𝐅ifty 𝐅ive
Jimin's vision
Eu olhava aquela cena incrédulo, não conseguia esboçar nenhuma reação, era como se eu tivesse levado um tiro no peito e não pudesse fazer nada, apenas cair e apagar. Assim que Jungkook me viu, vi Soojin parar quase perto de mim por causa do empurrão que ele lhe deu. Eu estava prestes à gritar e chamá-lo de tudo quanto é coisa, mas Taehyung estava ali e eu não conseguia pensar em nada, só na parte que ele havia me dito que estava tentando mudar e pelo visto, o esforço estava sendo mínimo.
Observei um sorriso de canto nos lábios de Soojin enquanto ela vestia a blusa que havia pegado do chão, eu tentei me avançar contra ela e arrancar seus cabelos sedosos fio por fio de sua cabeça, mas parecia que eu estava impedido de me mexer, de repente tudo começou a girar e eu comecei a me sentir mal, essa havia sido à pior dor ao ver Jungkook com uma garota, pois agora, ele era meu.
- Jimin... - Ouvi sua voz, mas parecia que estava distante, pois eu ainda estava longe. O olhei com desgosto.
- Sempre soube que eu não podia confiar em você. - Cuspi as palavras. - Você nunca vai mudar, Jeon. - Joguei em sua cara. - Você sempre vai ser o mesmo podre de sempre e por mais que eu te ame com todas as minhas forças, eu não ficarei aqui para ver você me fazer sofrer. - Falei saindo do quarto, mas logo senti uma mão puxar meu braço, era Jungkook, óbvio. - ME LARGA! - Gritei. - Não quero ver sua cara nunca mais, me esquece. - Já sentia as lágrimas descendo. - Eu sabia que essa puta não iria dar certo aqui. - Me referi à Soojin.
- Olha como você fala. - Ela me repreendeu e eu meti minha mão na cara dela, fazendo seu rosto virar com força. Ela veio para cima de mim e então eu me agarrei em seus cabelos e a concedia socos e chutes. Jungkook me segurou e em seguida Namjoon e Jin saíram do quarto assustados e pararam no corredor junto com a gente. Yoongi e Hoseok também apareceram. Hoseok fez questão de segurar Soojin que tentava vir com tudo para cima de mim.
- O que aconteceu? - Yoongi perguntou assustado enquanto Jin fechava a porta do quarto de Jungkook para que Taehyung não acordasse e abrisse o berreiro.
- O seu amiguinho estava quase comendo a babá. - Eu disse em um tom enojado e Jungkook abaixou a cabeça fitando o chão.
- Desculpa. - Ele soprou. - Eu... Eu juro que tentei sair das mãos dessa cobra, mas...
- MAS VOCÊ É IDIOTA E NÃO RESISTIU. - Gritei.
- OLHA O RESPEITO, PORRA. - Ele logo gritou também. - VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME OFENDER DESSE JEITO.
- TENHO SIM, VOCÊ ME TRAIU. - Limpei as lágrimas de meu rosto. - Vamos embora, Jin. - Olhei para ele que apenas assentiu.
- Jimin. - Jungkook tentou recuperar o tom normal de sua voz. - Nós temos que conversar com calma. - Ele disse se aproximando.
- TIRA ELE DE PERTO DE MIM, YOONGI. - Gritei, eu estava completamente louco, não acredito que depois de tudo que eu passei com ele, ele ainda iria me fazer sofrer, Jeon não serve para ser apenas de uma, o lugar dele é fodendo o mundo. Eu tinha que me contentar com isso. Me apaixonei pela pessoa mais errada do mundo, acontece. - Vamos de uma vez, Jin. - Supliquei.
- Vamos, Ji. - Ele lançou um olhar furioso para Jeon. - Uma vez vacilão, sempre vacilão.
- Não se meta, sua putinha, vai dar para Namjoon que você ganha mais. - Ele disse para Jin e eu parei de caminhar, virando-me e olhando firme para ele.
- Quem você acha que é para falar assim do meu amigo amigo? Te liga, Jeon, você é um merdão, não merece nada do que tem, você sempre estraga tudo, quero ver quando você ficar mais velho, não vai ter família, não vai ter ninguém, suas putas não estarão mais com você, pois você perderá sua disposição por causa da idade, vai ser apenas você e seu caixão. - Falei e ele veio em minha direção agarrando meus braços com força, Jin tentou soltá-lo de mim, mas ele era mais forte. Depois foi a vez de Yoongi tentar, mas ele levou um soco na cara.
- Você não pode me deixar, Jimin, você me pertence, lembra? Você é meu, sempre será meu. - Seu olhar tinha um tom escuro, apavorante. - Eu não quero essa puta, foi só um deslize, não acontecerá mais, mas é que, porra, eu sou homem. - Ele respirou por fim e minha mão foi parar na cara dele, ele olhou-me para mim furioso. - NUNCA. MAIS. ENCOSTE. EM. MIM. - Ele gritava pausadamente, sua face estava vermelha de ódio. - ENTENDEU, JIMIN? AS COISAS NÃO MUDARAM TOTALMENTE, SE EU TIVER QUE TE ESFOLAR TODINHO, EU TE ESFOLO. - Ele disse cravando as unhas em meus braços, dei um grito fino de dor.
- Se você fizer isso, Jun, esqueça que um dia eu fui seu melhor amigo. - Yoongi disse com uma mão em seu olho roxo por causa do soco que havia levado. - AGORA LARGA ELE, PORRA. - Ele disse afastando Jeon de mim, massageei meus braços doloridos com as mãos.
- Você foi a pior coisa que aconteceu na vida do meu amigo. - Jin falou para ele, Jungkook tinha a respiração ofegante. Lágrimas escorriam desesperadamente em meu rosto, eu só queria ir embora dali.
