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Capítulo 35 - Prazer Selvagem

"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."

Alguns poucos convidados ainda ficaram, outros foram fazer um passeio pelo palácio e teve aqueles que decidiram por um tuor em um oásis.

Pilar desceu às escadas meia hora depois. Usava umas calças que emolduravam a seu corpo escultural, uma blusa leve de seda oriental e com o cabelo preso num coque meio despenteado parecia uma adolescente.

— Más notícias. Zayn não irá conosco. — Disse Saria com um olhar de pena para com ela.

— Porquê? — Perguntou Pilar decepcionada.

— Ao que parece teve uma reunião urgente que não podia adiar.

— Já era de se esperar, com a sorte que eu tenho. Bom de qualquer maneira vamos fazer esse bendito passeio.

— Oh querida não fique assim. Ao menos Latifa e nem Damares poderam participar do nosso passeio. Damares saiu para fazer compras como sempre. Sabe quando temos problemas na família, a inconsequente sempre prefere fazer compras, como se assim os problemas irão desaparecer. Já Latifa está tentando consolar a mãe que foi exilada. — Contou Cam tentando anima-la.

— Exílio? Perguntou confusa.

— Nazira sempre trouxe dissabores pro meu tio. O casamento deles foi na verdade um péssimo acordo. E os velhotes acreditaram que ela e a família traria prosperidade para a nação. Aquela doida de pedra só trouxe dor de cabeça. Ela sempre fez escândalos por tudo, nem os líderes ela respeitava. E só piorou quando ela teve a Latifa invéz de um filho homem, e quando nasceu Ozturk, bem, aí que tudo desandou de vez. Aquele projeto de príncipe só faz merda. O meu primo Zayn vive apagando os incêndios deles, com certeza o tio Rashid cansou.

— Vamos? — Gritou Baker do volante do jeep.

— Sim! — Disseram em coro e entraram no carro pronto para aventura.

Em menos de trinta minutos chegaram no lugar e ele era mágico. A areia dourada, o silêncio quebrado pela brisa, que as vezes refrescava e as dunas distantes, tudo parecia transporta-los para um conto das mil e uma noites.

Uma caravana havia partido a poucos minutos e se podia ver a fila de camelos junto das pessoas ao longe, logo eles seriam apenas pontos distantes dentro daquela imensidão de areia.

De repente pararam num pequeno oásis e Cam propôs.

— Vamos nos refrescar um pouco?

— Sim. — Disse Saria entusiasmada.

Desceram e Pilar estava tão encantada com a singularidade da paisagem que começou a caminhar um pouco, perdida nos seus pensamentos. Guzman gritou-lhe.

— Não se afaste demais Pilar, o deserto pode ser traiçoeiro com que não o conhece.

— Tudo bem não se preocupe, vou só até aquela duna ali. — Apontou em frente.

— Está bem. — Ao dizer isso ele entreteu-se conversando com Saria e esqueceram de Pilar.

Ela caminhou uns dez minutos devagar e sem olhar para trás pensando no rumo que sua vida tinha tomado. Há apenas alguns meses atrás era uma competidora com um futuro promissor e agora estava destinada a amar um homem de um reino distante. E pior não poderia viver esse amor. Ambos eram de mundos diferentes, apesar de tudo Pilar no fundo de sua alma ainda tinha esperanças, mas nem ela sabia o por que disso.

De repente ela lembrou-se onde estava e olhou para trás, viu que o vento apagara as suas pegadas e por estar tão distraída não lembrava que direção tinha seguido. Xingou-se mentalmente por ter sido burra e se afastar de Saria e de Cam. Olhou em volta e decidiu caminhar de volta. Dez minutos depois parou, não conseguia achar o caminho de volta de jeito nenhum. Sentiu a brisa quente bater em seu rosto, virou a face para a direita e pareceu ver ao longe uma ruína de pedras escuras. Acabou indo na direção rochosa sem muito pensar.

Parou depois de trinta minutos, estava suada e ofegante. O sol queimava sua pele.

— O que eu faço meu Deus? Só tenho um pouco de água e não sei para onde ir. Calma Pilar. Não se desespere. — Disse tentando se acalmar. — É melhor eu esperar aqui, talvez eles venham me procurar.

