Capítulo 9
Pv.Ludmilla
O fato de eu não ter conseguido passar de beijos com Gina, é que a pessoa que eu amo, está sentada agora à minha frente.
Então me toquei na burrice que iria fazer, e pedi para que Gina fosse embora.
Agora eu estava em uma reunião chata, Brunna conversava com os empresários melhor que eu, como se ela fizesse aquilo à anos.
E eu observava seu jeito, o jeito que ela jogava o cabelo para o lado, como mordia os lábios prestando atenção no que eles diziam, o jeito que gesticulava e assentia atenta à tudo.
Fechamos então contrato com sei lá o que que eles eram. Logo Brunna e eu estávamos saindo da mini sala que tinha dentro da minha sala e ficamos em um silêncio desconfortável.
-- Você mandou bem.-- Falei sentando parcialmente na mesa -- Se saiu melhor que eu.
-- Obrigada.-- Disse seria.
Suspirei e me desencostei indo até o mini bar.
-- Quer beber algo?-- Perguntei sem olha-lá.
-- Não obrigada.-- Disse suspirando.
-- Acho que por hoje é só.-- Falei olhando no meu relógio de pulso -- Já são dez horas, você deve estar exausta.-- Olhei para ela.
-- É.-- Se levantou.
-- Mas podemos jantar para comemorar?-- Perguntei e ela me olhou por um tempo.
-- Tanto faz.-- Disse dando de ombros.
Suspirei e bebi o whisky que tinha no copo enchendo novamente e virando.
-- Vamos.-- Catei meu sobretudo que estava na poltrona e saímos do prédio.
Brunna desceu do carro e eu fiz o mesmo, abri a porta do restaurante e ela entrou.
Eu adorava aquele restaurante, primeiro por causa do ar acústico que ele tinha, da simplicidade.
Sentamos novamente no segundo andar, onde tinha cadeiras confortáveis, pareciam mais poltronas.
Brunna se sentou e eu puxei a cadeira para sentar quase ao seu lado, ou seja, na lateral da mesa.
-- O que você vai querer?-- Perguntei olhando o cardápio.
-- Talvez eu queira...-- Olhei para ela que estava concentrada no cardápio -- Eu não sei o que escolher, são tantas coisas, o que você vai pedir?-- Me encarou.
-- Você já veio à um restaurante italiano certo?-- Perguntei e ela negou devagar -- Merda.-- Soltei sem querer.
-- O que você quiser, eu quero.-- Falou distraída e eu assenti.
-- Então vou escolher tortellini de bolonha e para a sobremesa tiramisù.-- Ela franziu o nariz -- É de café.-- Disse rindo e chamei o garçom.
Ele anotou os nossos pedidos e eu pedi que ele se abaixasse para pedir um vinho, ele assentiu e logo me deixou sozinha com Brunna.
-- Então.-- Comecei e ela me olhou -- Você...É...
-- O que achou da reunião hoje?-- Ela perguntou vendo que eu estava embaralhada em puxar assuntos.
-- É...Legal.-- Falei sorrindo de lado e ela negou.
-- Você não ouviu uma sequer palavra, que feio.-- Disse serrando os olhos.
-- Fala sério, eu odeio reuniões, você estava toda empolgada, como se realmente gostasse daquilo.-- Ela deu de ombros.
-- Eu gosto.-- Sorri.
-- Eu não.-- Ela franziu a testa.
-- Se não gosta do que faz, por que faz?-- Suspirei.
-- Meus pais faleceram em um acidente de carro Brunna, tive que cuidar da empresa deles.-- Ela me olhou triste -- Não me olhe assim, eu não era próxima deles.-- Cruzei os braços.
-- Não seja fria, eram seus pais.-- Dei de ombros -- E você conseguiu crescer a empresa como?
-- Patrícia, Patrícia sempre foi um anjo na minha vida, sempre me ajudou em tudo.-- Suspirei e sorri.
Brunna era muito séria, me dava medo as vezes, eu em. Nossos pedidos chegaram e começamos a comer. Quando Brunna colocou a primeira garfada na boca, ela fechou os olhos e gemeu anasalado, imaginei várias coisas.
-- Isso é incrível.-- Disse de boca cheia e eu olhei para ela repreendendo-à com o olhar. -- Desculpe.-- Disse com um sorriso leve.
