Capítulo Seis ── O Mapa do Maroto
✧ Capítulo Seis ──
O Mapa do Maroto
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Havia chegado aquele dia no mês em que Lupin deveria se ausentar.
Ele tinha a aparência de dez anos a mais que sua idade agora, parecia mil vezes mais cansado e um tanto ranzinza também.
Celine não o julgava, nenhum deles na verdade, era realmente árduo para Remus ter que passar por aquilo todo santo mês.
Remus sempre ia primeiro. Ele passava pela passagem no Salgueiro Lutador e, não muito mais tarde, no meio da noite onde todo, ou, maioria do castelo já se encontrava dormindo; James, Sirius, Peter e Celine, iam espremidos embaixo da capa da invisibilidade de James enquanto se guiavam pelo Mapa do Maroto.
Quando eles eram mais jovens, era infinitas vezes mais fácil andarem todos juntos embaixo da capa, porém, agora, todos com 15 anos e alguns beirando a mesma idade, era bem mais complicado.
Celine era baixinha, conseguia esconder-se por inteira através da capa, porém, os garotos pareciam se esticar em altura mil vezes mais rápido do que as garotas, visto que James, Sirius e Peter eram o dobro de seu tamanho e, mesmo eles todos andando curvados para não mostrarem seus pés, era uma coisa impossível de se acontecer.
Com certeza quem passava pelo corredor da Torre da Grifinória naquele horário, veria os pés e tornozelos de quatro adolescentes andando por aí sem o resto do corpo.
— Por aqui — Celine apontou para um corretor vazio e que segundo o mapa, mostrava estar deserto.
Eles andavam na penumbra, pois assim seria mais fácil disfarçar seus pés sem corpos.
Celine, como sempre, guiava a frente, com o mapa em mãos, forçando as vistas para enxergar o máximo que a penumbra a deixava enxergar, Sirius vinha atrás, agarrado ao pescoço de Celine e curvado na sua altura, tentando encarar o mapa também, James ficava ao outro lado, tão curvado quando eles e de vez enquando soltava um “Lumus", fazendo sua varinha ascender em uma pequena luz, para que Celine enxergasse onde eles estavam indo com exatidão, Peter fazia o mesmo virado de costas, vendo se Filch, madame Nor-r-ra ou Pirraça, o poltergeist arteiro do castelo, não os pegava desprevenidos.
— Para, para, para! — Celine sussurrou enquanto empurrava os quatro contra uma parede não muito longe de onde eles estavam.
Peter murmurou um “Essa doeu", quando eles bateram com tudo contra a parede.
— O que foi isso?
Era o professor Horácio Slughorn quem estava ali, perambulando, muito provavelmente cumprindo uma de suas rondas.
Celine o viu tarde demais no mapa, já que Sirius começou a puxar o mesmo de sua mão alegando que eles estavam demorando demais pelos métodos dela, então, os dois começaram um cabo de guerra para ver quem ficaria na liderança do Mapa do Maroto, quando de repente, lá estava o professor Slughorn.
Ele olhou pelo corredor, de um lado ao outro, parecendo procurar a origem do som que havia escutado.
Celine prendeu a respiração e se curvou mais na capa, rogando para que os pés deles não estivessem amostra naquele momento.
— Pirraça, é você? — ele perguntou e esperou por uma resposta que não veio, então, deu de ombros e continuou sua caminhada pelo corredor, parecendo bem mais interessado em algo que lia em suas mãos.
Todos os quatro suspiraram em alívio.
— Vamos lá — Celine falou enquanto voltava a andar.
Ela e Sirius continuaram em uma briga silenciosa pelo mapa e, se o mesmo não fosse cheio de encantamentos, muito provavelmente já teria rasgado e dado seu último suspiro ali mesmo enquanto era puxado de um lado ao outro.
— Tem como vocês dois pararem com isso? — James pediu. — Alguém vai nos ouvir.
— Ela quem começou — Sirius apontou para Celine. — Já teríamos chegado lá se tivéssemos pego a passagem de sempre.
— Filch estava logo na saída da passagem, seu idiota! — Celine retrucou e novamente os dois voltaram a brigar pelo mapa.
James revirou os olhos para os dois.
