Antes de terminar de construir a cama, minha barriga começou a doer, não era só uma vontade fortíssima de soltar um barro, era aquela dor sabe?! Aquela que você fica na posição de cagar, no meu caso pendurado de rabo de fora, tudo acontece como se a merda estivesse saindo mas ela não vem, é só aquela dor insuportável! Eu ali na ultima fileira de bambus no fundo do fosso, tentando cagar quase na cabeça do maldito jacaré lá embaixo e a merda não sai, parece que nem tem merda para sair! Na mesma hora lembrei da água que bebi mais cedo, com certeza foi esta água contaminada. Depois de sofrer por alguns longos minutos, a dor passou, eu já estava suando frio. Tratei de dar uma última olhada na fera lá embaixo e após vestir minha bunda novamente, comecei a me mover em direção ao monte de terra, já me sinto em casa aqui encima, acho que ninguém acreditaria se me visse agora, um macaco albino de cuecas, saltador de bambus. Chegando perto da cachoeira, eu abri o resto do bambu que havia deixado lá bem no meio e limpei todo o interior dos dois pedaços, menos nas pontas deles. Peguei um destes pedaços e lancei uma das pontas na queda d'água, enquanto a outra ponta dele ficou certinho na porção de terra onde eu estava, mas para fazer o que eu queria, faltava um detalhe. Peguei um pedaço de pedra pesada e um outro mais pontudo, peguei também alguns pedaços de bambus de mais ou menos uns meio metro. Subi no que fica bem ao lado do pé mais resistente, porem verifiquei se ele servia, se realmente ficava na mesma reta da calha que eu havia feito, e olhando se utilizando das duas mãos como se eu fizesse uma trave de futebol americano, não é que ficava! Comecei a fura-lo lentamente, usando a ponta da pedra e ao bater com a outra, com muita paciência eu fiz dois furos, um de um lado e outro vazando o lado de trás. Coloquei dois pedaços um encima do outro no buraco dos bambus que fiz, os outros joguei no monte de terra, desci e posicionei a segunda calha bem no meio da primeira e a outra extremidade dela, no suporte que acabei de fazer. VOILÁ! O problema da água para beber está resolvido, ao menos até o resgate chegar.