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Capítulo Vinte ── Comensais da Morte

✧ Capítulo Vinte ──
Comensais da Morte

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Celine já havia reparado que, Severus Snape e Lílian Evans não se falavam mais.

Mesmo ela tendo escutado sobre isso por Peter e Sirius no expresso para Hogwarts logo no início daquele ano letivo, ela ainda assim pensou que talvez fosse apenas algo passageiro, afinal, amigos de verdade sempre brigam, não é?

Pelo menos, ela, Sirius, James, Remus e Peter, viviam em constantes brigas por aí, das mais sérias às mais bobas, mas eles sempre acabavam voltando a se falar, nunca duravam horas demais o silêncio deles uns com os outros.

Às vezes, no meio da raiva, depois de apenas algumas horas, ou até por vezes minutos, eles simplesmente se esqueciam que estavam bravos uns com os outros e começavam a conversar como se nada nunca tivesse acontecido.

Ela pensava que esse seria o caso com Lílian e Severus.

Por mais que o que Severus tenha dito para Lílian fosse algo terrível de se dizer, ela havia ouvido falar por mais de meia dúzia de bocas por aí que Snape havia implorado pelo perdão de Lílian.

Mas mesmo assim eles ainda continuavam sem se falar.

Celine por vezes também reparava nos suspiros longos e às vezes tristonhos de Severus, às vezes ela o encarava na grande mesa disposta para a Sonserina no Salão Principal, sentado encarando o prato de comida, parecendo pensar profundamente em algo.

Ele sentia falta de Lílian, e nem ao menos sabia disfarçar isso.

Mas Lílian, Celine reparou, principalmente agora que as duas conversavam constantemente e até mesmo se sentavam juntas nas aulas de Runas Antigas, parecia alheia a este detalhe.

"O que aconteceu entre você e Severus?", Celine perguntou um dia enquanto as duas caminhavam lentamente em direção à sala de aula.

Lílian pareceu surpresa por Celine estar a perguntando aquilo, ela nunca fazia perguntas pessoais demais, principalmente quando se tratava de Severus Snape.

— Eu não consegui o perdoar — a ruiva revelou, o que fez Celine arregalar os olhos.

— Mas vocês não são amigos? 

— Costumávamos ser — Lílian continuou —, mas não costuma ser uma boa amizade quando você se pega ponderando se deve continuar com ela ou não.

Celine apertou os livros nos braços e puxou Lílian pelo ombro até um dos cantos do corredor, às fazendo parar em suas caminhadas em direção a sala de Runas Antigas.

— Isso é sobre aquilo? — ela perguntou para a ruiva e, mesmo sem especificar o que aquilo significava, Lílian pareceu entender muito bem.

Celine, Severus e as Artes das Trevas.

— Por que não faz muito sentido, sabe? Visto que você ainda fala comigo.

Lílian logo negou com a cabeça.

— Apesar de você também se interessar por isso e andar com um grupo duvidoso — a ruiva falou e Celine sorriu enquanto revirava os olhos —, você é certa sobre o que quer e o que faz, Celine, você sabe qual o certo — Lílian suspirou. — Enquanto Severus, não. Vocês são diferentes, muito diferentes.

"Obrigada por me lembrar disso", Celine murmurou e Lílian riu enquanto acariciava um dos braços da amiga.

— Mas amizade não é sobre isso? Quer dizer, James Potter e Sirius Black são completos babacas sem noção, mas todos os dias eu tento fazer deles pessoas melhores porque eles são meus amigos.

— É diferente — Lílian rolou os olhos verdes. — Você sabe quando alguém quer ser ajudado.

E dito isso, Lílian Evans voltou a andar pelo corredor.

Celine apressou seus passos para ficar ao lado dela.

— Sobre o que você acha que Severus não sabe ser o certo? — Celine murmurou duvidosa ao lado de Lílian e, apenas pelo tom de sua voz, dava para perceber que ela não se sentiu nem um pouco confortável em perguntar aquilo.

