria precisar e desci, cortei vários bambus, com o machado facilitou muito o corte, e depois os parti ao meio, fiz muitas cordas de mato também, cortei vários pedaços pequenos de bambu, pois serviriam como apoio para a base do piso que eu pretendia construir. Planejei bem, pois se eu quero tentar elevar uma torre até próximo a saída, eu terei de fazer a base muito firme da estrutura, muito firme mesmo, ou correrei o risco de cair lá de cima.

     Deixei o material todo pronto para iniciara construção amanhã, e achei melhor investir na armadilha maior para peixes,ela é muito simples, consiste em fazer um buraco próximo da água e cobrir com bambus a uma certa altura, esta sombra vai fazer os peixes pularem no buraco,caso a água dentro dele esteja mais fresca do que a do fosso. Este tipo de armadilha é muito utilizada por exemplo no Camboja até os dias atuais, mas eu vou colocar um incentivo a mais para atrais os peixes grandes a noite, as vísceras dos peixes que eu peguei na minha armadilha pequena (aquela com os dois canos de bambus, cortados em v). Depois de cavar o buraco da armadilha e criar o telhado de bambu para fazer a sombra, eu pego a armadilha menor e subo para a minha cama, novamente haviam dois peixes, eu os limpo e corto em filé, e depois como um deles, o outro eu deixo embrulhado no couro, para comer no dia seguinte, já que o cachorro não come de forma alguma sem dar uma ressecada no sol. Logo escureceu e veio aquele sofrimento interminável com os mosquitos, ainda vou descobrir algo que alivie essa situação de sofrimento, eu preciso. Até a Pepita sofre com eles, mas ela sempre que pode morde alguns ainda no ar, e fica mexendo a língua sem parar, como se quisesse cuspir ou retira-los da boca.