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Capítulo 16 - Prazer Selvagem

"Amo tudo que é selvagem. Selvagem e livre."

De repente, um garotinho de faces rosadas, vestindo um avental preto com colarinho branco, duro, passou correndo e Pilar riu, deliciada com a cena extravagante. Então, sentiu a mão de Zayn em seu queixo. Delicado, ele a fez voltar o rosto e encará-lo.

— Seu riso é lindo, Pilar. Parece champanhe borbulhando. Devia rir mais, sabia?

Surpreendida pelo inesperado elogio, ela ia responder quando o carro parou e eles desceram junto de uma ponte cuja outra extremidade perdia-se na neblina. Mesmo naquela hora tão matinal havia muito movimento de gente, carros, ônibus e pedestres por todos os lados que se olhasse. Pilar percebeu que a ponte estremecia com o peso. Zayn pegou-lhe o braço.

— Esta é a Gaiata... — Explicou-lhe. — Uma das pontes mais movimentadas do mundo. O surpreendente é que há uma cidade debaixo dela.

Ele começou a andar, levando Pilar para uma escada de madeira ao lado da ponte. Pararam no topo e ela custou a acreditar no que via: uma porção de pequenos restaurantes, bancas onde vendiam peixe frito, bazares, lojinhas de doces de pistache acumulavam-se lá embaixo. Diversos vendedores de tecido, especiarias e frutas da região. Viu várias balsas atracadas no cais rústico e compreendeu que era por causa delas que inúmeras pessoas acotovelavam-se descendo a escada. Dez minutos depois estavam numa das balsas que avançava, lenta, entre barcos pesqueiros e estranhos kayiks com bordas em forma de meia-lua, flutuando no movimento estreito de Bósforo.

A neblina ia-se desfazendo à medida que a balsa avançava para o norte.

Pilar aspirou o ar do mar com delícia.

— Sinto-me como uma desbravadora! — Disse, rindo. — Agora, pode me contar onde vamos? Estou curiosa!...

— Este braço de mar chama-se Haliç. Quer dizer "caminho dourado". Vamos para Eyüp, que fica a meia hora daqui.

— Caminho dourado... — Pilar saboreou as palavras. — Nome lindo esse!

— A margem de Haliç tinha palácios, quiosques agradáveis e jardins imperiais. Hoje em dia não é tão idílica. Os turistas vão para lá para apreciarem a arquitetura, os sabores dos pratos que dizem eram somente saboreados pelos nobres da época e para verem as rosas do deserto.

Pilar compreendeu a tristeza dele ao observar a margem, onde alinhavam-se indústrias, montes enormes de carvão e estaleiros.

— Estou mostrando outro lado da cidade a você, Pilar França. O lado que chamam de romântico. Para ser franco, acho que isto é novidade para mim também... — Se bem que a voz soasse brincalhona, havia uma sombra indefinível nos olhos negros e profundos. — Meu pai certa vez me disse que um homem de verdade não deve ter medo de arriscar para encontrar a sua verdadeira felicidade.

Pilar tentou segurar-lhe o olhar, descobrir o que havia por trás dele, mas Zayn desviou os olhos. Quando ele falou de novo foi com voz controlada, onde não havia tom de brincadeira.

— Eu sou mais realista do que romântico. A fábrica de sonhos está muito fora das nossas necessidades, dos nossos anseios, hoje em dia. Os românticos lamentam a feiura atual da margem de Haliç. Eu, não. Essas indústrias feias são prova de que o país tem uma economia razoavelmente forte... — Sacudiu os ombros. — Talvez, se eu tivesse nascido e me criado aqui, pensasse de outro modo. Somos um povo isolado. Se você perguntar a um turco de onde ele é, jamais dirá o nome do país, mas sim da região em que nasceu. Vai dizer que é do mar Negro, do lago Van ou, como eu, de lugar nenhum e de todos ao mesmo tempo. Sou um ser individual, um ser que não enxerga fronteiras.

Pilar encarava o rosto sombrio e bonito de outra maneira. Sentia que aquela atitude realista tentava abafar um conflito interior diante da poluição destruidora da margem de Haliç. Mais uma vez desconfiou que havia algo por trás da arrogante fachada de autoconfiança e desejou saber mais sobre Zayn.