Lílian apenas a olhou de canto, por um breve momento.

— Você realmente não sabe, ou apenas finge não saber?

Celine não respondeu a essa pergunta, não que Lílian Evans estivesse realmente esperando por uma resposta de qualquer jeito.

Mas aquela simples pergunta da Evans, ela ecoou pelos pensamentos de Celine por um longo e bom tempo, ainda mais quando a mesma se encontrava com Severus, aquela pergunta parecia a maltratar por dentro, fazendo sua cabeça doer.

E ela doía constantemente, mas não apenas por conta da pergunta da Evans, mas também por conta de Sirius Black.

Sirius parecia que sempre se empenhava para ser a pedra mais importuna e dolorida do sapato de Celine Dorsey e, ele realmente conseguia.

De todas as suas pedras, Celine tinha certeza absoluta que Sirius Black era a mais irritante de todas.

Do início de setembro até às férias de natal, Celine e Severus Snape tinham conseguido com êxito irem ao banheiro feminino no primeiro andar para conversar sobre feitiços e poções, escrever suas ideias no livro do Príncipe Mestiço e até mesmo, algumas vezes, praticar alguns feitiços e azarações. 

Até mesmo a Murta já estava meio que acostumada com os dois ali no banheiro feminino de tão constantes que eram as visitas dos dois.

Porém, mesmo Sirius Black estando tão atarefado com os treinos e jogos do time de quadribol da Grifinória e com os estudos do sexto ano, que, segundo ele mesmo "São tão complicados que eu nem sei mais se eu e a professora McGonagall falamos a mesma língua", mesmo com tudo isso, ele ainda conseguiu reservar um momento do seu dia para atazanar Celine Dorsey.

Ele via as sumidas constantes da amiga, o que ocasionou no mesmo a seguindo e indo parar no banheiro feminino do primeiro andar também.

No ano passado, Sirius Black havia feito o mesmo, porém, depois de uma conversa entre ele e a amiga, tudo pareceu ficar bem para ambos, mas Celine agora via que não.

Celine havia entendido naquela conversa que Sirius Black a deixaria em paz e, Sirius Black havia entendido naquela conversa que Celine Dorsey não se encontraria mais às escondidas com o Ranhoso.

O que realmente aconteceu foi que cada um deles entendeu o que quis entender apenas para não ter mais que tocar naquele assunto.

"Você está bem?", Remus Lupin perguntou para a amiga enquanto os dois estavam sentados em uma mesa ao lado de uma janela no Salão Comunal da Grifinória.

— Eu estou bem, exceto por uma incômoda dor de cabeça — ela revelou, ao qual Remus concordou com a cabeça e fez um leve carinho nas costas da amiga.

— Você deveria pegar mais leve, está sempre lendo e fazendo todas as lições de casa ao mesmo tempo.

Celine espantou aquela ideia para longe com uma das mãos.

— Eu gosto disso — ela revelou e Lupin fez uma careta. — Você não me parece muito bem ultimamente também.

O garoto suspirou ao lado dela, e Celine devolveu o carinho em suas costas.

— Mais uma lua cheia está próxima e — ele apoiou um cotovelo na mesa, descansando o rosto cansado em uma das mãos —, ser um monitor é terrível — revelou.

Celine riu e concordou com a cabeça.

— É realmente complicado.

— Não é por isso — continuou —, eu sinto que nós todos temos menos tempo juntos. Eu sou sempre o último a saber das coisas e nunca estou lá com vocês.

Celine aumentou o carinho nas costas do amigo e arrumou a gola de sua capa do uniforme.

— Mas isso não é ruim, é muito bom, na verdade — ela respondeu e Remus franziu o cenho em dúvida para ela. — Isso quer dizer que você não é um desocupado como a gente.

Remus escondeu o rosto entre os próprios braços enquanto ria das palavras de Celine.

— Sinto falta de ser um desocupado — ele murmurou abafado, ainda com a cabeça deitada e escondida.

Celine arrumou os cabelos ruivos do amigo e riu dele.

