𝐒ixty 𝐓wo
Três dias depois
- Nunca pensei que um dia você e aquele idiota teriam paz, sério. Já estava na hora de vocês serem felizes um pouco. - Jin disse e eu ri. - Não estão mais brigando?
- Batemos o nosso recorde. - Falei. - E você e Namjoon?
- Estamos bem, voltamos. Mas eu ainda estou meio magoado com o que ele fez.
- Vão ficar de conversinha ou vão fazer as atividades? - A professora chamou a atenção.
- Esses garotos não calam a boca. - Hannah reclamou. - Eu quero me concentrar, que saco.
- Garota, você está mexendo em seu celular. - Revirei os olhos.
「 🍁 」
Jungkook's vision
- Jeon? Aqui é o professor de Taehyung. - Aquele boiola me ligou.
- Qualé que deu, boi... hã... qual seu nome mesmo? - Perguntei.
- Junhui. - O cara disse simples. - Eu liguei para lhe dizer que seu filho está passando mal, ele vomitou duas vezes, eu aconselho você a pegá-lo e levá-lo em um médico, percebi que é uma pequena virose, mas mesmo assim à leve, para não se tornar algo grande. - Desliguei o celular na cara dele e saí correndo para pedir permissão para poder sair dessa porra, eu corria por aqueles corredores em direção da sala da diretoria, até que trombei em alguém.
- Puta que pariu. Não olha por onde... Jimin? - Ele estava parado em minha frente.
- Preciso ir ao banheiro. - Ele disse. - Qual o motivo da sua pressa?
- O Taehyung. Junhui ligou e disse que ele vomitou, eu tenho que ir para lá o mais rápido possível.
- Nós temos. - Ele me corrigiu e eu ergui uma sobrancelha.
- Ah, é? E como você vai sair?
- Peça sua permissão e me espere lá fora, eu farei tudo o mais rápido possível. - Ele disse seguro e eu entrei como um furacão na sala daquela diretora.
- Senhor Jeon. - Ela ajeitou a gola da camisa. - Precisa de algo?
- Sim, preciso sair. meu filho está doente e eu tenho que pega-lo na creche.
- Você tem um filho? - Ela estranhou o fato. - Tão novo...
- É, acontece. - Tentei ser o mais educado possível. - Posso sair?
- Sim, claro. Melhoras para o seu filho. Deve ser tão lindo quanto o pai. - Ela tentou fazer uma voz sensual, mas estava velha demais para isso, então a única coisa que aconteceu foi meu estômago ter embrulhado.
- Obrigado. - Saí rapidamente da sala e corri para o estacionamento onde estava meu carro, Jimin estava com a perna quebrada, então deduzi que ele não iria fazer nada rápido, mas mesmo assim, esperei, ele era o único que saberia o que fazer perante a essa situação.
「 🍁 」
Jimin's vision
- Ai. - Falei meio alto para chamar a atenção assim que eu entrei na sala. - Não estou me sentindo bem. - A professora olhou-me rapidamente achando que fosse algum efeito do acidente.
- Tudo bem, Jimin? - Ela perguntou.
- O que aconteceu, Ji? - Jin perguntou inocentemente.
- Aquelas dores de novo. - Falei.
- Você não quer ir até a enfermaria? - O professor perguntou.
- Jin, vamos comigo? - Ele assentiu rapidamente e nós saímos.
- O que aconteceu? - Ele perguntou enquanto esperávamos o elevador. - Você está bem? - Sorri e contei que era fingimento, eu apenas precisava sair, contei o fato de Taehyung.
- Ah, sim. Vou te ajudar. - Entramos no elevador e em seguida estávamos no andar da diretoria, ignoramos totalmente a enfermaria.
- Senhora Diretora. - Jin entrou e eu estava abraçado nele, como se precisasse de algum apoio, mesmo estando com as muletas ali.
- O que aconteceu? - Ela olhou rapidamente.
- Jimin não está passando muito bem. - Fiz cara de dor.
- Preciso ir para casa e descansar meu corpo, está doendo. - Tentei ser o mais realista possível.
- Vou ligar para o seu pai, só um minutinho. - Ela disse pegando o telefone.
- NÃO. - Eu e Jin gritamos em uníssono, a diretora nos olhou assustada.
- É que... ele está trabalhando, você sabe e não é nada grave, só que o médico disse que se eu sentisse alguma dor, era para eu descansar. - Menti.
- Tudo bem, você está liberado. - Ela me entregou um papel que eu tinha que mostrar na saída. Foi mais fácil do que eu pensava, porém eu precisava ser rápido.
- Vou te levar até a saída, hoje à noite levo seu material para você. - Ele era o melhor amigo do mundo.
- Jeon? - Chamei sua atenção, ele estava encostado no carro, impaciente.
- Porra Jimin, que demora. - Ele meio que me xingou. - Entra de uma vez. - Ele disse rude pegando minhas muletas e colocando no banco de trás, em seguida me ajudou à entrar, tomou seu lugar e nós saímos, antes eu chequei para ver se ninguém estava olhando.
- Desculpa, não precisa ser grosso. - Ele não disse nada, continuou com os olhos na direção, vi preocupação em Jungkook e preferi nem discutir, afinal eu também estava preocupado com Taehyung.
「 🌪️ 」
- Onde está meu filho? - Jungkook entrou meio alterado na creche, até esqueceu que minha perna estava quebrada e eu não conseguia acompanhá-lo.
- Calma, Jeon. Ele está bem. - Senhora Marie tentou acalmá-lo. - Está dormindo, vou pegá-lo, espere. - Ela disse e saiu rapidamente, em seguida, voltou com Taehyung adormecido em seus braços e o entregou para Jungkook que pegou o pequeno com carinho. Me aproximei deles e acariciei os cabelos de Taehyung, ele era tão perfeito.
- Nós vamos levar ele em um médico próximo. - Falei. - Obrigado por cuidarem dele.
- É o nosso trabalho. - Junhui disse sorridente.
- Vamos Jimin. - Jungkook disse, olhando feio para Junhui, ele havia pegado uma implicância muito grande com o cara. Saímos e fomos para o carro, Jungkook disse que o levaria em um médico amigo seu que havia uma pequena clínica por perto, apenas assenti. - Chegamos. - Ele disse descendo do carro. Jeon estava tão estranho, tão grosso, tão seco, eu já estava começando à estranhar.