- Você vacila demais, dude. - Hoseok disse descontente. - Jimin é bom demais para você.
- CALEM A BOCA, CARALHO. - Jungkook tornou á gritar. - EU NÃO PRECISO OUVIR VOCÊS, NÃO PRECISO DE PORRA NENHUMA E NEM DESSA PUTA QUE ENTROU NA MINHA VIDA SÓ PARA FODER COM TUDO. - Pensei que ele estava falando de Soojin, mas não, ele estava se referindo à mim. - Você não vai se livrar de mim tão fácil, Jimin. - Isso soou como uma ameaça. - Você verá isso a partir de amanhã, você me pertence, namorando comigo ou não. - SAI DA FRENTE, SUA MÚMIA. - Ele gritou e empurrou Soojin, logo entrando novamente em seu quarto e batendo a porta com força, em seguida, ouviu-se o choro de Taehyung. Yoongi saiu correndo para tirá-lo de perto de Jeon.
- Vamos, Ji. - Jin disse triste. Namjoon observou toda a confusão numa normalidade sem fim. - Você não pode mais ficar aqui. - Assenti desconsolado.
「 🍁 」
Cheguei em casa e atirei-me em minha cama afundando a cara no travesseiro e chorando até não poder mais, quebrei uma boa parte de minhas coisas, meus bonequinhos de porcelana que enfeitavam minha escrivaninha estavam estilhaçadas no chão.
Meu coração doía, eu nunca havia sido traído de verdade, já peguei Jeon com Hannah, mas era uma época onde ele não tinha compromisso comigo, e agora doía o dobro, pois ele tinha aceitado ser meu também, ele tinha me entregado seu coração, eu achava que nós daríamos certo. Mas todos sabem que eu e Jeon somos completamente diferentes.
Corri para a sacada e a fechei o máximo possível, eu não queria que Jeon aparecesse, eu não queria vê-lo tão cedo, eu estava com ódio, toda hora a cena daquela puta só de sutiã e calça jeans agarrada nele lhe dando beijos no pescoço o fazendo ficar louco vinha em minha cabeça e então era choro atrás de choro, Jin me ligara umas dez vezes, de certo para ver como eu estava, mas não atendi nenhuma.
Em seguida, recebi uma sms de meu pai dizendo que ele voltaria tarde e fiquei aliviado, eu precisava ficar sozinho, precisava dar um jeito em minha vida, eu não iria tentar mais nada com Jeon. Eu queria acreditar que nós só estávamos no início de nossa relação e que então não iria doer tanto assim, mas seria mentira, todos sabem que nossa relação já vem de muito tempo, só não era algo concreto. Eu estava decidido à me desfazer de Jeon, eu não poderia investir nesse relacionamento, era suicídio, Jeon nunca largaria essa vida, ainda mais que ele tem sei lá quantas boates por aí, ele é o rei da foda e pode ter certeza, ele não largaria esse cargo tão cedo e muito menos por mim.
「 🍁 」
Eu mantinha minha cabeça jogada na classe, Jin perguntou como eu estava umas quinhentas vezes, mas não teve nenhuma resposta, pois eu não queria falar nada e se eu falasse começaria à chorar. As vezes Jin tentava me consolar dizendo coisas do tipo "você é lindo, Jeon não te merece", "ele é um merdão, não fique assim por ele" e eu apenas assentia a cabeça para não deixá-lo totalmente no vácuo, eu vi que ele estava se esforçando bastante, mas eu só queria ficar quieto, sem contar que eu só havia ido para a escola porque eu não queria perder matéria.
- Nossa, Jimin. - Ouvi a voz de Hannah. - Você está mais horrível do que o normal. - Ela fez uma cara de nojo.
- Vaza daqui, vadia. - Jin a xingou e logo a mesma desapareceu. - Essa garota é irritante pra caralho. - Ele reclamou. - Vamos, Ji, diga algo, estou odiando te ver assim. - Ele suplicou.
- Eu estou bem. - Falei com a voz fraca.
- Ah, super bem. - Ele foi irônico e eu fiquei quieto.
- Bom dia, turma. - A voz da diretora ecoou pela sala e logo ela pôs sua atenção em mim. - Está tudo bem, Jimin? - Ela arqueou as sobrancelhas e eu apenas assenti a olhando com cara de taxo. - Bom... - Ela disse tirando seu olhar de mim e pondo sua atenção na turma inteira. - Tenho uma novidade para vocês, uma agradável novidade. - Ela sorriu arrumando os óculos, ela nunca sorria. - Todos se perguntam qual foi o paradeiro de Jaehyun, o cara que substituiu Jeon, bom, não fazemos a mínima ideia sobre isso e nem planejamos levar isso à fundo. - Ninguém prestava atenção nela. - Turma, façam silêncio, por favor. - Ela pediu e poucos ficaram quietos, mas ela continuou. - Vocês sabem, precisávamos de alguém que ocupasse o lugar de Jaehyun, para pôr um pouco mais de ordem nessa escola, então vim informar que, Jeon... - Meu coração disparou ao ouvir aquele nome, Jin me olhou rapidamente. - Veio nos procurar, perguntando se poderíamos renovar seu contrato e como ele sempre foi bastante prestativo, dissemos que sim. - Ela sorriu e agora, a turma inteira olhava para ela, um sorriso largo se formou em Hannah e em várias outras garotas.
- Essa foi a melhor notícia que eu recebi até agora. - Ouvi uma garota falar.
- Quando ele volta? - Essa era a voz de Hannah.
- Bom, ele virá hoje na escola resolver as papeladas, dependendo de tudo, ele poderá voltar amanhã. - Pronto, não podia piorar, agora sim eu estava na merda.
Você não vai se livrar de mim tão fácil, Jimin.
Aquela frase de Jeon ecoou em minha cabeça, me fazendo ficar um pouco tonto.
