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16 - Protegida

"Era uma vez um lugarejo ao sul, de céu azul e mar onde os sonhos vão além. De rara beleza, mas singela, uma aquarela surreal e tudo andava bem. No ar um perfume inebriava, ele guardava o paraíso em si e um motivo para viver. E não se falava de uma lenda que se ouviu de um realejo, que não era para ser."
Scarcéus

Mayumi estava bebendo um cálice do mais ácido amargor, contudo, estava tão distraída com seus pensamentos ressentidos, que mal observara que alguém se aproximava.

No entanto, antes mesmo que sua percepção pudesse lhe dar ciência dos passos que se achegavam, Mayumi fora tomada por mãos tão firmes e fortes, que a assombrara.

As mãos eram amorenadas como quem costuma se aventurar ao alcance do sol e seus raios escaldantes.

Virou-se tentando se livrar do terror que a invadira ao acreditar que a pessoa poderia querer esganá-la. Ela tinha motivos o bastante para ser tão odiada, a ponto de ser vítima de uma emboscada, de encontro certeiro com a morte.

Esforçou-se ao ponto de sentir todo seu corpo suar frio, enquanto se retesava, em busca de estabilidade para seus pés, que vacilavam na areia fina do chão. Ouviu um riso malicioso, enquanto suas vistas estavam tampadas por uma das mãos do sujeito e a outra, acariciava agressivamente a sua jugular, onde sua veia pulsava frenética, em meio ao pânico.

Arranhou o peitoral firme de seu agressor em um sobressalto e quase gritou, mas sua voz sumira de uma só vez, permitindo que somente um chiado oco, esvaísse de suas cordas vocais.

Sua garganta estava completamente seca e seu coração corria em mil galopadas em seu peito. Sentia a agonia lhe tomar conta do corpo em tremulações degradantes. Sua força estava esvaindo, até que se sentiu solta, livre da agressão descabida.

Porém, conseguira se soltar não por seu arbítrio, mas sim, pelo de sua companhia, que a largara cambaleante, contra as rajadas de ar que lhe encontravam.

Fitou-o assustada, e arquejou para buscar o ar que lhe faltava. Como ato de volição, esticou o braço, elevando a mão, pronta para lhe acertar a face. Contudo, fora impedida pela mesma mão forte que a tomara há poucos instantes.

— Está ficando maluco, Seth? —
Encarou-o com os olhos dominados pelo terror. — Está querendo me matar, é?

— Não, meu amor. — Ele se aproximou dela, beijando seu pescoço, na parte em que havia segurado antes. — Eu só quis lhe passar um susto, pois estava tão descuidada aí no meio do nada. O que estava fazendo? Estava pensando em mim?

Gargalhou brincalhão. O sujeito parecia atordoado, um pouco entorpecido.

— Não, seu maluco! — Estapeou-o bem na face. — Quase me matou!

Encarava-o com um olhar virótico e que se acendia em brasas, ardentes de ódio.

— Não te imaginei amedrontada como uma gatinha afugentada — segurou-lhe a face entre as mãos de maneira jeitosa —, mas parece mesmo que quase morreu de susto.

— Tire suas mãos de mim! — Afastou-o, como em um impulso louco. — Não tenho medo de você! Mas quase me sufocou, idiota! — Sua voz ecoara bem alto.

— Não grite! — Seth supervisionou-a com seu olhar acinzentado. — Vamos desfazer o mal entendido com algo mais picante? Preciso do seu ardor hoje, Mayumi. E você tem que fazer uma doação para um pobre homem como eu.

Piscou seus olhos de maneira hipnótica. Queria ludibriá-la a se deitar com ele; o que não achava ser tão difícil.

— Não sou trapo velho e usado para virar doação para necessitados! — Se virou, rude e elevando o nariz aos céus.

— Usada você é sim! — Nem por um segundo abaixava a crina, não se mostrando obsequioso. — Mas posso te dar valor como se fosse novinha em folha!