Desci também com uma pequena dificuldade, enquanto Jungkook pegava Taehyung no banco de trás, ele acordou e olhou em volta tentando reconhecer o lugar que estava.
- Oi príncipe, acordou. - Beijei suas bochechinhas, ele estava com uma carinha de sono tão fofa. Coloquei minha mão em sua testa e Taehyung estava quente, deduzi que era febre. - Ele está com febre, Jeon. - Falei meio assustado. - Vamos logo.
- Droga. - Ele disse assustado. - Será que foi o DVD do Justin Bieber? - Revirei os olhos e fiquei quieto.
「 🍁 」
- Então, o que esse principezinho tem? - O médico perguntou, Jungkook estava meio nervoso, então eu que tive que falar.
- Ligaram da creche dizendo que ele vomitou duas vezes e antes de nós entrarmos coloquei a mão na testinha dele e vi que estava meio quente. - Disse. - acredito que seja febre.
- Sim. Coloque ele aqui. - Ele disse para Jungkook se referindo à pequena maca que havia ali. Jungkook colocou Taehyung ali com cuidado e sentadinho, ele estava tão muxinho e desanimado que meu coração se apertou.
Fui para perto dele e comecei à acariciar seus cabelos ondulados, ele levantou os braços pedindo para que eu o pegasse no colo e começou a chorar, mas tentei o tranquilizar pedindo para ele ficar sentadinho ali, enquanto o médico o examinava, arranquei um riso dele, o que me deixou muito feliz.
- Bom, pelo visto é uma virose.
- É, o professor dele disse isso. - Jungkook falou simples
- O que o senhor recomenda? - Perguntei.
- Vou fazer a receita de um remedinho para vocês darem à ele, é líquido, então será mais fácil. - Ele disse fazendo à tal receita. - Deem para ele de doze em doze horas durante cinco dias. - Ele disse. - Se não melhorar, tragam-no aqui novamente. Você tem belos pais, príncipe. - Ele brincou com Taehyung e o deu um pirulito pequeno. Jungkook me olhou rapidamente e eu estava sem reação. Jungkook o pegou e nós nos despedimos do médico.
- Desculpe. - Jungkook disse. - Estão sempre achando que você é o outro pai e talvez você não queira isso. - Ele deu de ombros.
- Não tenho problema em relação à isso. - Falei. - Mas tem algo me intrigando... - Resolvi abri o jogo.
- O que? - Ele perguntou enquanto saíamos do local indo em direção ao carro.
- Seu humor. - Fui franco. - Aconteceu algo? Você está encuzado.
- Não aconteceu nada. - Havia mentira em sua voz. Ele pôs Taehyung na cadeirinha. - Vou passar na farmácia para comprar o remédio.
- Então vamos. - Falei tomando meu lugar no carro. - O que aconteceu, Jeon? - Acariciei sua nuca, ele olhou-me.
- Não aconteceu nada, porra. Sempre fui assim, fechadão, grosso. Que caralho.
- Desculpa, pensei que você havia mudado comigo.
- É, mas eu não mudei. - Ele disse firme e eu fiquei quieto, não queria discutir na frente de Tae, ele estava enjoado, não merecia isso.
Jungkook pediu para que eu esperasse no carro e saiu rapidamente para pegar o remédio, saí do banco do carona e fui para trás com Taehyung, não queria suportar o mau humor de Jeon. Levei minha mão novamente ao seu rostinho e a febre já havia passado.
- Será que o pequeno Taehy está bem? - Sorri para ele, ele disse uma coisa estranha a qual eu não entendi e eu ri. - Você é muito lindo. - Beijei sua pequena mãozinha.
Jungkook voltou e entrou no carro ignorando tudo e todos, a única coisa que ele disse foi.
- Você vai lá pra casa? - Eu apenas assenti, tinha algo errado, algo muito errado.
Fomos para o elevador e Jungkook estava quieto demais, fui obrigado a perguntar novamente o que havia acontecido, ele simplesmente mandou eu calar boca, disse que eu era chato demais e que eu já ia descobrir o que aconteceu, confesso que tivemos uma pequena discussão.
Jeon abriu a porta do apartamento e a primeira coisa que observei foi Yoongi e Namjoon sentados no sofá com cara de cu, bom, o fato de Namjoon estar com cara de cu, eu ignorei, pois era o normal dele, mas agora, Yoongi... Bom, foi estranho. O clima estava bem tenso e percebi que Hoseok não estava.
- Oi? - Disse meio receoso, Yoongi me olhou por um tempo e murmurou um oi. - Aconteceu algo? - Ninguém disse nada. - Vou dar o remédio para Taehyung. - Falei pegando o mesmo, antes provei uma gotinha e vi que era doce, então não seria difícil que Taehyung aceitasse e foi o que ele fez. Chamei Jungkook no quarto, o clima estava muito pesado.
- Jeon... tem algo errado, e você vai me contar o que é. - Exigi.
- Hoseok. - Ele disse trocando de roupa, sua voz emitia tristeza.
- O que tem ele? Está no casarão resolvendo algo, não?
- Não. - Jungkook deu de ombros, ele estava sendo curto demais e isso estava me irritando.
- O que aconteceu, Jeon? - Firmei minha voz, enquanto Tae estava em meu colo brincando (mais obviamente puxando) com os meus cabelos.
- Hoseok é gay. - Ele cuspiu as palavras.
- O que? - Perguntei incrédulo, mas ao mesmo tempo um sorriso estava quase surgindo em meu rosto. - Como assim?
- Ele nos contou isso ontem. Não quero um viado de merda na minha gangue.
- Jungkook, ser gay não é nenhuma doença, e não tem nada a ver, Hoseok sempre foi um gangster igual à vocês todos, sempre teve pose de homem perante esses bagulhos de gangue, deixa o cara.
- Vai defender ele agora, Jimin?
- Sim, vou defender, porque o errado não é ele, é você. O cara é seu amigo há quinhentos anos e vocês tá emputecido porque ele é gay, isso é coisa de gente ignorante. E você acha que eu sou o que? Vai ficar puto porque eu sou gay também?
- Cala a boca, Jimin, me dá Taehyung aqui e vaza. - Sim, ele me expulsou do quarto. Saí e bati a porta do quarto com força, devo ter assustado Tae, mas nem pensei em nada na hora, eu caminhava por aquele enorme corredor mancando, até chegar na sala.
