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45 - Charadas

"Quero agradecer o mundo ao meu redor e a tudo que conspira ao meu favor. Há de me guiar uma estrela magistral, brilho de um maluco pensador."
Scarcéus

No alto das rochas, na visão ampla da Cidade do Céu, Minkabh observava toda a extensão de Epimoni. Sua visão inicial sobre a missão, antes microscópica, ― apesar dos detalhes secretos que só ele conhecia ― começava a se expandir em seu raciocínio.

Começava a notar pontos atípicos e ilógicos da trilha mágica que ele criara.

O mago percebia que em comunhão com o pensamento dos outros mestres, podia começar a notar a real essência da missão e parábolas ditadas por profeta Adio.

Porém, o que ele percebia, na verdade, é que proveniente das charadas jogadas ao vento, a situação se tornava tão curiosa e confusa, que o mestre acreditava piamente que quase todos os habitantes do lugarejo, tinham uma visão anômala do que realmente significava o caminho mágico pelo qual seguiam.

No entanto, aquele era um prêmio de maior valor do que um sorteio da loteria, pois de alguma forma, mudaria todo o curso de uma população.

Abandonou a vista da janela, voltando para o centro de seu templo, de onde o porcelanato se iluminava, incandescendo toda à volta com os raios do sol.

Entraria em meditação durante alguns instantes, buscando respostas para as ajudas que enviaria a Zahra e Hector, agora que Minkabh imaginava que a missão poderia se estreitar consideravelmente.

Pois naquele momento, o ancião tinha uma visão macro do que realmente abrangia aquela batalha; o que não era uma minoria ou certo grupo, mas sim um todo, unindo todas as partes.

As palavras controversas de Adio faziam com que Arabela não conseguisse dormir.

Eram mil informações para que conseguisse expulsar a insônia de seu quarto.

Aquelas parábolas estavam tão incrustadas no fundo de seu âmago, que ela sabia que mesmo sonolenta, teria que caminhar como um gatuno, até o templo de seu mestre.

Somente após dividir aquelas palavras com seu mentor, é que poderia descansar.

Era um sentimento que lhe parecia descabido, contudo, no fundo ela sabia, que aqueles avisos deveriam chegar o quanto antes.

A garota seguiu pelas trilhas, tão alerta quanto se estivesse na defensiva para um ataque. Na verdade, as horas insones começavam a lhe afetar o modo de agir.

Chegou ao alto das rochas e irrompeu na morada de seu mestre, como se fosse um cometa na velocidade da luz; estava apressada e de certo ponto, até desesperada.

O mago, assentado no sofá, nem tivera tempo de salientar seu descontentamento com a falta de modos da garota, pois ela logo começou a falar, assim que adentrara ao cômodo principal:

― Eu vou ficar maluca! ― gritou Arabela, elevando uma das mãos ao cabelo e desgrenhando os fios castanhos. ― Eu juro que vou pirar por conta das palavras do profeta Adio!

O homem se aproximou da afilhada, a fim de afastar aquele sentimento de penúria da garota.

― Sente-se, querida! ― Indicou o sofá para que ela descasasse um pouco. ― Quer um pouco de chá?

Arabela se jogou no sofá, como se fosse um saco cheio de um algo qualquer. Estava cansada demais para seguir a etiqueta.

― Não quero chá! ― Observava o lustroso chão, enquanto sentia se perder em meio às suas dúvidas. ― Eu só quero que desanuvie a minha mente!

Ferdinand caminhou, inspirando e expirando, pois pelo modo com que a mais centrada de suas meninas se portava, não vinham boas coisas por ali.

― O que Adio lhe disse?

O homem penetrou seus olhos na garota, esperando que ela lhe dissesse cada detalhe.

Arabela bufou, tentando enxotar de si, a sensação de que estava biruta.

Precisava ter sensatez para dizer palavras de alto teor ao seu padrinho.

― Adio me disse algo sobre o amor brotar das pedras. Porém, isso não significa que eu tenha que beijar as rochas e as flores do caminho. ― A garota não conseguia enquadrar aqueles dizeres em nenhum paradoxo já conhecido. ― Eu não compreendo isso. Mas acho que o profeta teve total razão ao me dizer, que as palavras às vezes são ambíguas. E que as mesmas palavras podem nos levar a diversos caminhos e sentenças, até mesmo podendo ser bastante errôneas e apenas nos confundir. E então foi aí que ele disse que temos primeiro que reconhecer o que as palavras têm a nos dizer!

Ferdinand encarou Arabela, procurando um percentual gráfico em sua mente, que levasse o amor a brotar das rochas.

