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Capítulo Vinte e Cinco ── Duelo na Casa dos Gritos

✧ Capítulo Vinte e Cinco ──
Duelo na Casa dos Gritos

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Depois de tudo que havia acontecido na semana que se passou, incluindo o resfriado de Celine, a semana seguinte parecia tranquila demais. O grupo de amigos estava passando por mais alguns dias entediantes no castelo, sem poder sair para além dos portões devido a detenção dada pela professora McGonagall que os impedia de ir para Hogsmeade.

Bom, pelo menos a professora pensava que aquilo os impedia, porém, não era o que estava acontecendo enquanto Celine, Sirius, James e Remus andavam pé ante pé até o meio do corredor do terceiro andar, parando em frente a estátua da Bruxa de um olho e corcunda.

"Dissedium", Celine murmurou com sua varinha apontada em riste para o rosto da estátua que logo tratou de abrir a entrada para uma das passagens secretas de Hogwarts que levava diretamente a Hogsmeade.

O quinteto passou pela entrada e, assim que todos sumiram do corredor, a estátua voltou ao seu lugar habitual, fechando-se às costas deles.

Celine liderava o caminho, com a varinha erguida emitindo luz e iluminando o caminho de todos eles.

— Você parece bem confiante agora, diferente de meia hora atrás — Sirius Black murmurou ao lado de Celine, encarando os cabelos agora loiros e longos da mesma.

A garota deu de ombros e sorriu satisfeita para ele.

— Não é confiança, é apenas felicidade em saber que voltarei a me lambuzar na Dedos de Mel.

Os garotos riram e continuaram sua caminhada pela passagem.

Celine encontrava-se irreconhecível, a não ser pela voz, não havia nada nela que entregasse que um dia ela foi uma garota de cabelos cortados até às maçãs de suas bochechas, nariz meio torto e rosto sardento. Pois, agora, ela era uma garota de rosto fino e triangular, de longos cabelos loiros, olhos de coloração escura e sem sinais de sardas pela sua pele.

James Potter era outro que não tinha mais a mesma aparência. Antes, com seus cabelos negros e rebeldes, rosto meio quadrado e olhos castanhos escuros, porém, agora, de rosto meio arredondado, bochechas salientes, cabelos curtos e bem arrumados em sua cabeça e uma barriga um tanto saliente também. A única coisa que continuava a mesma em James Potter, eram seus óculos arredondados e tortos no rosto, pois Celine podia mudar muitas coisas, menos a visão terrível de seu amigo.

Remus Lupin um dia havia sido ruivo, porém, nesse instante, ele era um garoto de cabelos loiros pálidos como os de Celine e um rosto fino com traços de pequenas e singelas pintinhas. Agora não havia mais rastros de machucados ou as famosas cicatrizes que acompanhavam o rosto de Remus Lupin por aí, o que o deixou bastante satisfeito.

Os três já tinham a idéia perfeita da nova história de suas também novas aparências; Remus e Celine seriam irmãos, os irmãos George e Dorothy Gale, quanto a James Potter, ele era um grande amigo dos irmãos Gale, Johnny Galloway, que estava os acompanhando em sua visita a Hogsmeade, com seu cachorro, Sansão, ou apenas San, para os mais íntimos e, para os mais íntimos ainda, Snuffles.

Sirius Black foi o único que não pareceu nem um pouco satisfeito com essa história toda de animal de estimação, enquanto seus amigos escolhiam alegre e animadamente um novo nome e até dois apelidos para ele. No fim, ele defendeu o nome Sansão ao invés de Snuffles, que, para ele, era "Fofo demais e não condizia com sua aparência feroz e galante", no fim, depois de discutirem bastante, ele apenas acabou ficando com ambos.

Peter Pettigrew parecia satisfeito com seu posto de "Ficar apenas escondido no bolso do casaco de James", pois agora ele encontrava-se fazendo exatamente isso, dormindo no bolso do casaco de James Potter em sua forma de rato, enquanto os amigos andavam até o final da passagem secreta.

Manter os três com seus novos rostos não estava sendo tão fácil assim, Celine confessava aquilo. Exigia dela uma grande carga de concentração, mesmo enquanto andava e conversava, ria e olhava os arredores, em sua cabeça a todo momento ela ainda mantinha os rostos novos de James, Remus e até mesmo o próprio em sua cabeça, tentando não os fazer voltar a sua verdadeira forma.

Assim como Sirius havia dito, Celine estava sim meio receosa quanto a isso mais cedo, ela não acreditava que fosse realmente conseguir manter a transfiguração dos três por tanto tempo, porém, a idéia de sair do castelo e comer vários doces e se distrair um pouco — apenas um pouco para não deixar o feitiço escapar — enquanto bebia cerveja amanteigada, parecia tentadora demais. Ainda mais quando Celine se lembrava de todas as coisas que haviam acontecido semana passada com a mesma no castelo.

Celine queria se afastar daqueles pensamentos incômodos e, que jeito melhor de fazer isso se não em uma visita animada a Hogsmeade com seus quatro melhores amigos ainda mais animados?

— Bom, espero que ninguém nos reconheça — ela falou enquanto eles já se aproximavam do final da passagem. — Ou que eu não espirre e sem querer vocês voltem ao normal.

Sirius deu sua última risada à frase de Celine, antes de se transformar em um cachorro de pelagem escura e porte médio.

James espantou para longe aqueles pensamentos de Celine, dizendo que ninguém os reconheceria e que eles apenas se divertiriam um pouco antes de voltarem para o castelo, seria tão rápido que ela não teria tempo nem para pensar em seu espirro.

Remus foi quem abriu cautelosamente a porta do final da passagem que dava diretamente na Dedos de Mel, ele primeiro olhou de um lado ao outro, para ter certeza de que ninguém os veria sair dali e, quando pareceu satisfeito com a situação, indicou com uma das mãos para os amigos que era hora de sair dali.

Então, os dois irmãos George e Dorothy Gale, com seu amigo Johnny Galloway e seu cachorro Snuffles — e seu amigo Peter escondido no bolso —, saíram na Dedos de Mel todos juntos, andando por ali e se juntando aos demais enquanto conversavam e escolhiam doces para comprar.

Mais tarde, eles também resolveram ir até o Três Vassouras, visto que Madame Rosmerta havia os expulsado dali sem previsão para quando pudessem voltar, devido a última confusão dos mesmos com Avery no pequeno pub, porém, com suas novas aparências, os amigos entraram, se sentaram e se serviram totalmente despercebidos.