Puxava-a pela cintura, fazendo com que ela sentisse calafrios, ao ele encostar em seu ventre.

— Se afaste! — Empurrou-o, de maneira agressiva. — Eu não estou afim hoje! — Seu tom era totalmente arrogante e apressado.

— Está pronta para se abrir pra todo mundo e nega isso a mim? — Seus olhos se acenderam em faíscas muito intensas de rancor. — É uma vadia e deve me servir!

— Não sou, não! — Massageava a barriga, onde começava a sentir dores estranhas. — Tenho que ir para casa, pois eu estou doente!

Assumiu a gravidez como se fosse mesmo, um estado de convalescença.

— Se acabou de tanto se abrir para muitos, não é? — Sua expressão passara de carrancudo para abismado.

— Não. — Fizera-lhe uma careta, mostrando a língua e retorcendo a face. — Só estou resfriada e preciso de descanso.

— Ficará me devendo uma massagem deliciosa!

Seth se virou, deixando que ela vislumbrasse suas costas morenas e os músculos de suas pernas aparentes, enquanto a calça estava dobrada até os joelhos. Aquilo a intrigou.

— O que estava fazendo?

Se aproximou dele de uma maneira nada graciosa.

— Isso não é da sua conta… mas eu estou caçando! — Virou-se, mostrando os lábios carnudos, em uma linha de inexpressão. — Daí quando vi uma gazela suculenta dando sopa, fiquei tentado a fazer dela a minha janta!

Encarou-a com olhos sacanas, contudo, Mayumi não estava faceira, estava apenas estressada.

— Não sou uma gazela! — Exultou seu ar de superioridade, abandonando o local em pisadas firmes.

— Creio que o estoque de força e boas respostas dela, estão chegando ao fim — concluiu o príncipe, com um leve suspiro, virando-se para voltar para o mato adentro.

Da janela do grande solar no alto dos rochedos, Minkabh observava o horizonte e o largo, onde se estendia a tão adorada Epimoni.

Por detrás dos luxuosos feixes de luz que o sol lançava por trás das nuvens, o homem percebia um sentimento lúgubre pairar sobre o ar.

Alguma coisa se estreitava bem ali nas suas vistas. Mas era difícil saber muito bem aonde essas coisas aconteciam e o que realmente elas queriam dizer.

Contudo, percebia que aqueles instantes eram véspera apenas do momento real, aonde o prisma de sentimentos, ia se divergir em várias correntes.

Aquilo era alarmante, mas contaria com a ajuda dos céus. Esperava pela benção de Deus. Esperava ainda mais, pela luminosidade das ideias da estirpe dos velhos mestres.

Contaria com qualquer ajuda para se certificar de que a harmonia reinaria novamente por ali. Nunca poderia partir antes. E em seus quase cem anos, sabia que aquele momento vinha montado a galopes pelas linhas do tempo.

Virou-se para adentrar na amenidade de seu templo, porém, antes mesmo que abandonasse a vista do horizonte para se juntar a sua fonte das respostas, observou que uma fraca fumaça se dissipava pelo ar.

Aquele sinal lhe intrigara, pois o local  de onde a fumaça subia, estava quase inabitado há anos.

Havia sido esquecido, desde que alguém o havia apontado como amaldiçoado. Porém, naquele instante, como prova indiciosa, alguém ali montava habitação.

Balançou a cabeça, fazendo com que os ondulados e compridos fios brancos balançassem, cumprimentando a brisa do dia.

Não sabia o que aquilo significava. Porém, a certeza de que aquele não era um bom presságio, era extremamente clara.

A água quente e revigorante banhava todo um corpo ferido e exausto. Kisla se assegurava de esfregar com delicadeza o sabão aromático de ervas, contra a pele lisa e sofrida da garota a sua frente.

A moça em questão, se permitia um instante de deleite, depois de tantos momentos sôfregos de insônia.

Ela não se preocupava que Adofo voltasse e a avistasse ali a se banhar; na verdade não se importava com muito mais, depois que o pudor havia sido arrancado às forças, de suas entranhas.