Continuamos à comer e logo meu vinho chegou, Brunna não quis beber, mas eu sim.
Já era a minha décima taça quando fiz a pergunta mais idiota do mundo.
-- Quando eu vou poder enfim, ter algo normal com você?-- Ela franziu a testa.
-- Temos algo nornal Ludmilla, profionalismo.-- Suspirei e revirei os olhos.
-- Nem amizade? Vai mesmo ficar com raiva de mim tanto tempo? Eu duvido.-- Disse desafiadora, já sentia o álcool correr nas minhas veias.
-- Você é idiota.-- Disse me olhando sério.
-- Quem você pensa que é para falar assim comigo?. -Perguntei fazendo um biquinho e Brunna negou.-- Você está de-mi-ti-da.-- Falei e ela arqueeou as sobrancelhas.
Comecei a gargalhar e ela continuava séria, eu gostava daquele andar, por ser vazio.
Arrastei a cadeira para mais perto dela que recuou um pouco.
-- Você é uma covarde, está louca por mim, mas não admite, fala sério, você sempre quis me beijar.-- Falei baixinho e ela continuou seria.
-- Não seja estúpida.-- Disse fria.
-- Eu lembro todas as vezes que você olhou para minha boca.-- Ela me olhou.
-- Será que por um dia Ludmilla, você pode deixar de ser idiota?-- Suspirei e sorri quando nossas sobremesas chegaram.
-- Doce de café, tomara que esteja doce, mas duvido que com o seu humor amargo, esteja doce ao seu paladar.-- Disse olhando para ela que agarrou o garfo com força e eu tirei minha mão de cima da mesa, vai que não é mesmo?!
-- Tirou a mão por que? Se eu fosse te agredir, furaria seus olhos.-- Disse levando um pouco do doce até os lábios.
-- Não coloque palavras má minha boca, coloque sua língua.-- Disse distraída e ela largou o garfo no prato.
-- Dá pra parar de dar em cima de mim vinte e quatro horas quando estamos na droga de um jantar?-- Falou irritada.
-- É automático.-- Disse lambendo os lábios que continha doce.
-- Eu não ficarei mais um minuto na sua presença, pois você está me dando nojo, olhar para essa sua cara, me dá nojo.-- Se levantou e eu fiquei encarando-à -- Mas como você disse naquele dia, eu só sou uma vadia, então eu continuarei sentada aqui, olhando para sua cara, e imaginando as mil formas de matar você lentamente e de forma torturante, que não fossem me incriminar claro.-- Sorri.
-- Eu não te chamei de vadia, e se chamei, eu estava bêbada, jamais iria dirigir a palavra assim com você.-- Ela riu.
-- Eu queria matar você, e daí, eu chegaria na sala de depoimentos, chorando com um lencinho na mão, e diria que você tentou me agredir e que eu me defendi, mas na verdade, por trás do meu choro falso, teria um sorriso malicioso, lembrando de como foi delicioso ver o seu sangue escorrer pelas minhas mãos enquanto você agonizava no chão, delicioso não?-- Disse me fitando.
-- Quando se tornou psicopata assim?-- Perguntei sem quebrar o contato dos nossos olhos.
-- Quando você tirou tudo de mim.-- Disse entre dentes e eu bati o punho fechado na mesa.
-- Será que dá pra esquecer esse maldito dia? É passado.-- Ela sorriu.
-- Era a minha irmã, e se sua irmã morresse? Uh? E eu tivesse dirigindo o carro?-- Neguei.
-- Eu entenderia o seu lado, porque foi um a-ci-den-te.-- Silabei -- Eu não planejei que o carro batesse no meu, também não planejei que Sofia morresse, foi um acidente, eu me culpo todos os dias, me culpo durante cinco anos, eu ainda tenho pesadelos com aquele dia, pesadelos com os dias em que você me ignorou.-- Ela olhou para o vidro que dava visão do andar de baixo.
-- Eu quero ir para casa.-- Disse ao me olhar.
Fiquei fitando seu rosto e nossos olhos não quebravam o contato de forma alguma.
-- Como quiser.-- Foi a única coisa que eu disse antes de chamar o garçom para me dar a conta.
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