Eles agora tomavam cerveja amanteigada, enquanto davam pequenos goles escondidos para Snuffles, que parecia não querer se comportar enquanto não recebesse um pouco da bebida também.

— Snuffles, feio! — Celine reclamou enquanto tentava afastar o cachorro de porte médio de subir em cima da mesa e roubar uma das canecas.

— Pare com isso ou vamos ser expulsos de novo, seu pulguento! — Remus agarrou o grande cão pelo torço e o colocou de volta no chão. — Agora fique aí! — ordenou para os olhos irritados do amigo em forma de cão.

Celine suspirou quando viu que Sirius finalmente havia desistido.

— Talvez devêssemos começar a treinar ele, sabem? Coisas como: sentar, rolar e parar de roubar cerveja dos humanos sendo que você é um animal de estimação!

James e Remus riram de Celine e, Sirius, mesmo em sua forma de cão, olhava para Celine nada feliz com suas palavras. Ela conseguia nitidamente o ver falando "Não me chame de animal de estimação!", mesmo não podendo falar em sua forma de cão.

— Devíamos ensinar ele a ser um patinador também, lembram dele deslizando em suas quatro patas no gelo lá fora? — Remus relembrou da cena de Sirius escorregando no gelo e todos explodiram em risadas se recordando da cena também. — Ei, pare com isso! — reclamou quando viu Sirius mordendo e babando a barra de sua calça, parecendo chateado em ser o alvo de zombarias.

— Ah, Snuffles — James começou enquanto secava as lágrimas de suas risadas —, eu vou lhe perturbar para sempre com a lembrança de que tive que te carregar porque não conseguia andar com as próprias patas sobre o gelo.

Celine se dobrava de rir relembrando a cena de James carregando por aí um cachorro enorme no colo e, vendo a amiga rir alto, James voltou a rir também e, em um de seus acesso de risadas, ele acabou batendo no próprio casaco, o que ocasionou em um ganido fino e baixo vindo de um de seus bolsos.

— Oh, Merlin! Me perdoe, Rabicho — James pediu enquanto olhava preocupado para o próprio bolso e, quando viu que não havia machucado o amigo, ele suspirou em alívio.

Eles beberam mais algumas rodadas de cerveja amanteigada, enquanto riam e tentavam a todo custo afastar Snuffles das cervejas e petiscos em cima da mesa.

Celine estava orgulhosa de si mesma por estar conseguindo manter as aparências falsas deles por tanto tempo. Não havia nada fora do lugar, mesmo com ela rindo e papeando a todo momento, tudo ainda continuava em ordem. O que era extremamente bom!

— Preciso ir ao banheiro — James disse enquanto já se levantava e ia em direção ao banheiro do local.

E estava indo tudo muito bem, porém, quando James estava voltando de lá, duas coisas aconteceram ao mesmo tempo; uma delas foi Lílian Evans e suas outras duas amigas que entraram no Três Vassouras bem na mesma exata hora em que James saiu do banheiro, a outra, foi que enquanto Remus Lupin em sua forma loira negava com a cabeça para James, dizendo para ele não ir em direção de Lílian Evans, Celine Dorsey estava ocupada demais observando uma cena muita estranha do lado de fora, através de uma das janelas do pub lotado.

Ela viu primeiro Avery, e então Mulciber e mais o outro sonserino que sempre andava com eles. E então, ela viu também outros homens e mulheres, mais velhos, eles conversavam animadamente e pareciam totalmente alheios a presença uns dos outros enquanto andavam pelas ruas lotadas de Hogsmeade, porém, Celine viu o momento exato em que eles passaram ao lado um do outro e então, o garoto que andava sempre com Avery e Mulciber, entregou algo que parecia ser um pequeno pedaço de pergaminho na mão de um dos homens sorridentes que passava e ia para bem longe dali.

Logo em seguida, os três entraram no Três Vassouras.

— James é mesmo um grande idiota… — Remus murmurou ao lado de Celine, chamando a atenção dela para James Potter no meio do local, que andava em direção das três garotas.

— Mas o que ele pensa que está fazendo? — Celine perguntou desacreditada enquanto observava o amigo conversar com Lílian Evans. — Ele vai nos entregar! 

Remus segurou Celine quando a viu se levantar da própria cadeira.

— Deixe lá, vamos ver o que acontece. Provavelmente ele vai ser rejeitado mais uma vez.

Celine concordou com as palavras de Remus e então, eles observaram James falar algo em sua pose galante para Lílian Evans, porém, essa pose não pareceu durar muito quando James pareceu congelar no lugar enquanto as duas amigas de Lílian riam do estado do garoto.

Depois de um tempo que pareceu uma eternidade, James Potter se virou nos próprios calcanhares e voltou para a mesa dos amigos. Com os olhos arregalados e a boca meio entreaberta.

— O que aconteceu? — Remus perguntou quando o amigo finalmente se sentou. — Ela te chamou de Praga Potter de novo?

James negou devagar com a cabeça.

— Ela me disse que eu era fofo e que adoraria trocar cartas comigo… — James então piscou os olhos uma porção de vezes e olhou para a própria barriga. — Ela talvez goste de garotos rechonchudos? Talvez eu devesse começar a comer sapos de chocolate junto com a Cel e o Rabicho.

— E o que você respondeu? — Remus perguntou enquanto ria.

— Eu não disse nada! Eu nunca tinha passado da primeira parte antes! 

Remus gargalhou e até mesmo Sirius em sua forma de cão pareceu rir com algumas bufadas. Foi então que Remus reparou que Celine não parecia rir junto. Ele olhou para a amiga e a viu encarando um ponto em específico do pub.

— Cel? O que houve? — Remus perguntou.

Celine apontou com o queixo para uma mesa bem afastada da deles, onde três amigos riam juntos, vestidos em suas capas verdes.

— Qual o nome daquele garoto que está sempre com Avery e Mulciber? 

Remus olhou para a mesa e, James seguido de Sirius, olharam para a mesma direção depois de escutarem o nome sair pela boca da amiga.

— Aquele é o Rookwood, se eu não me engano — foi James quem acabou respondendo a pergunta da amiga. — Eu não me lembro do primeiro nome dele.

— Augusto — Remus lembrou. — Augusto Rookwood.

James concordou, porém, logo em seguida olhou novamente para a amiga.

— Você está com aquele olhar… — ele murmurou observando Celine. — Aquele olhar de quem vai aprontar ou está pensando em aprontar alguma coisa.

Remus olhou apressado na direção de Celine.

— Merlin! Ela realmente está com esse olhar!

