Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 12 - Novos Desafios

Catherine acordou, lânguida, depois de um sono reparador. Pestanejou no escuro do quarto. O luar invadia a casa de um modo único e diferente, tornando a atmosfera até aquele instante em algo misterioso, salientando contornos de sombras. O som da respiração de alguém adormecido chegou-lhe aos ouvidos. Ficou um pouco desnorteada, tentando lembrar-se de onde estava.

Fixou o olhar, querendo discernir as silhuetas, e, aos poucos, distinguiu uma rede perto da sua cama, onde alguém dormia. Então, adivinhou que era Nick. Ele não tinha ido dormir no hospital! Será que tinha ficado tão preocupado assim com o seu estado de saúde?

Aquele homem a deixava confusa! Uma hora a odiava com todas as suas forças e em outros momentos seu cuidado e preocupação a fazia esquecer até de suas diversas palavras rudes para com ela.

Catherine ainda se sentia entorpecida de sono, o que não costumava acontecer, e achou que os comprimidos que tomara deviam ser para fazê-la dormir. Devia ter dormido antes que o jantar chegasse... virou-se de lado na cama e viu que na mesinha de cabeceira havia pratos brancos, de porcelana. Eram diferentes do que elas vi na cozinha comunitária dias atrás, desvio o olhar com curiosidade e deduziu que poderia ser de uso pessoal de Nick.

Não estava com fome e ainda não recuperara as forças, embora a falta de ar e a sensação de inchaço tivessem passado. Os remédios e o banho de esponja tinham-lhe feito bem... Banho de esponja?...

Lembrou-se, de repente, num sobressalto, que não tinha nem conseguido acabar de tirar a blusa. Adormecera, exausta, sem ter tirado a roupa por completo.

Mas, então, como é que estava com uma das camisas de Nick? Coberta até a cintura, apenas com um lençol? Quem lhe dera banho e a vestira? Teria sido Nick? Sentiu sem querer um calafrio. Ele devia ter aproveitado para olhar seu corpo à vontade! Será que demorara muito olhando-a? E as mãos dele, será que a tinham tocado com a mesma impessoalidade e profissionalismo de antes, quando ainda estava acordada? Deus do céu! O que será que tinha acontecido? Era melhor sair daquela casa imediatamente, não era necessário esperar mais, apesar da recomendação do médico.

Os macacos começaram a gritar, como de hábito, mas Catherine não se assustava mais com aquilo. Olhou de relance para a rede. Nick nem se mexera com o barulho.

Sabia, agora, que se os macacos tinham começado a gritaria era porque já estava amanhecendo. Assim que clareasse, poderia ir para sua própria cabana. A perspectiva de andar até lá não era muito animadora, mas pior seria ficar ali, em companhia daquele homem que tanto a enervava e a fazia se sentir estranha, confusa.

Assim que os primeiros raios de luz iluminaram o céu, Catherine sentou-se na cama. Olhou em redor, atenta, querendo encontrar suas roupas. Mas não havia nada or ali, nem mesmo suas botas. Só seus tênis estavam ao lado da cama.

Inclinou-se e sacudiu-os de cabeça para baixo, como precaução, conforme haviam lhe ensinado.

Afastou o lençol e ficou satisfeita de ver que a aparência de suas pernas voltara ao normal. Não estavam mais inchadas nem com sinais de urticária. Levantou-se e sentiu uma vertigem passageira, que quase a fez cair. Talvez fosse efeito do remédio que tomara para dormir, ou então, fraqueza mesmo. Olhou para baixo, a camisa era grande e cobria-lhe parte das coxas. Teria que ir assim mesmo, paciência! Deu um passo, cautelosa.

— Não lhe disse para ficar deitada até segunda ordem? Por que precisa sempre me desobedecer? — Disse a voz autoritária.

Catherine engoliu em seco. Não tinha feito o menor ruído. Deixou-se cair de novo na cama e ficou lá, sentada, olhando para Nick. Como era possível que ele a tivesse ouvido levantar?