O tempo e o sol a vez mudar de ideia, então caminhou até chegar a formação rochosa. Havia uma caverna e Pilar decidiu entrar, ao dar o terceiro passo para dentro em busca de uma sombra acabou escorrengando e caindo dentro da caverna, a areia a puxava cada vez mais para baixo, seu grito escoou por todos os lados. Pilar continuou rolando até cair sobre uma camada de areia fria.

Novamente o tempo foi passando e já começava a escurecer. Pilar sentia-se cansada e com muita sede. Decidiu sentar-se um pouco para descansar e começou a desfalecer. Sabia que havia andado por horas, mas sem conseguir achar a saída da caverna.

— Por favor alguém que me encontre. Eu não quero morrer aqui. Pensou.

Antes de desmaiar e fechar os olhos conseguiu ver uma silhueta que se aproximava dela, não conseguiu ver quem era, apenas deu um leve sorriso e fechou os olhos muito devagar.

Zayn não conseguia perceber o sentimento de medo e angْstia que tomou conta dele, quando recebeu a chamada Cam.

Uma sensação tão intensa que o fez abandonar a reunião no meio sem sequer dar uma explicação a quem quer fosse. Só escutou os soluços e os lamentos de Latifa sendo consolada pelo irmão. Nazira sairia do palácio imediatamente e não havia volta. Seu pai estava cansado das desfeitas da segunda esposa.

Muitos dos anciões juntamente com os líderes queriam que o Sheik aceitasse uma terceira esposa. Outra coisa que ele negou, então decidiram que ele deveria tentar voltar com a primeira esposa o que deixou Nazira possessa.

Zayn ainda podia ouvir seus xingamentos e maldições contra ele e sua mãe. Mas ele tinha outra coisa em mente nesse momento ou a teria enforcado com as próprias mãos.

Dirigiu-se imediatamente para onde se encontrava o primo com os olhos soltando faíscas de fogo.

— Cam! O que aconteceu, como se atreve a colocar a vida da minha... da Pilar em perigo?

Cam parecia assustado, tentando consolar Saria que estava desperada e banhada em lágrimas.

— Primo, quero dizer, alteza... Perdão, eu não queria... Eu só desviei os olhos por um momento. — Tentava explicar perante a ira de Zayn.

— Não é hora pra se lamentar e muito menos brigarem, encontrem-na por favor! — Suplicou Saria tentando manter a calma e segurar as lágrimas.

— Tens razão capitã! Mas garanto-te Cam esta conversa ainda não terminou. — Esbravejou Zayn entrando no jeep e saindo disparado a procura de Pilar.

As horas estava passando e Zayn sabia que era crucial para encontrar alguém desaparecido no deserto. Ele estava cada vez mais desesperado. Desceu do carro e gritou.

— Pilarrrrrrrrrrrrrrrrr... — Não obteve resposta. De repente viu uma marca estranha na areia e seguiu-a.

Era pegada de cavalos... E mais adiante um corcel negro batia as patas contra a areia do deserto. Zayn estranhou um garanhão está tão afastado de seu grupo, olhou em volta e não viu nenhum outro cavalo. Tentou dar as costas ao animal, mas o mesmo fez um som estranho. A noite estava fria, mas de repente uma brisa quente o fez virar. O animal se curvou diante dele.

— Você quer que eu o monte? Perguntou e o cavalo assentiu como se confirmasse as suspeitas dele.

— Meu avô sempre me contou uma antiga história. Que quando os viajantes cruzam o deserto, o espírirto dessas areias o julgam por seus feitos diante da terra e dos céus. Se ele for merecedor o Corcel Negro o guiará ao seu destino e se não for, a morte estará debaixo de suas patas. Zayn repetiu a lenda do espírito selvagem que governava as areias do deserto.

Nisso ele voltou para o jeep, pegou sua capa escura, a jogou sobre seus ombros, colocando o capuz sobre a cabeça. Chamou Cam pelo rádio comunicador e disse que seguisse o rádio transmissor do Jeep. E viesse trazendo ajuda.

— Vamos então, meu amigo. Iremos ao encontro do meu destino! Afirmou saltando sobre o belo garanhão negro que disparou pela escuridão.

O vento forte fez com que Zayn mantivesse seus olhos semi cerrados, o corcel negro cortou as dunas de areia com maestria de um grande explorador, suas patas batiam nas areias e nem afundavam, o garanhão em alguns momentos parecia que possuía asas.

"Para onde você está me levando afinal?" Zayn pensou, e foi aí que o cavalo diminuiu sua velocidade.