- Não acredito que vocês estão cagando para o Hoseok porque ele resolveu assumir que é gay. - Gritei para Yoongi e Namjoon. - Onde ele está? Vou atrás dele.
- Jungkook mandou ele embora. - Yoongi disse. - Encheu ele de porrada ontem.
- O que? - Minha garganta ficou seca. - Não acredito nisso. Vocês também estão do lado do Jeon?
- Você já viu um gangster gay? Uma vergonha para os Sonyeondan's. - Namjoon se pronunciou.
- Não é vergonha porra nenhuma, ele não é nenhuma bicha espalhafatosa que vai atirar glitter na hora de alguma treta, ele só tem uma opção sexual diferente, ele é neutro em relação à isso. Tanto que eu nunca percebi, fiquei sabendo disso agora. Vocês estão sendo uns merdas. - Joguei algo sólido que estava em cima da pequena mesa no chão.
- Calma, Jimin. Eu não me importo tanto com isso. - Yoongi disse. - Porque como você disse, ele nunca demonstrou nada, quando ele ia para as boates ele pegava várias minas. Talvez...
- Ele seja bissexual igual vocês. - Falei. - E daí? Ele continua sendo gente como qualquer um de vocês!
- Pô, mas vai queimar nosso filme. - Namjoon disse.
- Vocês vão jogar uma amizade de anos fora por causa disso? Legal, querem um balão?
- É estranho, mas Jungkook exagerou, ficou emputecido, fez um escândalo. - Yoongi disse.
- Quer saber? A bicha é ele. - Falei.
- Você não se cansa de falar merda não? - Jungkook apareceu na sala bravo. - Não quero mais Hoseok nessa gangue, não quero mais ele aqui, isso é desonra. - Fui até Jungkook e lhe dei um tapa na cara. - Mas o que é isso? Ficou louco?
- Não, isso é o que você merece, Jeon. Você bateu em Hoseok também, fiz isso por ele, ele não merece ser tratado como animal pelos melhores amigos, e se vocês vão dar as costas para ele, só lamento, mas eu não vou. - Eu estava com muita raiva e ódio da atitude de Jeon e dos garotos. - Qual o número dele? - Ninguém disse nada. - Qual o número dele, porra? - Yoongi ditou. Salvei em meus contatos. - Vou embora.
- Quer que eu te leve? - Jungkook perguntou, ele só havia perguntado por causa da minha perna.
- Não, quero que você fique longe de mim por enquanto. - Falei indo em direção à porta.
- Garoto idiota, sua perna...
- Pode ter certeza, que o único que está tendo atitudes idiotas aqui é você, aliás, vocês. - Falei. - Vou pegar um táxi. - Disse indo para o elevador, Jungkook veio atrás.
- Jimin, não precisa de tudo isso.
- Isso é pouco comparado ao que você fez. Julgou o garoto, bateu nele e ainda o expulsou, sendo que vocês eram a única família que ele tinha aqui na Coreia, agora me diz, onde ele está? Com quem? E se ele estiver por aí como um cachorro?
- Não, ele não está, Jimin. Ele tem uma boa quantia de dinheiro.
- Não interessa. - Gritei. - Agora sai, quero embora, você está me fazendo pegar nojo.
- Ji... - Ele amaciou a voz e pegou meu braço. - Não vou deixar você sair com a sua perna assim.
- Me larga, Jeon. Vai ser bem melhor. - Ameacei. - Não piore as coisas, porque se o nojo que eu estou sentindo realmente se estabelecer, diga adeus Jimin e olá novamente para as suas vadias.
- Isso quer dizer que você vai acabar? Por causa do Hoseok? Não precisa desse exagero.
- Eu amo o Hoseok, eu criei uma amizade maravilhosa com ele, assim como também criei com Yoongi e não quero nenhum filho da puta humilhando ele por suas escolhas, e o que me dói mais, é saber que vocês eram melhores amigos. Se você fosse verdadeiro não o humilhava desse jeito. Tanto você quanto Yoongi e Namjoon. - Cuspi as palavras. - Agora sai. - Para a minha sorte o elevador abriu e eu entrei. Jungkook não fez nada para impedir, apenas ficou lá com uma cara triste que se eu não estivesse tão puto da vida, até teria dó. Mas meu querido namorado, havia sido um filho da puta e eu não iria ficar de jeito nenhum com alguém que fosse preconceituoso, eles deveriam apoiar Hoseok, aceitar suas escolhas, garanto que ele nunca iria fazer merda nenhuma para eles passarem vergonha.
Peguei meu celular e disquei o número de Hoseok, liguei cinco vezes e só chamava, mas não desisti, continuei ligando, ligando, na décima vez, ele atendeu, eu estava na frente do prédio de Jeon.
- Alô. - Ele disse com uma voz triste.
- Hoseok? É o Ji. - Falei.
- Vai me julgar também? Igual a porra do seu namorado fez? - Ele disse com ódio na voz. - Você já sabe de tudo não é?
- Quase ex namorado, porque nós brigamos. - Falei. - Aliás, eu briguei com ele, o que ele fez foi um absurdo. - Falei. - Eu estou do seu lado, Hobi. Você não está sozinho. Saiba disso.
- Ji... - Senti que Hoseok ficou sem palavras. - Nem sei o que dizer, só sei que foi um inferno, resolvi contar achando que meus amigos iriam me apoiar.
- Eles são uns idiotas. Eu fiquei tão triste quanto você, eu joguei tudo na cara deles, principalmente na do Jeon. Pode parecer exagero, mas eu não admito essa atitude ignorante dele. - Parei para respirar, pois falei tudo de uma vez.
- Obrigado, Ji. Mas não tem jeito, fiz eles me odiarem.
- Me diz onde você está, por favor. Quero te encontrar, falar com você. - Supliquei.
- Acho melhor não. Estou indo para bem longe.
- Hoseok, onde você está?
- No aeroporto, voltando para o Canadá. - Meu coração disparou e a vontade de chorar se estabeleceu.
- Hobi, não por favor, não vai. Deixa eu falar com você. - Eu suplicava. - Eu vou matar aqueles idiotas. - Quase gritei, as pessoas que passavam me olhavam. - Que horas é seu voo?