Peter parecia alheio a tudo, enquanto prestava bastante atenção no dever que lhe foi dado de guardar as costas deles.
Celine iria xingar Sirius de mais algum palavrão horrendo que a mesma conhecia, porém, foi impedida quando viu algo estranho no mapa em suas mãos.
Os pequenos pés se moviam lentamente, parecendo vaguear por onde eles haviam vindo, o nome de Severus Snape estava escrito logo abaixo das pegadas.
— O que? — Celine perguntou parando no lugar.
— O que? — Sirius perguntou também, vendo que a mesma de repente havia parado. — Viu algo aí?
James e Sirius se aproximaram ao mesmo tempo dos ombros de Celine, para verem o que a mesma estava vendo também.
Ela fechou o mapa de supetão e voltou a andar sem avisar, fazendo a capa da invisibilidade deixar Peter um tanto amostra na parte traseira, mas eles logo arrumaram isso.
— Não é nada, vamos por aqui — ela voltou a apontar e eles voltaram a caminhar.
Quando finalmente passaram por uma das várias passagens secretas que dava para os jardins do castelo, eles não tardaram a chegar ao Salgueiro.
— Wingardium Leviosa — Celine falou enquanto apontava para um pequeno graveto jogado ali por perto, fazendo-o flutuar e, o arremessando contra o ponto exato do salgueiro que o fazia paralisar e abrir sua passagem até a Casa dos Gritos.
Eles passaram pela abertura e logo deram de cara com um Remus Lupin sentado encarando uma das várias paredes gastas e acabadas que havia ali.
— Olá, pessoal — ele cumprimentou sorrindo.
Todos se cumprimentaram e logo estavam gargalhando, Celine mal havia visto o tempo passar.
Ela olhou para fora de uma das janelas e percebeu que não demoraria para a lua cheia aparecer de uma vez.
— Já trouxe vocês em segurança, meninos — brincou enquanto se levantava. — Mas já chegou minha hora. Vejo você amanhã, Remus, eu venho te buscar e — ela apontou para os outros quatro —, vocês também.
— Certo, mãe — Sirius respondeu revirando os olhos.
— Celine! — James a chamou quando a mesma estava prestes a sair por onde entrou, ela parou no caminho e olhou para ele. — Por que não fica também? Nós podemos voltar sem ser vistos como agora e, Aluado não diz nada, mas eu tenho certeza que ele também quer que você fique — sorriu.
Ela olhou para ele e depois para Remus, que parecia meio sem jeito, passando as mãos nos cabelos e sorrindo meio sem graça.
— Desculpem, meninos, mas não — todos eles soltaram um muxoxo. — Deve ser divertido para vocês em suas quatro patas, mas para mim o teto é muito baixo — falou erguendo os olhos para o teto acima de suas cabeças.
E ela não estava mentindo, se ela pudesse escolher o animal em que se transformaria, com certeza não teria sido um corvo, pelo menos não para ter que ficar ali a noite toda com os outros quatro animais brincalhões.
— Tchau, vejo vocês amanhã de manhã — ela desejou e saiu pela passagem, logo voltando aos jardins de Hogwarts.
Celine estava pronta para jogar a capa em sua cabeça e ficar completamente invisível, quando escutou um miado não muito longe de si.
Ela virou em seus calcanhares de olhos arregalados, pensando que havia sido descoberta por madame Nor-r-ra, porém, para seu alívio, deu de cara com olhos amarelos brilhantes e pelos tão escuros que seria difícil o achar naquela escuridão se o mesmo não estivesse com os olhos bem abertos e brilhosos.
— Esdras! — ela exclamou sorridente para o gatinho que saiu correndo de dentro da Floresta Proibida em sua direção. — Estava com saudades.
Ela acarinhou o pequeno gato e esse logo se pôs de pé em suas patas traseiras, num explícito pedido para que a mesma o carregasse e, assim Celine o fez, pondo o gato preto em seu ombro e se vestindo com a capa de James novamente.
A garota não sabia bem o que Esdras tanto gostava na Floresta Proibida, mas ele meio que vivia lá dentro, às vezes ela passava meses sem ver o mesmo, mas ele sempre acabava voltando de uma maneira ou outra.