Você verá isso a partir de amanhã, você me pertence, namorando comigo ou não.
- Então, já estou saindo, era para eu ter avisado somente amanhã, mas Jeon pediu para que avisasse isso hoje. - A diretora disse e em seguida saiu. Apertei meu estojo com força, tentando conter a raiva, Jin me olhava sem saber o que fazer.
- Acho que ele veio aqui quando vocês começaram a namorar. - Ele começou à dizer. - Namjoon disse que ele voltaria porque queria ficar perto de você.
- E por que você não me contou nada?
- Desculpa. - Jin disse. - Eu só não achei necessário, vocês estavam namorando de boa, pensei que uma surpresa seria melhor. - Revirei os olhos e respirei fundo, eu não podia me rebaixar à esse ponto.
「 🍁 」
- Vocês vão para o intervalo ou vão continuar sentados aí como duas múmias? - Yeon perguntou depois de surgir do nada, eu e Jin estávamos sentados em nossas classes sem vontade nenhuma de sair da sala.
- Não estou afim de sair. - Disse simples, mas meu medo era encontrar Jeon pelos corredores, pois segundo a diretora ele viria na escola hoje resolver as papeladas.
- E eu vou fazer companhia para Ji. - Jin disse.
- Ah, vamos, hoje a escola está oferecendo frango empanado no refeitório, eu não posso deixar de ir, vocês sabem. - Ele disse passando a mão em sua barriga e eu ri, foi meu primeiro sorriso do dia.
- Tudo bem, vamos. - Falei e Jin me olhou surpreso com minha reação.
- Tem algo que eu não saiba? - Yeon arqueou as sobrancelhas e eu fiz sinal para que Jin contasse tudo para ele. - Qualquer coisa eu encho a cara dele de socos, vamos. - Disse e eu ri novamente, ele passava uma energia tão boa.
Chegamos no refeitório e Yeon saiu correndo para pegar sua bandeja e em seguida a refeição, eu e Jin rimos do comportamento dele perante a comida.
Sentamos em uma mesa qualquer onde tinha mais uns quatro alunos, eles deram um sorriso para gente o qual contribuímos, eu e Jin não havíamos pegado nada, estávamos só fazendo companhia para Yeon.
- Onde está Minjeong? - Ouvi um garoto pequeno do grupo de quatro pessoas perguntar.
- Adivinha... - Uma garota disse. - Foi ver se encontra Jeon.
- Eu não sei o que essas garotas veem nele. - Um garoto disse e revirou os olhos, quase que eu me meti e disse: eu também não, ele é lindo, gostoso, tem um perfume perfeito, mas não é tudo isso. Mas preferi não me intrometer no assunto dos outros, porém Jin, bom, ele se meteu.
- Eu também não, ele é super sem sal. - Ele disse e o garoto abriu um sorriso largo.
- Até que enfim uma pessoa sábia. - Ele disse todo alegre.
- Bom, eu acho ele um gato. - Uma garota disse e eu queria matar Jin por prolongar o assunto sobre Jungkook, eu não queria mais ouvir o nome dele. - Minha amiga ama ele e vocês do terceiro ano sempre tem sorte, ele sempre ficava na sala de vocês, espero que agora quando ele voltar, ele fique um pouco mais na nossa.
- É que o Sr. DongHae é meio problemático. - Jin sussurrou. - Então sempre tinha um problema ou outro, ele odeia nossa turma, sempre fazia algo para sair da sala, então chamava Jeon para ficar de olho na gente. - Disse simples. - Mas eu odeio aquele garoto, ele magoou meu...
- Jin. - Chamei sua atenção antes que ele falasse demais, pois já estava se empolgando.
- Desculpa. - Ele sorriu para mim sem graça.
- E você deve ser Jimin, não é? - Olhei para a pessoa que disse isso e um garoto lindo sorria para mim.
- Sim. - Fiz pouco caso, olhei para Yeon que já não estava mais na mesa, foi pedir repetição.
- Ouço falar bastante de você. - O garoto tornou à falar.
- Tipo o que? - Arqueei as sobrancelhas, Jin estava em uma discussão com a garota que eu descobri que o nome era Karina, e o garoto que disse que não sabia o que as garotas viam em Jeon, seu nome era Woozi se eu não me engano, vi Jin difamar Jeon até não poder mais, o chamando de todos os nomes.
- Principalmente o quanto os garotos do segundo ano te acham bonito. - O garoto disse e riu, tinha uma garota com ele, que lia um livro sem prestar atenção em nada, ela e Yeon se dariam bem.
- Você é do segundo ano? - Perguntei, pois o garoto parecia um pouco mais velho.
- Sim, mas era para eu estar no terceiro, se eu não fosse burro eu poderia ter sido colega de um gato como você. - Me senti meio desconfortável.
- Tem mais três turmas de terceiro ano nessa escola e se você não caísse na minha? - Joguei.
- Eu trocaria. - Ele deu de ombros. - Venho observando você já faz um bom tempo. - Aquilo tinha me pegado de surpresa, pois juro por tudo e por todos que eu nunca tinha visto aquele garoto na escola.
- Hm. - Sacudi a cabeça fazendo pouco caso, eu queria que aquele assunto encerrasse.
- Desculpa, fui um pouco direto, mas não é sempre que se tem Park Jimin sentado na mesma mesa do refeitório que você. - Ele disse aquilo como se eu fosse alguma celebridade.
- Cara, eu não sou nenhum popstar. - Falei meio impaciente. - A única popularzinha dessa escola é Hannah e não, eu não quero ser igual a ela, muito obrigado. - Acho que acabei sendo meio rude.
- Ok, desculpa, eu não queria te ofender. - Ele disse assustado.
- Eu que te peço desculpas. - Falei. - Então, eu ainda não sei seu nome. - Falei apenas para aliviar as coisas, eu acabei de ser uma ogro.
