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Capítulo Trinta e Oito ── Profecia

✧ Capítulo Trinta e Oito ──
Profecia

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Celine acordou com o som dos pássaros cantando ao lado de fora da janela do quarto que tem sido dela nos últimos meses.

Ela afastou os cobertores de cima de seu corpo e sentou-se na cama, ela olhou em direção da pequena janela do quarto e percebeu que ainda não estava tão claro assim lá fora e, levantando-se, Celine vestiu suas roupas que estavam agora na pequena cômoda ao lado da cama e prendeu os cabelos meio desengonçadamente no topo de sua cabeça.

Abrindo o malāo que agora se encontrava finalmente sem suas roupas depois dela ceder aos meses a fio que já passava ali, Celine pegou o único objeto que ainda restava por lá, sendo ele o pequeno espelho de bolso de Sirius Black.

Celine olhou para seu reflexo no espelho, mas não viu o que esperava ver.

Ela olhou rapidamente no relógio que jazia em seu pulso e percebeu que ainda era cedo demais, talvez eles ainda estivessem dormindo.

Celine guardou o pequeno espelho no bolso de sua saia e abriu a porta do pequeno quarto em que costumava ficar, ela percebeu o silêncio que estava na casa e decidiu não fazer barulho enquanto andava até a cozinha.

Havia apenas o silêncio que às vezes era quebrado pelo som dos pássaros que haviam também acabado de acordar do lado de fora.

Ela aproveitou esse pequeno momento e começou a fazer o café da manhã. Nada muito elaborado, pois Celine Dorsey infelizmente não era muito boa na cozinha e muito menos conhecedora de muitos feitiços culinários, então ela acabou por apenas fazer alguns ovos mexidos e um suco de laranja.

Quando sentou-se na mesa, Celine mais uma vez puxou o espelho em seu bolso, conferindo antes que começasse a comer, mas infelizmente mais uma vez apenas se deparou com seu próprio reflexo.

Ela suspirou e voltou a guardar o espelho, logo em seguida começando a comer seu café da manhã.

Quando já estava na metade de seu prato de ovos mexidos, Celine escutou o som de passos pelo assoalho da casa.

Eram passos leves e desengonçados, coisa que a fez sorrir e olhar para o corredor de onde os passos vinham e, não muito depois, uma pequena criança surgiu ali, ainda vestida em seu pijama e coçando os olhos de sono, a criança andou até a mesa e se sentou junto de Celine.

— Bom dia, Cel — a pequenina desejou e Celine sorriu em direção dela.

— Bom dia, Dora — desejou. — Quer um pouco de ovos mexidos e suco de laranja? — perguntou apontando para o próprio prato e copo, ao qual, a pequena criança concordou com a cabeça.

Celine mais uma vez sorriu e se levantou, pegando mais um copo e prato para sua pequena companheira e a servindo com ovos mexidos e suco de laranja.

— Por que você sempre acorda tão cedo? — a pequena garotinha perguntou enquanto observava Celine colocar o suco em seu copo.

— Fiz muito barulho? — Celine perguntou e Dora negou com a cabeça. — Já estou acostumada a acordar cedo assim.

— Isso é por que você é metade passarinho?

Celine riu e voltou a se sentar, dando de ombros.

— Nunca parei para pensar desse jeito, mas pode ser que seja.

— Isso é legal — a criança resmungou enquanto comia os ovos que lhe foram servidos. — Mais tarde você pode virar um passarinho de novo? — ela perguntou com uma feição empolgada.

— É claro — Celine respondeu e a pequenina sorriu feliz com a resposta. — Mas apenas se você me mostrar aquele truque com o nariz de novo.

A criança riu e imediatamente largou seus talheres, fazendo um tilintar ressoar pelo pequeno espaço da cozinha, logo em seguida, ela se aprumou em sua cadeira e moveu o nariz de um lado ao outro, de uma maneira tão fofa que fez Celine sorrir de imediato. Logo, o nariz da pequenina se transformou em um pequeno bico de passarinho e em seguida, num focinho de porco.

Celine sorriu e riu, batendo palmas.

— Esse ainda continua sendo o truque mais legal que eu já vi — ela confessou e a garotinha riu feliz com aquilo.