— Não diga isso, algum de nós precisa ter um futuro promissor — ela deu batidinhas nas costas de Remus —, e você carrega o peso disso com você, amigo.

Remus levantou o rosto dos braços e olhou para Celine como se a julgasse uma grande idiota.

— Você é tão inteligente que consegue até mesmo ser Ministra da Magia se quiser — Celine ergueu uma sobrancelha, sentindo-se orgulhosa, para Remus —, e James se não acabar se tornando um grande astro do quadribol, vai acabar no mesmo ramo da família dele, o que é ótimo! E Peter, ele é muito bom em feitiços e transfiguração! Sirius nem precisa de nada disso, a primeira pobre coitada que entregar o coração pra ele vai acabar entregando todos os bens no Gringotes também… E eu… tenho meu probleminha peludo — Remus suspirou e Celine gargalhou com aquilo.

"Não ria de mim, Cel, eu tenho me sentido no fundo do poço ultimamente", ele murmurou mais uma vez abafado, com o rosto virado para baixo nos próprios braços apoiados na mesa de madeira.

— Sabe qual o lado bom de se estar no fundo do poço? Se você continuar descendo, vai encontrar petróleo.

Remus levantou o rosto mais uma vez, dessa vez olhando diretamente para o rosto sardento de Celine.

O rosto cheio de cicatrizes do amigo a encarava como se não acreditasse que ela estivesse mesmo dizendo aquilo.

— Não acredito que você acabou de parafrasear Sirius Black.

Celine deu de ombros.

— Ele é um grande idiota cabeça de vento, mas até que faz sentido as vezes — ela falou e Remus a olhou ainda mais em dúvida. — Petróleo não tem em todo lugar, mas em você faz sentido. Você é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, Remus Lupin. Qualquer caminho que você escolher seguir e te acolher vai ser muito sortudo em ter você por lá.

Remus suspirou e sorriu para a amiga, se erguendo na cadeira.

— Você sempre sabe o que falar, Cel.

— Sério?

Ele concordou avidamente com a cabeça.

— Já estou até mesmo me sentindo melhor.

Logo em seguida à frase de Remus para Celine, Sirius Black atravessou a passagem para o Salão Comunal da Grifinória, adentrando o local cheio de pompa, com seu uniforme do time de quadribol de sua casa e sua vassoura em uma das mãos.

Celine levou uma das mãos à testa e fez uma terrível careta de dor no mesmo instante em que o viu caminhar até a mesa onde ela e Remus estavam.

— Você está bem? — Remus perguntou preocupado e Celine negou com a cabeça.

— Minha dor de cabeça acabou de chegar, olha ele aí — ela falou alto para que Sirius escutasse.

Ele revirou os olhos e deu uma risada forçada na direção dela.

— Isso tudo é saudades?

Celine acentuou sua careta e negou avidamente com a cabeça.

— Não mesmo.

— Quem olha de longe pensa que vocês se odeiam — Remus disse rindo enquanto olhava de um ao outro. — E de perto parece que estão de longe.

Celine e Sirius que se olhavam como se prometessem um ao outro que se matariam mais tarde, acabaram perdendo o fio da meada com o comentário de Remus, que fez os dois rirem e olharem ao mesmo tempo para o amigo monitor.

— O que? É a mais pura verdade — ele insistiu.

— A culpa disso é da Celine que tenta me matar a cada cinco minutos inteiros da minha pessoa próximo a ela! — Sirius olhou acusadoramente para a amiga.

— Não se faça de inocente, Sirius — ela respondeu enquanto revirava os olhos. — Se você não metesse seu focinho onde não é chamado, eu não tentaria com tanta frequência.

Sirius Black colocou uma mão acima do peito e olhou ofendido para Celine.

— Eu não faço ideia do que você esteja falando.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando.

— Não sei não — ele insistiu. — Eu totalmente não sei, completamente não sei, sinceramente não sei, com toda certeza não-...

Celine apontou um dedo para ele, em forma de aviso.