Celine revirou os olhos e apoiou os cotovelos sobre a mesa quadrada e de madeira, se debruçando sobre a mesma. Os dois amigos, entendendo que ela estava prestes a sussurrar algo aos dois, acabaram fazendo o mesmo e, até mesmo o cachorro ali parado, se aproximou para participar da conversa que estava prestes a ser iniciada.

— Eu vi esse garoto, Rookwood, passar algo para alguém do lado de fora. Uma ação rápida, como se ele não quisesse que ninguém mais visse aquilo…

Remus ergueu uma sobrancelha para a amiga e James continuou a encarando.

— Cel — ele chamou com cautela —, você tem certeza de que viu isso?

— Mas é claro que sim! Eu sei que vi!

— Bom, é fim de semana e Hogsmeade está lotada de bruxos e bruxas…

Celine desviou o olhar da mesa distante e olhou para James.

— O que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que talvez não seja nada demais, que talvez você nem tenha mesmo visto isso! Ultimamente você está tão focada em pegar Avery e seus amigos que talvez tenha até imaginado isso.

Celine soltou uma pequena risada e negou com a cabeça.

— Então você não acredita em mim? 

— Cel, por favor… — James murmurou baixinho. — Não podemos chamar atenção, lembra? 

Ela apenas deu de ombros.

— Eu não vou chamar a atenção — ela disse enquanto se levantava da mesa e ia em direção da mesa ao fundo, onde os três amigos sonserinos estavam.

James olhou assustado em direção de Remus, que apenas olhava paralizado Celine andar até o fundo do local. Sirius, em sua forma de cão, se apoiou com as patas dianteiras nas pernas de Remus e também acompanhou com os olhos Celine andar decidida até a mesa dos sonserinos.

— Eu sinto que isso não vai dar certo… — James murmurou consigo mesmo.

Eles dois assistiram Celine andar decidida até lá com um copo de cerveja amanteigada nas mãos, quando eles pensaram que ela pararia na mesa dos garotos, ela passou reto por eles e, quando suspiraram em alívio, no mesmo momento eles assistiram Celine esbarrar em Augusto Rookwood e derramar todo o conteúdo da caneca na capa de seu uniforme.

James e Remus arregalaram os olhos e James já estava pronto para pular dali e ir em direção de Celine antes que fizessem algo com ela, porém, um sorriso enorme e doce apareceu nos lábios da amiga deles, ela sussurrou algo para Augusto, com uma das mãos no ombro do garoto e, com um beijinho nos cabelos meio molhados dele por conta da cerveja amanteigada, Celine voltou para a mesa dela e dos amigos com um sorriso vencedor no rosto, enquanto deixava para trás um Augusto Rookwood vermelho feito pimenta.

— Você beijou a cabeça dele ou eu acabei de alucinar aquilo? — James perguntou espantado, enquanto Remus a olhava de olhos arregalados.

Enquanto Sirius, bom, ele ainda continuava apoiado nas pernas de Remus enquanto olhava para Celine sem nem ao menos piscar.

— Eu fingi não falar a língua dele, pedi desculpa em francês e flertei um pouco, garotos são tão fáceis quando são completos idiotas — ela explicou e James olhou ainda mais embasbacado para ela.

— E você foi até lá apenas para derramar cerveja amanteigada nele? — Remus perguntou perdido, porém, os três amigos souberam que havia bem mais quando Celine abriu um sorriso assustador na direção deles.

— Eu joguei um frasco inteiro de Amortentia na bebida dele — ela sussurrou enquanto mostrava o frasco vazio em um dos bolsos.

— Um frasco inteiro de Amortentia — James repetiu com a voz uma oitava mais fina.

— Como? Onde? E porque? — Remus perguntou exasperado. — Como conseguiu Amortentia?

Celine deu de ombros.

— Fui eu mesma que fiz na primeira aula de poções do ano com o professor Slughorn, se lembram? — James pareceu cavar fundo em suas próprias memórias, enquanto Remus concordava, logo se lembrando daquele dia. — O professor me deixou ficar com a poção e desde aquele dia eu tenho andado com ela por aí, eu só não pensei que um dia ela viria a ser tão útil.

— E por que diabos você anda com um frasco de Amortentia por aí? — Remus perguntou, segurando nos cabelos agora loiros. — E por que o professor te deixou com isso?!

Celine riu do desespero do amigo.

— Ele confiou em mim e, bom, eu ando com ela por aí por que vocês sabem do meu histórico com essa poção… as pessoas tendem a tentar colocar ela no meu suco de abóbora.

— Professor Slughorn… — Remus negou com a cabeça enquanto parecia divagar com ele próprio — … que erro horrível.

Sirius concordou com as palavras baixas do amigo e até mesmo Peter que parecia alheio a tudo enquanto dormia no bolso do casaco de James, acordou com a barulheira e desespero dos amigos.

— Mas por que você colocou Amortentia na bebida dele?! Cel, você enlouqueceu?! — James perguntou exasperado. 

Celine riu mais uma vez enquanto dava de ombros.

Era óbvio pelo desespero dos amigos que eles pensavam que eles seriam pegos, mas Celine já havia pensado em tudo. Ela sabia muito bem que não seria pega, na verdade, ela arrancaria toda a verdade de uma vez por todas daqueles três.

Ah, sim! Ela faria mesmo isso.

— Ninguém vai nos pegar, relaxem — Celine tentou tranquilizar os dois enquanto voltava a se debruçar sobre a mesa. — Prestem atenção no meu plano agora.

James e Remus se debruçaram ainda mais sobre a mesa na direção da amiga, Sirius em sua forma de cão ainda apoiado com as patas dianteiras nas pernas de Remus colocou o rosto canino na mesa, com os olhos arregalados, prestando total atenção e, até mesmo Peter, agora parecia muito acordado com a cabeça para fora do casaco de James, também olhando na direção da amiga que parecia estar se preparando para algum tipo de guerra.

"A poção não vai demorar muito mais que quinze minutos para fazer efeito, ainda mais visto que eu despejei ela inteira na bebida dele", ela começou decidida. "E então como eu flertei com ele na frente dos amigos, eu vou o convencer a me seguir por aí na vila, vocês vão me esperar na Casa dos Gritos, onde vamos todos nos encontrar."

James concordou com a cabeça, parecendo repassar consigo mesmo tudo que havia acabado de ouvir, mas Remus parecia totalmente incerto sobre aquilo tudo.

— E depois? E, claro, por que estamos mesmo fazendo isso? — ele perguntou baixo na direção de Celine.

— Estamos fazendo isso porque eu sei que vi algo! E tenho certeza de que eles estão aprontando alguma coisa, eu desconfio muito de que aquelas pessoas lá fora fossem de fato Comensais.