Contudo, percebeu que não era levando a frase no seu sentido literal, que encontraria o seu significado.

Era uma charada, que não fazia muito sentido.

― Ele só lhe disse isso? ― O mago a encarou de modo confuso. ― Porque somente essas palavras não parecem ter nexo!

Arabela bufou, acreditando que não teriam muito progresso ali.

― Não! ― ela disse.

A moça logo começou a dizer sobre o que Adio havia dito sobre procurar nos arredores para que pudesse encontrar aquele amor a que ele aludia.

E então contou da parábola que insinuava que as pessoas precisavam conhecer as palavras assim como a si mesmas.

Calou-se por um instante, mas logo retomou, contando sobre a precisão de se conhecer melhor os humanos porque a confiança já não estava sendo a base de tudo. E que naquele momento, pai vinha furando o olho do próprio filho. E que se não pudessem confiar nos próprios pais, em quem confiariam?

Arabela mostrou então que o profeta havia dito que pai e mãe têm a coragem de abandonar e matar. E que quem conta a verdade, estava fadado a perder tudo, inclusive a vida.

Já bastante nervosa, a menina discorreu para Ferdinand, dizendo que quem ama morre e quem pratica o mal, vive. E disse, por fim, que estavam vivendo no reino da maldade e da mentira. E que a mentira estava ganhando o lugar do amor. E que enquanto isso, toda a falsidade matava quem estava vivo e assim, as pessoas iam seguindo sem paciência as palavras, sem querer entendê-las.

Ferdinand suspirou, tentando perceber em que incidências aquelas palavras se encaixavam.

Porém, percebia que o reino, apesar de seguir pensamentos defasados e viver sob uma régia tão obsoleta, começava a encontrar um pouco de modernidade, tão atípica no continente de Rabiah.

O homem não gostava de notar tantas adversidades e problemas, que poderiam se tornar visceral em toda Epimoni; isso se já não o fossem.

― Isso foi tudo o que ele lhe disse? ― O mestre parecia querer ressalvar toda Epimoni, assim, quando conseguisse entender todo o oráculo.

A garota arfou, balançando as pernas e mostrando com apenas uma olhadela, que ainda havia muitas mais peças daquela profecia, pela qual precisariam percorrer.

― Já vou lhe avisando de antemão que não acabou aqui, mestre! ― Abaixou a cabeça, mostrando-se preocupada. ― Eu não sei, mas acho que a mensagem quer dizer que devemos quebrar um pouco as regras... o que você acha? ― Encarou o homem, buscando respostas.

― Antes de dizer o que acho, preciso saber mais sentenças que agregam essa metáfora!

A garota se atracou a uma almofada, antes de começar a falar novamente, contando cada detalhe daquelas charadas.

Ela discorreu sobre o fato de que precisavam pensar para salvar Epimoni. E que todos não podiam ser preguiçosos, mas sim, perseverantes. Porque, justamente, uma metáfora era dita pra ser descoberta.

Fitou seu mestre com olhos assustados por um instante, como se aquelas palavras lhe pudessem surrar a alma. E depois de poucos momentos, prosseguiu dizendo que mesmo sem entender, Adio havia dito que a ficção às vezes, poderia construir uma verdade na vida dos que nela atuam.

― Mas como, se a ficção é nada mais que uma mentira inventada para nos entreter? ― ela perguntou com olhos brilhantes. ― Não sei como, mestre ― ela disse, ao ver que ele também estava perdido. ― Porém, mesmo assim, o profeta disse que uma missão é apenas um fantoche da verdadeira batalha que precisamos ganhar. E que muitas vezes, essa luta é sinônimo de um acontecimento de dentro pra fora. E não uma maquete montada e cheia de exércitos. ― Arabela suspirou, preparando-se para se permitir filosofar um instante. ― E essa parece tanto a palavra de um oficialato, que chega a não fazer sentido algum!

― Sentido elas têm! ― disse Ferdinand, com certo ceticismo. ― Por mais que não sabemos de sua nascente e nem do curso que elas seguem, essas palavras são afluentes de algum significado maior. ― Mirou a afilhada com uma expressão séria, preocupada.

Arabela deu de ombros, como se nunca fosse encontrar o caminho. E então voltou a dizer, contando que o que importava era perceber que às vezes a batalha é dentro de si, contra o que se precisa acreditar e o que não se pode acreditar. E que é necessário que se separe o certo do errado, como o joio do trigo. Porque antes de começar qualquer missão, deve-se lembrar de que o passado é uma verdade intocável, e que não existe fantasia ou mágica, capaz de mudá-lo. Porém, que essas lições mascaradas, constroem muralhas e casas no novo futuro. Mas que ainda sim, se deveria haver o desejo do aprendizado, para que se soubesse separar lições dos devaneios. Pois acreditar às vezes era um estado de encanto e hibernação e viver era para quando se estivessem acordados.

