O cachorrinho parecia triste, talvez porque estivesse amarrado ali daquela maneira, ele estava olhando fixamente para baixo, mas com uma carinha bem triste, tentei dar a ele o peixe que já estava um pouco mais ressecado, mesmo assim ele só cheirava e não comia, virava a cara quando eu insistia. Percebi que havia uma parte interna na coleira que era dourada, era o nome do animalzinho, Pepita estava escrito, um belo nome.

     De repente eu olhei para o sol e lembrei que preciso colocar novamente a armadilha de peixe, antes que escureça, e já estamos de tarde. Peguei as vísceras dos peixes que guardei, e as coloquei todas dentro dos dois canos de bambu da armadilha, desci, escolhi um local com um buraco próximo a água, tive que cavar um pouco mais, coloquei ela dentro, fixando bem com auxilio de pedras, e coloquei um pouco mais de água nos canos.

     ─ Caimmmm! ─ a Pepita chorou, e quando olhei para cima a vi pendurada, se enforcando, acho que ela caiu e ficou presa pelo pescoço se debatendo.

     ─ AGUENTE FIRME PEPITA! ─ corri e subi o mais rápido possível, me arranhei todo de tanto desespero. Ela já estava perdendo as forças, mas cheguei a tempo. Coitadinha! O coração dela estava batendo disparado, parecia que ia saltar pela boca, mas foi só pegar ela no colo e logo ficou serelepe, me lambendo o rosto. Peguei novamente o peixe e nada, ela cheirava e virava a cara, dessa vez coloquei dentro da sua boca um pedaço e ela mastigou, assim consegui alimenta-la. Peguei o que sobrou do peixe e enrolei no próprio couro dele, acho que ficou perfeito para proteger dos insetos. Amanhã terei muito a fazer, tenho que criar uma armadilha de peixe mais eficiente e aumentar o meu espaço aqui encima, o que aconteceu com a cadela agora, serviu para me mostrar que dá para construir uma área enorme aqui, a partir daí quem sabe... subir uma espécie de torre, para tentar fugir dessa prisão.