- Pode me chamar de Hoshi. - Ele deu um sorriso, que só para constatar, era lindo. - Quer dar uma volta por esses corredores empolgantes enquanto faltam trinta minutos para bater? - Jin olhou para mim e depois para o garoto após ele fazer o tal convite.
- Pode ir, Ji. Eu fico aqui com os meus novos amigos. - Ele sorriu, mas eu não queria ir, Jeon era louco, se ele estivesse na escola e me visse com outro garoto, ele poderia matá-lo.
- E então? - Hoshi me tirou de meus pensamentos.
- Hoshi, eu...
- Não aceito não como resposta. Vamos. - Ele disse levantando e me puxando pelas mãos, eu dei um riso tímido e o segui até a saída do refeitório. - Você já tinha me visto pela escola antes? - Ele perguntou enquanto caminhávamos.
- Não. - Falei sem graça. - Desculpa.
- Tudo bem, sei que não sou interessante. - Ele brincou.
- Não é isso, eu que não presto atenção nas coisas, mesmo.
- Então quer dizer que você me acha interessante? - Ele me olhou e logo coçou o queixo e eu vi que as coisas já estavam indo para outro lado.
- Você faz parte do time? - Mudei de assunto.
- Sim. - Ele deu de ombros e bem na hora o capitão do time de futebol americano passou o cumprimentando.
- Que sorte hein, Kwon. - O cara falou e olhou para mim, em seguida desapareceu pelos corredores.
-Eu sei. - Hoshi disse baixinho e eu fingi que não ouvi. - Seu olhar... - Ele disse e eu não entendi.
- Meu olhar o que? - Perguntei.
- Transmite tristeza. - Porra, estava tão na cara assim? - Tem algo errado? - Como eu poderia dizer para ele que vi o garoto que eu amo com outra ontem?
- Não, só estou cansado e com sono. Está cedo e ainda tem os horários da tarde. - Reclamei e em seguida sorri para aliviar as coisas.
- Essa vida de estudante não é fácil. - Ele riu também.
- Concordo.
- Então Sr. Jeon, amanhã você já pode estar aqui... - Eu e Hoshi demos de cara com a diretora e Jungkook ao virar o corredor. Jeon parou de prestar atenção na mulher e pôs seus olhos em mim, ele tinha uma aparência de quem não havia dormido a noite inteira. - Sr. Jeon, tudo bem? - A diretora chamou sua atenção. Vi os olhos dele passar por Hoshi e o olhar com uma fúria implícita.
- Vamos, Hoshi. - O puxei.
- Desculpa aí, diretora. Amo a senhora. - Hoshi disse em tom de brincadeira e logo nós saímos do caminho deles, meu coração estava quase saindo pela boca e o pouco que eu tinha de bom humor havia se ido. - Está tudo bem, gato? Você está quase pálido. Ah, já sei, você é mais uma dessas pessoas que babam por Jeon. - Ele cruzou os braços revirando os olhos.
- Não fale merda. - Fui rude novamente.
- Porra, você é bipolar ou algo do tipo?
- Te interessa? Vou voltar para a sala, tchau. - Falei deixando Hoshi ali sem entender nada, droga, eu fui muito grosso e tudo isso por ter visto Jungkook, aquele garoto era capaz de acabar com todo o meu humor. Me encostei em um armário e respirei fundo, procurando forças para seguir até a sala, meu coração começou a se apertar novamente e a cena de Jeon e Soojin veio em minha cabeça. Fui para o ginásio que por minha sorte estava aberto e não tinha ninguém, sentei-me em algum lugar da arquibancada e fiquei ali, decidido à entrar somente nos períodos da tarde, mandei uma mensagem para Jin avisando que o encontraria depois, ele perguntou se eu não queria que ele matasse esse período comigo, mas eu disse que não, eu queria ficar sozinho.
Eu já estava ali sozinho fazia uns vinte minutos, me vi chorando por promessas não compridas, Jeon era um merdão, como que eu fui aceitar ter algo sério com ele? Ele nunca valorizou ninguém antes, por que valorizaria logo à mim? Eu era muito burro.
- Já está tentando me esquecer, Jimin? - Ouvi aquela rouquidão reconhecível. - Tão cedo assim? - Seu tom era de deboche. Jungkook havia entrado no ginásio e vinha em direção à arquibancada que eu estava sentado, fixei meu olhar no chão para não encará-lo. Eu já podia sentir seu maravilhoso perfume e no momento seguinte, ele já estava sentado ao meu lado.
- Sai daqui. - Foi o que eu consegui falar.
- Falei que você não se livraria de mim tão fácil. - Ele sussurrou em meu ouvido me deixando arrepiado. - Eu voltei.
- É, eu sei. A sorte não é algo que anda ao meu lado.
- Ah, que droga, pois ela está sempre do meu. - Ele disse e deu uma risada extremamente sexy.
- Então, acho que matar esse período não foi uma boa ideia. - Falei levantando-me afim de ir para um lugar onde Jeon não estivesse, mas ele me puxou fazendo eu sentar novamente.
- Sabe que eu posso entregar você a diretora, né? - Ele me ameaçou.
- Pensei que você só começasse à trabalhar amanhã. - Disse simples.
- Isso não quer dizer que eu só vou ter boca amanhã. - Revirei os olhos. - Você tem que parar com esse tique.
- Que tique, garoto?
- De ficar revirando a porra dos olhos.
- Os olhos são de quem?
- Seus.
- Exatamente. - Ele se ligou do corte.
- Sabe, Jimin... - Ele começou à dizer. - Eu voltei para essa porra apenas por você.
- Eu sei, mas isso não é nenhuma prova de amor, pois o motivo maior é sua possessão sobre mim, você quer me ter de baixo dos seus olhos.
- Também. - Ele disse pegando um cigarro do bolso e o acendendo.
