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33 - Flerte Enganoso

"Não vou desprezar o que já vivi, o que passei e tudo que aprendi, mas não quero olhar para trás para não ficar no quase e para não ser tarde demais!"
Scarcéus

Hector havia buscado um cavalo nas propriedades de sua família. Era o único e não era lá muito saudável, mas ele necessitava chegar com rapidez à zona real.

Quando ultrapassou os portões, percebeu que já era esperado como um nobre visitante. Aquela situação era mais estranha do que o fato de ser convocado a cortejar Afrodite.

Largou o cavalo em um celeiro, aos cuidados de alguns trabalhadores rurais que faziam serviços para Tudor. Seguiu de cabeça erguida pela trilha, ladeada pelo jardim real com as suas opulentas tochas.

Logo estava na portaria central e foi recebido por um mordomo, guiando-o por vários pórticos, até que estivesse em um salão enorme, de onde Tudor estava sentado em uma poltrona, segurando seu tridente cravejado de riqueza.

Ali estava explícito por todos os lados, que estava em território inimigo; que Tudor não precisava mover mais que um dedo para lhe derrubar, com todo o maremoto de posses e influência que o rodeava.

Porém, Hector não desistiria, tampouco era de temer alguma coisa.

Encarou o rei com audácia e depois tornou a mirar o interior do cômodo em que se instalavam. Não estavam sós. Os dois tios de Petrus também estavam ali e o encaravam com esmero. Contudo, os seus sorrisos eram falsos.

Hector trincou os dentes e se aproximou, dando um passo a frente.

Não estava disposto a falar. O rei que lhe dissesse o que pretendia.

— Devo perceber que está contente por cortejar a minha filha. — Tudor se aproximou com o seu ar de cinismo. — Além de ser a garota mais linda de todo o Ákila, ela também é a princesa!

— O que quer com isso? — Hector perguntou sem mais rodeios; foi direto ao ponto.

Tudor gargalhou, virando-se para os dois homens que assistiam a tudo, como se fosse um espetáculo de comédia.

— Olha só, Joel, repare só, Abdiel: — Tudor gargalhou. — O franguinho está com a crista elevada! — Parou de gargalhar, deixando que somente os dois homens cochichassem, um com o outro sobre a cena. — Escute só uma coisa, seu potrinho desregulado: — o rei se aproximou, lhe apontando o tridente — abaixe a sua crina, pois aqui está o seu destino! E seus atos vão determinar tudo!

Ao perceber que Hector nada mais falaria, começou a andar de um lado para o outro, impaciente.

— Se casando com a minha filha, você poderá ganhar um grande prestígio social. Vai poder estudar Medicina… e vai se tornar rico! — Seu globo ocular parecia se inchar, assim como o seu peito se inflava, repleto de arrogância e prepotência.

Encarava Hector, fazendo seus olhos parecerem duas pedras miraculosas.

— Está tentando me comprar ou vender a sua filha? — Hector trincou os dentes, se controlando para não gritar.

A única coisa que se permitia era contestar, tentando entender e lhe lançar olhadelas indiferentes.

O rei bufou, batendo com o tridente no chão amadeirado e ceroso.

— Deixe de ser petulante! — grunhiu, irritado. — Estou interessado em um partido forte para a minha doce filha. E não deve ser por nada que Minkabh o escolheu para batalhar por Epimoni… ou é?

Tudor jogava claramente com Hector. Porém, no que ele estava interessado, ninguém era capaz de decifrar. Nem mesmo o rapaz, com toda sua sagacidade.

— E sua filha está de acordo com isso? — Hector enfiou as mãos no bolso, percebendo mesmo que o rei adorava fazer de fantoche as pessoas, até mesmo os herdeiros. — Pelo que eu soube ela ia desposar o primogênito do rei de Galáx… e ele deve ter um pouquinho mais de bens que eu! — Sorriu, completamente irônico.

O suserano se aproximou, tocando o ombro de Hector. O rapaz se mantivera rígido como uma pedra, em sua postura. Mas sua a vontade era esmurrá-lo até a morte.

E ele merecia, por jogar tanto com a vida das pessoas.

Com o seu porte alto e arrogante, Tudor se afastou, dando brechas para Hector pensar sobre os seus planos mirabolantes. O rapaz decidiu que aceitaria a sua proposta com um único e interessante sentido: desbancar o rei. Fazê-lo ir ao declínio!