— Continue e eu vou quebrar essa vassoura que você está segurando bem na sua cabeça! 

— Eu com toda certeza absoluta não sei! — ele exclamou e sorriu de lado para Celine.

Remus Lupin teve que ser rápido ao segurar a amiga pela cintura, tentando a impedir de se jogar em cima de Sirius e acabar realizando realmente o que havia ameaçado fazer.

— Onde estão Pontas e Rabicho? — Lupin perguntou enquanto mantinha uma mão no ombro da amiga sentada, apenas por precaução.

— Pontas ainda está treinando, por que parece que ele não se cansa nunca e Rabicho estava sentado assistindo o treino de quadribol a última vez que o vi — Sirius explicou.

— E o que você está fazendo aqui? Você também não é do time de quadribol da Grifinória agora? — Celine acusou.

— Daqui a pouco temos aula de herbologia, eu preciso tomar um banho e tirar minha soneca da beleza — respondeu como se fosse óbvio. — Não posso aparecer fedendo na frente das garotas — foi falando enquanto subia as escadas para os dormitórios dos garotos, deixando Celine e Remus para trás.

— Dá para acreditar nisso? — ela perguntou enquanto apontava na direção onde Sirius havia ido. — E eu não sou uma garota também? Por que sou obrigada a ter que ver ele pra início de conversa?

Remus negou com a cabeça e começou a puxar outro assunto com a amiga, ele já estava mais do que acostumado com Sirius e Celine sempre discordando ou procurando brigas incansáveis um com o outro, ele sempre sabia como fazer os dois se distraírem disso, era simples; puxe qualquer outro assunto, pode até mesmo ser sobre o clima lá fora, eles logo esquecem da implicância entre eles.

Mais tarde naquele mesmo dia, entretanto, quando os cinco haviam acabado de sair de mais uma aula de Feitiços, Celine e Sirius voltaram a se desentender um com o outro.

— Vejo vocês mais tarde — ela desejou com um aceno enquanto ia na direção totalmente contrária a dos garotos, o que os fez olhar para ela sem entender.

— Aonde ela vai? — Remus perguntou enquanto assistia a amiga andar devagar para longe.

— Ela tem sumido assim ultimamente e não fala para onde vai — Peter revelou e Lupin o olhou surpreso.

— Celine arranjou um namorado? — ele perguntou risonho e fingiu farejar no ar. — Isso cheira a namorado.

— Celine apenas namora livros — James Potter falou e Peter e Remus deram risada, porém, Sirius Black apenas murmurou irritado ao lado deles e, em seguida, correu em direção onde Celine havia ido, no final do corredor.

A garota nem havia conseguido dobrar o corredor longo quando foi alcançada por Sirius Black.

— O que ele está fazendo? — Remus perguntou enquanto assistia de longe Sirius puxar Celine pela capa e a fazer parar sua caminhada.

— Discutindo — Peter respondeu como se fosse óbvio, observando Celine pisar no pé de Sirius e o mesmo gritar em dor na direção dela. — O mesmo de sempre.

— Ele tá roubando a varinha dela? — James cerrou os olhos e ajeitou os óculos, tentando enxergar com mais precisão os dois amigos no final do corredor. — Sim, ele está definitivamente roubando a varinha dela.

Em um momento, os três assistiram Sirius enfiar a mão na capa de Celine enquanto a mesma o estapeava no rosto, no momento seguido desse, Sirius Black corria com a varinha de nogueira preta de Celine Dorsey nas mãos, o rosto avermelhado pelos tapas da garota e um sorriso de quem havia vencido no rosto, enquanto a mesma o perseguia pelos corredores.

— SIRIUS BLACK! — ela gritou até sentir seus pulmões arderem e garganta arranhar, assustando os alunos que passavam de um lado ao outro e fazendo Sirius rir ainda mais alto enquanto corria e balançava a varinha dela acima da própria cabeça.

Celine continuou correndo atrás dele, mas era simplesmente impossível alcançá-lo, visto que o mesmo tinha o dobro de perna e um físico bem melhor do que o dela!