- Você não vai fumar essa porra aqui, odeio essa fumaça. - O xinguei.
- E desde quando você manda? - Ele perguntou com as sobrancelhas arqueadas antes de colocar aquela merda entre os lábios.
- Eu não sei o que eu vi em você, Jeon. Não sei mesmo. - Um nó surgiu em minha garganta.
- Também não sei o que eu vi em você. - Ele piscou para mim. - Só veio para foder com a minha vida.
- Se você não tivesse vindo com essa droga de você é meu e o caralho á quatro, nós dois estaríamos super felizes em nossas vidas.
- Não quero ouvir sermão porra, só quero que você me deixe explicar o que aconteceu ontem. - Ele disse rude, jogando o cigarro já fumado no chão.
- Você está sujando a escola. - O repreendi.
- Foda-se. Tem faxineiras pra quê? - Sua falta de humildade me enojava. Ele era tudo de ruim, por que eu gostava dele mesmo? - Você ainda me ama? - Essa pergunta me pegou de surpresa, apenas fiquei o olhando. - Hein, porra. Você ainda me ama? - Ele exigiu uma resposta e pela primeira vez desde o momento em que ele entrou naquela ginásio, eu vi tristeza em seus olhos. - Você vai me trocar por aquele merdinha que estava com você aquela hora? Você sabe que eu posso matá-lo. - Ele dizia tudo de um jeito perturbado.
- Não acredito que você fez essa porra de novo. - Eu quase gritei.
- Que porra, Jimin?
- Drogas, Jeon, drogas. Você passou a noite fumando, dá para ver o vestígio do efeito delas. - Bati com força em seu braços e ele gritou um "au"
- Não começa, Jimin. - Ele afastou seus olhos dos meus. - Eu não sei lidar com essas porras de sentimento, você acabou comigo ontem.
- Ah, então eu sou o culpado, é isso?
- Sim. - Ele disse aquilo numa serenidade absurda. Agarrei seu queixo o fazendo olhar para a mim.
- Quem foi traído, fui eu, porra. - Falei com raiva e ele segurou minha mão com força a tirando de seu queixo.
- Você precisa de uma surra bem dada, para aprender quem realmente manda.
- Você não manda em porra nenhuma. - Falei grosseiro.
- Não? - Ele fez um gesto e no momento seguinte eu estava sentado em seu colo, uma perna de cada lado de sua cintura. - Não mesmo? - Ele chupou meu pescoço, tentei sair, mas Jungkook não deixou, ele era mais forte do que eu.
- Não quero que você encoste em mim. - Soqueei seu peitoral e vi ele ficar bravo.
- Você disse que a sorte não anda do seu lado, tem noção do quanto isso é mentira? Pois você já bateu em mim umas quinhentas vezes e continua vivo. - Ele disse em tom ameaçador. - Vai chegar um momento, que as coisas vão mudar.
- Eu só quero que você me deixe em paz, porra.
- Não. - Ele disse firme. - Eu não vou te deixar, você é meu, eu quero você, eu preciso de você. - Ele quase gritava. - Eu amo você, cacete. - Nessa parte ele realmente gritou. - Eu estou tentando, mas você tem que entender que não é fácil, eu não posso mudar de uma hora pra outra, a vida de cara compromissado é muito diferente da vida que eu levava antes. - Ele tinha irritabilidade em sua voz.
- Mas você prometeu... - Minha voz saiu fraca.
「 🍁 」
Jungkook's vision
- Mas é difícil, caralho. - Eu já estava impaciente com aquilo tudo, Jimin tinha que me entender, eu vacilei pra caralho ontem, mas não foi porque eu quis.
- Eu sei que é difícil, Jeon, principalmente para você, mas eu não posso ficar sendo traído até você se acostumar com a ideia de que agora tem um compromisso sério comigo. - Ele só tinha falado a verdade. - Você estava só de cueca. Pelo visto eu perdi muita coisa. - Os olhos dele lacrimejaram, eu odiava o ver triste.
- Você entendeu errado, muito errado. - Eu tinha que fazê-lo voltar para mim. - Me deixe explicar, cacete. Você não pode simplesmente tirar suas merdas de conclusões erradas.
- Ok, Jeon, então explique. - Ele disse bravo saindo de meu colo e sentando-se ao meu lado.
- Eu... Eu estava deitado com Tae. - Eu falava tudo olhando nos lindos olhos dele, eu estava virando um putão mesmo, que caralho. Molhei meus lábios involuntariamente, nunca tive que explicar nada para alguém porque eu simplesmente queria que ele me perdoasse e voltasse para mim, eu poderia muito bem deixar Jimin sem porra de explicação nenhuma, mas eu necessitava dele para mim, e eu estava desposto à ser seu também. - E então resolvi tomar um banho, eu estava feliz porque você estava lá e pela primeira vez eu não estava puto da vida pelo fato de você ter se irritado e me deixado naquele quarto. - Eu dei um riso nervoso e ele ouvia tudo atentamente. - Tirei minha camiseta e minha calça e então a porta se abriu, Soojin entrou e começou à dizer um monte de merda, eu juro, Jimin, usei todas as minhas armas para afastá-la, eu disse que não queria porque eu tinha namorado, algo que eu nunca diria para uma garota gostosa que me desse mole, mas ela não parou e quando dei-me conta ela tirou sua blusa, minha mente dizia não, mas meu corpo já estava dando sinais, homem é burro mesmo. - Falei.- Mas porra, pelo menos eu tentei afastá-la, eu até a demiti, mas ela disse que antes de ela ir embora, ela me queria e quando eu vi, estávamos na cena que você presenciou. - Respirei depois de falar.
- Poderia ter evitado. - Ele disse e porra, Jimin era duro na queda.