Remus arregalou os olhos.

— O que?! — ele perguntou uma oitava mais alta, porém Celine logo mandou ele baixar a voz. — O que?! — ele repetiu, agora mais baixo.

— Isso mesmo, Comensais da Morte.

James agora parecia meio alerta com as coisas que Celine falava.

— Cel, você não respondeu a primeira pergunta de Aluado. O que você pretende fazer com ele depois? — James perguntou.

— Eu apenas vou fazer algumas perguntas, e Augusto Rookwood vai ter que me responder.

Remus estava prestes a contestar aquilo mais uma vez, porém, ao longe, houve um burburinho na mesa de Avery, Mulciber e Rookwood. E quando Celine olhou naquela direção, ela soube que teria que começar a agir quando viu Augusto Rookwood olhando fixamente para ela, como se sonhasse acordado. Totalmente abobado.

Ela teria que o tirar dali rapidamente, antes que os amigos dele desconfiassem de algo.

— Vejo vocês na Casa dos Gritos — ela falou enquanto se levantava e mais uma vez ia na direção da mesa aos fundo, deixando os amigos para trás.

— Eu estou com um péssimo pressentimento, Pontas — Remus revelou. — Não acho que a Celine esteja agindo racionalmente.

James olhou rapidamente na direção da amiga, a vendo sorrir na direção dos garotos, com Rookwood quase babando com a visão de Celine conversando com ele.

Ele no fundo sentia o mesmo, para James, Celine estava obcecada em tentar encontrar algo que acusasse Avery e os outros e, principalmente, que fizesse Dumbledore acreditar nela e agir.

— Do que isso importa? Já está feito, não é? Eu vou ajudá-la — James disse decidido enquanto se levantava e arrumava o casaco com cuidado para não machucar Rabicho.

Sirius viu o amigo se levantando e indo em direção da saída do Três Vassouras, provavelmente indo em direção à Casa dos Gritos, onde Celine havia pedido para que eles se encontrassem e, ele estava prestes a ir atrás, mas viu Remus hesitante em sua própria cadeira.

— Nós vamos ser todos pegos e expulsos — ele murmurou quando sentiu Sirius puxar a barra de sua calça com a boca e, bufando, ele se levantou e foi atrás de James, assim como Sirius, mas não sem antes dar uma última olhada na direção da amiga que ficava para trás.

Celine parecia estar tendo uma conversa animada com os três garotos. Ela, com sua aparência totalmente diferente, parecia ter adquirido uma personalidade totalmente diferente também, era impossível que eles a reconhecessem. 

Ou pelo menos, era isso que Remus esperava.

Não muito tempo depois, os quatro garotos já encontravam-se onde Celine havia os pedido para a esperar, na Casa dos Gritos.

Eles estavam tendo uma discussão acalorada ali dentro. Remus continuava a dizer que aquilo era uma loucura, James tentava a todo custo ficar ao lado de Celine, mesmo com os argumentos muito bons de Remus contra tudo aquilo e, Sirius, ele estava como Peter, olhando de um para outro.

Pela primeira vez, Sirius não soube dizer se concordava com uma enrascada ou não. Apesar de ele sempre se envolver em várias, pelo jeito que Celine havia dito que resolveria aquele "Problema", era mais como se ela estivesse empenhada a pôr tudo a prova apenas pelo seu ego ou coisa parecida.

Ele sabia bem demais que Celine estava chateada com Dumbledore. Ela havia confiado a ele o que ela havia visto, porém, ele não havia feito nada a respeito segundo ela, então, lá estava Celine Dorsey, fazendo as coisas do seu próprio jeito.

— Brigar não vai adiantar de nada — Sirius falou dando de ombros e aumentando a voz para que James e Remus o escutassem e parassem de discutir. — Nós já não nos enfiamos em várias enrascadas? Essa só é mais uma delas.

— O plano era apenas nos divertir em Hogsmeade, e não sequestrar um provável alguém mancomunado com um Comensal da Morte! — Remus falou alto, desesperado para que eles o entendessem ali.

James bufou e se virou na direção de Remus mais uma vez.

— Você sabe passar pela passagem até o castelo, não é? Então apenas vá se não quiser participar. Eu apenas acho injusto por que a Celine sempre te ajudou sem nem ao menos perguntar qualquer coisa ou contestar, e agora você está aí todo relutante em fazer o mesmo — James falou raivoso.

— Pontas… — Sirius murmurou baixo, vendo que os dois logo começariam novamente.

Remus olhou desacreditado na direção do amigo.

— Você não me entendeu, Pontas! É claro que eu estou do lado da Cel! Eu apenas estou preocupado com ela, com a gente! Por que Celine disse que um deles já é um Comensal! O que aconteceria se descobrissem que sequestramos um deles? — Remus suspirou cansado e se sentou na cama velha que havia ali.

— Nós nem sabemos sobre isso ainda, Aluado… — James soltou outro suspiro em resposta.

— E-eu s-sinto c-como se isso não fosse dar certo.

Todos se viraram de sobrancelhas erguidas na direção de Peter, que parecia tremer.

— O c-caminho i-i-inteiro eu s-senti como se estivessem nos observando — ele terminou a frase com bastante esforço, abraçando as próprias mãos para que parassem de tremer.

— Agora — Sirius falou enquanto ainda assistia o amigo tremer e gaguejar —, Rabicho é naturalmente assustado e medroso, então isso não conta.

Remus parecia que estava prestes a dizer mais alguma coisa, porém, os sons de passos no assoalho da casa velha, os fizeram ficar alertas.

— Celine? — James gritou o nome da amiga.

— Não se preocupem, medrosos, sou eu mesma — a amiga respondeu passando pela porta que dava ao quarto onde os quatro estavam. — Mas eu trouxe um amigo novo para nos fazer companhia! — ela exclamou enquanto agarrava Augusto Rookwood pelos ombros e o colocava logo a sua frente.

O garoto pareceu por um segundo que tropeçaria nos próprios pés, mas ele logo conseguiu manter o equilíbrio e evitar a própria queda. Augusto Rookwood normalmente tinha um semblante de poucos amigos, mas agora, ele simplesmente estava vermelho demais, corado, enquanto encarava Celine, mesmo que a mesma estivesse atrás dele, ele ainda assim girava o pescoço o máximo que podia para poder continuar encarando a garota e, em uma das mãos que Celine usava para segurar os ombros de Augusto, o mesmo acariciava os dedos da menina com adoração, como se ela fosse algum tipo de objeto raro e extremamente estimado.