Com Esdras em seus ombros, cobertos pela capa e guiados pelo Mapa do Maroto para não serem pegos por ninguém, Celine voltou a andar em direção à Torre da Grifinória.
— Mimbulus Mimbletonia — ela sussurrou para o retrato da Mulher Gorda que, acordou assustada, procurando pelo dono da voz, mas mesmo não a vendo, ela abriu a passagem e Celine logo se pôs para dentro da comunal da Grifinória.
Ela retirou a capa da cabeça e Esdras logo se jogou de seus ombros em direção ao carpete vermelho da sala, se pondo a andar por aí.
Celine se sentou na mesa redonda que ficava perto da janela e voltou a abrir o mapa, ela passou os olhos por ele inteiro.
Ela viu Filch andando pelos corredores acompanhado de madame Nor-r-ra, viu Pirraça parecendo flutuar depressa de um lado ao outro num corredor não muito distante dali, viu a sala de Dumbledore vazia, a professora Mcgonagall em seus aposentos, assim como outros professores, inclusive Slughorn, que parecia já ter terminado sua ronda… mas nada de Severus Snape.
Ela olhou para onde ficava a sala comunal da Sonserina e viu um acúmulo de nomes, todos os estudantes da Sonserina se encontravam em sua comunal, inclusive Severus Snape.
Celine coçou os olhos e fechou o mapa, talvez ela só estivesse cansada?
Ou talvez estivesse pensando tanto em Severus nos últimos dias que até mesmo acabou vendo o nome dele no mapa quando na verdade nem ali ele estava?
Ela suspirou e olhou para fora da janela.
A lua brilhava enorme no meio do céu, cheia.
— Malfeito, feito — guardou o mapa e se colocou a subir as escadas para o dormitório feminino.
Eles estavam no meio do outono, aquela manhã havia amanhecido meio cinzenta e fria, parecia que a qualquer hora começaria a chover.
Celine correu trajando roupas quentes pelo gramado meio úmido pela chuva da madrugada, em direção ao Salgueiro.
Ela fez o mesmo da noite passada e passou pela pequena passagem.
No meio do caminho, ela já conseguia escutar as risadas abafadas.
— Remus já está vestido? — eles riram ainda mais e todos eles cantaram um "sim" em resposta para Celine.
Na última vez, no ano passado, Celine havia entrado sem avisar e, sem querer, flagrou Remus ainda pondo suas calças.
Dali em diante ela prometeu para si mesma que sempre perguntaria antes de entrar.
— Está meio frio lá fora — ela falou enquanto jogava alguns casacos em direção deles, que os pegavam no ar.
— Esdras! — James exclamou quando viu o gato preto ao lado de Celine, indo acarinhar o mesmo. — Quando ele voltou?
— Ontem quando estava voltando para a comunal, ele veio direto da Floresta Proibida.
James abraçou o bichano e deu vários beijos nele.
Celine olhou ao redor e reparou que faltava um deles.
— Onde está Sirius?
E, parecendo que estava esperando exatamente por essa pergunta, uma cachorro preto mediano saiu do meio de uma das cortinas gastas que havia ali, pulando em direção de Celine e mordendo a barra de sua saia.
— Ugh, seu nojento! — ela o afastou quando viu a baba na saia. — Por que ainda está na sua forma pulguenta? Vocês precisam ir logo para a torre, eu tenho que levar Remus para a Madame Pomfrey.
Dito isso, Sirius logo voltou a sua forma normal, bagunçando os cabelos de Celine.
Ela afastou as mãos dele e puxou de dentro do bolso do casaco a capa da invisibilidade, entregando-a para James.
— Onde está o mapa? — ele perguntou assim que já estavam prontos para sair dali debaixo da capa da invisibilidade, refazendo o trajeto até a Torre da Grifinória.
Celine deu um tapa na própria testa, por ter quase esquecido desse pequeno detalhe e retirou o pequeno broche que prendia a sua capa ao redor de seu corpo, entregando-o para James, que sorriu para ela em resposta.
Ele apontou sua própria varinha para o pequeno broche e esse logo voltou a ser o Mapa do Maroto de sempre.
— Nos vemos mais tarde, no café — Sirius falou para Remus e Celine, que acenaram de volta para eles.
