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𝐎ne

「 🍁 」

— EU VOU EMBORA DESSA PORCARIA DE CASA, NÃO AGUENTO MAIS ESSA DROGA DE VIDA. — gritei indo em direção ao meu quarto e logo pegando minha mochila vermelha, onde procurei colocar o máximo de roupas que conseguia.

— PARK JIMIN, VOLTA AQUI, VOCÊ NÃO VAI A LUGAR NENHUM! — meu pai gritou de volta, vindo atrás de mim.

— Ah, não vou papai? — falei com ar de deboche. — E quem vai me obrigar a ficar? — disse colocando a mochila nas costas, com toda a coragem do mundo junto à mim, pois meu pai era praticamente meu dobro, poderia me impedir numa facilidade só. Mas ele apenas ficou me encarando, não acreditando que seu "filhinho" havia se tornando tão inconsequente.

— A questão é... — continuei a falar. — Eu não fico mais um segundo de baixo do mesmo teto que essa vadia, que você trouxe para casa e ainda chama de mulher.

— Jimin, meu filho... — meu pai tentou se acalmar. — Você está sendo injusto com Sunhee, ela é como uma mãe para você.

Senti vontade de vomitar e meu sangue esquentar como se eu fosse explodir a qualquer momento, mais do que já havia.

— NUNCA MAIS... — gritei, mas logo respirei fundo tentando voltar à um tom aceitável de voz. — Nunca mais mesmo, compare essa biscate com a minha mãe, aliás que Deus a tenha.

Minha mãe havia morrido quando eu tinha apenas dez anos, e quando eu completei quatorze meu pai conheceu Sunhee, fazendo minha vida virar um inferno.

— Minha mãe era uma mulher digna, não precisava se aproveitar de ninguém para se dar bem na vida. Eu cansei pai, de ver você sendo feito de idiota, e também cansei dessa vadi... — me segurei. — Mulher, tentando roubar o lugar da minha mãe e me tratando como nada. Ela realmente conseguiu o que queria, eu vou embora.

Sunhee observava tudo, as vezes dava para ver um sorriso vitorioso saindo de seus lábios, mas rapidamente voltava a se fazer de vítima. Eu odiava ver meu pai sendo feito de idiota, ela só queria seu dinheiro.

Ali eu não ficaria mais, estava cansado de tudo isso.

「 🍁 」

00h:37m

Eu realmente não sabia para onde ir a essa hora, mas resolvi arriscar. Meu pai tentou me impedir, porém, ao mesmo tempo que ele era mais forte do que eu, eu era mais rápido.

Na minha mochila, que agora pesava em minhas costas, enquanto eu andava pelas ruas um pouco mal iluminadas do meu bairro, haviam algumas peças de roupas, coisas para higiene e um pouco de dinheiro da minha mesada.

Eu estava quase me arrependendo, com medo e com frio, apenas eu e minha insegurança.

Para onde eu iria, droga?

Até que me veio à cabeça um apartamento que meu pai possuía, porém ficava um pouco longe, eu planejava pegar um táxi e pagar com o dinheiro que havia em minha mochila.

Enquanto pensava comigo, passei por um grupo de garotos. Se eles não tivessem feito gracinhas, eu nem perceberia.

— Ei garoto, isso é hora de estar na rua? — continuei andando o mais rápido possível, mas podia ver que eles estavam me seguindo. — Qual é gatinho? vai mais devagar, rápido assim só na cama. — os garotos riram e até onde deu pra ver haviam quatro, não pude ver muito, o medo me impedia de olhar para trás, em minha cabeça eu só conseguia pensar: Continue andando.

— Olha Yoon, eu acho que ele está com pressa, hein. — um garoto com a voz maravilhosamente rouca falou, e logo começou a rir.

— Ei delícia, não corre não. — falou um dos garotos, eu não fazia ideia de quem se tratava.

Eu estava morrendo de medo, confesso, ao mesmo tempo eu já estava me irritando com àqueles babacas e meus pés já estava doendo de tanto andar rápido.

Então, eu senti uma mão segurar meu braço com força.

— Qual a parte do "ei delícia, não corre não", você não entendeu? — um dos garotos com lindos olhos castanhos falou. Ele tinha um olhar um tanto malicioso.