Enquanto as mãos da moça que cuidava dela, se encaminhavam leves até o seu cabelo em suaves massagens, que ondulavam por todos os seus poros e sensores, ela se permitia pensar em tudo, mas o nada era o que parecia lhe habitar naquele instante.

— Não se aprisione nessa fuga da realidade, garota! — Kisla lhe acariciava as maçãs do rosto. — Um futuro bem melhor e próspero está por vir!

— Você acha que ele me ama?

Virava-se, sem se importar que o corpo sobressaísse às pétalas de rosas que estavam espalhadas pela velha tina de madeira.

— Quem?

Depois das lacunas entreabertas pelas palavras parabólicas da garota, Kisla não sabia mais a quem ela se referia.

— O Hector. — Piscava seus olhos cintilantes, enquanto a água morna roçava sua pele.

— Claro! — Kisla lotava a banheira com pétalas, para que o aroma exalasse no ar. — Que homem se arriscaria assim por uma mulher se não a amasse?

— Ele esteve comigo desde o primeiro instante — a garota suspirou, como em uma reflexão. — Nunca me tocou como se fosse perfurar a minha pele. Nunca me olhou com olhos em chama, como se fosse me atiçar em brasa. Sempre ponderou as palavras ao falar comigo. E mesmo depois do estado caótico em que me viu, sempre me tratou de maneira elogiosa. Nunca falou comigo de modo pejorativo, como se eu fosse o absinto da perdição. — As lágrimas lhe lavavam não só a face, mas também a alma.

— Deixe o seu estado anímico se curar em meio a tanto amor. Pois ele seria capaz de clamar o que sente por toda Epimoni. — Kisla a encarava, tão carinhosa, quanto uma doce e conhecida amiga. Mas mal sabiam uma da outra. — Eu vejo a necessidade que ele tem em mantê-la bem, viva e a salvo, quando me procura. Ele nem se preocupa em ter sua honra carcomida pelos fanfarrões e fofoqueiros da cidade, que rondam o cabaré de Naomi. Ele enfrentaria tudo por você, sempre apregoando o seu bem-estar aos quatro ventos. — Calou-se por um instante somente: — Então enfrente essa avalanche por ele!

— Eu estou quase me esquecendo das vozes mordazes que me gritavam, enquanto eu perambulava sozinha por aí. Ele está quase me fazendo esquecer de tudo, menos de uma pessoa. — Seu olhar brilhava veemente, retorcendo as chamas enclausuradas dentro de si, em uma dor incessante. — Este eu nunca vou esquecer, nem quando eu morrer!

Abria a boca, não conseguindo conter o pranto.

Kisla a encarou, curiosa.

Quem seria ele?

— Quem é ele? O seu pai? — Kisla se mostrava intrigada, ao vê-la chorar tão tristonha. — Desculpa estar me metendo, mas Hector me pôs a par de certas coisas, para que eu pudesse melhor me certificar da sua segurança.

— Não, não é meu pai. — Sentia sua força se tornar novamente escassa. — Mas sabe quem é ele? Eu quis dizer: sabe quem é o meu pai?

— Não, eu não sei quem é o seu pai. Por mais que eu quisesse torturá-lo e depois cortar sua cabeça na guilhotina, deixando que ela fosse oferecida aos abutres e urubus! — Mostrava certa raiva, que era capaz de furar os órgãos do ser que fosse. — Porém, apesar do pouco que me falou, Hector te mantém sobre proteção. Não me disse nada além de meia dúzia de detalhes vagos.

— É melhor que não saiba. Ele está protegendo você também ao não lhe contar. — Ela ordenou em fileira as pétalas que boiavam, como se aquela fosse uma distração, mas era apenas um ato bobo. — É muito perigoso saber sua identidade!

— O que me importa é aprender a prever o perigo e lhe proteger, mas não pelas moedas que ele me paga, apenas pela afeição que já criei por você. — O som de sua voz, cheio de carinho, era como uma onda terapêutica, que inundava a garota a sua frente.