— A cidade onde nasceu, bem... — Começou, tentando — Fica muito longe daqui, não é? Perto do lugar onde seus país contruiram o seu ninho?

— Sim. Você tem boa memória. Eu nasci fora daqui, pois a família do meu pai não aceitava a união de meus pais. Por minha mãe ser uma estrangeira, mas meu pai passou por cima das tradições. Mas não ficaram juntos por causa da mesma tradição.

A resposta foi brusca, como se ele não quisesse mais perguntas.

Pilar percebeu que Zayn não queria falar de si e que ele tinha dito algo que revelava sobre si mais do que queria revelar. Ele preferiu falar de seus pais.

Quando a balsa encostou no cais de Eyüp, Pilar ficou surpreendida quando Zayn passou um braço por seus ombros, fazendo-a voltar-se para a cidade. Mas ela estava mais consciente do calor do braço dele do que da beleza da cidade. Sentiu vontade de permanecer assim, mas logo acabou, No entanto, teve um arrepio de prazer quando Zayn segurou-lhe as mãos, a fim de ajudá-la a desembarcar.

— Você devia ter posto um calçado mais leve, para caminhar. Saltos na areia não são adequados. Mas me ofereço para carregá-la em meus braços se for necessário. — Provocou ele.

Com as botas de camurça macia, com saltos sete e meio, a cabeça de Pilar chegava quase à face de Zayn e precisava erguer só um pouquinho a cabeça para encará-lo.

— Prefiro me sentir à sua altura, capitão! — Rebateu ela.

Zayn riu ao ouvir aquilo.

— Quanto mais conheço você, Pilar, mais me convenço de seu orgulho profundo e uma força de vontade acima das outras mulheres. E entendo por que não pôde se entender com nenhum homem...

Ela ergueu o queixo, em desafio, esperando que ele completasse: até agora. As palavras não ditas pareceram vibrar no ar.

Mais uma vez o efêmero instante de entendimento, a sensação de uma comunicação mais profunda desapareceu entre os dois. Andaram pela bonita e antiga cidade em silêncio, admirando as casas de madeira com balcões perigosamente pendurados sobre as ruas estreitas. As rosas pálidas e cálidas buscando as últimas gotas de sereno.

— Esta cidade era famosa pelas lojas de brinquedos feitos de madeira no passado. — Contou ele com um certo misto de saudosismo em sua voz. Poderia estar se lembrando de algo de sua infância.

— E agora? — Perguntou Pilar, curiosa.

Como resposta ele a fez subir uma ladeira, depois descer por uma alameda estreita que desembocava numa lindíssima mesquita branca.

— É o túmulo de Eyüp. Ele foi o representante do profeta Muhammad e este lugar é alvo da peregrinação de muitos muçulmanos do país. — Explicou Zayn.

Atravessaram um pequeno pátio e entraram num pequeno nicho aberto na parede branca, forrado com azulejos desenhados em vermelho, azul e amarelo. Os famosos mosaicos que todos afirmam ser de uma beleza única e exóticos.

Atravessando o pátio, que tinha uma árvore enorme no meio, estava uma fila de muçulmanos silenciosos. De vez em quando a fila avançava um passo na direção de pequena abertura na parede. Indo para a entrada em arco da mesquita, Zayn explicou num breve sussurro.

— É a Janela da Ajuda. Esses muçulmanos vêm aqui orar e pedir uma graça ao túmulo. Veja como esfregam os dedos na grade da janela, a ponto de se ferir. A fila lá fora é interminável...

— Obrigada por ter me trazido aqui, Zayn... — Murmurou Holly. — Acho que isto me fez entender mais sobre Islã. Seus compatriotas são muito religiosos e levam a fé com muita seriedade. Mais do que muitas nações pelo que posso ver.

— É uma devoção nascida há séculos, enraizada não só em seus corações, mas em suas almas também. — Disse Zayn, os olhos brilhando intensamente. — No passado foram as jihad, guerras santas, que expandiram o império turco. Mas isso você sabe... — Brincou. — Lembro da lição que deu a Laetitia no vagão-restaurante!

Pilar sorriu, calma. Nada, nem mesmo a lembrança da atraente competidora, iria estragar seu bom humor.