Foi mais a frente, em uma corredor onde Sirius se virou, que o mesmo acabou dando de cara com Filch, o zelador, que o olhou como se fosse o torturar ali mesmo. O rosto dele se ascendeu em um sorriso medonho e sádico, Sirius Black sempre o trazia problemas.

Sirius arregalou os olhos e se virou, correndo para o lado contrário, onde havia acabado de vir, indo de encontro com Celine.

Ela estava pronta para pular no pescoço dele e asfixiá-lo bem ali, no meio do corredor e na frente de várias pessoas, mas Sirius apenas a agarrou pelas vestes e a arrastou consigo em sua corrida frenética.

— PAREM AÍ MESMO, INFRATORES! — Filch gritava para os dois, enquanto corria logo atrás, emitindo um som de várias chaves se chocando umas contras as outras.

Sirius se pôs a correr ainda mais rápido enquanto segurava Celine, que se esforçava para não tropeçar nos próprios pés e, tentava seguir o ritmo da corrida de Sirius Maluco Black.

Eles subiram um lance de escada atrás do outro e, Celine sentia que a qualquer instante colocaria o lanche de mais cedo para fora e, as pernas dela já começavam a clamar por misericórdia também, mas Sirius parecia não sentir metade de tudo isso, na verdade, ele parecia muito bem, correndo e rindo a frente.

Filch estava numa situação semelhante à da garota Celine, porém, as risadas debochadas do Black pareciam ser o combustível no sistema dele para fazê-lo não desistir de alcançá-lo para dá-lo de presente uma bela e maravilhosa detenção.

Quando Celine reparou que Sirius estava prestes a subir mais um lance de escadas, foi aí que ela se soltou do aperto do amigo e correu na direção contrária.

Sirius parou no corredor à direita, enquanto Celine andava cambaleante até o lado esquerdo, se escorando na parede e se escondendo atrás de uma armadura que virou o pescoço para a olhar.

Sirius iria gritar para que ela o acompanhasse, mas Filch surgiu no meio do corredor bem no exato momento, com as mãos apoiadas nos joelhos, a testa pingando suor e um rosto mais do que raivoso.

— Te peguei! — ele exclamou olhando para Sirius, que negou com a cabeça e voltou a correr.

Celine se ajeitou ainda mais atrás da armadura, torcendo para que Filch não a visse ali. Ela apurou os ouvidos e escutou os passos apressados de Sirius Black, seguidos dos arrastados de Filch logo atrás, enquanto ele gritava para que o mesmo parasse, seguido de várias maldições inteligíveis.

Quando Celine não escutou mais passo algum, ela finalmente pôde suspirar em alívio e respirar tranquilamente, mas isso durou pouco, por que ela logo voltou a escutar passos novamente.

Ela se encolheu de novo atrás da armadura e apenas espiou de onde as vozes e risadas vinham, quando ela percebeu que se tratava de alunos, suspirou mais uma vez; quando ela percebeu que se tratava de Avery, Mulciber e seus amigos, ela olhou para cima e perguntou para alguma força maior o porque daquele dia estar sendo tão complicado.

— Droga, droga — ela murmurava enquanto tentava se esconder o máximo que conseguia, sem tocar demais na armadura e acabar a derrubando.

"Próximo ano eu não vou precisar de nada disso", ela escutou a voz de Avery ecoar pelo corredor, vindo do início deste. "Estou pronto para me doar totalmente a causa, assim como os Lestrange".

Celine espiou mais uma vez e os viu parecerem dobrar o corredor para a direita, caminho contrário a ela, o que a fez suspirar em alívio.

"Fiquei sabendo que ele tem algo realmente grande vindo aí", um dos garotos, que Celine não conhecia, disse risonho.

— Seja respeitoso, o Lorde das Trevas não é seu amigo para você o chamar assim — Mulciber repreendeu e Celine olhou mais uma vez naquela direção, querendo saber se não havia escutado errado.