— Merda, qual é o seu problema? Me larga seu idiota. — falei tentando tirar suas mãos do meu braço direito. Pude observar todos se divertindo, exceto o garoto de cabelos preto com grandes olhos castanhos escuros, que mais pareciam pretos. Ele era realmente lindo e parecia estar entediado. Até que eu me dei conta de quem ele realmente era e estremeci. Seu celular tocou, ele atendeu e foi saindo, mas sem antes avisar:

— Falou viados, estou saindo. E ah, peguem leve com esse mini putinho aí. — ele riu e virou-se de costas com intuito de ir ao seu destino.

Me irritei com o fato de ele ter se referindo daquele jeito à mim e resolvi me pronunciar (com muita coragem, claro.)

— Do que você me chamou? — perguntei, levando minhas mãos à cintura, como se tivesse alguma moral com ele, e totalmente enraivecido com todas as merdas que estavam acontecendo naquele dia. Mas antes me soltei das mãos do garoto que tinha minha altura e o tom de pele mais claro que qualquer um dos outros, e fui para o meio, a fim de falar umas verdades para aquele idiota.

Eu sabia quem ele era, e mesmo assim estava pouco me importando. Ele virou-se para mim, me olhando de cima a baixo com uma expressão séria e ao mesmo tempo sedutora, mas mantive a pose.

— Te chamei de mini putinho. Por quê? Algum problema? — ele disse chegando mais perto, me encarando tentadoramente, ele tinha um olhar desafiador.

— Quem você acha que é para me chamar assim?

Ele era o líder dos Canadians, uma das maiores gangues de Seoul, todos só ouviam falar deles, mas ninguém sabia quem realmente fazia parte.

Eu sabia porque eu morava no mesmo bairro que eles, mas não na mesma rua, e meu melhor amigo Seokjin já havia me falado dos mesmos, ele sabia de tudo e entrou em choque quando descobriu que essa gangue se situava no nosso bairro.

E como ele descobriu que eles eram membros da gangue?

Um dia, faz mais ou menos dois anos e pouco, esses garotos se mudaram para o nosso bairro e ele ficou curioso para saber quem era o garoto com grandes olhos de jabuticaba, o qual ele achou lindo. Então uma vez ele seguiu o tal garoto para ver se descobria alguma coisa útil sobre ele e o cara sem querer deixou cair do bolso uma folha de plátano feita de metal, onde continha a seguinte informação: "Jeon Jungkook, líder - The Canadians". Diz ele que quase caiu duro.

Acontece, que depois que ele descobriu isso, ele viciou-se ainda mais neste homem.

— Prazer, Jeon Jungkook. — ele disse e eu estremeci ao ouvir aquele nome.

Eu estava diante do maior cafajeste da Coreia do Sul, e mesmo assim ele era um sonho de todas as garotas e garotos iludidos, e também por quebrar o coração de todos eles.

— Eu sei quem você é. — falei indiferente.

— Sabe, é? — ele arqueou as sobrancelhas. — Como? — droga, se eu disser que sei que ele é um Canadian, acho que ele me mataria, pois como eu disse, ninguém sabe quem faz parte dos Canadians, só sabem que existe essa gangue, mas não sabem quem são seus verdadeiros membros. Eles fazem tudo perfeito, sem nenhum descobrimento por parte de ninguém. Apenas de Seokjin, eu e Hannah.

— Eu confundi você com outra pessoa. — talvez me fingir de sonso me livraria de ir parar a sete palmos do chão.

— Eu sou inconfundível. — ele disse. — E você é ridículo.

— Você também não passa muito longe de ser ridículo. — falei o olhando friamente nos olhos.

— Você deveria me temer.

— Apenas por você ser um Canadian? — entreguei o jogo e vi a merda que eu havia feito.

Jeon olhou para os garotos incrédulo.

— Você sabe de mais. — ele disse dando meia volta. — Dudes, levem ele para o apartamento, amanhã eu vou ver o que eu faço. Se ele não morrer, vai servir como um bom bife. — em seguida mordendo os lábios. — Se é que vocês me entendem.

— An? Droga, me soltem, eu quero voltar para casa. — gritei ao sentir o tal de Yoon e os outros dois garotos me colocarem para dentro de uma Range Rover preta, tentei me debater, mas o desespero era tanto que acabei desmaiando.

「 🍁 」

espero que tenham gostado. ♥️

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