A criança logo voltou a comer e Celine terminou seu suco, enquanto as duas embarcavam em uma conversa animada sobre Tronquilhos, coisa que a pequenina havia aprendido recentemente e Celine contava a ela sobre sua experiência com um Matagot.

— Vocês duas falam tão alto — uma voz calorosa se fez presente na cozinha, fazendo as duas olharem de imediato na direção dela. — Não precisamos mais de despertadores com vocês duas por aqui — ela falou brincalhona enquanto dava um beijo na cabeça da criança.

— Bom dia, Andrômeda — Celine desejou, ao qual foi respondida com um "bom dia" acalorado seguido de um rápido abraço.

Logo em seguida, Ted Tonks entrou também na pequena cozinha e mais uma saraivada de "bom dias" foram ditos.

Há alguns meses atrás Sirius Black apresentou Celine Dorsey a sua prima Andrômeda Tonks. É claro que Celine já havia ouvido falar de Andrômeda antes, através de Sirius e também pela história da mesma.

Através de Sirius, Celine conhecia Andrômeda como sua "prima favorita", já por parte de outros, Celine conhecia Andrômeda Tonks como a irmã mais nova de Bellatrix Lestrange e a mais velha de Narcisa Malfoy. A filha que foi rejeitada por sua própria família por ter se casado com um nascido trouxa.

Andrômeda era uma mulher encantadora e carismática, logo Celine entendeu por que ela era a prima favorita de Sirius Black.

Com tudo o que estava acontecendo naqueles dias, Sirius deu a ideia de Celine se esconder ali na casa dos Tonks, onde, apesar de nenhum deles fazer parte da Ordem da Fênix, Andrômeda e Ted logo aceitaram ajudar a mulher sem nem ao menos a dar o benefício da dúvida.

Celine de início negou.

Ela não queria pôr seus amigos em perigo, muito menos uma família que não tinha nada haver com aquilo, porém, depois de Andrômeda conversar com Celine e a dizer que estaria tudo certo ela ficar ali e que ninguém nem ao menos pensaria em procurar na casa dos Tonks, foi que Celine acabou cedendo.

Não apenas pelas palavras de Andrômeda, mas também por que a cada dia mais as coisas apenas pioravam e Comensais da Morte eram vistos em todo lugar em que rastros da Ordem eram avistados.

Celine Dorsey estava sendo caçada por todos os lados e aquilo acabou se tornando não apenas perigoso para ela, mas também para seus companheiros naquilo tudo, então ela resolveu se esconder com os Tonks e, depois de alguns meses sumida sem rastro nenhum por aí, os Comensais pareceram não enxergar mais Celine como um alvo de perigo em potencial.

Aquilo deixava Celine irritada e ao mesmo tempo aliviada.

Irritada por que eles obviamente não a viam mais como um perigo, já que ela não estava envolvida em mais nada daquilo e, aliviada por que os seus companheiros não estavam mais sofrendo tanto perigo assim agora.

Celine suspirou enquanto tentava colocar os fios de seu cabelo agora longos de volta no penteado que ela havia tentado fazer mais cedo.

— Por que não cortamos ele depois? — Andrômeda perguntou enquanto passava manteiga em um pão e olhava para os cabelos escuros e despenteados de Celine.

— Você é boa cortando cabelos? — Celine perguntou.

— Eu sempre corto os da Ninfadora — ela disse e Dora resmungou algo enquanto fazia caretas. — Quer dizer, eu sempre corto os cabelos da Dora — reformulou. — Melhor agora?

A pequena Dora concordou com a cabeça e sorriu.

— Essa sua resposta não é muito válida já que a Dora tem o cabelo que quiser — Celine rebateu e Dora concordou enquanto mudava a cor dos cabelos de um tom escuro de castanho para um tom de rosa vibrante.

Celine riu e bateu palmas.

— Não é tão ruim assim — Ted murmurou enquanto mexia nos próprios cabelos.

— Viu só? — Andrômeda insistiu. — Não é o melhor dos trabalhos, mas é um bom trabalho.

Celine observou os cabelos curtos de Ted Tonks, que pareciam terem sido cortados não há muito tempo.

Não parecia haver nada de errado no cabelo curto do homem.

— Tudo bem, vou te deixar cortar meu cabelo — Celine falou e Andrômeda comemorou sua vitória.