— Era puro blefe! — Confessou. — Tudo isto é novo e fascinante para mim.

— Ainda bem, pois tem muito que ver. Vamos... Quero lhe monstrar mais deste mundo onde eu cresci.

Saíram e começaram a subir uma colina que parecia um antigo cemitério.

Andavam devagar pelo caminho entre as tumbas. A neblina se dissipara totalmente, o sol brilhava. Fazia calor agora. Pilar tirou o blazer. Quando chegaram ao cimo, ela ficou deslumbrada com a bela.

— Zayn! — Gritou, como criança excitada. — Por que não me preparou para isto? Acho que é uma das mais lindas paisagens do mundo!

Milhares de torres se erguiam-se acima das casas da cidade, entre cúpulas, como um quadro distante. As ruas tortuosas iam dar nas sete colinas que dominavam praticamente de toda a cidade. Zayn riu do entusiasmo dela.

— Esta é a vista mais linda da cidade.

Mais tarde, quando estavam no terraço envidraçado de um velho café turco, Pilar continuava maravilhada com o que vira.

— A beleza das diversas torres das mesquitas espalhadas pela cidade é um pouco prejudicada pelos edifícios modernos que surgiram por aí. — Revelou Zayn. — Istambul sempre foi o centro cosmopolita de várias culturas. Antigamente foram os armênios, os venezianos, os gregos e outros europeus que formaram seus bairros. Agora existem dois centros, o leste e o oeste. Os prédios novos, ruas asfaltadas, o aeroporto, misturam-se aos muros medievais da cidade antiga. Com suas mesquitas brancas que chegam a tocar as nuvens, seus mosaicos coloridos e seus diversos jardins.

Pilar desviou os olhos da vista mágica para fitar Zayn.

— Em que parte dessas culturas você se posiciona, Zayn? — Perguntou, de repente, sabendo que estava quebrando o subjacente acordo de não fazer interpelações pessoais.

Ele voltou-se, com os olhos escuros brilhando. Pilar nunca soube se ia responder ou não porque um garotinho interrompeu-os.

— Uma fotografia, senhorita? — Pediu, ajeitando uma velha Polaroid. — É só cinco dólares.

Antes que ela pudesse responder, Zayn falou bruscamente em turco com o menino, fazendo-lhe sinais para ir embora. Não querendo aceitar a recusa, o menino olhou implorativo para Pilar, enquanto falava depressa, dessa vez em turco, também. Zayn caiu numa gargalhada.

— Pode me dizer o que está acontecendo? — Pediu Pilar, os olhos castanhos indo de um para outro, perplexos.

Zayn mordeu o lábio inferior, contendo o riso.

— Quando eu o mandei embora, ele olhou para você e me perguntou se é uma circassiana ou uma estrela de cinema. "Seja o que for", esse menino disse, "é melhor me deixar tirar uma fotografia sua com ela, porque seus amigos nunca vão acreditar que esteve com uma mulher assim, depois que ela for embora!"

— Esse menino tem bom gosto! — Brincou Pilar.

— É... Realmente acho que o garoto tem sim... — Respondeu Zayn, olhando-a intensamente, depois segurou a mão de Pilar por cima da mesa. — Então, ande logo, kapici! — Ordenou sorrindo ao garoto. — Vamos registrar esse encontro do Oriente com o Ocidente para a posteridade!

Pouco depois, a foto estava revelada, o menino pago e muito satisfeito ao receber o dobro do que pediu pela foto. Zayn deu-a para Pilar.

— Aceite esta pequena lembrança de sua visita à Turquia. Ela observou a fotografia em preto e branco, em que o lábio inferior, sensual de Zayn sobressaía sob a sua barba por fazer e os olhos tinham uma expressão feroz, com um brilho de riso contido. Em contraste, os traços delicados do rosto de Pilar estavam a meio perfil, o olhar meigo, modesto. Ao fundo viam-se os contornos meio apagados do velho café turco. Ao erguer os olhos, deu com o olhar de Zayn a admirando de um modo totalmente diferente do esperado.

— Gostou do meu presente? — Perguntou ele, com um sorriso.

— Não preciso de uma fotografia para lembrar de você! — Respondeu, seca, mas guardou a foto no bolso do blazer.

1984 Palavras

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