Faria com que ele acreditasse que queria mesmo se casar com Afrodite. Mas no final o rebaixaria, o faria ser deposto, mesmo que aquilo fosse impossível.

A única coisa que ele lamentava era ter que usar a princesa para aquilo. Mas também nada garantia que a moça não estava a par da jogada, sendo altruísta o bastante para se deixar tiranizar por seu pai.

— É claro que Afrodite está de acordo! — Tudor rangeu os dentes, em um sorriso diabólico. — Na verdade ela está ansiosa pelo encontro!

— E quando será esse encontro? — Hector o deixava acreditar que era burro o bastante para se vender, a troco de um punhado de terras.

Porém, o que ele ainda não sabia era o que exatamente o rei queria dele…

Tudor não era do tipo que se atracava a qualquer promoçãozinha social. Ele já tinha tudo isso em mãos. E se quisesse, esganiçaria o seu uivo, para que qualquer um se rebaixasse aos seus pés.

Mas ele estava holisticamente iludido; levando em conta que Hector não era pobre de alma o bastante, para se render.

Ah, mas estava completamente em devaneio!

— Agora mesmo! — Tudor fez apenas um sinal para que o mordomo fosse buscá-la, como se fosse um bibelô raro em leilão.

Os dois irmãos sentados no sofá, que eram apenas fidalgos desocupados da vida, resmungavam em cochichos e davam risinhos como velhas fofoqueiras na janela de suas casas, observando as pessoas irem e vir.

Depois de alguns instantes — muito poucos instantes —, Afrodite irrompeu no salão, trajando um vestido índigo, que fazia os seus olhos de prata reluzirem, como faíscas.

Seus cabelos serpenteavam negros pelas costas, como se fossem uma cascata do mais puro licor de jabuticaba.

Os olhos da garota adentraram ao salão, procurando o homem do qual ela se casaria e que ela só conhecia de nomes e boatos, mas nunca de vista, já que a filha do rei vivia basicamente presa no castelo. Ele era alto e com o corpo esguio e atlético.

Sua expressão era máscula e seus cabelos e olhos eram tão negros quanto o véu da noite. Sua pele branca parecia firme e quente. E seus lábios sedutores encobriam uma fileira de dentes muito brancos e bem esculpidos.

Ele lhe parecia quase um deus.

E aquela visão viril e estonteante, lhe encheu os seus olhos de uma tal maneira, que as suas mãos suaram. E todo o seu corpo ardente, embebido de hormônios, adorou a ideia de tê-lo como esposo. Afinal, seu pai nunca lhe deixaria faltar patrimônios e riqueza…

Sorriu pomposa, então.

— Aqui está ela! — Tudor apontou para a filha, como se ela fosse um bônus oferecido.

Hector se recurvou diante dela, fazendo uma mesura.

Era assim que deveria ser.

Afrodite sorriu em resposta, acanhada.

— Vou deixar os dois a sós para que possam conversar! — Tudor estalou os dedos e em menos de dois minutos, Joel e Abdiel já estavam ao seu lado. — Mas não pense em se aproveitar da situação! — Gargalhou, abrindo a porta de madeira em um arranco e partindo.

“Infelizmente não é nesse sentido que colocarei ponto final nessa história.”, pensou Hector, fazendo diáfora.

Contudo, ao elevar o olhar, percebeu que a garota sorria timidamente, ansiosa por conhecê-lo.

— Seu pai disse que estava de acordo… — Hector iniciou a frase, sem saber muito bem sobre o que falar com aquela garota garbosa e cheia de etiqueta.

— Sim. Eu estou! — Ela se aproximou, segurando a saia de seu vestido esvoaçante.

Hector se manteve no lugar, esperando que ela fizesse algo. Deixava que todos os atos da jogada se desencadeassem. Não sabia até onde ela esperava que aquele joguinho de sedução chegasse, mas ele esperava por um final magnânimo.

Afrodite não parou muito longe dele, deixando que sua loção de jasmim exalasse ao ponto de Hector poder inspirá-la.

Era realmente deliciosa e de uma delicadeza extrema, aquela fragrância. Assim como a pele dela parecia frágil, como uma pétala de rosa salmão. Porém, Hector não iria se deixar levar à tentação da garota bela a sua frente.
Ele não era de se render à diversão; quase nunca. Tanto que seus preceitos iam totalmente contra.

— Por que o seu pai me escolheu?