Mais tarde, logo depois do café da manhã, Celine sentou-se numa cadeira ao meio da sala de estar que Andrômeda havia colocado e esperou enquanto a mesma cortava aos poucos seu cabelo.

Na sua frente, Dora fazia caretas conforme a mãe ia cortando o cabelo de Celine.

— Você está me assustando — Celine murmurou para a pequena criança. — Está tão ruim assim? — ela perguntou e Dora fez mais uma careta quando mais uma mecha de cabelo caiu ao chão.

Andrômeda riu, mas não parou com as tesouradas.

Celine pegou por um breve instante o espelho em seu bolso e o olhou de esguelha, tentando manter a cabeça parada para não atrapalhar o trabalho de Andrômeda.

— Ainda não falou com ele hoje? — Andrômeda perguntou quando viu Celine voltar a guardar o pequeno espelho.

— Não — ela confessou. — Ele tem estado um tanto estranho ultimamente, o que me deixa ainda mais preocupada.

— Como assim estranho?

— James Potter não sabe mentir — Celine disse enquanto brincava com uma mecha que havia sido cortada de seu cabelo e agora jazia em sua saia longa. — Sinto que ele está escondendo algo de mim.

Mais alguns barulhos de tesoura puderam ser escutados enquanto Celine sentia a mulher mexer em seu cabelo.

— Talvez ele apenas não queira te preocupar com algo.

— Me esconder coisas apenas me deixa ainda mais preocupada — Andrômeda fez um murmúrio como se entendesse Celine. — Já é difícil não poder estar lá, e quando eles não me contam as coisas, fica ainda mais difícil.

Andrômeda andou até a frente de Celine e ergueu o queixo da mesma, concentrada em continuar cortando o cabelo.

— Eu sei que é difícil, Celine, mas talvez você apenas esteja se preocupando demais. Ter uma criança é realmente difícil, talvez eles apenas estejam tendo noites de sono a menos e cansaço a mais, talvez ele não esteja escondendo nada.

Celine piscou os olhos e os fechou quando sentiu alguns fios caírem neles conforme Andrômeda ia cortando a parte da frente de seu cabelo.

— É… — ela murmurou. — Talvez seja apenas isso.

Celine conseguia apenas se comunicar com James e os demais através do pequeno espelho que Sirius havia lhe dado.

Aquele espelho antes era usado pelos dois quando ainda estavam em Hogwarts, era bastante último quando um acabava distante do outro nas detenções.

Os últimos meses haviam sido de Celine apenas vendo os demais através do pequeno espelho.

Sirius que sempre aparecia na casa dos Potter, Peter que parecia um tanto cabisbaixo ultimamente e Remus que parecia ser o mais preocupado dentre todos ali, sempre perguntando por Celine.

Eles sempre a viam, mas os únicos que sabiam onde a mesma estava eram Sirius e James, os demais apenas estavam cientes de que ela estava em um lugar seguro.

Celine sentia falta de cada um deles, era como estar no pior dos castigos, sem poder estar ao lado de nenhum deles e tudo apenas piorou quando mais tarde Celine parou de ver tanto assim cada um deles, apenas conversando com James e Lílian.

E, o castigo apenas piorava ainda mais quando ela pensava que havia perdido o nascimento do pequeno Harry. Aquilo fazia o coração dela sangrar em tristeza.

É claro que ela sempre o via através do espelho, o acompanhando desde seu primeiro dia de vida, mas era doloroso saber que ela nunca havia pego a pequena criança no colo ou a abraçado.

Ele era uma pequena criaturinha encantadora, sempre sorridente mesmo sem nenhum dente em sua boca pequenina e mesmo sendo tão pequeno, Harry Potter era a coisinha mais bagunceira que Celine já havia visto.

O pequeno Harry vivia atormentando o pequeno Esdras que agora estava aos cuidados de James e Lílian, assim como também vivia voando em sua pequena vassoura dada de presente por seu padrinho Sirius Irresponsável Black.

Lílian vivia contando a Celine sobre como ela sempre corria atrás de Harry em desespero na pequena vassoura, enquanto James adorava que seu filho já estivesse se interessando pelo quadribol desde tão cedo.

Celine amava aquela pequena criança mesmo nunca tendo tocado nele, amava de todo coração e, mesmo sendo sua madrinha e o ver sempre bastante empolgado quando a via através do espelho e murmurava seu nome completamente errado, Celine ainda assim se sentia mal em não poder estar lá.