- Daqui à cinquenta minutos. Tchau, Ji. Amei te conhecer, você é um melhor amigo e tanto. - Pude senti que ele estava dando um sorriso forçado. - Te amo, não esqueça de mim. - A linha ficou muda e eu comecei a chorar, precisava de um táxi.
- Peça um táxi para mim imediatamente, por favor. - Implorei ao porteiro. Ele fez o que eu disse nervoso, quase derrubou o telefone.
- Você ainda está aqui? - Jungkook surgiu com um cigarro na boca, Namjoon e Yoongi estavam juntos.
- Vocês não podem deixar Taehyung sozinho. E se ele se sentir mal novamente? - Falei e ainda tinha vestígios de lágrimas em meu rosto.
- Ele está com a vizinha. - Jungkook disse. - Temos que ir no casarão.
- Exatamente, enquanto o amigo de vocês está quase voltando para o Canadá. - Vi que eles se assustaram.
- O que? - Yoongi disse e o táxi chegou.
- Vocês são uns vacilões, se Hoseok ir, eu juro que eu nunca mais olho na cara de nenhum de vocês.
- Você estará me fazendo um favor. - Namjoon disse e eu entrei no carro.
- Jimin, caralho. Onde tu vai, porra? - Jungkook se alterou, mas eu o ignorei.
- Para o aeroporto. - Falei para o taxista. - O mais rápido que você puder. - Coloquei pressão. - Se você conseguir fazer isso em três minutos, eu te agradeço.
- Eu não faço milagres. Desculpa.
- Pois então, faça. - Fui grosso, e até que consegui meter um psicológico no cara, pois ele dirigia rapidamente, até chegarmos na avenida principal e termos que enfrentar um engarrafamento do caralho, comecei a ficar super nervoso, minhas mãos suavam e as lágrimas caiam sem eu perceber, nem eu havia me dado conta do quanto Hoseok significava para mim, eu adorava seu jeito, ele era engraçado, divertido e quando eu precisei ficar na casa de Jeon, ele foi o primeiro ao concordar com a minha estadia. Eu pensava em tudo isso e ficava mais triste ainda, não me contentava com a ideia de Hoseok voltar para o Canadá porque seus amigos eram uns filhos da puta e eu nunca mais vê-lo. Merda, droga, porra, caralho.
Quinze minutos se passara, e sim, aquilo era muito para mim.
Quinze minutos.
Quinze.
Finalmente o carro andou e o cara aumentou a velocidade novamente, ele pegou um atalho onde as ruas eram mais calmas e não tinha tando movimento, porém ele me disse que era um caminho mais longo, quase o matei, parecia até que ele não tinha noção do problema. Ah, claro que ele não tinha.
Vinte e cinco minutos se passaram.
Vinte e cinco.
Vinte.
E eu tinha que chegar á tempo de impedir Hoseok.
- Cara, falta muito?
- Tá apressado, pega um avião. - O cara tentou me dar um corte.
- Não sei se você percebeu, mas se eu tivesse que pegar um avião, eu teria que ir para o local ONDE VOCÊ TEM QUE CHEGAR RÁPIDO. - Gritei e o cara me olhou com cara de assustado.
- A culpa não é minha, é do trânsito, desconta nele. - Ele disse e eu percebi que estávamos parados novamente.
- Boa ideia. - Desci do carro no meio do engarrafamento e comecei à gritar igual à um louco. - CARROS SÃO FEITOS PARA ANDAR, ENTÃO MOVAM ESSAS MERDAS DE UMA VEZ, PORRA. - Voltei para o táxi.
- Você é louco ou...?
- Puta que pariu, trinta minutos, moço. - Falei mostrando o relógio para ele. - Trinta minutos. - O carro resolveu andar.
Trinta e cinco minutos se passaram.
Trinta e cinco.
Trinta.
Eu só tinha mais quinze minutos, eu já estava quase perdendo as esperanças, eu não queria perder meu amigo, não porra.
- Tá muito longe? - Perguntei.
- Não, só mais uns doze minutinhos.
- DOZE MINUTINHOS? - Gritei. - Você fala como se fosse pouco.
- Para mim é. - Ele disse.
- Claro, não é o seu amigo que vai voltar para o Canadá.
- Na verdade, tenho um amigo, ele vai para o Canadá amanhã. - Ele começou à dizer. - Adoro aquele cara, com certeza ele vai pedir para que eu o traga no aeroporto.
- Não deixe ele cometer esse erro, me dê o número dele agora que eu vou recomendar um jabuti maravilhoso para levá-lo, pois é mais rápido. - Tudo bem, eu sei que eu estava culpando o cara, sendo que a culpa era do maldito trânsito.
Olhei as horas novamente porra, quarenta minutos.
Quarenta minutos.
Quarenta.
- Quer saber, garoto? - O taxista se irritou. - Cansei. Larga do meu táxi. Não gosto de trabalhar sobre pressão.
- Não, mas...
- Desce, você é chato demais, fica tagarelando, falando de um tal amigo que vai pro Canadá, contando quantos minutos faltam. Vaza daqui, aproveita que o aeroporto só está à três quadras.
- Minha perna está quebrada, eu não vou chegar á tempo, a menos que eu corra, mas não posso fazer isso. - Falei.
- Foda-se. - Ele disse. - Quero meu dinheiro.
- Não vou pagar porra nenhuma, vocês só ficou parado nesse trânsito e porra, dez minutos - Desci do táxi e saí mancando pelo meio dos carros, eu nunca havia andado tão rápido com a perna quebrada como eu andei. Eu tinha que chegar em dez minutos, mesmo sabendo que era quase impossível, ainda mais com a perna desse jeito. Atropelei algumas poucas (várias) pessoas que impossibilitavam minha passagem, bati em algumas com a muleta, mas isso não vem ao caso.
Eu não sabia se eu mancava, ou se eu me apoiava nas muletas, não interessa, os dois estavam sendo experiências horríveis, tanto que eu comecei à chorar, pois senti uma certa dor em minha perna.
Eu já estava ficando com falta de ar, mas eu continuava, porém a coisa foi apertando, logo eu não conseguia respirar direito e minhas energias estavam acabando, andar rapidamente com a perna quebrada não eram coisas compatíveis então fui consumido pelo fracasso e fui obrigado à parar. Apoiei as mãos em meu joelho tentando tomar ar, pois eu estava precisando, até que percebi que estava na frente do aeroporto.