— Verdade, nosso Lorde presa pela educação, então seja educado se quiser mesmo fazer parte de algo grandioso em sua vida — Avery murmurou, encarando o garoto menor.

— Vocês falam como se já fizessem parte de algo — um outro debochou ao lado. — Estão colocando a carruagem na frente dos Testrálios, garotos.

Avery então esbofeteou o rosto do garoto com tamanha força que o mesmo se desequilibrou nos próprios pés, ele se levantou querendo partir para cima de Avery, que havia o agredido, mas Mulciber foi mais rápido em sacar a própria varinha e murmurar algo que fez os olhos e boca de Celine Dorsey se arregalaram.

Crucio!

E então o garoto da Sonserina estava no chão se contorcendo e gritando.

Celine abriu a capa rapidamente, buscando por sua varinha, porém, ela não a encontrou.

— Sirius… — ela sussurrou quando se lembrou que sua varinha havia sido levada por Sirius Black. — Droga! — amaldiçoou quando percebeu que não havia nada ali que pudesse fazer.

Ela tapou as orelhas quando os gritos do garoto ficaram piores.

Não aguentando mais daquilo, Celine deu um passo à frente, não ligando nem um pouco se estava sem varinha, ela apenas queria fazer com que aquilo parasse, mas bem quando colocou os pés para fora e pensou que não poderia se surpreender mais naquele dia, Celine Dorsey se viu mais uma vez errada, pois Mulciber logo parou sua tortura contra o garoto quando Avery tocou em um de seus ombros.

— Eu já faço parte de algo grande, como você pode ver — ele disse erguendo a manga de seu uniforme e mostrando a tatuagem em seu braço esquerdo. — Então não tente dar uma de superior a mim, quando obviamente eu sou bem mais importante do que você!

Celine se desequilibrou nos próprios pés e derrubou o braço esquerdo da armadura que antes ela se escondia atrás, o barulho enorme de metal pesado caindo contra o chão ecoou pelo longo corredor, se espalhando até muito além.

Os garotos olharam todos na direção de onde o barulho havia vindo, mas apenas se depararam com uma armadura sem um dos braços, parecendo olhar irritada para alguém logo atrás dela.

— Vá lá ver — Avery mandou e, logo, os passos pesados de Mulciber se fizeram presentes na direção esquerda do corredor do sétimo andar do castelo.

Celine arregalou os olhos.

Ela estava desarmada, sem sua varinha consigo. Ela não podia fazer nada; se corresse para o final do corredor, ele não demoraria muito para forçá-la a parar com um feitiço e, se ficasse ali, ela pressentia que seu final seria bem pior do que a do colega deles.

Celine tampou a boca com uma das mãos e fechou os olhos, escutando os passos cada vez mais próximos.

"Preciso de um lugar para me esconder, preciso de um lugar para me esconder…", ela pensava consigo mesma, abrindo os olhos e olhando ao redor, mas apenas se deparando com o corredor vazio, sem quadros, sem portas, sem nada.

Quando ela deslizou mais ao lado da armadura, tocando a parede querendo ficar ainda mais escondida onde estava, tentando prolongar o momento em que Mulciber a avistasse, ela sentiu as costas baterem contra madeira.

Celine se virou nos calcanhares e se deparou com uma porta simples e de madeira; um armário de vassouras.

Sem pensar duas vezes, ela abriu a porta e se fechou lá dentro.

Era óbvio que Mulciber veria a porta, ele tentará abri-la, mas Celine podia tentar segurá-la o máximo que conseguisse. Se fosse sortuda, alguém poderia chegar ali antes que ele conseguisse a alcançar.

Celine escutou os passos chegarem tão próximos de si que o coração dela pulou uma enorme batida, ela estava segurando a maçaneta da porta, esperando pelo momento em que ele fosse tentar abri-la e ela tivesse que usar toda sua força para impedi-lo.

Mas esse momento nunca veio.

"Não há nada aqui", ele gritou.