Ela também queria dar presentes ao pequeno Harry, queria poder sentir o cheiro de bebê nele e acariciar os cabelos ainda escassos em sua pequenina cabeça meio careca, mas infelizmente, ela não podia fazer nada disso estando tão longe.

— Aqui! Já acabei — Andrômeda falou e fez Celine sair de seus próprios pensamentos, abrindo os olhos e se deparando com um espelho de mão que a mulher segurava na frente dela.

Celine mexeu nos cabelos agora curtos novamente, cortados rentes às suas bochechas e sorriu.

— Você gostou? — Andrômeda perguntou parecendo ansiosa pela resposta de Celine.

— Adorei — ela confessou e deixou a outra mulher sorridente. — Ficou maravilhoso.

Era exatamente como Celine costumava usar antes de os cabelos crescerem tanto, até alcançarem um pouco abaixo de seus ombros.

Andrômeda sorriu satisfeita e Celine logo se pôs de pé, ajudando-a a limpar os cabelos que haviam caído no chão da sala.

Mais tarde, ela havia tomado chá e comido biscoitos com mãe e filha e, ainda mais tarde, ela havia brincado de um jogo de cartas com a pequena Dora e depois cumpriu com sua palavra a deixando ver sua forma de corvo, ao qual Dora adorava observar as penas escuras do pássaro e imitar o grande bico do mesmo.

Depois de se divertir com a pequenina e jantar ao lado de toda a família Tonks, Celine subiu para o que costumava ser seu quarto na casa dos Tonks e depois de ler um pequeno pedaço de um dos seus livros, ela foi tomar banho e se preparar para dormir.

Celine estava deitada encarando o teto do pequeno quarto enquanto mantinha o espelho ao seu lado no travesseiro.

Ela havia passado o dia inteiro olhando para o espelho e até mesmo resolveu chamar pelo nome de James e Lílian em determinado momento, porém, não foi respondida.

Os pés por debaixo das cobertas se moviam de um lado ao outro enquanto Celine esperava algum som ou movimento vindo do espelho ao lado.

Depois de muito tempo, onde não havia mais som algum na casa e todos pareciam dormir e o único som ambiente era o dos grilos do lado de fora, Celine batalhava para manter seus olhos abertos, mesmo que o sono a empurrasse cada vez mais forte para que ela cedesse ao descanso.

Ela fechou os olhos apenas por um segundo e, quando se sentiu começar a cochilar, Celine se sobressaltou e voltou a abrir os olhos, não cedendo para o sono.

Uma das mãos dela alcançou o aparato ao lado da cama e agarrou seu pequeno e velho relógio de pulso.

Meia noite.

Celine suspirou e voltou a guardar o relógio onde o mesmo estava antes.

Ela se sentou na cama e pegou o espelho nas mãos, os olhos claros de Celine observaram seu próprio reflexo e se fecharam em desânimo.

— James — ela chamou baixinho, não querendo que ninguém a escutasse ou que ela atrapalhasse o sono de alguém na casa dos Tonks. — James… — tentou novamente.

Celine bufou e bateu o espelho contra o travesseiro na cama, pensando que aquele ali pudesse ser o próprio James Potter, que estava apanhando por a deixar preocupada daquele jeito.

— James! — ela sussurrou raivosa contra o espelho. — Me responda ou eu cometerei uma loucura!

E ela não estava brincando!

James e Lílian nunca ficaram um dia inteiro sem falar com Celine Dorsey e aquilo estava a deixando preocupada demais, tão preocupada que a mesma já estava até mesmo pensando na possibilidade de tropeçar para fora da casa dos Tonks e de repente aparatar na frente da casa dos Potter para ver o que estava acontecendo.

— James seu…-

Mas então a imagem no espelho mudou subitamente, deixando o reflexo de Celine Dorsey para trás e dando lugar a visão de uma mulher ruiva já com seu pijama e que parecia cansada.

— Meu Deus, Celine — ela murmurou assustada. — Que susto você me deu!

Celine pulou na cama e segurou o pequeno espelho com as duas mãos.

— Merlin! Lílian! Eu estava morrendo de preocupação com vocês.