Tomei posição imediatamente e entrei naquela droga, eu andava no meio daquelas pessoas cheias de malas e o caralho à quatro, perguntei para um segurança onde ficava o local de espera dos voos, segundo andar.
O elevador iria demorar e eu não havia tempo, então tentei ir pela a escada mesmo, juro que foi uma péssima ideia.
- Você quer ajuda para subir? - Uma voz grossa perguntou, olhei e tinha um cara todo maromba. - Pelo visto está com dificuldade. - Não vi nenhuma malícia em seus olhos, então resolvi aceitar. Eu teria apenas, bom, três minutos.
Exatamente.
Três minutos.
Três.
- Sim, eu quero. - Pensei que o cara iria pedir para eu me apoiar no braço dele ou coisa e tal, mas não, ele me pegou no colo e subiu comigo até o final, foi estranho, mas eu cheguei.
Cheguei no andar e só via bancos com pessoas desimportantes esperando seus voos, não via Hobi e comecei à ficar nervoso, droga, ele já havia ido. Comecei à chorar e a tentar consolar à mim mesmo, até que olhei para a fila de embarque.
- HOSEOK! - Gritei indo até lá com a ajuda das minhas muletas. - HOSEOK! - Gritei novamente e dessa vez ele olhou e se assustou. Cheguei até ele.
- Jimin?
- Hobi fica, por favor. - Falei ofegante. - Eu não posso deixar você ir.
- Senhor, sua passagem? - Uma mulher falou.
- Hoseok? - Ele não sabia se olhava para a mulher ou para mim.
- Você está trancando a fila. - Um cara reclamou.
- É, senhor, sua passagem por favor. - A mulher reforçou.
- Fica. - Eu estava muito cansado, minha voz saía fraca. - Por favor.
- Com licença. - Hoseok disse se retirando da fila, abracei ele fortemente, seu olho estava visivelmente roxo do modo que chamava a atenção de algumas pessoas que passavam. - Ji, você não tinha nada que ter vindo atrás de mim, eu já estava planejando uma vida nova, seria bom voltar para o Canadá.
- Eu preciso sentar, cara. - Falei, sentamos naquelas poltronas e eu contei para Hoseok tudo o que aconteceu para que eu conseguisse chegar aqui.
- Você é louco? Sua perna está quebrada. - Ele me xingou. - Não precisava fazer tudo isso.
- Não quero que você vá. - Falei. - Criei uma amizade muito forte por você e eu não me importo com a sua opção sexual, você sempre será o mesmo para mim, e prometo que nunca vou olhar para nenhum homem lindo que você conhecer. - Falei e Hoseok riu.
- Não vai me achar estranho um gangster ser gay?
- Você é estranho, então estou de boa. - Ele riu novamente. - Não, não acho. - Disse sério.
- Eu acho, principalmente para alguém que é das ruas, que é rotulado bad boy e faz parte de uma gangue. Eu não sei da onde veio isso, eu juro, mas eu consigo ter atração por homens e mulheres ao mesmo tempo, mas geralmente, sempre fico com mulheres, eu queria me livrar disso, eu não queria ser assim, mas eu tive que assumir, assumir para mim mesmo, assumir para os meus amigos, eu não podia ficar escondendo. Porém, o resultado não foi dos melhores.
- Logo eles vão se ligar na merda que estão fazendo. - Falei. - Eu estou tão chateado quanto você, Hobi. - Ele abaixou a cabeça e vi lágrimas escorrendo por seu rosto, um nó se formou em minha garganta também. - O que as pessoas vão achar ao ver nós dois chorando? - Falei e ergui sua cabeça, fiz ele olhar diretamente para mim. - Eu aceito você do jeito que você é, faça o mesmo. - Falei.
- Eu não vou me comportar como uma bicha espalhafatosa, eu vou continuar sendo assim, não dando evidências para ninguém, isso não vai mudar. Mas os caras já acham que eu vou sair, comprar um vestido rosa e colocar silicone na bunda e no peito. Nada a ver isso aí.
- Hoseok... - Ele me olhou. - Você conheceu alguém, não é?
- O que? Não... - Ele ficou meio nervoso.
- Quem é ele? - Perguntei.
- Não tem ninguém, Jimin.
- Tem sim.
- Não tem não.
- Tem sim.
- Não tem não.
- A gente pode ficar aqui o resto do dia se você quiser...
- Bom... é um cara... eu saí com ele esses tempos...
- Eu aprovo qualquer tipo de amor. E aí?
- Ele pareceu ser bem legal, nós conversamos...
- Nome dele?
- SungWoon.
- Apaixonado?
- Ainda não, não totalmente. - Hoseok suspirou. - Os caras nunca vão me perdoar. Nunca vão me aceitar. Isso não é amigo de verdade, não é.
- Eu concordo com você, isso não é amigo de verdade, e pode ter certeza, se Jungkook continuar com essas porras, ele não vai me ter tão cedo.
- Não estrague sua felicidade por minha causa, Ji. - Ele deu um sorriso fraco.
- Só estou sendo justo, apenas isso. - Falei.
- Bom, vou trocar minhas passagens, vou ver se tem voo para outro horário, pois alguém me impediu de ir. - Ele riu e eu gelei.
- Não, Hoseok. Você não pode voltar, não pode. Alugue um apartamento por aqui, eu ajudo você.
- Não, Ji. Vou voltar para o meu país, vou tentar uma nova vida, tentar esquecer essas porras.
- Hobi... - eu já estava ficando sem argumentos, por favor...
- Prometo que vou ligar sempre, aliás, vou visitar também. - Ele tentou me tranquilizar, mas só piorou a situação, pois eu comecei à chorar.
- Cara, eu não posso perder você, você é meu melhor amigo, porra.
- Ji, calma. Nada vai mudar, sempre seremos amigos. Existem vários meios de comunicação, então nos perder, nós não iremos. - Ele deu uma piscadela para mim.
- Nunca vou perdoar, Jeon. Nunca. - Falei decidido.
- Jimin, você o ama, não estrague a sua felicidade por minha causa, já disse. - Ele disse em tom de repreensão.
- Hoseok, uma coisa que eu não suporto, é gente preconceituosa, ainda mais com o próprio amigo, não quero mais saber dessas merdas de garoto, você não merecia isso.
- Jungkook te ama, Ji. Não brigue com ele.