— Ele parece… — James olhou o garoto de cima a baixo e negou com a cabeça — … que vai começar a babar nos próprios sapatos a qualquer momento.

— Agora você sabe como se parece toda vez que vê Lílian — Sirius zombou e, mesmo estando irritado, Remus não conseguiu segurar a risada que se seguiu.

— Ei! — James reclamou, olhando para Augusto Rookwood de cima a baixo, parecendo ofendido.

— Calem a boca! — Celine mandou. — Agora, Augusto, esses são os meus amigos que eu falei para você — ela murmurava para o garoto enquanto o guiava em direção a cama, enxotando Remus para longe e pondo Rookwood sentado ali.

O garoto olhou para todos ao redor dele e depois sorriu para Celine.

— Amigos da Dorothy… — ele falou enquanto ainda sorria abobado na direção de Celine e alisava os dedos finos da garota em seu ombro.

Remus fez uma careta terrível e se aproximou do garoto sentado na cama.

— Céus! Ele parece bem longe daqui.

O garoto riu e jogou a cabeça sobre o ombro, arrastando a bochecha nos dedos de Celine.

"Dorothy e Augusto, embaixo de uma árvore…" o garoto cantarolava baixinho para ele mesmo.

— Será que a quantidade exorbitante da poção derreteu o cérebro dele? — James perguntou rindo da situação.

— Não tanto, apenas o suficiente — Celine responde e James olhou assustado para ela. — É brincadeira!

— Tudo bem — Sirius se aproximou enquanto jogava a cabeça de Augusto Rookwood para longe da mão de Celine, o que não adiantou muito por que ele logo voltou a sorrir e perseguir a mão da garota —, e como você pretende perguntar qualquer coisa com ele nesse estado? Eu duvido que ele consiga diferenciar um pato de uma árvore agora.

Celine sorriu despreocupada.

— Ele consegue, você apenas precisa fazer as perguntas da maneira correta — ela disse enquanto aproximava o rosto de Augusto, que olhou admirado para a garota. — Certo, Augusto, o que foi que eu te disse mais cedo mesmo, querido?

O garoto riu, parecendo amar a situação e abraçou a cintura de Celine, esfregando a cabeça no estômago da menina, deixando todos surpresos, até mesmo Celine, que deu um pequeno pulo com o susto.

James teve que segurar Sirius pelos ombros para que o mesmo não se jogasse na direção do garoto que estava sob o efeito da poção.

— Dorothy disse que se Augusto fosse um bom garoto respondendo, ele ganharia um presente de Dorothy — Rookwood falou enquanto olhava esperançoso na direção de Celine, ainda agarrado em sua cintura.

— Isso mesmo! Você ganha uma recompensa! — ela falou animada o incentivando.

— Pode ser um beijo? — ele sussurrou contra o casaco de Celine e James teve agora que segurar uma das pernas de Sirius Black para que ela também não alcançasse o garoto com um chute. — Ou talvez um encontro? — Augusto fez um barulho de surpresa com o fundo de sua garganta. — Ou quem sabe um casamento? — ele perguntou baixinho e esperançoso.

Celine concordou com a cabeça, tentando afastar com uma das mãos a cabeça do garoto para longe dela. 

— Pode ser o que você quiser, mas primeiro você precisa ser um bom garoto e me responder tudo que eu te perguntar, tudo bem?

Rookwood concordou rapidamente com a cabeça, parecendo ansioso.

— Ótimo — Celine falou animada, olhando decidida para o rosto de Augusto. — Avery é mesmo um Comensal?

— Não — o garoto respondeu de imediato, cantarolando enquanto negava com a cabeça.

— O que? — Celine perguntou desacreditada enquanto piscava várias vezes. — Você prometeu não mentir para mim, Rookwood!

O garoto choramingou por sua amada estar o chamando pelo segundo nome ao invés do primeiro e choramingou ainda mais quando viu que ela parecia chateada com ele.

— Não estou mentindo, Doty! Eu nunca mentiria para você, meu amor! 

— Então o que é a tatuagem no braço dele? Eu tenho certeza de que a vi lá.

Celine tinha certeza absoluta do que viu no sétimo andar do castelo, ela sabia que Avery carregava consigo a tatuagem no antebraço esquerdo.

Ela não havia alucinado aquilo!

— Ele tem, realmente tem! Mas não é de verdade — Augusto voltou a responder, parecendo ansioso em fazer Dorothy voltar a sorrir docemente para ele.

Celine franziu a testa.

— Me explique.

Rookwood logo concordou.

— Ele apenas usa aquilo para conseguir o que quer, como uma forma de ameaça aos outros.

"Que vergonhoso", James murmurou.

— Então nenhum de vocês é um Comensal da Morte? — ela voltou a perguntar.

— Não.

Celine cruzou os braços e olhou para a cortina rasgada em uma das janelas da casa velha.

— Agora faz bastante sentido o porquê de Dumbledore não ter agido — Sirius opinou.

"Ele podia ter me contado", Celine pensou consigo mesma.

— Agora podemos mandar ele embora, não é mesmo? — Remus perguntou esperançoso, mas apenas foi ignorado por Celine, que continuou com suas perguntas.

— Quem eram aquelas pessoas de mais cedo, aquelas para quem você passou o pedaço de pergaminho? — Celine perguntou e Rookwood pareceu confuso por um instante.

— Eu disse, Cel, estava muito lotado, talvez você não tenha visto isso mesmo — James falou quando percebeu que Augusto Rookwood parecia bastante desnorteado sobre a pergunta de Celine.

Celine negou com a cabeça para James.

— Você não os conhece? — ela voltou a perguntar.

Rookwood negou.

— Eu não me lembro do nome deles, Dotinha! Me perdoe! 

Celine sorriu radiante e Rookwood pareceu ficar feliz por ter feito Celine sorrir, sorrindo ainda mais em direção dela.

— Então você os conhece! — ela afirmou e Augusto concordou com a cabeça. — Eles eram Comensais? 

— Celine, por favor! Você está ficcionada nisso! — Remus murmurou, mas ficou surpreso com a próxima resposta animada de Augusto.

— Sim, eles são! — ele respondeu sorrindo e rindo para o rosto radiante de Celine.

"Eu disse!", Celine se virou vitoriosa para os amigos.

E quando ela estava prestes a se virar e fazer sua última pergunta antes de apagar essas últimas memórias de Augusto Rookwood, todos eles escutaram passos que não eram os deles próprios no assoalho da velha Casa dos Gritos.