Ele a fitava com seus olhos escuros e enigmáticos, que lhe causavam estranhas sensações perturbadoras.

— Eu disse que você ia ficar dormindo aqui até que eu decidisse outra coisa. Nesta reserva todos obedecem as minhas ordens. Onde pensa que vai?

— Para a minha cabana. Já estou me sentindo bem melhor.

— Que cabana?

Nick soergueu-se, sem desviar o olhar do dela. A claridade aumentava e já dava para ver até a cor de sua roupa que ele usava, uma cor creme, que lhe realçava a cor da pele.

— Dei ordens ao Gastão e a outros depois que estivemos dando uma olhada naquela cabana, para consertarmos as frestas, mas concluímos que o estado dela era bastante precário e que não valia a pena consertar nada. Por isso, Gastão a botou a baixo de uma vez. Decidimos então construir outra no lugar, uma mais confortável e maior.

Catherine ficou perplexa. Nick a olhava, com um meio sorriso cínico.

— Uma cabana como aquela pode ser construída em algumas horas. Gastão vai providenciar isso mais tarde. E dessa vez vai ser uma coisa firme e bem melhor. Só quando estiver tudo muito seguro é que vou permitir que você se instale lá.

— E quando vai ser isso, posso saber? Não está imaginando que eu vou ficar aqui com você, enquanto isso, não é?

Ele se deitou de novo, colocando a mão sobre os olhos.

— Ontem mesmo você dividiu a barraca com outro homem, e não me consta que tivesse tido esses escrúpulos...

Catherine mordeu o lábio, revoltada.

— Você nunca vai acreditar em mim, não é mesmo?

— Não.

Seguiu-se um prolongado silêncio.

— Não aconteceu nada naquela aldeia que eu deva me envergonhar... — Retrucou afinal, tentando esconder sua raiva. — Mas mesmo que tivesse acontecido, isso não lhe dá o direito de pensar que eu vou querer ficar sob o mesmo teto com qualquer homem.

— Não me diga que está pensando que vou me aproveitar da situação! Eu sou um médico e você é minha paciente. Enquanto as coisas forem assim, está completamente a salvo comigo. Você só vai sair daqui quando eu disser, e isso só será quando eu achar que está curada. Agora, se continuar agindo como criança, fazendo birra e besteiras, vai demorar mais para sarar.

Catherine controlou-se para não responder mal.

— E, na sua opinião médica, quando exatamente eu estarei curada?

Ele ignorou o sarcasmo.

— Isso eu decido depois de tê-la examinado de novo. Por enquanto vai continuar de repouso, na cama. Mais tarde poderá se levantar por algumas horas.

— Já não basta ter-me examinado ontem? — Retrucou irritada, esquecendo de toda a

prudência e controle. — Por que me deu remédio para dormir? Só para ficar mais à vontade me examinando? Olhou bastante? Aproveitou para apalpar bem?

Nick afastou a mão que cobria os olhos e fitou-a com frieza e desdém acima do esperado.

— É essa a opinião que tem da minha ética profissional?

— É!

— Pois acho melhor mudar logo de opinião. O que lhe dei para tomar não foi sonífero e sim anti-histamínico, que, aliás, vai continuar tomando. Se você dormiu pesado, foi por pura exaustão e esgotamento. E agora acho melhor parar com esse comportamento tolo e infantil de sua parte. Trate de se deitar. Ou prefere que eu a mande embora num avião hospitalar?...

Catherine ficou atônita. Será que tinha se enganado a respeito de Nick?

— Além do mais... — Continuou ele, — Quem deu banho em você e a vestiu foi a esposa do Gastão. Isso é tarefa dela há anos quando temos pacientes mulheres.

Catherine imediatamente sentiu-se envergonhada das acusações ridículas que fizera. Nick parecia ter lido seus pensamentos. E agora? Pior ainda, teria que pedir desculpas a ele.

— Desculpe-me, eu... Bem... — Disse, baixando o olhar. — Parece que o julguei mal. Eu achei...