- Você vai defendê-lo? Ele é um pau no cu! - Disse bravo. - Agora vamos comer, estou com fome. - Levantei-me com certa dificuldade e puxei Hoseok, me apoiei nele e nós fomos até uma cafeteria que havia ali no aeroporto mesmo.
- Fique por favor. - Supliquei novamente. - Ai caralho. - Queimei a língua com o café. - Por que eu estou tomando café mesmo? Eu nem gosto disso.
- Vou sentir sua falta, Jeon é um homem de sorte.
- Fique e não sinta. - Pisquei para ele. - E Jeon ERA um homem de sorte.
- Eu quero mesmo ir, pois o que eu menos quero é ficar, me mudar para um lugar qualquer por aqui e ter a chance de trombar com eles na rua.
- Medo?
- Desgosto.
- Te entendo. - Falei. - Estamos na mesma situação.
- Eu achei que eles eram meus amigos, que eu podia confiar, são mais de dez anos de amizade, mas... - Vi Hoseok segurar o choro. Meu celular tocou. Sim, era Jungkook.
- Você tem à mim. - Falei. - Por favor, fique.
- Não vai atender? - Meu celular tocava loucamente.
- É Jeon, ninguém importante. - Dei de ombros.
- Ji...
- Então, como eu estava te falando... Ai que droga, essa merda não para de ligar. - Atendi. - O que você quer, Jungkook? - Fui rude. - Não enche.
- Onde você está? - Ele perguntou no mesmo tom.
- Na casa do caralho.
- Fala logo, porra. - Ele meio que gritou.
- Logo, porra. - Desliguei.
- Calma, Ji. Não precisa disso. - Hoseok falou.
- Precisa disso e muito mais.
- Você é divertido... - Hoseok disse. - Não sei como Namjoon consegue não gostar de você.
- Nem eu, afinal, como odiar uma pessoa tão maravilhosa quanto eu?
- Essa síndrome do Ego Fortalecido é contagiosa, não é? Pois pelo visto, Jun passou para você. - Eu ri.
- Nem fala dessa praga. - Falei.
- Não discordo nem um pouco do fato de Namjoon ter sido apaixonado por você. - Cuspi o café. - Porra, falei demais.
- O QUE? - Eu gritei e todos na cafeteria olharam em volta. - Diga que isso foi uma piada.
- Isso foi uma piada.
- Caralho, isso não foi uma piada. Que história é essa, Hoseok? - Perguntei apavorado.
- Esqueça, Ji. Apenas esqueça. Agora ele está com Jin, foi só uma paixãozinha momentânea, droga, ele disse que não era para eu contar à ninguém e eu fui contar logo para você. - Ele se repreendeu.
- Ah, e você ainda se importa? Depois de ele ter ficado do lado de Jeon? Você sim é um amigo de verdade.
- Isso não pode cair nos ouvidos do Jeon, Jimin.
- Hoseok, Namjoon me odeia.
- Foi a única forma que ele viu para afastar essa paixão, a substituir por ódio, ele sabia que nunca te teria e nunca faria nada para te ter, pois você é o garoto do melhor amigo dele. No fim, essa paixão passou, mas o ódio, permaneceu.
- Obrigado, Hoseok. Isso me deixou muito melhor. - Ironizei. - Mas isso é irrelevante.
- Vamos esquecer, ok? Isso morre aqui.
- Nosso segredo, pode confiar em mim. - Falei. - Aliás, você já sabe em qual lugar vai ficar por aqui?
- Mas você é insistente, porra. - Ele riu. - Vou voltar para o Canadá e... - Hoseok fez uma cara estranha.
- O que foi? - Virei-me para ver onde Hoseok olhava, ele se fechou.
- Vim buscar você. - Jungkook disse. - Você não pode andar por aí com a perna deste jeito.
- Pensei que você iria dizer que ele não pode andar com viados. - Hoseok debochou.
- Ele é tão ignorante que é capaz de falar isso mesmo. - Falei. - Mas enfim, não, vou ficar aqui com o meu amigo. - Falei à Jeon, que estava parado em frente à nossa mesa.
- Não, você vai voltar comigo. - Ele disse autoritário, segurando meu pulso.
- Não encoste em mim, Jeon. Nossa relação já está por um fio, não piore a porra das coisas. - Ameacei e ele hesitou um pouco.
- Só estou tentando ser um bom namorado.
- Que pena, pois não está conseguindo. Vi isso no momento em que você fez todas essas merdas com Hoseok.
- E o que esse idiota tem a ver com a gente? - Minha vontade era de soquear Jeon até a morte.
- Muita coisa, me mostrou o pior do seu caráter, não quero um merdão preconceituoso ao meu lado, ainda mais em relação ao próprio melhor amigo. - Eu cuspia as palavras com certo ódio.
- Pode ir com ele, Ji. Mas só te digo uma coisa: tenho pena de você, Ji. Você merece coisa muito melhor. - Hoseok disse e no momento seguinte Jungkook havia levantado ele da cadeira segurando a gola de sua camisa. Todos que estavam no local estavam com a atenção em nós, e só tinha uma coisa que eu poderia fazer, e eu faria.
- SOCORRO, TIREM ESSE LOUCO DAQUI! ONDE ESTÁ OS SEGURANÇAS? - Comecei à gritar e logo dois caras de terno entraram correndo pela porta. - SENHOR, ME AJUDE, ELE QUER BATER NO MEU MARIDO, POR FAVOR ME AJUDE. - Jungkook me olhou com todo o ódio do mundo e de novo aquela dor de coração partido surgiu em mim, mas eu sei que ele merecia, merecia coisa pior. Os caras tiraram Jeon de cima de Hoseok e o arrastaram para fora, Jungkook conseguiu soquear os dois caras ao mesmo tempo fazendo eles larga-lo e então saiu furioso empurrando tudo quanto é pessoa. - Você está bem? - Perguntei para Hoseok.
- Sim. - Ele disse arrumando a camiseta. - Estou ótimo, mas agora eu vou trocar minhas passagens. E você, você vai chamar um táxi para ir para a casa. - Fiquei quieto, não revidei, nem nada. - Vou sentir sua falta. - Hoseok me abraçou forte e eu comecei à chorar.
- Não vá... - Falei. - Eu vou me formar esse ano, nós podemos morar juntos, o que você acha?