Arabela voltou a suspirar, colocando as mãos nos joelhos e olhando para o chão.

― Eu me lembro exatamente das palavras dele, ou mais próximas da maneira como foram ditas!

Ferdinand manobrou seu olhar, de uma maneira que ele estacionasse, colidindo com o de Arabela.

― E isso foi tudo... eu suponho. ― O homem não desviou o olhar, procurando consonância nos gestos da garota a sua frente.

― Isso foi tudo o que ele me disse quando fui visitá-lo!

O mestre se levantou, ainda sim, encarando-a.

― Como assim? ― Aquelas palavras lhe davam nota pra desconfiar.

― Encontrei com ele ontem à noite! ― O modo com que ela falava era casual e despreocupado, que parecia que haviam se esbarrado e apenas pararam para papear. ― Ele estava à minha procura, para me falar mais algumas coisas...

O homem a encarou assustado, sem esperar que o profeta em pessoa, a procurasse, afinal.

― E o que ele disse? ― gritou, mostrando que aqueles não eram assuntos frívolos.

― Eu perguntei a ele se algo havia acontecido, pois eu não esperava encontrá-lo e então ele me disse que ainda não, mas que está para acontecer. E pelo modo com que Adio relatou, parece que não demora muito mais. ― Arabela encarou Ferdinand, mostrando que, porém, não tinha exatidão de quando. ― O céu estava muito nublado naquele instante e ele então me perguntou quando havia sido a última vez, que vimos um céu daquela forma em Epimoni. Eu nada disse, mas ele logo falou que nunca havia avistado coisa do tipo. E que poderia parecer apenas uma mudança climática, mas que não era. Acredito que nosso profeta quis dizer que o céu nos manda um aviso, pois logo me alertou, dizendo que o cerco está se fechando em nosso entorno. E que o medo será geral em breve. E que também as cúpulas virão ao chão, e por alguns instantes, uma frieza austera reinará por aqui!

Ferdinand se calou, sentindo uma corrente elétrica horripilante correr-lhe nas veias.

Ele poderia zombar de tudo em alguns instantes, mas nunca acreditaria que aquelas palavras eram de zombaria.

― E para o fim de tudo, Adio disse que as máscaras vão cair em breve. E que as pessoas vão bailar no seu próprio horror. E que, ainda mais, algumas pessoas mostrarão que possuem o sentimento puro do perdão, então farão as pazes. Mas algumas outras, imergirão para sempre, no inferno de suas culpas!

O mestre bufou, mostrando-se tão confuso quando a garota.

― Parece a descrição de uma anistia, mas não vejo como!

― Eu também não vejo como! ― A garota o encarou com seus olhos amedrontados. ― Adio disse que Epimoni é um anagrama que pode se transformar em um milhão de sentenças distintas, porém, somente um desses caminhos pode nos levar ao seu real nome. E que cabe a nós entender o que as palavras nos dizem no momento... Então acho que deveríamos começar a buscar as respostas! ― Arabela concluiu, esbaldando-se no sofá.

― Acho que sim ― ele disse. ― Porém, preciso pensar, pois acho que essas sentenças são as escolhas que as pessoas podem ter ― concluiu Ferdinand, como se dissesse para si mesmo.

Arabela se levantou, decidida a lhe omitir a parte da profecia que Adio lhe havia destinado.

Queria muito contribuir para a salvação de sua pátria, e até mesmo continente, porém, acreditava que aquela parte da história era um parágrafo que pertencia somente a ela mesma.

― Reflita, meu mestre! ― Reverenciou-o, pronta para partir. ― Nossa Epimoni precisa que façamos algo!

― Eu farei isso, mas não entre em histeria! ― aconselhou-a com um toque no ombro. ― Eu vou pensar no que fazer!

― Tudo bem. ― Sorriu sem graça. ― Qualquer coisa mande me chamar!

― Sim. ― Caminhou, guiando-a até a porta.

O assoalho rangia, enquanto andavam, acordando-os um pouco de seus devaneios internos.

Depois de despedir formalmente de seu mentor, Arabela partiu, sentindo uma sensação febril se apossar de todo seu íntimo, como se um aviso interno lhe mostrasse, que algo grande estava para acontecer, principalmente em sua vida.

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