— Sei muito bem o que você achou. Acho que o calor dos trópicos está afetando seu raciocínio. Sua honra não corre nenhum perigo, pode ficar tranquila. — O tom era sarcástico. — Agora trate de se deitar e descansar. Ainda é muito cedo. e eu também preciso descansar um pouco, pois a sua febre só abaixou lá pelas quatro da madrugada e por sorte só tenho que atender aos pacientes mais a tarde.

Catherine deitou-se de novo, sentindo-se diminuída. Já começava a fazer tanto calor que o lençol era demais, mas precisava dele para cobrir as pernas nuas. Queria dizer algo para mudar as acusações injustas que fizera.

— Sinto muito e peço que me desculpe pelas besteiras que falei. Obrigada por se preocupar com o meu bem-estar. Quando acha que vai ficar pronta a nova cabana?

Ele não respondeu nem fez nenhum comentário. Catherine não insistiu no assunto.

Nick empurrou o lençol para os pés e, ao vê-lo assim, de roupas de dormir, deitado naquela rede, ela desviou o olhar, perturbada. A casa dele era bem melhor, era uma casa com paredes de tijolos pequenos e vermelhos, como de algumas escolas que ela mesma viu pelo Brasil a fora, muito mais fresca e protegida. A mobília quase toda de bambu, simples e pitoresca.

Nick tinha sido realmente atencioso, fazendo com que ela dormisse lá, e mandando Gastão construir outra cabana. Catherine começou a pensar se não tinha sido injusta com ele... lembrou-se de como os indígenas o tinham recebido calorosa e respeitosamente; como ele carregara sua bagagem, na selva; como a respeitara ao examiná-la... Catherine começou a reconsiderar sua atitude para com ele.

— Prometo que vou seguir as instruções médicas daqui por diante.

— Ótimo, porque você não tem mesmo outra escolha.

Ela suspirou. Seria difícil que um homem como Nick aceitasse sua proposta de amizade.

— Onde foi que Gastão deixou minhas coisas? Vou precisar das roupas limpas que estão na minha mala...

— Por que não pergunta a D. Almerinda o que fez com elas? Daqui a pouco ela vem trazer o café da manhã.

— A que horas?

— Quando ela puder. Tem algumas pessoas por aqui, que estão mais doentes do que você. Tanto D. Almerinda como o Gastão vão cuidar delas primeiro.

Nick ergueu-se da rede e, ao ouvir o ruído, Catherine arriscou um olhar furtivo. Ele desapareceu pela porta, em direção ao banheiro, e voltou pouco depois vestido e barbeado. Trocaram um olhar que a deixou perturbada como uma adolescente ao olhar para o seu primeiro amor. Ele era um homem muito atraente, isso não se podia negar.

— Volto mais tarde para examinar você. Agora vou ver os que estão na clínica.

Quando Gastão e sua esposa chegaram eles cuidaram de você. Pode ficar tranquila, estará em boas mãos.

— Eu estou tranquila.

Catherine estava vendo Nick sob um novo ângulo, agora. Achava-o um homem honrado e de bons instintos, além de atraente e viril. Se era tão contra as mulheres devia ter alguma forte razão para isso, que ninguém conhecia. Mesmo depois dele já ter saído, o cheiro gostoso dele ficou em suas narinas. Começou a lembrar-se de detalhes... o corpo musculoso, ágil, os olhos escuros, perturbadores, a boca bem-feita e sensual...

Desde a morte de seu esposo ela não pensara em nenhum outro homem dessa maneira. Continuou imersa nesses devaneios, de certa forma um pouco perigosos, até que Gastão e Almerinda chegaram.

— Bom dia. — Eles sorriram. Gastão colocou a bandeja com o seu café da manhã sobre a mesinha e abriu as cortinas. Sua esposa o olhou e logo em seguida ele saiu sem dize mais nada.

— Estou vendo que já está bem melhor. Ontem à noite a senhora nem me viu.

— E, não vi mesmo.

Almerinda retirou os pratos da véspera, com a comida intacta, e arrumou a outra bandeja para que Catherine tomasse o seu café da manhã com tranquilidade. Num copinho havia duas pílulas, iguais às que ela tomara.