Ao longe Zayn conseguiu distinguir a divisa das terras de seu pai, o garanhão as havia ultrapassado minutos atrás. Eles estão agora entre o povoado de seu avô Osman e suas terras. As montanhas negras surgiu logo a sua frente.

"Essas são as cavernas antigas!" Sua mente gritou abismado.

O corcel parou diante da antiga abertura na rocha, Zayn desceu e olhou em volta. Apenas o som do vento e frio lhe fazendo companhia. Enfrente da caverna havia tabuas e alguns galhos secos de uma árvore a muito tempo morta.

— Está é a entrada da mina abandonada. Por que me trouxe aqui? Perguntou ficando irritado.

O corcel o empurrou pelas costas com uma cabeçada forte, por pouco Zayn na cai dentro da caverna.

— O que pensa que está fazendo?

O cornel não deu tempo para mais perguntas e levantou suas patas dianteiras obrigando Zayn a dar passos para trás. O relinchar do garanhão demostrava uma frieza incompreensível para o turco.

Assim que Zayn percebeu que o cavalo queria que ele entrasse na caverna, ele assim o fez. Ainda deu tempo de ouvir as patas do cavalo contra os galhos secos e as tabuas. O animal batia sem parar... O som poderia ser ouviado a muitos quilometros dali.

Zayn caminhou por uns quinze minutos e ao longe conseguiu ver o corpo frágil, desmaiado e correu em direção a ela com o coração apreensivo.

Ao sair da caverna com Pilar nos braços pode ver uma enorme fogueira a poucos passos da caverna. Os galos secos e as tabuas estavam em chama, o garanhão estava relinchando para eles. Talvez se despendido ou mesmo saudando a chegada de ambos.

— Adeus corcel negro! Afirmou sussurrando vendo o magnífico cavalo disparar para o centro do deserto e sumir na escuridão.

Do outro lado Zayn pode ver faróis vindo em sua direção, o socorro estava à caminho.

Pilar acordou na sua cama. Tudo estava silencioso e escuro. Levantou-se e percebeu uma silhueta deitada no pequeno sofá do quarto. Abriu a cortina da janela e a luz da lua banhou o quarto revelando o lindo rosto de Zayn dormindo.

Ela deu um passo para trás com a surpresa, mas depressa se acalmou e aproximou-se dele.

Lembrou da sua voz chamando-a enquanto ela tentava se manter acordada no deserto e agradeceu-o mentalmente por lhe ter salvo a vida. Aproximou a sua boca e beijou-o com os olhos fechados. Quando abriu os olhos viu que ele olhava para ela e tentou afastar-se, mas ele segurou-a e apertado-a contra seu peito beijou-a.

Enredou os dedos nos seus cabelos e, apoderou-se da boca dela saboreando-a com ansiedade, não uma mas muitas vezes até sentir o seu corpo tremendo e vibrando na mesma sintonia que ele. Afastou-se dela e olhando-a nos olhos.

— Promete-me que nunca mais farás isto. Não sabes como fiquei desesperado.

Confusa Pilar concordou com a cabeça e sem pensar abraçou-o.

Ele afastou-a e levantou do sofá, ajudando-a a pôr-se de pé.

Pilar viu um brilho estranho nos olhos dele e percebeu as suas intenções. Embora soubesse o que estava prestes a acontecer, apenas desejava que ele a beijasse novamente.

Nunca tinha desejado nada com tanta força. Apenas os dois se beijando a luz do luar.

— Desejo-te Pilar. — Disse Zayn com a voz rouca. — Sei que não está certo, mas você é minha... e eu não aguento esperar tanto tempo por você.

Pilar não queria que Zayn falasse o que estava em sua mente, o medo da rejeição a assombrava fortemente, queria apenas que ele a beijasse novamente. Quando Zayn a beijava, ela não se questionava se estava a cometer um erro ou não.

Zayn tirou-lhe a roupa com desespero e deslizou os dedos esguios pelas suas costas esbeltas, Pilar tremeu quando sentiu as suas mãos a elevarem-se até os seus seios para acaricia-los. Tocou-lhe exatamente como queria.

Nunca imaginara se sentir tão fraca e vulnerável. Apoiava-se no peito dele porque suas pernas estavam trêmulas pelo desejo. Sempre era assim seu corpo se sentia submisso as vontades de Zayn.