- Ji, seria complicado para mim ficar aqui agora, por mais enorme que a Coreia seja, os caras praticamente dominam esse país e o que eu menos quero é trombar com um Sonyeondan qualquer que fique jogando na minha cara um monte de ladainha. - Fiz um esforço e resolvi compreender Hoseok, ter um pouco de empatia.
- Ok, mas não esqueça de mim.
- Você chamou os seguranças para tirar seu namorado de cima de mim, como eu esqueceria de você? - Um riso escapou.
- Eu te amo. - O abracei novamente. - Agora vamos parar com isso, porque é...
- Gay? - Ele riu. - Não se preocupe, eu não me ofendo. - Rimos novamente.
Eu estava na frente daquela droga de aeroporto esperando um táxi qualquer, aliás havia fila para pegar táxi, então todos estavam praticamente com passageiros, então o que eu podia fazer era entrar na fila e esperar
- Acho que só por que você chamou dois seguranças eu iria embora? - Ouvi aquela rouquidão reconhecível e revirei os olhos. - Não sou nenhum idiota, Jimin. - Namjoon e Yoongi vinham atrás.
- Errou, você é sim. - Falei. - Aqui. - Fiz sinal para o táxi que havia chego, tentei entrar mas Jungkook me puxou com extrema força, de um jeito que minhas muletas caíram no chão, Yoongi correu para pegar.
- Imbecil. - Gritei. - Olha o que você fez.
- Eu não estou brincando, Jimin. - Ele me segurou com força.
- Alguém falou em brincadeira aqui? - Puxei minhas muletas rudemente das mãos de Yoongi. - Me larga de mão Jeon, seu filmezinho tá completamente queimando comigo.
- Você não pode acabar tudo por causa daquele boiola.
- Olha o respeito, seu idiota. - Falei. - Você não deveria ter feito essas merdas. - Larguei minhas muletas e comecei a soquear seu peitoral. - Eu quero meu amigo de volta, você é um falso, deveria aceitar ele do jeito que ele é, Hoseok não é nenhuma vergonha. Nenhuma. - Eu chorava desesperadamente. - Eu te odeio, Jeon. - Ele me puxou para perto de seu corpo.
- Não, você não me odeia. - Ele selou nosso lábios, mas eu não continuei. - Jimin, não estrague tudo por causa de Hoseok, eu te amo, porra. - Ele me abraçou, mas eu me mantive intacto.
- Me larga. - Consegui empurrá-lo. - Não quero um idiota ignorante como namorado.
- Ji, não precisa de tudo isso, Hoseok tomou sua própria decisão. - Yoongi se pronunciou.
- Vocês levaram ele à isso, se vocês tivessem sido bons para ele, tivessem o compreendido, ele estaria aqui, mas não, ele vai voltar para o Canadá. Eu odeio vocês.
- Pelo amor de Deus, dude, dá um tiro nesse garoto pra ver se ele cala a boca. - Namjoon disse.
- Jungkook, por favor. - Tentei me acalmar. - Faz Hoseok ficar.
- Se fosse eu nessa situação você não faria todo esse drama. - Yoongi disse enciumado.
- Eu faço isso por qualquer amigo, Yoongi. E vocês foram injustos demais, ele achou que poderia confiar em vocês, por isso que ele contou. Ele pensou que apesar de vocês serem durões e o caralho á quatro, vocês o entenderiam, mas não, vocês tem uma mente irracional, são ignorantes até o último, odeio gente assim.
- Jimin... - Jungkook estava tentando se controlar pra não acabar de uma vez com a minha vida.
- Se eu acordar amanhã e Hoseok estiver no Canadá, me esquece, Jeon, me esquece. E você também, Yoongi. - Um silêncio pairou, Namjoon estava com sua típica cara de tédio.
- Eu não vou ficar aqui vendo esse garoto fazendo drama, alguém sabe onde tem uma sorveteria ou algo do tipo? - Namjoon disse.
- Cala boca, Nam. - Jungkook disse.
- Eu vou ser bem sincero, Jeon. - Yoongi começou á dizer. - Eu fui na sua onda sem ter certeza de porra nenhuma, Hoseok é meu amigo há mais de dez anos, aliás, nosso amigo. Foi realmente injusto. Eu tenho certeza que o cara não vai queimar nosso filme, eu sentiria muita falta dele, muita mesmo, eu poderia deixar ele ir agora pro Canadá, mas amanhã, eu pegaria o primeiro voo atrás dele. - Aquilo me arrepiou, Jungkook estava apreensivo.
- O cara é boiola, mó pagação de mico, ainda mais pra gangsters iguais a gente. - Namjoon disse.
- Yoongi, me ajuda a fazer ele ficar, por favor. - Implorei.
- Óbvio. - Yoongi sorriu e me ofereceu seu braço, me apoiei nele e nós entramos novamente no aeroporto atrás de Hoseok. Jungkook e Namjoon ficaram lá parados, sem fazer nada.
- Ele disse que iria trocar as passagens. - Falei.
- Andar de cima, então. - Yoongi deduziu. E dessa vez, preferi esperar o elevador, eu sentia minha perna doer mesmo com aquela tala a privando de tudo. - Então, agora só temos que achá-lo. - Yoongi disse ao chegarmos, mas nem precisamos fazer muito esforço, pois logo avistamos Hoseok sentado em uma poltrona de espera cabisbaixo, sua mochila preta situava-se na poltrona do lado, aquela cena me doeu.
- Hoseok. - Yoongi tomou a iniciativa. Ele olhou rapidamente.
- Não vem, cara. Já fui humilhado o suficiente, larga daqui. - Hoseok disse bravo.
- Não vim te humilhar, vim te pedir desculpas. Cara você é meu irmão e eu vou aceitar você de qualquer maneira, eu errei, desculpa, fui muito nas ondas do panaca do Jun. - Yoongi respirou fundo, olhei para ele e sorri. - Me perdoa? Se você me perdoar eu te dou um vestido lindo. - Hoseok deu um soco no braço dele. - Brincadeira, bro. Mas é sério, me perdoa?
- Você é meu irmão, óbvio que eu perdoo você. - Os dois se abraçaram e depois começaram a soquear um ao outro, sim, foi estranho.
- Se você quiser eu arrumo um Sonyeondan pra você, quer? - Yoongi debochou e no momento seguinte levou um soco na barriga.
- Isso foi merecido, bate aí, Hoseok. - Falei e Hoseok bateu.