"Passos!", Sirius murmurou enquanto sacava a própria varinha. Celine concordou com a cabeça e sacou a sua própria, enquanto Remus, James e Peter faziam o mesmo, o último parecendo que derrubaria a qualquer momento a varinha no chão de tanto tremer.

A Casa dos Gritos era conhecida por ser assombrada. Ninguém se atrevia a chegar muito perto da mesma, pois todos sempre escutavam em certas noites, gritos e outras coisas horrendas vindas dali. Portanto, ninguém se atrevia a se aproximar da Casa dos Gritos, muito menos entrar nela.

Os Marotos e Celine sabiam bem que os barulhos vinham todos devido a Remus Lupin, em suas noites conturbadas de lua cheia. Foram eles que espalharam os rumores da casa ser assombrada por aí, para acobertar Remus.

Então, quem se atreveria a entrar ali se não alguém que estava atrás de algo? Ou quem sabe, alguém? 

Os cinco pensavam nos Comensais da Morte que Augusto Rookwood havia citado, e aquilo fazia a barriga deles revirar.

— Doty! Eu não estou gostando disso! — Rookwood falou alto enquanto se jogava no assoalho, fazendo um grande barulho e agarrando a cintura de Celine novamente.

— Solte ela! — Sirius murmurou, mas no mesmo instante os passos na parte de baixo do assoalho pararam seu barulho.

Mas não demorou a voltarem a se fazer presentes, agora em direção às escadas.

Celine arrastou Augusto Rookwood junto com ela para o lado da porta, se mantendo escondida, e apontou para que os outros fizessem o mesmo.

Logo, James estava escondido atrás de uma das cortinas, Remus do outro lado da porta perto de Celine, Sirius se abaixou ao lado da cama e Peter voltou a sua forma de rato, sumindo pelo cômodo.

Os passos pareciam subir as escadas agora e, com o som tão próximo, de repente era possível perceber que se tratava de mais de uma pessoa.

Duas? Três? Talvez quatro?

Celine pensava sem parar, procurando o que fazer, como os tirar ilesos daquela situação que ela mesma havia os colocado.

Ela pensava sem parar enquanto segurava a boca fechada de Augusto Rookwood com uma mão, o mantendo quieto e com a outra mantinha sua varinha bem segura e pronta para o que viesse.

"Eu acho que não tem ninguém aqui", a voz de uma garota se fez presente.

"Não, eu tenho certeza de que escutei algo vindo daqui de cima", outra voz, também feminina, respondeu e, Celine conhecia essa segunda voz muito bem.

Ela olhou para James que estava com a cabeça para fora da cortina e: "Lílian Evans", eles dois murmuraram um para o outro.

"O que ela está fazendo aqui?!", Sirius perguntou também no mesmo tom sussurrante.

Celine realmente não sabia dizer o por que ou como Lílian Evans havia ido parar ali na Casa dos Gritos, ela agora apenas se preocupava em a mandar para bem longe dali, mas ela também não fazia ideia de como fazer isso.

"Rabicho disse que tinha alguém nos observando", Remus falou do outro lado da porta, olhando para Celine.

A garota apenas suspirou encostando a cabeça na parede, enquanto ainda sentia Rookwood cantarolar contra sua mão.

Pouco tempo depois, a garota de cabelos ruivos e longos passou pela porta do cômodo onde todos estavam.

Todos permaneceram quietos e escondidos.

— Sabe, eu estou vendo seus sapatos — Lílian falou, com a varinha em mãos, enquanto observava os sapatos de James Potter logo abaixo da longa e maltrapilha cortina.

James suspirou e saiu de trás da cortina, com um sorriso tímido nos lábios.

Eu não falarrr su língua — ele riu baixo enquanto passava uma das mãos no cabelo, tentando imitar ridiculamente o sotaque francês do pai de Celine. 

Lílian ergueu a varinha e apontou para James.

— Você falou comigo mais cedo no Três Vassouras, idiota — ela relembrou e James quis chorar. — Onde estão os seus amigos?

— Atrás de você, Lílian — Celine falou enquanto saia da sombra da porta, mas Lílian não esperava por aquilo, ela se virou rapidamente em seus calçados e lançou um feitiço de lampejo vermelho na direção de Celine, que o rebateu quase que imediatamente, fazendo a varinha da ruiva voar para longe.

— Nós vamos soltar mesmo feitiços uns contra os outros? — Sirius perguntou se levantando de repente de onde estava.

Lílian olhava para sua varinha caída ao longe, mas quando escutou a voz de Sirius Black, ela quase que imediatamente se virou na direção do garoto.

— Sirius Black! — ela exclamou. — O que você está fazendo aqui? — Lílian perguntou, porém, quando voltou a olhar para a garota loira com um sonserino agarrado na cintura, o menino igualmente loiro logo ao lado e o pequeno rechonchudo, Lílian não precisou de muito mais para entender. — Marotos… — ela murmurou quase que ameaçadoramente. 

Ela estava prestes a fazer um grande interrogatório ali, seguido de uma boa detenção para todos, porém, quando suas duas amigas passaram pelo assoalho do cômodo e viram a amiga desarmada e Celine em sua forma loira ainda apontando a varinha em direção dela, não demorou muito para que todos estivessem lançando feitiços uns contra os outros.

— Então vamos mesmo soltar feitiços uns contra os outros! — Sirius exclamou enquanto bloqueava um dos feitiços que quase o acertava em cheio.

Mas antes que isso tudo fosse muito longe, Lílian logo tratou de se aproximar das amigas e pedi-las para que parassem.

— Marlene, Maria! — ela exclamou fazendo as duas pararem e olharem para ela. — São os Marotos! — Lílian apontou para eles todos e as duas meninas olharam para todos ali sem entender.

Celine relaxou os ombros, vendo que provavelmente não precisaria usar mais sua varinha e também deixou que seu rosto voltasse ao habitual, assim como o de seus outros dois amigos.

— Mas o que…- 

— Surpresa! — Sirius exclamou enquanto ia para o lado de James e Celine, atravessando o cômodo.

As três meninas olhavam embasbacadas para os quatro do outro lado.

— Doty! — Augusto Rookwood ainda sentindo os efeitos da poção do amor, olhou embasbacado para Celine, que agora não tinha mais a aparência de sua doce e querida Dorothy Gale. — Onde está a minha Doty?! — ele exigiu saber enquanto olhava para todos os cantos, como se procurasse pela garota.

Todos olhavam abismados para o garoto Rookwood, que procurava por sua Doty embaixo da cama do local, quase a ponto de chorar.

— Qual o problema dele? — Maria McDonald perguntou.

