1. Você entrou na sala e agora meu coração foi roubado
Era sábado quando Caio colocou os olhos em Maria Carolina pela primeira vez. Um daqueles dias em que você não quer fazer nada além de ficar largado no sofá, assistindo TV e usando pijamas surrados. Mas não, naquele dia em especial não aconteceu isso. Os amigos de Caio ligaram tanto para ele, deixaram tantas mensagens que o convenceram a dar uma passada na casa de Maitê, onde todos se reuniriam para jogar buraco e beber cerveja.
Podia-se dizer que o discreto e calado homem comum iluminou-se quando avistou o par de coxas descobertas entrando pelo apartamento de sua amiga de infância. Não exatamente pelas coxas, que foram sua primeira visão considerando que estivera sentado no meio do piso amadeirado, portanto mirou-a de baixo para cima. Havia também um vestido florido e esvoaçante, com detalhes miúdos e corações menores ainda. Os cabelos cortados em um channel repicado, meio loiro e meio preto cheio de ondulações, braços descobertos e havia uma frase rabiscada na parte de dentro do antebraço que ele não conseguiu decifrar no primeiro momento.
- Fecha a boca, amigo. - Maitê aconselhou enquanto passava por ele e sentava no colo de Fabrício, seu namorado.
- Quem ela é? - Caio não conseguia tirar os olhos dela, ainda que tentasse muito, mas ela sorriu amplamente para a outra garota que lhe acompanhava, e surgiram covinhas discretas em suas bochechas. - Nunca vi essa garota por aqui antes.
Fabrício bagunçou os cabelos do rapaz e deu uma risada, dizendo que aquele dia seria interessante. Maitê sorriu de volta e ofereceu uma garrafa para Caio que aceitou de pronto, sorvendo um gole generoso. Como se houvesse sido chamada, Maria Carolina virou o rosto na direção de Caio e sustentou seu olhar por algum tempo, sorrindo em seguida e fazendo um discreto aceno de cabeça para ele. O homem não conseguiu retribuir o sorriso, apenas tirou a garrafa dos lábios, como quem sabe exatamente o que fazer, mas na verdade estava sentindo o coração disparado dentro do peito.
- Maria Carolina, vem cá!
A voz do amigo tirou Caio de seu torpor momentâneo, e sua cabeça virou na direção do loiro de cabeça raspada no mesmo instante. Assim que a garota do vestido florido começou a caminhar na direção deles, Caio soube que o nome e a pessoa que despertou sua atenção pertenciam-se.
Maria Carolina, ele pensou. Nome incomum. Não conhecia muitas mulheres com esse nome, e ele conhecia muitas pessoas devido ao seu trabalho. A vida de marqueteiro digital fizera com que Caio conhecesse muitas pessoas do mundo da internet, criar marcas e identidades visuais era sua especialidade.
Pensava se poderia tornar-se especialista em Maria Carolina.
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