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𝐓wo

Jungkook's vision

Saí do quarto meio intrigado, Jimin estava estranho e tinha algo que ele estava escondendo de mim.

Descendo às escadas, meu celular tocou no bolso da bermuda que estava usando, o peguei vendo o nome "Victória" na tela. Passei pelos garotos que tentavam fazer Taehyung parar de encher o saco e fui até a cozinha, finalmente, atendendo o telefonema.

— Victória?

Oi, Jeon. Sentiu minha falta? — sua voz era suave.

— Claro. — confirmei. — Porém estou meio ocupado agora.

Tudo bem. Só quero saber se nosso almoço ainda está de pé?

— Sim, está. É quando mesmo?

Amanhã.

— Certo, estarei lá no horário marcado.

Ah, já ia me esquecendo, falei com o seu ir... — afastei o celular do ouvido assim que vi a barata tonta entrar na cozinha.

— Jeon? Falando com quem? — perguntou, semicerrando os olhos.

— Certo, vou desligar agora. Abraços! — nem esperei uma despedida da mulher, apenas desliguei a chamada rapidamente. — Tenho que te dar satisfações desde quando? Até onde sei, meu homem está lá em cima.

— Pouco me importa, mas eu só quero te dar um recado: não magoe meu amigo, Jeon. Seja honesto com ele, Jimin já sofreu demais na sua mão e o que ele menos precisa agora é da porra da sua infidelidade.

— Eu não sou infiel. — me defendi.

— Não é o que parece. — disse por fim e saiu da cozinha.

Puta merda, o que porra estava acontecendo?

— Porra, Jeon! — ouvi Namjoon gritar da sala e resolvi ir até lá.

— Eu quero jogar, eu quero jogar! — Taehyung queria pegar o controle das mãos de Namjoon que tentava se manter concentrado no jogo de luta.

— Porra, cara! Dá um jeito no teu filho. — Yoongi disse irritado.

— Hora de dormir, Taehyung. — falei, o pegando no colo.

— Não! Taehy não quer dormir, Taehy quer jogar. — fez birra, se debatendo nos meus braços para descer.

— Você não vai parar com essa mania de falar como indígena nunca?

— Eu quero jogar, papai, eu quero jogar! — o bico já começava a se formar em sua boquinha minúscula.

— Mas não vai! — disse firme. Taehyung tinha que ter limite, não queria um filho mimado que tivesse tudo na hora que quer. — Eu já disse que você vai dormir. — subi as escadas com ele, que abriu o berreiro.

— Eu q-quero a ma-mamãe.

— Mamãe está descansando, não pode perturbar ele.

— M-mas eu q-quero vê ele! — Taehyung insistiu entre soluços.

— Mamãe está cansado, já falei! — fui bruto e ele começou a chorar mais ainda, eu já estava começando a perder a paciência..

— O que está acontecendo aqui? — Jimin saiu do nosso quarto, que ficava no fim do corredor, com uma carranca rígida.

— Taehyung quer ficar jogando com os garotos. — disse impaciente. Notei que seus olhos estavam inchados e vermelhos, como se tivesse chorado a pouco tempo atrás.

— Vem, meu amor. — ele pegou Taehyung do meu colo com todo cuidado. — Mamãe vai dormir com você hoje. — franzi o cenho quando o ouvi dizer.

— Ebaaa! — Taehyung comemorou animado e se enganchou no pescoço de Jimin, que abriu um sorriso e beijou sua bochecha.

— Por que você não coloca ele para dormir com a gente? — sugeri e ele apenas ignorou, entrando no quarto do Taehyung.

— Onde tá o tio Hoba? — Taehyung perguntou depois que Jimin o colocou deitado em sua cama e, logo em seguida, se deitou ao lado do pequeno. Eu estava parado na porta observando tudo, com uma confusão estampada na face.

— Não sei, seu pai deve saber. — disse indiferente.

— Onde tá o tio Hoba, papai? ele disse que quando voltasse ia trazer chocolate pra mim.

— Daqui à pouco ele está de volta. — falei. — Se você for um bom menino e dormir direitinho, amanhã você acordará com uma barra de chocolate do seu lado.

— Mamãe não gosta que Taehy coma chocolate. Por que, mamãe? — perguntou.

— Você e açúcar não combinam. — Jimin disse. — Agora vamos dormir. — juntou Taehyung ao seu corpo e começou a acariciar seus cabelinhos, não durou muito para que Taehyung fechasse os olhinhos cansados.

Me aproximei da cama onde meus dois anjos dormiam. — Jimin... — o chamei baixinho, para não acabar acordando Taehyung, tocando seus fios loiros. — Vamos conversar, por favor. — mais implorei do que pedi.

— Depois conversamos, Jeon, agora me deixa dormir. — respondeu e eu apenas assenti e saí do quarto.