Lílian pareceu se sentar e então suspirou profundamente logo em seguida.

— Desculpe, Cel, foram muitas as coisas que aconteceram hoje. Me desculpe por não ter respondido antes.

Celine tentou ver algo além do rosto de Lílian do outro lado, porém, apenas conseguia ver ela e a parede de tom amarelado ao fundo, a imagem meio borrada.

— Que coisas aconteceram? — ela perguntou e Lílian levou uma mão até a testa, como se estivesse pensando consigo mesma.

A mulher pensou e pensou e Celine esperou por uma resposta que parecia nunca vir.

— Você está me preocupando — ela voltou a dizer. — Onde está James? Aconteceu alguma coisa com ele?

Lílian logo negou com a cabeça.

— Não, não — ela repetiu. — Não aconteceu nada com James, não se preocupe com isso.

Celine aproximou o espelho de seu rosto e olhou agoniada para Lílian do outro lado, ela gostaria de poder balançar a mulher de um lado ao outro para que ela lhe contasse o que estava acontecendo.

— E quanto ao Harry?

— Estamos todos bem, Cel — a ruiva tranquilizou.

— Então por que você não me parece nada bem? — insistiu. — Me conte logo o que está acontecendo!

Lílian contorceu o rosto com a voz de Celine ficando uma nota mais alta conforme seu desespero e curiosidade.

Celine levou uma mão à testa e tentou se acalmar, ela suspirou profundamente e tentou o seu melhor olhar de calma quando voltou a encarar Lílian do outro lado do espelho.

— Lílian… — ela chamou calmamente. — Tenha piedade de mim que já não posso estar aí para ajudar e, pelo menos me conte, por favor, o que está acontecendo e por que James não está aí ao seu lado, sim?

Lílian concordou com a cabeça e pareceu olhar para um canto em específico do quarto onde estava, como se checasse algo.

— James está aqui sim.

— Certo — Celine agradeceu aos céus por Lílian estar começando a dizer algo. — E onde está Harry? Por que James passou o dia sem falar nada?

Celine engoliu em seco quando viu Lílian parecer ponderar suas próximas palavras.

— Vamos lá, Lílian — ela insistiu. — Não tem como eu saber se vocês não me contarem nada.

Ela apenas sabia sobre aquilo que lia no Profeta Diário ou conversava com Andrômeda e Ted, mas apenas aquilo, o que obviamente não era muito.

Não era nada.

— Eu só vou te preocupar com isso… — ela murmurou.

— Eu já estou preocupada e você nem ao menos me contou ainda.

— James acha que não seria bom lhe preocupar com mais isso, ainda mais onde você está.

— Para o inferno com o que James acha, Lílian! — Celine exclamou e Lílian não conseguiu conter um pequeno sorriso em meio às suas feições preocupadas. — Escute, se coloque no meu lugar, tudo bem? Eu já não posso fazer nada, então não me deixe no escuro também.

Lílian coçou os longos cabelos ruivos e concordou com a cabeça.

— É, você tem que saber — Celine concordou. — Você é da família então não pode ficar de fora.

— Sim, exatamente! — Celine concordou desesperada.

Lílian se levantou de onde estava e olhando para o mesmo lugar de mais cedo, ela pareceu checar mais uma vez algo e, se pôs a andar devagar.

Celine se perguntou internamente sobre onde Harry estaria, mas muito provavelmente já estava dormindo e seu sono era o que Lílian estava velando.

— Certo — Lílian voltou a dizer e agora em voz alta. — Há alguns meses mais cedo recebemos a visita de Dumbledore.

Meses?!

Celine mesmo assim concordou com a cabeça para que ela continuasse.

— E, imediatamente eu soube que não era algo bom porque… bom, Dumbledore não apareceria assim sem nos notificar antes e também por que o rosto dele não era o dos melhores.

Lílian deu uma pausa e pareceu pensar no que dizer a seguir.

— Lílian me conte logo!

— Calma — ela pediu. — Acredite, eu estou buscando a melhor maneira de dizer isso sem fazer você estragar seu esconderijo aparatando até aqui ou até onde você acha que deve ir…

Celine franziu as sobrancelhas.

— Certo… — ela murmurou desconfiada. — Me conte sobre essa notícia terrível.

Lílian suspirou e se encostou na parede ao seu lado.