- Você não vai voltar pro Canadá, né cara? - Yoongi tocou no assunto que eu queria.
- Sim, troquei as passagens para um voo daqui à uma hora, se você quiser eu mando algum recado para sua mãe. - Hoseok sorriu, mas Yoongi e eu continuávamos sérios.
「 🌪️ 」
Jungkook's vision
Aquele puto do Jimin sabia direitinho como me atingir, ele jogou toda a verdade em minha cara, eu realmente estava sendo um puto ignorante. Ele foi com Yoongi tentar convencer Hoseok à ficar e eu fiquei ali na frente do aeroporto com Namjoon toda hora perguntando se tinha uma sorveteria por perto. Nam era durão pra caralho, mas estava tão tenso quanto eu. Por mais que eu não demonstrasse importância, Hoseok era um dos meus melhores amigos, praticamente irmão, eu sentiria sua falta. Porém, esse negócio de ele ser gay me intrigava pra caralho, alguém já viu um gangster gay? Caralho, isso é uma puta de uma desonra, imagina, nós em uma boate metendo a balaca, eu com Jimin, Namjoon com Jin, Yoongi com uma puta qualquer e Hoseok se agarrando com vários homens, não cara, isso não pode. Mas mesmo assim, o cara era meu irmão e isso não saía da minha cabeça, eu deveria deixar esse puto preconceito de lado.
- Jungkook. - Namjoon começou à falar. - Estou me sentindo culpado, isso é normal? - Respirei fundo.
- Você é mais legal quando está quieto. - Falei.
- Quero o meu amigo de volta. - Namjoon disse decidido. - Não conheci Hoseok ontem, ele faz parte da minha vida, é meu irmão e eu estou pouco me fodendo se ele é viado ou não, é só eu não aparecer mais na rua com ele, simples. - Namjoon disse e até me deu vontade de rir, mas eu estava abalado, havia perdido Jimin também. - Mentira, eu sairia na rua com ele sim, porém fugiria na hora que ele fosse comprar algo na seção feminina.
- Namjoon, eu acho que Hoseok não iria ser nenhuma bicha escandalosa, assim como ele nunca foi, então cale a boca. - Sim, eu defendi Hoseok.
- Eu vou lá, Jun. Não vou deixar meu amigo voltar para o Canadá, nós construímos algo juntos, cara, o que seria dos Sonyeondan's sem as palhaçadas de Hoseok? - Ele resolveu falar sério.
- Então vamos juntos. - Ele me olhou rapidamente. - Hoseok é meu brother também, já quebrou várias pra mim, eu estou sendo injusto.
- Jimin merece palmas, te deixou mais viado que o próprio Hoseok. - Dei um soco no braço de Namjoon.
- Vamos de uma vez, não quero ficar sem meu amigo e muito menos sem meu garoto.
Chegamos no segundo andar e logo avistamos os três, Yoongi e Jimin estavam com uma cara de bunda do capeta, enquanto Hoseok estava tentando manter a expressão suave, eu e Namjoon hesitamos um pouco em chegar, mas assim que chegamos, todos nos olharam.
- Se vieram falar merdinha, podem dar meia volta. - Jimin disse e porra, ele ficava mais gostoso ainda quando estava bolado.
- Não viemos falar merdinha. - Namjoon disse. - Viemos pedir desculpas.
- É isso aí. - Falei. - Hoseok, desculpa cara, fui radical demais, mals aí pelo olho roxo, na próxima vez eu faço pior.
- Jungkook sempre pagando de engraçadinho. - Jimin murmurou.
- Jimin, nosso caso vai ser resolvido depois, você sabe disso... mas sem você, ah, eu não fico. - Ele revirou os olhos.
- Mas enfim, cara. Desculpa mesmo, você pode voltar para o apartamento, nós não podemos largar um Sonyeondan assim. - Namjoon disse e Jimin riu, vi ainda estava bravo comigo, mesmo eu ali, pedindo desculpas para Hoseok e a ele mesmo.
- Faço de minhas palavras a de Namjoon e acrescendo o fato de eu já ter namorado, então nem vem Hoseok. - Os garotos riram, inclusive Hoseok, o que me deu um alívio.
- Você não tem namorado. - Jimin disse e todos olhamos para ele.
- Vai começar com as suas putas crises que nem o diabo entende, Jimin? - Fui obrigado a mandar a real. - Eu estou aqui, pedindo desculpas para o cara, percebi meu erro e você ainda tá emputecido, assim nenhum homem aguenta, que caralho mesmo.
- Pedir desculpas para Hoseok é o mínimo que você pode fazer, tudo bem, foi um gesto lindo, mas eu não esqueci do jeito que você foi rude e grosso comigo, você me puxou com... - Fui obrigado a calá-lo com um beijo, um beijo o qual ele não me impediu de continuar, muito pelo ao contrário, ele me agarrou com tamanha força que ouvi o barulho de suas muletas se chocando contra o chão, os garotos começaram á gritar e nós ríamos enquanto nos beijávamos.
- Você fala demais. - Falei ao terminarmos o beijos. - E aí, cara. - Me referi à Hoseok. - Você vai voltar para o apartamento ou nós iremos ter que comprar passagens para o Canadá e voltar com você? - Hoseok riu e em seguida me abraçou. - Só cuida aonde você coloca sua mão.
- Relaxa, Jun. Eu sou o mesmo, não vou fazer patifaria nenhuma, ainda me amarro em um corpo bem estruturado.
- Ah, moleque. - Falei e fizemos nosso comprimento de mãos. - É disso que eu estou falando. Mas você sabe, desde que esse corpo bem estruturado não seja o de Jimin, tudo bem. - Falei.
- Claro que não, Jun. Jimin é meu irmão, correu atrás de mim até não poder mais.
- Exatamente, eu quero ver quem vai me levar no colo, porque eu estou morto de cansado. - Jimin disse.
- Não carrego namorado dos outros. - Namjoon disse.
- Estou com um problema bem aqui no braço. - Yoongi inventou uma desculpa.
- Eu estou me recuperando de uma quase perda de irmãos, então nem eras. - Jimin olhou para mim e sorriu.
- Filma isso, Yoongi. - Falei. - Pra eu jogar na cara dele quando ele disser que eu não sou um bom namorado. - Ri e o peguei no colo.
「 🍁 」
espero que tenham gostado ! ❤️🩹
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