Não queria acabar perdendo a paciência e acordar Taehyung, mas aquilo estava me incomodando pra caralho e eu queria saber o motivo pra estar sendo ignorado.

Jimin's vision

Acordei com Taehyung pulando na cama e gritando:

— Acorda, acorda! — o jeito foi acordar, pois dormir não dava mais.

Olhei às horas e ainda era cedo, faltava uma hora para arrumar Taehyung para a creche, então, provavelmente, todos ainda estavam dormindo.

— Vem com a mamãe. — levantei e peguei o pequeno, saindo do quarto com ele nos braços. Levei ele para o meu, onde Jungkook estava deitado na cama ferrado no sono. — Não faça barulho.

— Tá bom, Taehy não vai fazer barulho! — meu pedido não valeu de nada já que ele falou aquilo alto.

— É, estou vendo. — entrei no banheiro e o coloquei em pé na tampa da privada. Peguei sua escovinha de dente e coloquei sua pasta infantil, sabor uva, sua preferida. — Quero ver você fazer isso sozinho. — entreguei a escova para ele, o vendo fechar o punho ao redor do objeto e levar até a boca, deslizando sobre os dentinhos. — Mas não é que o principezinho está aprendendo a escovar os dentinhos sozinho. — deixei um beijo em sua bochecha, como forma de mostrar que estou orgulhoso.

— Não está cedo demais? — me assustei com a voz rouca de Jeon, vendo o mesmo entrar no banheiro.

— Eu já sei escovar os dentinhos sozinho, papai, olha! — Taehyung se mostrou para Jungkook.

— Parabéns, estou orgulhoso. — Jungkook disse, caminhando até parar atrás de mim e beijar a lateral do meu pescoço enquanto eu escovava meus dentes. Não falei e nem demonstrei nada. — O clima está bem ruim. — disse saindo do banheiro. — Angelina não virá hoje. — Jungkook gritou do quarto. Ela é nossa empregada.

— Vou pedir para Yoongi levar o Taehyung na creche. — falei assim que voltei para o quarto com o pequeno me seguindo.

Parei no batente da porta para esperar Taehyung, já que o mesmo não tinha tamanho o suficiente e nem seus bracinhos eram grandes para chegar até o trinco. — Você não vem, papai? — Taehyung perguntou à Jungkook.

— Mamãe não me quer por perto. — explicou, formando um bico nos lábios fingindo estar triste.

— Não fique triste papai, Taehy te ama! — ele disse, Jungkook sorriu e o pegou no colo.

— Papai também te ama. — em seguida, cherou os fios negros e ondulados, deixando um beijo na testa do garoto.

— Você ama a mamãe também?

— Muito. — Jungkook disse e eu respirei fundo, fingindo que ia fechar a porta para que Taehyung se apressasse.

— Espera! — Taehyung veio correndo atrás de mim.

— Não corra, você pode cair! — alertei.

— Tchau mamãe, tchau papai! — Taehyung se despediu e logo foi pego no braço por Yoongi, que o levaria para a creche.

— Tchau, meu amor. Se comporte e sem brigas! — Taehyung tinha um longo histórico de ataques contra seus coleguinhas da creche, não era à toa que ele era filho de Jungkook.

— Mas já sabe: se algum malandrinho mirim tentar alguma coisa, o que tem que fazer? — Jeon perguntou.

— Dar pau nele. — Taehyung respondeu agitado.

— Isso! Esse é meu garoto. — ele disse e eu revirei os olhos. Em seguida, Yoongi saiu pela porta principal da casa levando o garoto consigo. — Não vai para a aula hoje? — perguntou à mim.

— Daqui à pouco, hoje vai começar um pouco mais tarde. — menti.

— Que horas?

— Perto do horário do almoço, irei aproveitar e almoçar na universidade.

— Bom dia, pessoas do meu coração. — Hoseok disse animado enquanto descia às escadas. — Isso soou gay.

— Você é gay. — Jeon disse.

— E você é viado. — Hoseok revidou.

— Onde você se meteu ontem? — interrompi a provável discussão besta que eles teriam.

— Isso só Deus sabe, Jiminzinho. — respondeu, passando por mim e indo em direção à cozinha, mas logo voltou mordiscando uma maçã.

— Tenho certeza que estava levando rolada de algum macho. — Jungkook disse, era nítido o tom brincalhão.

— E se eu estivesse? Está com inveja de não estar fazendo o mesmo? — Hoseok revidou e pelo visto acertou na ferida já que Jeon fechou a expressão, ficando sério.

— Vou me arrumar. — Jungkook nem revidou, apenas deu as costas e voltou a subir às escadas.

— Pode ir me contando tudo! — falei para Hoseok. — Era um homem? Mulher? — perguntei curioso.

— Os dois. — Hoseok disse sorridente e eu esbugalhei os olhos.

— O QUE? — gritei.

— Um, dois, três... — ele sussurrou.

— Eu não acredito. — estava incrédulo. — Com quem?