— Dumbledore veio nos falar sobre uma profecia, era sobre isso que ele veio falar.

A cabeça de Celine estava dando um grande nó naquele momento.

— Profecia? — ela perguntou sem entender. — Você está falando sobre profecias como nas aulas de adivinhação?

— Não — Lílian negou. — Não é como as que a professora Ferguson costumava fazer, essa parece mais verídica e Dumbledore falou sobre ela de um jeito bem crível.

— Certo… — Celine murmurou esperando pelo resto. — E o que essa profecia diz?

Lílian coçou mais uma vez a cabeça e então, Celine a observou fazer a coisa mais bizarra que ela já havia testemunhado Lílian fazer em todos os anos que a conhecia.

Ela simplesmente torceu o rosto no que pareceu uma preocupação latente e soltou as próximas palavras como se tivesse passado as últimas horas ou meses às decorando:

"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar…"

Celine piscou várias vezes e tentou repassar as palavras em sua cabeça.

— Lílian, o que tudo isso quer dizer?

Lílian se sentou em uma das cadeiras e suspirou olhando para sua amiga do outro lado.

— Voldemort crê que Harry pode ser a criança dessa profecia.

Celine repassou mais uma vez as palavras de Lílian em sua cabeça e tentou calcular tudo e tentar fazer suas crenças em adivinhação mais críveis naquele momento.

— Não é possível que vocês sejam os únicos, não é? Mesmo que isso seja verdade, como vocês seriam os únicos?

— Não somos — Lílian revelou e Celine piscou ainda mais vezes. — Também há o filho dos Longbottom.

— Você disse que isso foi há meses atrás, não é? — Lílian concordou com a cabeça e engoliu em seco. — E acharam que seria melhor não me contar nada?

Lílian negou com a cabeça e olhou para Celine como se implorasse por perdão.

— Você já estava sendo caçada, Cel. Se você tomasse a decisão de sair dai as coisas apenas piorariam.

Celine negou com a cabeça.

— Me diga uma coisa, Lílian, onde vocês estão?

Lílian negou com a cabeça.

— Não posso dizer.

Celine soltou uma risada incrédula.

— Não pode? — ela perguntou irritada. — Vocês não estão na casa dos Potter, estão? — ela perguntou baixo depois de agarrar sua varinha e lançar um feitiço no quarto em que estava, fazendo com que ruído nenhum saísse dali.

Lílian negou mais uma vez com a cabeça.

— Tudo bem, tudo bem — Celine murmurou.

Ela não podia acreditar que Lílian e James haviam mantido tudo aquilo em segredo.

Celine via que James estava diferente e estranho, ela via que ele sempre dava desculpas para Sirius não estar ali, mas ela sempre pensava que ele não estava ali por conta dos deveres com a Ordem e não por que James, Lílian e Harry estavam escondidos e, se ela estivesse fazendo as contas direito, ambos haviam se escondido ainda durante a gravidez de Lílian.

Era difícil ver algo muito além no espelho pequeno, por isso Celine nunca havia reparado antes na mudança de ambiente.

Ela suspirou e tentou manter a calma.

Certo, eles estavam bem e é isso que importava.

Ela não negava para si mesma que se tivesse ouvido sobre isso antes, ela com certeza não estaria mais na casa dos Tonks.

Celine teria corrido para James e Lílian.

— Vocês estão bem?

Lílian concordou com a cabeça.

— Estamos bem — ela murmurou. — Só está sendo difícil não poder sair ou ver ninguém, principalmente para James.

— Eu entendo essa parte.

Lílian riu e concordou.

— Desculpe por não ter dito nada antes, você apenas não podia se colocar em risco novamente.

Celine suspirou e rolou os olhos.

— Pelo jeito sou a irmã mais velha de Harry. É o que todos iriam pensar se vissem como vocês me tratam.

Lílian riu.

— Não — ela murmurou. — Você é apenas a tia chata dele. A tia chata e sempre preocupada.

— É, eu sou mesmo a tia chata e preocupada.

Lílian e Celine sorriram uma para a outra depois de tudo.

A ruiva sentindo-se aliviada em ter finalmente dito aquilo para Celine e, quanto a morena, apenas pensava que ela queria agora mais do que nunca que suas crenças sobre profecias nem sempre estarem certas, fossem uma verdade.

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