— Vocês o enfeitiçaram? — a outra amiga de Lílian que Celine a viu chamar de Marlene perguntou e todos ficaram ainda mais surpresos quando o garoto começou a procurar pelas cortinas.

Celine soltou um breve suspiro que continha toda sua impaciência.

Ela estava tão próxima de descobrir o que estava acontecendo… mas então todas elas chegaram e acabaram com tudo! 

— Amortentia — Lílian simplesmente falou enquanto ainda observava Augusto Rookwood. — Vocês deram Amortentia para ele! — acusou.

— E o que foi aquilo de antes, Polissuco? — Marlene perguntou com as sobrancelhas franzidas em ameaça.

James e Remus pareciam não saber para onde ir e, observando Celine, Sirius viu que a mesma parecia imersa demais nos próprios pensamentos para responder no momento.

— Eu posso explicar! — ele exclamou erguendo as mãos acima da cabeça, com um sorriso ladino no rosto.

— É, é melhor fazer isso mesmo! — Marlene apontou raivosa.

Celine rangeu os dentes e deu alguns passos à frente de Sirius Black.

— Não temos que explicar nada — ela se pronunciou com a voz baixa, em um aviso velado. — Por que apenas não saem daqui e vão cuidar das suas próprias vidas?

Sirius arregalou os olhos, seguido de James e Remus apenas negou com a cabeça para tudo aquilo.

— Primeiro de tudo, foram vocês que nos seguiram até aqui, por que não explicam isso?! — Celine continuou e James colocou uma das mãos no ombro da amiga, tentando a acalmar.

Lílian piscou várias vezes na direção de Celine.

— Me explicar? Eu vim até aqui por que quando o idiota do James Potter falou comigo no Três Vassouras eu soube imediatamente que era ele! E então eu vi depois vocês vindo até aqui… — Lílian se refreou e apontou na direção de todos eles. — Vocês estão todos proibidos de vir a Hogsmeade e…

Ela continuou a falar, mas Celine perdeu totalmente o foco quando viu que Augusto Rookwood estava prestes a descer as escadas da casa abandonada, cambaleando em seus próprios pés, ainda murmurando o nome de Dorothy Gale.

Immobilus! — e de repente, Augusto Rookwood estava imóvel e caído na soleira da porta, antes que pudesse chegar às escadas.

Lílian Evans olhou espantada para Celine Dorsey.

— Por que fez isso?!

— Ele ainda tem algumas respostas para me dar — Celine respondeu enquanto saia do lado em que estava do cômodo, despreocupadamente e ia em direção a Rookwood.

Quando ela estava prestes a fazer qualquer coisa, sua varinha voou para longe.

— Não sem antes me contar o que está acontecendo aqui! Eu já disse! — Lílian voltou a repetir, apontando a varinha para Celine. — Eu vou os levar para a professora McGonagall imediatamente!

— Você me desarmou?! — Celine perguntou raivosa enquanto já se jogava em direção de onde sua varinha havia ido parar e, antes que alguém tentasse a impedir, ela conseguiu chegar até lá e então, novamente, havia um duelo acontecendo ali, porém, dessa vez, apenas entre Lílian e Celine.

As duas pareciam raivosas uma com a outra, concentradas demais enquanto lançavam feitiços uma na outra.

— Nós devíamos fazer algo, não é? — Sirius perguntou para um James Potter de boca entreaberta, parecendo estar em choque com a atual situação.

James arrumou os óculos no rosto e concordou com a cabeça.

— Celine! Pare com isso, vamos apenas conversar. Se explicarmos tudo eu tenho certeza de que…-

— Não vou explicar nada! Eu nem as conheço! Não confio nelas! — Celine respondeu alto enquanto não parava nem por um momento de lançar os feitiços.

Lílian Evans olhou espantada para Celine e então, o duelo entre as duas pareceu piorar ainda mais.

— Pensei que fossemos amigas! — Lílian gritou.

— Se fossemos você não teria vindo até aqui com essas duas e estragado com tudo! 

— Estragado?! Por que vocês não crescem?! Vocês Marotos e sua rivalidade ridícula com os garotos da Sonserina! Você enfeitiçou um colega!

As duas pareciam que não parariam nunca, enquanto isso, as duas meninas e os dois meninos andavam pelo cômodo, desviando e se defendendo dos ataques das duas que voavam por ali.

— Você não deve falar do que não sabe! Muito menos se intrometer também! — Celine gritou com o rosto vermelho. — Isso não é sobre uma rivalidade ridícula, é sobre algo que vai além do seu distintivo ridículo de monitor!

— Ridículo? Talvez você nunca tenha o merecido mesmo!

E então, tão repentinamente quanto começou, acabou também quando a varinha das duas voou para longe.

Celine olhou para o lado e encontrou Sirius com sua varinha em mãos, ele a olhava como se a dissesse para se acalmar.

— Vamos parar com isso, as duas estão sendo extremamente infantis! — James exclamou, com a varinha de Lílian Evans em mãos. — Augusto Rookwood estava prestes a nos dizer sobre estar ajudando alguns Comensais da Morte, Celine descobriu sobre isso a não muito tempo atrás.

Lílian arregalou os olhos em direção de James Potter.

— Comensais da Morte? Como assim? O que ele teria haver com isso? — Maria McDonald perguntou, parecendo assustada.

— É o que eu estava prestes a descobrir — Celine respondeu enquanto arrancava a própria varinha das mãos de Sirius Black.

Era óbvio que ela não estava nada feliz em ver que James contaria sobre tudo aquilo para as três garotas.

— Nós não deveríamos falar sobre isso com o diretor Dumbledore? Esse seria o certo, ele deveria ser avisado  — Marlene McKinnon falou como se fosse óbvio.

— Ele já sabe — Remus se pronunciou depois de muito tempo calado.

Celine fechou os olhos e tentou se acalmar, ela tentou se lembrar do rosto de Dorothy Gale que ela mesma havia inventado e, com sua varinha de nogueira preta em mãos, Celine desfez o feitiço paralisante que usou em Augusto Rookwood, ela precisava aproveitar que o mesmo ainda estava sob os efeitos da poção.

Ela precisava aproveitar enquanto ele ainda era volátil e fácil.

— Olá, querido — ela cumprimentou quando o garoto começou a se levantar.

Augusto Rookwood olhou para Doty com os lábios trêmulos e voltou a abraçá-la pela cintura, Celine voltou a levá-lo em direção da cama gasta da casa abandonada e olhou novamente nos olhos do garoto que tinha a mesma idade que ela, porém, conceitos totalmente diferentes do que era certo ou errado.