Celine reparou que Remus ainda não havia vestido o casaco que ela havia trazido para eles, então, ela logo o pegou e enfiou na cabeça de Lupin.
— Não está tão machucado dessa vez — falou apontando para o corpo dele —, isso é bom.
Ele sorriu terminando de vestir o casaco avermelhado.
— Só estou me sentindo exausto, o resto está ótimo.
Celine concordou.
— Vamos lá, amigo. Vou te levar para descansar na enfermaria.
Ela cruzou os braços dos dois e deixou Remus se apoiar um pouco nela, eles andaram em passos lentos pelos corredores ainda muito vazios devido ao horário e, quando chegaram à enfermaria, Madame Pomfrey logo veio cuidar de Remus, pondo-o deitado em uma das várias camas ali e cuidando dos poucos e pequenos ferimentos que ele havia obtido.
Remus e Celine conversavam baixinho e animados sobre a noite passada, Lupin contava a ela sobre como eles haviam achado ter perdido Peter na Casa dos Gritos ontem, para somente horas depois, encontrarem-no dormindo escondido em sua forma pequenina de rato, quando, de repente, a porta da enfermaria abriu e o diretor Dumbledore passou pela mesma.
Ele sorriu para os dois alunos assim que os avistou.
— Como estamos nessa manhã, filho? — perguntou quando se aproximou o suficiente da cama onde Remus estava deitado.
— Estou muito bem, senhor, obrigado.
— Cansado — Celine corrigiu. — Ele está bem, mas está bem exausto, foi isso que ele quis dizer.
Remus a repreendeu com um olhar e Dumbledore apoiou uma das mãos no ombro do garoto.
— Descanse bastante e não se preocupe com o café da manhã, posso mandar que tragam até aqui.
Remus agradeceu mais uma vez de cabeça baixa, parecendo tímido.
— Oh, eu já ia me esquecendo — Dumbledore falou quando se afastou um pouco da cama, olhando agora para os dois e sorrindo amigável. — Parabéns aos dois pelos cargos de monitores.
“Obrigado, senhor", os dois agradeceram tímidos dessa vez.
— Vamos indo, senhorita Dorsey? O café logo será servido e eu não gostaria de perder a maravilhosa torta de maçã — perguntou para Celine, que logo se pôs de pé e concordou com a cabeça.
— Prometo guardar algumas tiras de bacon para você! — ela sussurrou enquanto fechava a cortina em torno da cama de Remus, que respondeu com um “Por favor, faça isso", igualmente baixo.
Ela saiu ao lado de Dumbledore da enfermaria, deixando Remus Lupin descansando para trás.
Celine Dorsey andava ao lado do diretor pelo longo corredor já tomado pela pouca luz do sol lá fora, devido ao céu acinzentado.
Dumbledore, como sempre, parecia alheio a tudo, mas, ao mesmo tempo, olhando ao redor, como se estivesse atento a tudo também.
— Hum, senhor? — Celine chamou enquanto cruzava os dedos nas costas, inquieta.
Dumbledore a olhou parecendo surpreso em ouvir a voz da mesma.
— Sim, senhorita Dorsey?
— Obrigada por me considerar e escolher como monitora — agradeceu e arriscou um sorriso, ao qual Dumbledore devolveu.
— Considerar — ele murmurou —, eu não diria que cheguei a considerar. Acho que foi só um impulso forte de que a senhorita deveria ser a monitora do seu ano — Celine o olhou surpresa. — Posso lhe confiar um segredo?
— Segredo? — ela perguntou ainda mais surpresa, se perguntando que tipo de segredo Dumbledore gostaria de compartilhar com ela. — Eu sou boa com segredos — confidenciou.
— Sei disso — respondeu sorrindo e também cruzou os dedos em suas costas, voltando a olhar para frente. — Me considero uma pessoa de bom palpite, não me julgue como convencido, mas na maioria das vezes eu estou certo.
Celine franziu o cenho quando ele não continuou.
— Me permite uma pergunta, senhor? — ele concordou com a cabeça. — Certo sobre o que, exatamente, senhor?
— É claro que estou falando sobre Celine Dorsey — explicou. — Tenho um bom palpite sobre a senhorita, por isso a escolhi como monitora.