- Porra, Jimin, eu tentei evitar a garota, coisa que geralmente eu não faria. Então você não pode dizer que eu não estou tentando. - Eu disse impaciente.
- Tudo bem, eu acredito em você. - Ele disse com a voz cansada.
- Hoje eu vou falar com a minha mãe, vou ver se ela pode procurar uma creche boa para Taehyung. - Falei simples.
- Por que nós mesmos não fazemos isso? - Jimin deu a ideia e eu sorri, eu estava quase o conseguindo de volta. - Depois da escola, nós podemos visitar algumas. - Ele sugeriu e eu assenti, eu estava louco por seus lábios.
- Está tudo bem entre a gente? - Perguntei.
- Acho que sim. - Ela sorriu e eu o beijei com toda a vontade do mundo, seu beijo tinha o melhor gosto do mundo e eu queria fode-lo ali mesmo.
- Você sabia que esse ginásio está vazio? - Falei com segundas intenções.
- Você sabia que esse ginásio tem câmeras? - Ele disse.
- Então vamos gravar outro vídeo erótico, o que você acha? - Falei e senti um tapa em meu braço, aquele garoto amava me agredir, impressionante. - Seja selvagem assim gemendo meu nome, por favor. - Falei mordendo os lábios e logo avistei um canto perfeito e um sorriso malicioso se abriu em meus lábios.
- Eu não vou transar com você naquele canto. - Ele logo percebeu.
- Ah, vai sim. - Falei levantando e o puxando.
- Não, Jeon, aqui não. - Ele dizia entre risos, me deixando mais excitado ainda.
- Verdade, aqui não. - Parei. - Ali é melhor. - Apontei para os banheiros do ginásio.
- Deixa isso para mais tarde, por favor. - Ele suplicou e eu fiz um gesto negativo com a cabeça. O puxei para o banheiro masculino, em seguida tranquei a porta por dentro, o coloquei em cima da pia e comecei devorá-lo. Caralho, ele era muito gostoso, eu queria o foder por horas, mas tínhamos tempo apenas para uma rapidinha simples. Eu tirava minhas roupas enquanto ele tirava as suas, ficando apenas com a peça íntima.
Ele enroscou suas pernas em volta de mim e logo nós estávamos em um beijo veloz seguido de gemidos, eu brincava com sua língua o fazendo dar vários sorriso entre o beijo, minha língua e a sua era a combinação perfeita, o coloquei sentado novamente na pia, ele ainda tinha suas pernas em volta de mim e eu tinha minha boca em seu mamilo esquerdo enquanto seu seio direito estava sendo vítima dos meus dedos que uma hora apertava sem piedade e outra estava fazendo movimentos circulares. Eu mordiscava, chupava, lambia seus mamilos com vontade e els tentava reprimir os gemidos para não chamar atenção.
Tirei sua cueca tendo sua intimidade nua só para mim, me abaixei um pouco e lambi aquela sua parte que me levava à loucura e dessa vez, seu gemido foi um pouco alto. Subi até sua boca e lhe lasquei um beijo violento para que ele ficasse quieta. Fui para seu pescoço e dei várias mordias leves, o deixando completamente louco, ele tentou levar suas mãos até meu pau que estava petrificado de baixo da cueca e em seguida o apertou, fazendo eu sentir uma pitada de prazer.
- Tira isso, me penetra logo. - Ele suplicava em relação à cueca, eu fiz o que ele pediu e em seguida, o mesmo estava em meu colo com as pernas em volta de mim e eu dava leves estocadas o fazendo delirar. E afundou sua cabeça em meu pescoço para que os gemidos saíssem abafado, pois estava sendo difícil contê-los. Ele agarrava minhas costas com força e em seguida seus lábios procuraram os meus, tentávamos nos beijar mais faltava ar pra cacete, aumentei as estocadas, enquanto eu dava gemidos roucos, o prazer que esse garoto me dava era inacreditável.
- Amo sua rouquidão. - Ele sussurrou em meu ouvido e eu dei uma mordida em seu ombro nu.
- E eu amo você.
Gozamos.
「 🍁 」
- Foi uma boa não ter deixado isso para depois. - Ele disse sorrindo enquanto catava suas roupas.
- Você tem que me ouvir mais. - Falei. - E isso não quer dizer que depois nós não possamos continuar.
- Você só pode estar querendo acabar comigo. - Ele disse ofegante e vestindo suas roupas, parei para observar cada parte de seu corpo, ele era gostoso pra caralho.
- Não vai se vestir? - Ele perguntou enquanto eu o observava.
- Desculpa, acho que eu me perdi um pouco. - Falei pondo minhas roupas.
- Tem alguém aí? - Bateram na porta do banheiro e Jimin me olhou assustado, eu tive uma vontade enorme de rir.
- Sim, cara. Deixa eu mijar em paz, caralho. - Gritei. Jimin tinha uma expressão de pânico o que me dava mais vontade rir ainda.
- É o Sr. Jeon? - Uma voz masculina perguntou do lado de fora.
- Sim, por que? - Abri a torneira para que o barulho da água saindo fingisse que eu estava urinando.
- Ah desculpa, vou no banheiro do corredor. - O garoto disse e vi passos se afastando da porta.
- Espera. - Gritei e Jimin me olhou sem entender. - Tem mais alguém aí?
- Não, não. - O garoto de fora respondeu.
- Ok, boa mijada. - Falei e assim que ouvi seus passos se afastarem rapidamente abri a porta e me deparei com o ginásio vazio. Jimin caiu na gargalhada.
- Caralho, Jeon, quase fomos pegos. - Ele ria e eu resolvi rir junto.
- Você ia estar fodido. - Falei.
- E você não? - Ele arqueou as sobrancelhas com um sorriso na face.
- Eu não, eu só sirvo pra foder, não pra ser fodido. - Falei o puxando para mim e lhe dando um selinho longo.