— Você acha que mesmo sendo apaixonada por outro, o tempo pode lapidar meu coração, a ponto de eu amar também ao Hector?

Inquietava-se na água, como se as esperanças fervilhassem sob o vapor de seu banho.

— Claro que sim! — Kisla obtemperava as palavras, procurando a melhor forma de dizer. — Mas se permita gostar. Pois se se aprisionar no que sente por esse outro, nunca será capaz de perceber o que há a sua volta!

— Farei isso. Mesmo que meu coração esteja repleto de estilhaços de dor. — Ergueu-se da água, pronta para acabar com seu banho. — Vou curar o açoitamento do meu coração, pelo Hector.

Se enrolava na toalha, que lhe era oferecida. Sentia-se um pouco menos estripada pelo destino.

— Excelente! — clamou Kisla, indo de encontro a um espartilho e vestido, do qual a vestiria.

— Acho que somos amigas o bastante para eu lhe dizer meu nome…

Até ali, somente Hector e restritas pessoas, sabiam o seu nome.

— Gostaria muito de saber o nome de uma amiga tão próxima… — Kisla sorriu, encorajando-a contar.

— Mariah. — Sorriu, mostrando toda a fortuna de dentes maravilhosos, que se escondiam em sua boca. — Este é meu nome, Kisla.

Ela viu os olhos da mulher a sua frente se estremecerem, porém, mesmo assim, Kisla se manteve impassível.

— Será um segredo só nosso! — Kisla emitiu um riso suave ao cochichar com ela. — Tudo bem?

— Acho que o Adofo também merece saber!

Mariah sorriu, deixando aflorar toda a meninice, que se escondia em sua dor.

— Claro!

Kisla amarrou-lhe o espartilho e ajudou-a com o vestido, logo tomando mão de seus cabelos molhados, que eram como seda.

— Adofo, queira entrar! Temos um segredo para compartilhar — Kisla anunciou.

Ambas se entreolharam, formulando um sorriso serelepe pelas faces.

— Essa é uma boa hora então! — O grandalhão irrompeu pelo cômodo. — Adoro segredos!

— Então: temos um para lhe contar, Adofo. — Mariah respondeu, mostrando-se não mais enterrada no passado. — Meu nome é Mariah.

— Que lindo nome, boneca! — Ele lhe acariciou a face, com as mãos sujas e pesadas.

— Adofo! — Kisla berrou, afastando a sua mão imunda. — Assim vai estragar todo o meu trabalho. A menina está limpa!

— Desculpe-me, Kisla!

Adofo fungou ressentido, o que fez com que as duas garotas gargalhassem com aquela imagem contrastante.

— Não repare, Mariah! — Kisla atribuiu um meio sorriso para Adofo. — Ele é grandão, mas é bem sensível!

— Eu gosto disso!

— Não quando ele começar com um berreiro, feito um bebê com cólica. — O modo de Kisla falar, era extremamente cômico.

— Não sou assim, senhorita Mariah! — Adofo abaixou a cabeça, envergonhado. — Isso é calúnia de Kisla!

— Eu sei que não, Adofo! — Mariah afagou a mão do homenzarrão. — Você é apenas gentil!

— Obrigado, Mariah! — ele disse emocionado com a recepção calorosa da garota. — É muita gentileza da sua parte!

— Vamos parar de picotar seda. — Kisla gargalhou, levantando-se. — O almoço está pronto!

— Ótimo! — clamou Adofo e Mariah, em um coro bem orquestrado.

Os três se encaminharam para a humilde caixa de madeira, que estava estirada ao centro, servindo de mesa para a refeição.

Todo o local parecia tomado pelo caos, mas a união começava a resignar uma reordenação dos fatores. E os dois amigos, unidos em sociedade de proteção à Mariah, acreditavam que toda dor que ali pairava como nuvem negra, seria erradicada bem em breve.

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