— Agora, por que não voltamos para a nossa brincadeira? — ela perguntou animada e ele sorriu, concordando.

— E depois o casamento? — ele perguntou e Celine concordou com a cabeça, ainda animada. — Doty e Augusto, embaixo de uma árvore… — Rookwood voltou a cantarolar sonhadoramente, enquanto se balançava minimamente em algum tipo de dança.

Celine respirou fundo buscando paciência, ainda mais depois de tudo que acabou acontecendo e, tendo em mente que as três garotas e os dois garotos atrás dela estavam prestando bastante atenção no que ela fazia, Celine sorriu para Augusto Rookwood e o pediu delicadamente para que parasse de cantar, dizendo que depois os dois cantariam juntos.

— Então, o que havia no pergaminho e por que vocês estavam com aqueles Comensais da Morte? 

Augusto piscou algumas vezes e coçou os cabelos, parecendo meio atordoado, olhando ao redor e parecendo começar a ponderar algo no fundo da sua mente.

Fazia tempo que Celine havia feito a poção, obviamente ela não estaria mais tão forte quanto se fosse ingerida na hora exata em que foi feita, porém, como a quantidade havia sido exorbitante, o efeito havia sido estrondoso e eficaz.

Mas ele parecia já estar passando.

Celine puxou o rosto dele na direção dela, para que ele voltasse a olhá-la nos olhos.

— Me responda, Augusto — ela repetiu —, querido.

O garoto concordou com a cabeça.

E-eles não são nossos amigos — respondeu incerto. — Era para ser um teste.

— Teste?

Ele concordou com a cabeça.

— Para que, quando nos formássemos, pudéssemos fazer parte também.

Celine engoliu em seco, mas não se deu ao luxo de pensar demais quando viu mais uma vez Augusto Rookwood olhar para o cômodo como se perguntasse a si mesmo o que estava fazendo ali.

— O que havia no pergaminho?

— Um local — ele respondeu. — Doty, o que eu estou fazendo aqui? Onde estão os meus amigos? — ele perguntou parecendo que se levantaria, mas Celine o empurrou de volta pelos ombros e voltou a virar o rosto de Rookwood em sua direção.

— Me responda, Rookwood! 

Ele piscou várias vezes.

— Um ataque! 

Celine olhou horrorizada para Augusto Rookwood e, ela sentiu seus amigos fazerem o mesmo em suas costas.

— Onde? — ela voltou a perguntar.

— E-eu, p-por que… — ele coçou os olhos e olhou para a garota à sua frente. — Quem é você?

Celine sacou a varinha mais uma vez e apontou para o rosto de Augusto Rookwood.

Obliviate — ela murmurou e em seguida, com o cenho franzido, Augusto Rookwood caiu desacordado na cama velha.

Celine se virou em direção dos amigos, enquanto guardava sua varinha.

— Certo, certo — Marlene McKinnon murmurou. — Como vamos saber se isso é verdade mesmo?

— Ele estava sob o efeito da poção, por que mentiria sobre uma coisa dessas? — Maria McDonald argumentou.

— Não descobrimos onde vai ser esse ataque — Remus Lupin apontou, olhando em direção de Celine.

A garota negou com a cabeça, enquanto deixava a transfiguração ir embora aos poucos, fazendo suas feições e características habituais voltarem.

— Não sabemos — ela concordou —, mas sabemos que eles planejam um, o que já é alguma coisa.

— Sim, sim. É verdade — Marlene concordou.

Lílian deu alguns passos em direção de Celine e tocou o ombro dela.

— Você precisa conversar com o diretor Dumbledore.

— Eu com certeza vou.

— E… — ela pareceu ponderar sobre suas próximas palavras, mas no fim, resolveu que realmente queria dizer aquilo para Celine Dorsey — … me desculpe por mais cedo.

Celine concordou com a cabeça, com um pequeno sorriso no rosto.

— Me desculpe também.

— Quero que você saiba que eu sou sim sua amiga e que daqui em diante, vou ajudar vocês sobre tudo isso — Lílian Evans falou decidida, sorrindo alegremente para Celine.

Maria McDonald deu alguns passos tímidos mais a frente de onde estava, com os braços cruzados no próprio dorso.

— Vocês me salvaram de Mulciber naquele dia nos jardins da escola — ela relembrou, olhando para Sirius e Celine. — Eu também vou ajudar.

Marlene McKinnon andou até Maria McDonald e a abraçou pelos ombros.

— Somos um trio, então eu também tô nessa! Vocês podem contar com a gente daqui em diante, Marotos — ela falou sorridente e confiante.

— Legal, parece que o nosso grupo de sequestro acabou de crescer consideravelmente — Sirius murmurou.

James andou até a frente da cama velha, e olhou para Augusto Rookwood desacordado.

— E o que fazemos com ele agora? — ele perguntou enquanto apontava para o garoto com o queixo.

Celine se virou e também olhou para Rookwood.

— Ele não vai se lembrar desses últimos acontecimentos, então vamos apenas passar pela passagem no Salgueiro e deixar o corpo dele no gramado perto da escola, ele vai acordar e tomar o rumo dele — ela disse despreocupada.

— Eles vão saber que algo aconteceu — Lílian apontou.

— Eles vão — James foi quem respondeu —, mas não vão saber quem foi que fez.

— Que passagem é essa no Salgueiro? — Marlene perguntou confusa.

— Ah, querida nova amiga, você ainda tem tanto pra aprender com a gente — Sirius Black respondeu zombeteiro enquanto apontava com a mão em direção da passagem na Casa dos Gritos.

Os garotos carregaram Augusto Rookwood pela passagem e, tomando cuidado para que ninguém os visse, fizeram como Celine havia dito e deixaram o corpo do garoto no gramado da escola, distante o bastante do Salgueiro Lutador para que ele não fosse ferido.

Quando entraram todos juntos e escondidos na escola, acabaram dando de cara com Peter Pettigrew já lá dentro os esperando com uma feição ansiosa.

Sirius quis o matar por ter os abandonado no meio de tudo, porém, Celine, Remus e James, concordaram em falar sobre isso mais tarde.

Celine sabia que Peter era naturalmente assustado, ela não o julgava por ter fugido de tudo aquilo.

— Agora, eu vou tentar ver o diretor — Celine disse para todos, que a olhavam a encorajando.

E, depois de repassar tudo com os amigos, Celine se moveu em direção à sala do diretor Dumbledore.

Decidida a fazê-lo entender que realmente havia algo acontecendo e, que se ele soubesse de algo, era melhor compartilhar com ela também.

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