Viu que ele se afastava para tirar a sua roupa, e ela começou a sentir a garganta seca só de olhar para ele. Conseguiu ver o seu peito bronzeado e másculo, ficou ansiosa para tocá-lo também. Naquele instante não pensou, apenas agiu. Deslizou os dedos pelos seus músculos, descobrindo e usufruindo da suavidade da pele dele.

Zayn sentou-se a beira da cama e puxou-a para ele. Beijou-a novamente mordicando o seu lábio inferior enquanto a acariciava na sua parte mais sensível.

— Quero te novamente. Como se fosse a nossa primeira vez. Murmurou Zayn. — Vou amar-te de todas as maneiras possíveis e inimagináveis.

Pilar mais uma vez estava embriagada de desejo. Sentia apenas o som do seu coração a bater enquanto Zayn a acariciava e a fazia tremer.

Aproveitou o fato de ele estar inclinado sobre ela, abraçou-o e beijou-o, tremeu ao sentir o membro duro sobre o seu ventre. Zayn abaixou a cabeça e beijou os seus seios, brincando com as auréolas sensíveis fazendo com que ela retorcesse de prazer. Com os dedos hábeis explorou o centro da sua feminilidade, sentindo o calor sedoso entre as suas coxas e submeteu aquela zona as doces carícias da sua boca sedenta.

Pilar nunca imaginara sentir tal prazer e intimidade novamente. Sua cabeça dizia para ela parar mas seu corpo a traía, era como se estivesse escravizada e embora soubesse das consequências de seus atos, adorava aquela sensação selvagem e entorpecedora, não conseguia evitar essa reação. O seu corpo tremia e uma sensação estranha e avassaladora tomou conta dela, fazendo o prazer arrebentar numa avalanche tão intensa que a fez gemer.

— Zayn...— Sussurou ofegante.

— Gosta assim, minha rainha? — Perguntou Zayn com a satisfação e orgulho masculino de ter dado um prazer inimaginável a mulher que havia dominado o seu coração selvagem.

Assentiu atordoada. Nunca imaginava que seu corpo pudesse sentir algo tão intenso.

No meio daquele entorpecimento maravilhoso, mal se apercebeu quando ele voltou a aproximar-se dela. Acomodou o seu corpo sobre ela e Pilar tremeu ao sentir a primeira investida do seu membro duro presionando e insistindo.

— Estás tão apertada... Como pode ser assim?... — Disse Zayn, gemendo de prazer, enquanto a penetrava lentamente.

Um som inebriante saiu da sua garganta, quando Zayn penetrou a última barreira de seus desejos. Ao senti-la tremer deteve-se no ato da posse, estudando-a com os olhos escuros iluminados de desejo e prazer, murmurou.

— Você é minha! Pra sempre minha!... — E a beijou-a inalando o cheiro delicioso do seu cabelo. Zayn esforçou-se para manter o controlo. Voltou a acomodar as ancas estreitas e penetrou-a decidido a ser mais calmo, lutando contra a sensação explosiva da sua excitação.

Pilar seguia o seu ritmo deixando-se levar como em uma dança esquematizada. O prazer voltou a tomar conta do seu corpo, cada investida de Zayn era uma explosão que a fazia arquear o corpo e recebê-lo automaticamente. O ritmo provocador de Zayn parecia exaltar cada sensação de uma forma insuportável, até uma luz branca explodi, fundindo o calor e a ansiedade num orgasmo feroz e intenso.

Pilar estava incrivelmente feliz. Deitada com a cabeça no peito de Zayn,sentia-se protegida e desejada apesar dos acontecimentos.

Ele olhava para o teto pensando no que acabara de acontecer. De repente soltou a bomba.

— Percebeu que acabamos de ter sexo sem usar preservativo novamente!

— Oh... Meu Deus! — Murmurou surpreendida. — Não me tinha apercebido.

Levantou-se da cama de um salto e correu para o banheiro fechando a porta atrás dela.

— Pilar!... Quer esperar, precisamos nós falar. Disse Zayn indo atrás dela.

— Vai embora, por favor!

— Pare de agir como uma criança mimada, Pilar! Saia para podermos nos falar.

— Vá embora! Repetiu gritando.

— Droga, Pilar... Precisamos conversar!

Dessa vez ela não o respondeu, Zayn suspirou exasperado.

— Então amanhã eu volto e você não vai poder escapar dessa conversa. Maldição! Disse irritado dando um murro na porta do banheiro.

Zayn saiu praguejando e batendo a porta com força.

2703 Palavras

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