- Amei sua filosofia, vou escrever em uma folha e colar em minha parede. - Ele riu e me deu um beijo, aquele garoto era demais. - Mas enfim... - Ele disse olhando em seu relógio. - Tenho que ir. - Sorriu.
- Nos veremos mais tarde? - Perguntei.
- Sim, nós temos que ver a creche do Tae. - Ele disse. - Vou ligar para sua mãe e pedir para ela falar com meu pai, assim eu posso sair livremente.
- Seu pai é durão demais, acho que ele deveria relaxar. - Falei e Ji deu um sorriso.
- Eu não acho que ele deva relaxar, olha quem o filho dele namora. - Fui obrigado à rir.
- O cara mais bonito do mundo?
- Não vou nem te responder, não quero pisar em seus sentimentos. - Fingi que havia ficado irritado.
- Bom, se você não acha, tem um monte de delícias que acham. - Pisquei para ele.
- É só questão de má visão. - Ele disse e eu ri.
- Sou gostoso e você tem que aceitar isso. - Falei.
- Ok, ok. - Ele riu. - Mas agora é sério, tenho que ir. - Por fim me deu um último beijo.
- Eu te amo, Ji. - Falei. - Muito. - Sorri, eu adorava o brilho de seus olhos transmitiam toda vez que eu dizia que o amava.
- Eu sei... - Ele disse rindo e saiu correndo para a saída. - Eu também te amo, muito. - Ele gritou antes de sair, eu me sentia feliz, feliz de um jeito que eu nunca havia sentido.
「 🍁 」
Jimin's vision
Eu precisava encontrar Jin, minha felicidade havia voltado, eu queria contar tudo à ele, por mais que ele fosse me chamar de idiota por ter voltado com Jeon.
- Jin! - O chamei ofegando ao encontrá-lo saindo da sala, ele me olhou com uma cara estranha.
- Você estava triste antes e agora tá sorrindo igual à Hannah quando vê o pênis de algum garoto do time de futebol. - Eu ri de sua comparação.
- É que... Bom...
- Não precisa nem dizer. Eu já sei. Você e Jeon se acertaram. - Fiz que sim com a cabeça e ele riu. - Vocês se amam, pode ter certeza disso, mas você é idiota, deveria ter deixado ele correr atrás mais um pouco.
- Isso é impossível quando se namora Jeon Jungkook. - Sussurrei. - O garoto é gostoso pra caralho, é difícil resistir. - Falei e Jin riu.
- Prefiro o Nam, Jeon é um pé no saco.
- E Namjoon não é?
- Ok, vamos parar antes que a gente se embole aqui. - Eu ri, ele me abraçou e nós fomos caminhando pelos corredores.
「 🍁 」
- Aquela creche ali deve ser boa. - Apontei para uma creche que avistei ao lado de um supermercado, Jeon estacionou o carro, nós descemos e ele pegou Taehyung no banco de trás.
- Vamos ver se é boa mesmo, não quero meu filho em qualquer lugar. - Ele disse e eu ri, ele pegou minha mão e nós paramos na frente do grande casarão de cor azul que tinha uma pracinha lotada de crianças na frente e desenhos de bichinhos na parede. Jeon apertou a campainha e uma mulher que aparentava ter uns trinta e poucos anos veio nos atender.
- Boa tarde, o que procuram? - Ela foi simpática.
- Nós estamos procurando uma creche confiável para Taehyung ficar, será que nós poderíamos conhecer o local? - Perguntei.
- Taehyung deve ser essa coisa fofa, não? - Ela sorriu para o pequeno que se escondeu entre a curva do pescoço de Jeon, com vergonha. - Pelo visto ele é meio tímido. - A mulher riu. - Podem entrar. - Nós entramos, eu sorri para algumas crianças que corriam adoidadas pelo pátio e vi Jungkook ficar meio assustado.
- Elas não param, não? - Ele cochichou em meu ouvido e eu ri.
- São crianças, Jeon, apenas criança. Igual seu filho. - Falei e ele deu um sorriso.
Entramos no grande casarão que era lotado de coisas infantis, seguimos por um grande corredor onde a mulher nos mostrava tudo.
- Aqui é o berçário, onde fica os bebês a baixo de um ano. - Fiz uma cara boba ao ver aquelas coisinhas tão pequenas, eles eram muito fofos, até a parte que um bebê resolveu abrir a goela, a garota que cuidava do berçário saiu correndo para pegar a criança, mas antes deu uma grande examinada em Jeon que tinha Taehyung em seus braços, lancei um olhar furioso para ela.
- Eu vi isso, hein. - Jungkook disse e riu.
- Aqui é o refeitório, onde eles fazem o lanchinho. - A mulher nos mostrou um lugar cercado de mesinhas infantis, algumas crianças estavam lá comendo frutinhas.
- Senhorita Marie, o pai de alguma das crianças quer falar com você. - Uma baixinha com curtos cabelos e óculos apareceu.
- Ah sim, chame Junhui para continuar mostrando a creche à esses pais. - Ela disse.
- Vocês parecem ser bem novos para serem pais. - A baxinha comentou, olhando para Jungkook sem graça, como se ele a intimidasse.
- Acontece. - Jungkook deu de ombros.
- Você tem quantos anos? - A baixinha foi curiosa.
- Ah desculpe, mas eu nã...
- Ele tem dezenove. - Jungkook não deixou eu falar. - Adotamos Taehyung ano passado, quando tinha apenas dezoito. - Olhei rapidamente para ele, Jeon era louco.
- Estranho que ele pareça bastante com você, qualquer pessoa pode confundir e achar que ele realmente é filho do seu próprio sangue. - A baixinha disse para Jeon e sorriu. Logo o tal de Junhui apareceu, era bonito, muito bonito.