Hector se aproximou dela um pouco mais. Fingia ceder à brincadeira, mas fugiria no momento mais propício.

— Não sei. — Ela estendeu os braços, um pouco trêmulos, deixando que eles enlaçassem o pescoço de Hector. — Mas eu gostei bastante da escolha!

O perfume do rapaz era cítrico, quase selvagem.

— Por que gostou da escolha?

Encarou-a, aproximando-se e hipnotizando-a, como se seus olhos negros fossem dois ônix, em um pêndulo.

— Porque você é perfeito!

Afrodite arriscou roçar os lábios no lóbulo da orelha dele, se pondo na ponta dos pés e respirando o odor masculino que exalava dele.

— Perfeito pra quê? — Hector provocava-a, falando com a sua voz rouca no ouvido dela.

Afrodite bambeara instantaneamente em seus braços. E Hector percebeu a gravidade dos atos: enquanto ela tentava o seduzir, ele invertia o jogo completamente.

E tudo aquilo deixaria o rei irritadíssimo e ele gostava do sabor que aquilo causaria.

— Para mim!

Ela o encarou e ele pôde ver totalmente a paixão platônica que crescia naqueles pequenos globos acinzentados.

Afrodite não fazia parte da jogada, mas era uma peça totalmente à mercê no jogo. Era quase lamentável ter que usá-la, mas não existia outra maneira.

Era uma tortura tão grande para Hector ter que fazê-lo, mas era necessário.

— Mas o príncipe de Galáx é rico… — Hector deslizava as mãos nas costas da garota, fundilhadas pelo espartilho.

— Mas eu quero você! — Afrodite agia desvairada pelos seus instintos e desejos de atração. — Dinheiro eu já tenho!

Hector percebeu que aqueles eram os sentimentos de uma garota, que foi sentenciada a viver trancafiada no castelo. Nos dezenove anos de vida da princesa, ela raramente havia ido ao vilarejo.

Em um pensamento esmo, Hector concluiu de verdade, que ela mesma não sabia dos detalhes daquela cilada. Era somente mais uma vítima da armadilha, pronta para ser lançada ao calabouço, como comida de jacarés, caso contrariasse a vontade de seu pai.

Era nada mais que uma súdita disfarçada.

Pior.

Era basicamente uma escrava dos caprichos de Tudor.

E poderia ser maldade de Hector, mas ele deixou que ela o beijasse. E ao sentir os lábios dela tocarem os seus, ávidos por aquele toque, o rapaz percebeu que talvez não fosse difícil ganhar o coração da princesa. Porém, o rapaz não iria tão longe. Não magoaria alguém a tal ponto.

Por isso pretendia não se demorar no seu plano de desbancar o rei.

Continuou beijando aqueles lábios com gosto de acácia, até perceber que estava virando rotina beijar garotas que nunca haviam sido beijadas.

Era piedade demais que ele estava exercendo na vida delas. E ambas não precisavam daquilo. Precisavam era de um amor de verdade. Pois não era difícil perceber, que era isso que queriam, que esperavam.

Desgrudou os lábios dos dela, encarando-a e notando ali, a certeza para o que desconfiara: ele realmente era o primeiro a tocá-la.

E Hector se arrependia o bastante por ter feito aquilo, impensadamente.

Ali estava a certeza de que a vingança era bem amarga e que acabava por fazer novas vítimas.

— Eu não posso ficar mais! — Hector se afastou, pegando na mão de Afrodite e beijando-a. — Estou em missão, mas volto a vê-la em breve!

A princesa o encarou com decepção.

Talvez tivesse pensado que ele estenderia sua estadia por ali. Talvez tivesse sonhando com um cara que a beijaria até o final da noite. Talvez ela quisesse que se espreitassem pelos corredores escuros do castelo, fazendo loucuras de amor.

Mas ele não era o cara.

Já havia ido longe o bastante para fazê-la sofrer em breve. Pois não havia a mínima reciprocidade naqueles atos.

Nenhuma.

— Conversarei com meu pai para que possamos marcar o jantar de noivado!

Afrodite abaixou os olhos, mostrando uma sombra clara e lilás sobre suas pálpebras.

Ela era belíssima, mas não era nada do que Hector esperava para si.

Se é que realmente poderia esperar por algo.

Partiu, acenando com a cabeça, deixando ela eufórica e preocupada, sozinha e com seus pensamentos, naquela sala extremamente grande e vazia.

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