— Uma garota que eu conheci numa festa ontem e o barman.

— Vocês três transaram juntos? — perguntei espantado e Hoseok assentiu com a cabeça.

— E eu recomendo. — Hoseok disse e riu. — Porém, eu estava muito bêbado.

— Não me venha com essa desculpa.

— Não comente isso com ninguém. — pediu.

— Pode deixar! — garanti.

Eu estava em dúvida se contava para Hoseok o fato da traição e do flagra que daria hoje, porém preferi ficar quieto.

[...]

— Jin, está pronto? — perguntei baixo ao entrar no quarto dele. — Jeon já saiu faz uns dez minutos. — avisei.

— Sim, vamos. — respondeu me puxando para fora. — Mas e depois desse flagra Ji, o que você vai fazer? — Jin perguntou enquanto descíamos às escadas.

— Matar Jeon. — disse simples, pois eu tinha certeza que armaria o maior barraco.

Entramos no carro e logo seguimos em direção ao endereço de onde os dois se encontrariam, o que era um lugar longe já que levou uns vinte minutos para chegarmos lá.

Vi o carro de Jeon sendo estacionado por um manobrista e logo olhei para o restaurante, que era enorme e parecia ser francês. Ele nunca havia me levado num restaurante francês.

Coloquei meus óculos escuros e desci do carro, entreguei a chave para um dos manobristas e Seokjin vinha logo atrás. Olhei, primeiramente, para dentro do restaurante através do vidro que ali tinha e consegui ver Jungkook sentado em uma mesa com uma mulher, que eu deduzi que fosse Victória. Ela era realmente muito bonita, o que me fez ficar mais inseguro ainda. Deveria ter mais ou menos a minha idade, ou até ser um pouco mais velha.

— E então? — Jin perguntou também observando a cena dos dois na mesa.

— Não vou entrar, vou esperar ele sair. — falei, parando em algum local que ele não pudesse me ver.

— Vamos embora, Jimin. — insistiu.

— Embora? — perguntei nervoso. — Meu marido está aí dentro com uma mulher que supostamente seja sua amante, Jin. Eu estou sendo traído e você quer que eu simplesmente vá embora? Eu vou ficar, vou esperar ele sair, tirar essa história à limpo e depois dizer que está... — não consegui terminar a frase, só de imaginar estar longe de Jeon me doía pra caralho.

— Ji... — Jin me abraçou. — Eu estou tão inacreditado quanto você. Sei que Jungkook é um idiota, mas vocês construíram uma família, nunca imaginei que... — suspirou negando com a cabeça.

— Nem eu. — me desfiz do seu abraço. — Por mais desgraçado que ele seja, eu não imaginava que ele faria algo desse tipo depois de lutar tanto para me ter. — tirei os óculos e limpei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Eu e Jin ficamos parados ali em silêncio pelos próximos trinta minutos, em seguida, olhei para dentro do restaurante e os dois estavam em uma conversa bem empolgante, dava para ver que Jeon pagava de engraçado e Victória caía na risada.

Jin me puxou para um canto onde eu não tinha visão dos dois.

[...]

— Eles estão levantando. — Jin me avisou e eu tomei postura, eu deveria parecer forte. — Jungkook pagou a conta, eles estão vindo em direção à saída. — respirei fundo e apenas esperei parado, eu queria que Jungkook saísse e levasse um puta susto ao me ver ali.

Jin foi para trás de mim e só ficou observando tudo, parecia estar tão abalado quanto eu. Logo vi a mão de Jungkook puxando a enorme porta de vidro daquele restaurante, ele fez um gesto de cumprimento com a cabeça para o segurança que estava ali parado e Victória veio atrás. Ela estava com um vestido curto e branco de renda, seu cabelo tinha um perfeito coque e seu batom vermelho forte realçava sua pele branca. Ela era linda e parecia ser bem gente fina.

— Então é isso que você faz, Jeon? — chamei sua atenção, ele olhou rapidamente em minha direção assustado. — Me trair?

— Jimin? — ele disse, estranhando a situação. — Não é o que... — o interrompi.

— O que eu estou pensando? Ah, essa desculpa eu já conheço, Jeon. Seja homem e fale que está me traindo! — exclamei. — Não vai acontecer nada demais, você só vai perder seu esposo.

— Jimin, eu não estou te traindo, você está confundindo as coisas... — ele parecia nervoso tentando explicar, mas quem não ficaria ao ser descoberto?

— Eu não sabia que você era casado. — Victória disse, com uma expressão confusa.

— Você... você é o tal irmão? — Jungkook deduziu.

— Era a voz dele no telefone. — Victória confirmou.

— Sim e espero que você não seja tão burra quanto eu. — falei para Victória. — Vamos Jin, tenho que fazer minhas malas.

[...]

jimin voltando para seul, será? 🤷🏻

beijão amores, até o próximo !! ❤️

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