Celine mordeu as bochechas para esconder o sorriso de orgulho em seus lábios.
— Um bom palpite, o senhor diz? — Dumbledore concordou com a cabeça. — Bom, o senhor mesmo disse que estava a maioria das vezes certo, não é? Então também irei acreditar nesse seu palpite, senhor.
Mais tarde, no café da manhã, quando a maioria dos alunos já haviam terminado suas refeições, Celine estava guardando as fatias de bacon para Remus assim como havia prometido, guardando-as em sua pequena caixa vazia de doces, que ela sempre levava consigo em sua bolsa.
Quando ela levantou os olhos de relance, viu que ainda haviam sobrado também alguns alunos da Sonserina em sua mesa.
Severus Snape estava lá, conversando animadamente com um colega.
— Se continuar encarando assim, em pouco tempo ele também será um fantasma.
Celine olhou para o lado e deu de cara com Sir Nicholas de Mimsy Porpington, ou, mais conhecido pelo castelo como Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma da Torre da Grifinória.
— Posso estar sendo rude e insensível, Sir Nicholas, mas eu adoraria se isso acontecesse — Celine respondeu raivosa.
Então pelo visto, Severus já havia encontrado novos amigos para compartilhar o que antes, apenas compartilhava com ela, aquilo era uma traição!
Ela conhecia aquele brilho nos olhos de ônix de Severus Snape, ele obviamente estava falando sobre o que antes apenas falava com ela.
Celine sentiu-se traída.
— O que houve, eram namorados? — ele perguntou curioso.
— Não! — Celine respondeu rápido, olhando para os garotos ao lado para ver se qualquer um deles havia escutado aquilo e, para seu alívio, Sirius, James e Peter pareciam dentro de suas próprias bolhas. — Ele apenas… — ela buscou a explicação em sua cabeça, mas não soube bem o que dizer — … me traiu.
Percebendo que Celine sussurrava, Nicholas também se debruçou na mesa, transpassando um pouco da mesma por conta de seu corpo fantasmagórico.
— Então foi mesmo um namoro — sussurrou de volta.
— Não, não foi um namoro — ela voltou a se explicar —, eu não faço o tipo dele.
O fantasma da Grifinória pareceu surpreso.
— Tipo? O que quer dizer com tipo? — perguntou confuso.
Celine suspirou.
— Ele prefere as garotas ruivas, altas, de cabelos longos e olhos verde esmeralda, preferencialmente as populares e bem faladas, sabe? — ela apontou para si mesma. — Eu sou o completo oposto disso.
Sir Nicholas negou com a cabeça e voltou a se erguer na cadeira.
— Quanta besteira — estapeou o ar. — No meu tempo eu apenas preferia as que tivessem um bom coração e cérebro.
Celine concordou veementemente com aquilo.
— Não é? — depois voltou a suspirar. — Talvez os bons homens tenham ficado no seu tempo mesmo, Sir Nicholas — olhou para James, Sirius e Peter, os dois primeiros fingiam ser vampiros com presas de bacon, fingindo querer morder Peter que dava risadas descontrolado. — Agora apenas sobraram os idiotas.
Sir Nicholas riu ao lado e Celine voltou a encarar a mesa da Sonserina, olhando atentamente para Severus Snape.
Os cabelos dele pareciam um tanto bagunçados naquele dia, os fios finos e lisos apontavam para todos os lados, ele carregava bolsas arroxeadas logo abaixo dos olhos pretos demais; Celine sabia que ele costumava ler até tarde, assim como ela.
De repente, Severus Snape a encarava de volta, ela tomou um susto e pensou em desviar o olhar, mas de repente, parecia que os dois estavam em uma batalha para ver quem piscaria primeiro e perderia.
Os dois se encaravam parecendo querer jogar azarações um contra o outro.
Quem perdeu o pequeno jogo silencioso foi Snape, que piscou várias vezes seguidas seus olhos vermelhos e secos devido a terem ficado abertos por tanto tempo.
Celine sorriu vitoriosa enquanto fazia o mesmo.
Ela apenas parou de encarar Severus quando o mesmo saiu pelas portas do grande salão e, logo depois, teve que sair também, acompanhada de James, Sirius e Peter, indo em direção à primeira aula daquele dia.
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