"Esse castelo velho", Avery gritou de volta, "Já está começando a cair aos pedaços!", Celine pôde escutar os passos de Mulciber voltando e então, não haviam mais vozes.

Ela deslizou contra a porta de madeira, sentando no chão do minúsculo armário de vassouras, esperando seu coração parar de bater rápido contra seus ouvidos.

Celine esperou uns bons momentos ali, até que ela pudesse ter a certeza absoluta de que nenhum dos garotos estivesse mais por perto.

Ela abriu uma fresta na porta e olhou para os dois lados do corredor, não encontrando ninguém, somente o vazio.

Pondo os pés para fora, ela percebeu o braço da armadura ainda caído no chão, Celine se abaixou e o recolocou onde antes estava, murmurando um pedido de desculpas para a armadura brilhante, que apenas acenou com a cabeça e voltou a olhar para frente.

— Como ele não me…-

Celine iria se perguntar como Mulciber não havia a visto ali, ou se ele apenas era um grande idiota colossal em não ter pensado na possibilidade de que alguém se esconderia num armário de vassouras, porém, quando se virou para olhar o lugar de onde havia saído, Celine se deparou com o nada.

Havia apenas a parede lisa do corredor, intacta.

Sem porta nenhuma para um armário de vassouras.

— O que? — perguntou enquanto tateava a parede, procurando pela porta que ela tinha certeza de ter entrado. — Como?

Pensando bem, Celine também não havia visto a porta de madeira para o armário de vassouras quando entrou no corredor pela primeira vez, nem quando permaneceu escondida atrás da armadura.

Ela tinha certeza disso.

A porta somente apareceu quando…

— Quando eu precisei realmente de ajuda… — ela murmurou e sorriu de lado.

Celine conhecia bem as passagens secretas em Hogwarts, muito bem!

Ela e os Marotos haviam descoberto várias delas espalhadas pelo castelo inteiro! Todas muito bem anotadas para lembrança no Mapa do Maroto.

A garota sabia bem como elas funcionavam, por exemplo; o quadro com uma taça de frutas próximo a comunal da Lufa-Lufa, no porão, que, se você fizesse cócegas na pêra pintada nesta, ela logo se contorceria e riria, se transformando em uma maçaneta verde, que abriria passagem para as cozinhas de Hogwarts. 

Ou, a estátua da bruxa de um olho corcunda, que fica no meio do corredor do terceiro andar e que se você apontar a varinha para a mesma e disser "Dissendium", ela abre uma passagem que te leva diretamente para a Dedos de Mel em Hogsmeade.

Pelo jeito, Celine havia encontrado mais uma delas, porém, ela não levava a lugar algum, na verdade, parecia mais algo como "Uma ajuda para quem precisa".

Celine tocou a parede e fechou os olhos, pensando no que precisava.

Ela pensou em como havia deixado Severus Snape a esperando, pobre coitado, deveria estar até agora no banheiro feminino do primeiro andar, apenas na companhia da Murta.

Aquele lugar não era mais um segredo, não mesmo, Sirius Black já sabia e os outros também.

Celine pensou com exatidão no que ela precisava.

Ela queria ter podido ajudar o garoto de mais cedo, mas mesmo se sentindo confiante sobre suas habilidades com a varinha, Celine nunca havia visto alguém usar uma das maldições imperdoáveis antes. Celine nunca havia tentado usar nada do que sabia…

Quando ela abriu os olhos, havia uma porta de madeira escura bem a sua frente, com a maçaneta de cor dourada.

Quando Celine a abriu, ela se deparou exatamente com o que procurava.

Mais tarde, quando ela se encontrou com os quatro garotos, não os contou sobre o que havia descoberto no corredor do sétimo andar, ela guardou aquilo apenas consigo mesma.

Mas ela não exitou em contar para eles sobre Avery, Mulciber e os outros garotos que ela havia visto e, principalmente, na tatuagem no braço esquerdo de Avery.

"Um Comensal da Morte", Celine os contou baixinho no Salão Comunal da Grifinória.

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