— A senhora estava dormindo tão pesadamente que nem acordou enquanto eu lhe dei banho. Bom, agora vamos ver... primeiro a temperatura, depois tome esses comprimidos aqui...

Enquanto Almerinda cuidava dela, Catherine pôs-se a pensar em qual seria o recado que trouxera para eles. Gastão parecia ter ficado muito feliz, e Nick, em compensação, parecia não ter gostado muito.

Depois de ter-se lavado, Catherine pegou a bandeja com o café da manhã: frutas frescas, um prato de mingau e dois ovos cozidos.

— Vocês parecem mais contentes hoje.

— É porque nosso filho, vai chegar logo, ele e a mulher.

— Onde é que ele fica quando vem com a mulher?

— Da outra vez eles ficaram na cabana que meu esposo desmanchou ontem.

— Por falar nisso, sabe, quando vai ficar pronta a outra? — Ela encolheu os ombros.

— Quando ele tiver tempo de construí-la e conseguir alguns homens para o ajudar. Assim, ela fica pronta em algumas horas.

Catherine comeu com um apetite que não sentia há dias, enquanto Almerinda movimentava-se pelo quarto, dobrando cobertas, tirando a rede do gancho, limpando e arrumando. Conversaram ainda sobre a viagem à aldeia dos indígenas e depois ela sentou-se na cadeira, ao lado da cama.

— Você deve ter muito orgulho de seu filho, não é, Almerinda? Quando foi que ele se formou?

— No ano passado, mas ele não é tão jovem quanto a senhora pode estar imaginando. Já tem mais de trinta anos e está casado há quatro. Também, ele já estava com vinte anos quando o dr. Nick o mandou para lá, para estudar.

— Foi o dr. Nick que o mandou?

— Claro. Se o doutor não tivesse ajudado, meu rapaz seria apenas um caboclo, como eu. Eu estudei um pouco e aprendi enfermagem... mas não teria condições de mandar meu filho estudar tantos anos. Já o pai dele é outra coisa. Gastão é letrado e fala muitas línguas, além das indígenas, sabe, senhora ele era funcionário da Funai. Depois de anos servindo o governo, ele acabou sendo exonerado pois não concordava com o tratamento que alguns governantes davam as tribos indígenas e nem aos ribeirinhos. Foi aí que apareceu a oportunidade de trabalhar nessa fundação. O dr. Curran respeita demais essa floresta e todo o povo que vive nela.

Catherine ficou desconcertada. Sem dúvida, sua primeira opinião sobre Nick estava totalmente errada, precisava reformulá-la.

— O dr. Nick disse que meu filho era inteligente, embora ele só tivesse estudado um pouco com os padres católicos que tinham uma escola rio abaixo. Aí, ele mandou o meu menino para a escola, em Manaus. Isso foi há onze anos, logo que o doutor chegou aqui, recém-formado. Depois que meu filho acabou os estudos, o dr. Curran arranjou para ele ser interno num hospital importante do Rio de Janeiro. Só no ano passado é que meu filho começou a clinicar por conta própria, e o doutor ainda ajudou com as despesas. Ele trata meu menino como se fosse filho dele.

Devia ser por isso, então, que Nick estivera no Rio há oito meses, pensou Catherine.

— É bom ter um filho inteligente como o meu menino. Mas infelizmente ele acabou fazendo a vida longe daqui. — Almerinda suspirou. — Só falta ele me dar netos para alegrar minha velhice.

— Vai ver que ele e a esposa estavam esperando até ele ficar mais firme na profissão.

— Pode ser isso mesmo senhora...

Catherine descascou o segundo ovo.

— Você sabe onde Gastão colocou minhas coisas, Almerinda?

— Ali... — Disse, indicando com a cabeça o aposento ao lado. — Mas não tirei nada da mala, o dr. Nick mandou deixar assim, e eu deixei. Quer que eu pegue alguma coisa para a senhora?

— Um espelho, a escova de cabelo e... qualquer outra coisa que ache necessário.

— Está bem.

2517 Palavras

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro