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— Me enganei, desculpe. — ele disse isso com um tom seco em sua voz, como se ele não tivesse gostado nem um pouco do fato de eu ter mentido para ele, e ele não havia. Mas ele não podia simplesmente me atacar ali.

— Parece até que vocês já se conheciam. — me faltou ar ao ouvir uma das amiguinhas plastificadas de Hannah falar.

— Eu concordo com a Hye. — Hannah disse, olhando para mim e Jungkook desconfiada.

— Nunca vi esse garoto na minha vida. — Jungkook mentiu. — Graças à Deus. — Hannah riu com sua última fala.

— Yeon? — virei para trás o procurando. Yeonjun é um dos meus únicos amigos dentro daquela escola. Ele sentava bem ao fundo da sala, geralmente nerds sentam na frente para acompanhar a explicação do professor melhor, mas ele era diferente.

O procurei por motivos de: Na sala havia 5 fileiras de classes, e na frente dessas fileiras (óbvio) ficava a mesa do professor, no caso onde Jungkook estava. Eu sentava na segunda classe da terceira fileira e ficava muito à frente da mesa do professor, mas agora, Jeon estava ali e aquilo não estava me agradando nem um pouco, então procurei Yeonjun para ver se eu podia sentar perto dele, até porque ele sentava na última classe da última fileira, longe o suficiente de Jungkook.

Ah, e Hannah sentava na primeira fileira, na primeira classe, ela estava usando uma saia e eu podia ver ela abrindo as pernas sem querer para chamar a atenção de Jungkook. Puta.

— Fala, Ji, estou aqui. — ele disse levantando o braço.

— Tem lugar aí perto de você? — perguntei. E ele olhou em sua volta.

— Tem uma classe vazia bem aqui ao meu ladinho, gato. — eu ri, e levantei-me pegando minhas coisas e indo sentar ao seu lado. A sala estava uma bagunça, nem parecia que esse animais iriam se formar, parecia que eles recém chegaram na primeira série. Quando empurrei minha cadeira para baixo da classe, fui impedido de prosseguir.

— Eu dei permissão? — ouvi a voz de Jungkook.

— Nossa, que moral, hein. Chegou aqui hoje e já pode dar "permissões" — fiz aspas com os dedos e ironizei a situação.

— Bom... acho que eu posso sim, estou no lugar do professor e também acho melhor você ficar no seu lugar. — o tom dele parecia desafiador.

— Garanto que o Sr. DongHae não se incomodaria se eu fosse sentar com Yeon. — na verdade ele se incomodaria sim.

— Eu também não me incomodo nem um pouco. — Jungkook disse. — Mas... continue no seu lugar. — dei um meio sorriso soprado e continuei indo em direção a outra classe, mancando

Felizmente, os outros períodos eram sem Jungkook e passaram rápido. Bateu o sinal e fui guardar meus livros no armário, depois fui ao banheiro para me olhar no espelho, o que não foi uma boa ideia, pois eu estava em condições precárias, e ao sair de lá acabei encontrando Yeon e Jen em um dos corredores e fiquei conversando um pouco com eles. Papo vai, papo vem, até nós percebermos que a escola estava praticamente vazia, quase todos os alunos já haviam ido embora, com exceção minha, de Jennie e de Yeonjun, claro.

— Nossa, pelo que estou vendo, só tem a gente aqui na escola. — Yeon disse.

— É, então vamos antes que eles fechem a escola. — Jennie disse.

— Verdade, se não depois eles só abrem para quem estuda a noite. E eu não quero esperar aqui dentro. — ri e me despedi deles, os dois foram para o lado da saída e eu fui para o estacionamento da escola, onde estava o carro que eu havia ganhado de meu pai em meu aniversário de 18 anos. Abri a porta do carro, mas em um movimento rápido alguém fechou de volta. Segui com os olhos aquele braço fechado em tatuagem, e merda.

Jungkook me virou, fazendo eu ficar encostado no carro e de frente para ele, revirei os olhos. Eu fiquei entre seus dois braços que estavam um pouco a cima de meus ombros.

— Vai dirigir com o tornozelo machucado? — ele perguntou com o seu típico ar de deboche, mas meu tornozelo não doía mais que nem antes, eu já podia firmar meu pé.

— O que você quer? — perguntei sem nenhuma paciência.

— Da última vez que você perguntou isso, você foi parar na minha cama, lembra? — ele disse e mordeu os lábios. Fingi não ligar. — Mas o assunto é outro agora e você sabe do que se trata.

— Não, eu não sei. Tchau. — falei tentando me virar e entrar em meu carro, mas eu estava encurralado.

— Eu odeio que mintam para mim, Jimin. — ele deu ênfase ao meu nome. — E você mentiu. Ninguém me passa para trás, mini putinho.

— Sempre tem uma primeira vez. — fui curto.

— No seu caso, vai ser só a primeira vez mesmo, porque hoje eu não me importaria de enterrar você vivo. — estremeci. Jungkook falava de um jeito que eu não sabia se ele estava brincando ou falando a verdade, mas mesmo assim, eu acho que seja brincadeira.

— Você não é louco em fazer isso.

— Tem certeza?

— Caralho, tanto faz se meu nome é Jihyun ou Jimin, garoto. Você sempre tem que se achar o fodão e complicar as coisas, que porra.

— Eu sou o fodão, e pra mim também tanto faz, o problema é que você mentiu. Ah, e não esquecendo que você me desobedeceu hoje, lembra? Odeio que desrespeitem minha ordem.

— Você odeia tudo, Jungkook, já percebeu? Você é feito de ódio. — Jungkook hesitou um pouco quando eu falei aquilo, mas logo ele voltou a postura normal.

— Você me leva muito na brincadeira, Jimin, toma cuidado. — ele disse, colocou seus óculos escuros e saiu. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Pude ver Jeon entrar em seu carro e queimar pneu saindo de lá, eu fiz o mesmo, a única diferença era que eu dirigia em velocidade permitida.

Cheguei em casa e eu precisava contar tudo para Jin, quero dizer, não tudo. Só a parte que seu gangster favorito (eca) havia arrumado um emprego na escola, e aquilo ainda não me descia, tinha algo nisso.

Comi, tomei um banho demorado e depois liguei para ele.

— Nem sabe. — falei assim que ele disse: Oi puto.

— Não sei mesmo.

— Fala direito ou fica sem saber.

— Fico sem saber.

— Ok, era sobre aquele tal de... Como é mesmo? Jeonsuk? Não pera... Jungkook. Jeon Jungkook!

— O QUE ACONTECEU? ME CONTA AGORA, VADIO. — ele gritou e eu não pude deixar de cair na gargalhada.

— Você não quer saber, deixa.

— PARK JIMIN, ME CONTA AGORA!

— Ele está trabalhando na escola. — falei indiferente.

— O QUE? — contei tudo sobre o suposto emprego de Jungkook na escola, ele quase caiu duro e depois logo mudamos de assunto, ele disse que no dia seguinte iria a escola, que não me deixaria sozinho e blá blá blá. Desliguei o telefone e fui atrás de alguma coisa para comer.

Meu pai me ligou dizendo que iria voltar mais tarde aquela noite, como sempre, e Sunhee estava viajando, estava na casa de uns supostos parentes dela. Mas para mim ela estava pulando a cerca. Espero que um dia meu pai acorde e veja que ela não é o tipo de mulher para ele.

Aproveitei minha solidão e fui para o pátio de casa, sentando-me nos degraus da pequena escadinha que dava em direção a porta da mesma. Fiquei ali perdido em meus pensamentos, pensando em todas as merdas que haviam acontecido para um dia só. Lembrei-me de mim caindo das escadas e comecei a rir do meu próprio desastre, até eu pensar em Jungkook e meu sorriso cessar.

— Jimin. — ouvi alguém chamar meu nome no portão, eu estava de frente para ele, mas com a cabeça baixa. Levantando minha cabeça e fiquei descontente ao ver que não era algum artista famoso e gostosão.

— Ah... você.

— Posso falar com você?

— Se o portão estiver aberto, sim. — e para a minha má sorte, ele estava, eu havia esquecido de fechar.

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espero que tenham gostado. ♥️