- Então, onde a senhorita Marie parou? - Ele perguntou sorridente. - Sou Wen Junhui. - Ele esticou a mão para Jungkook que o cumprimentou sem vontade e logo esticou a mão para mim. Junhui me olhou dos pés a cabeça e me lançou um olhar sedutor.
- Acho que eu não estou gostando muito dessa creche. - Jungkook disse do nada.
- Por quê? Aqui é ótimo, temos tudo que esses pequenos precisam. - Ele deu uma apertada nas bochechas de Taehyung.
- Você faz exatamente o que aqui? - Jungkook perguntou, ele estava estudando o cara, tudo porque ele olhou para mim.
- Sou responsável pelo aprendizado deles, sou formado em pedagogia. - Junhui disse todo simpático.
- Você não acha meio estranho ser homem e trabalhar com criancinhas? - Ok, Jeon já estava extrapolando.
- Ele é brincalhão assim mesmo. - Tentei aliviar as coisas. - Então aqui é a sala onde eles assistem desenhos? - Tentei adivinhar pela enorme TV que havia.
- Sim, desenhos educativos, que estimulam a educação da crianças, aqui nós preparamos eles desde pequeninhos, sem nenhuma pressão, usamos a diversão para isso. Não é o tipo de creche que só existe para quebrar o galho dos pais que não podem cuidar dos filhos. As crianças não ficam apenas soltas por aí.
- Não foi o que eu vi naquele pátio. - Porra, Jeon já estava demais.
- Elas estão em seu horário livre, é um horário onde os pequenos podem aproveitar brincando na pracinha, deixamos um tutor com eles os cuidando. Depois eles voltam para a salinha e fazem desenhos, jogam, estimulam sua criatividade. - Junhui tinha uma paciência adorável. - Ele já caminha? - Se referiu à Taehyung.
- Sim, mas uma vez ou outra vai parar no chão. - Jungkook disse.
- Que tal vocês soltarem ele um pouco na pracinha para ver como vai ser seu desenvolvimento aqui? - Junhui sugeriu.
- Eu acho uma boa. - Falei. - E você, amor? - Me referi à Jeon.
- Depois de você ter me chamado de amor, eu topo tudo. - Jungkook disse e eu ri.
- Você é um cara de sorte, seu garoto é muito bonito. - Junhui disse para Jungkook.
- Exatamente, não é qualquer mané que consegue um bom desses. - Jungkook foi meio rude, Junhui resolveu ficar quieto até chegarmos ao pátio.
- Pronto, chegamos. - Junhui disse quando colocamos os pés naquele local barulhento.
- Solta ele, Jeon. - Falei para Jungkook que ficou meio receoso, mas logo o soltou. Taehyung não era acostumado com muitas crianças da sua idade, vivia dentro daquele apartamento ou então com Hyojin, então ele demorou um pouco para se soltar, mas logo um outro toquinho de gente veio até ele e lhe ofereceu um bonequinho, Taehyung pegou o brinquedinho e começou á rir, a criancinha saiu correndo e Tae resolveu ir atrás, no momento seguinte, ele estava se divertindo, quebrou uns três brinquedos que tinha na pequena casinha de crianças que havia ali, mas nem Junhui e nem as três tutoras que haviam ali, se importaram.
Eu senti algo incrível ao observar Taehyung brincando, ele caia alguns tombos, pois seus passos ainda não eram firmes, mas nada grave, logo ele levantava e continuava correndo com as outras crianças, Jungkook observava tudo com um sorriso, ele me envolveu de lado e me deu um beijo na bochecha.
- Acho que ele vai se dar bem aqui. - Falei para Jeon e Junhui olhou e sorriu.
- É, acho que sim. - Ele disse. - Onde o matriculamos? - Jeon perguntou ao rapaz.
- Por aqui, por favor. - O seguimos e fizemos tudo o que tinha que ser feito. Segundo a senhorita Marie, dona da creche, Taehyung já podia começar no dia seguinte, Jeon assentiu e sorriu.
- Espero que cuidem bem do meu filho. - Jungkook disse.
- Vou cuidar muito bem dele. - Uma garota surgiu do nada, a mesma do berçário.
- Você não cuida do berçário? - Perguntei para ela.
- Sim, mas também fico com as crianças que vão de um à três anos. - Vi ela mexer em seu cabelo com se quisesse que Jeon prestasse atenção nela, mas tudo o que ele fez foi me beijar.
- Eu ainda prefiro que você cuide dele, Junhui. - Falei e sorri.
- Farei isso também. - Ele disse sorrindo e Jungkook revirou os olhos.
- Então, obrigado e até mais. - Me despedi e Junhui foi com a gente até a saída, foi difícil convencer Taehyung à ir embora, ele entrou no carro chorando.
- Porra, amanhã você vai estar aqui. - Jungkook disse irritado com o choro enquanto o colocava na cadeirinha.
- Calma, bebê. - O beijei. - Amanhã você verá os amiguinhos novamente. - No momento seguinte ele não estava mais chorando.
- Farei isso também. - Jungkook disse e eu percebi que ele estava imitando Junhui. - Aquele cara estava babando por você. - Ele disse arrancando o carro.
- Nada a ver, Jeon, ele só estava sendo simpático.
- Eu também era super simpático quando queria lanhar a garota dos outros. - Ele disse bravo e eu dei uma mordida fraca em seu lóbulo.
- Não gostei dele, muito bonzinho, prefiro os bad boys. - Falei sorrindo e Jungkook me olhou abrindo um sorriso também. - Mas não esqueci aquela garota do berçário, ela quase te devorou também.
- Não gostei dela, muito legalzinha, eu prefiro os irritantes. - Ele disse e eu dei uma gargalhada, Taehyung também riu, fazendo eu e Jeon rir mais ainda. - Como se você tivesse entendido algo, né. - Ele disse para Tae.
「 🍁 」
espero que tenham gostado. ♥️
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