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Capítulo 40

Pv.Brunna

Eu já estava nervosa, esperando que Ludmilla passasse por esse corredor e eu pudesse voar no pescoço dela. Eu batia meus dedos incansavelmente no meu balcão, esperando e esperando.

Eu olhava o relógio de cinco em cinco segundos, como se o horário mudasse nesse período de tempo. Olhei novamente para o elevador e vi que o ponteiro estava subindo, que seja ela.

O sininho do elevador soou e ele se abriu revelando uma Ludmilla imponente e séria, não quando me viu.

-- Bruuuuu.-- Quase gritou e eu saí de trás da minha mesa pronta para dar-lhe um tapa. -- São para você. -- Ela estendeu um buquê de camélias e aquilo derreteu meu coração completamente.

Peguei o buquê trazendo até meu rosto e absorvi o aroma gostoso que aquelas flores me proporcionavam. Respirei fundo olhando para ela que sorria e caminhei até meu balcão, tirando as flor as velhas e colocando as novas.

-- Bom dia Ludmilla.-- Falei séria.
-- Obrigada pelas flores, precisamos conversar.-- Não deixei ela terminar, virei as costas e abri sua sala entrando logo é sentando frente à sua poltrona.

Ela veio como um flash, fechou a porta e andou à passos longos até a mesa e colocou a bolsa de qualquer jeito, sentou na cadeira puxando-à para quase em cima da mesa e se inclinou.

-- Eu fiz alguma coisa?-- Perguntou franzindo a testa.

-- Fez, uma burrice.-- Joguei meus cabelos para o lado e continuei encarando-à.

-- Eu não te traí, eu juro.-- Serrei os olhos. -- Eu juro pela minha mãe que já está enterrada.-- Bateu na mesa três vezes. -- Fala logo o que foi estou fi...

-- Eu estou grávida.-- Falei cruzando os braços e olhando para meus pés.

-- Você o que?-- Encarei seus olhos.

-- Estou grávida.-- Respondi novamente com um suspiro.

-- Co-como tem certeza? Você fez exames?-- Neguei. -- Então você não está...

-- Eu já estava suspeitando, que poderia sim estar grávida, então eu fiz um teste de farmácia que mostrava quantos meses e semanas você está.-- Ela assentiu para que eu continuasse. -- Eu tenho quatro semanas, isso significa um mês.-- Ela entre abriu a boca.

-- Grávida?-- Assenti. -- De mim?-- Perguntou abóbada.

-- Claro né Ludmilla, de quem mais seria?-- Perguntei perdendo a paciência.

-- Você está grávida de mim.-- Ela disse baixo e fechou os olhos. -- Meu Deus, você está grávida.-- Encostou as costas no encosto da poltrona.

-- Sim Ludmilla, eu estou grávida.-- Eu estava quase arrancando os cabelos dela por não ter uma reação viva.

-- Grávida.-- Gritou levantando e eu me assustei com seu de repente.

-- Você quer que eu perca o bebê que nem a formou ainda?-- Perguntei irritada e ela deu a volta na mesa virando minha cadeira para ela e ficando de joelhos entre minhas pernas.

-- Então tem um bebê aqui dentro?-- Perguntou erguendo minha blusa.

-- Um feto, que ainda vai se transformar em bebê.-- Falei rindo dela que estava com os lábios na minha barriga.

-- Eu já posso falar com ele?-- Dei risada.

-- Claro que não Ludmilla, ele não tem uma audição boa.-- Ela continuou ali.

-- Um bebê, caramba, você está grávida mesmo?-- Perguntou me encarando e eu segurei seu rosto.

-- Ludmilla, eu estou grávida, podemos fazer até o exame de sangue, eu estou grávida, eu sinto que estou.-- Ela balbuciou.

-- Mas e se for psicológico?-- Perguntou me encarando e eu serrei os olhos.

-- Ludmilla, eu estou grávida.-- Falei com firmeza e ela ficou me encarando durante uns segundos ou minutos até que abriu um sorriso enorme.

-- Eu vou ser mãe.-- Disse baixinho.
-- Eu vou ser mãe.-- Dei risada.
-- Obrigada, eu te amo.-- Abraçou minha cintura com força mas logo desapertou. -- Esqueci do bebê.-- Disse rindo.

-- Ele não está formado, não tem como machuca-ló.-- Disse acariciando seus cabelos.

-- Mesmo assim, precisamos comemorar, vou ligar para as meninas.-- Disse levantando e indo até o celular.

-- Ludmilla...

-- Calma amor, vou ligar, vai ser rapidinho.-- Disse discando algum número.

-- Ludmilla.-- Gritei e ela me encarou. -- Você não está falando com a Patrícia, nem com Luane.-- Ela desceu o telefone e suspirou mordendo o lábio.

-- Vou ligar para a Patrícia, não para minha irmã.-- Disse voltando a colocar o telefone no ouvido. -- Oi oi oi, desculpa, estava falando com a bru.-- Disse sentando. -- Estou te ligando para te contar a melhor novidade do dia.-- Disse balançando a cadeira de um lado para o outro.
-- Brunna está grávida.-- Quase gritou me fazendo levar as mãos para o peito. -- Sim, ela disse que fez um teste de farmácia, mas pode ser que esteja não é verdade?-- Mordeu o lábio.
-- Hoje, no meu apartamento, pode chegar as seis...Certo, até mais Paty.-- Desligou e me encarou.

-- Vocês fizeram as pazes?-- Perguntei e ela assentiu.

-- Ah, mais ou menos, pedimos desculpas uma à outra, e agora estamos um pouco melhor.-- Disse batucando na mesa. -- Você vai chamar a Lari e a Ohanna?-- Assenti. -- Quer o telefone?-- Perguntou estendendo.

-- Eu ligo do meu, obrigada.-- Levantei.

-- Bu.-- Chamou me fazendo encara-lá. -- Eu te amo.-- Disse sorrindo eu suspirei por ela ser tão linda.

-- Eu te amo, muito.-- Soltei um beijo no ar e caminhei até o meio da sala, a porta for aberta.

-- Olha só, estamos todos reunidos aqui, um bom dia.-- Ouvir aquela voz, e encarar aquele rosto com um sorriso cínico, foi o meu fim. -- Viu um fantasma Bruninha?-- Ele perguntou sorrindo.

-- O que você está fazendo aqui?-- Ludmilla perguntou entre dentes.

-- Ora, o que eu mais viria fazer aqui?Apenas visitar minhas melhores amigas.-- Engoli em seco vendo seu rosto. -- O que foi?-- Perguntou rindo.

-- Achei que estivesse morto.-- Ele gargalhou.

-- Morto? Uma pessoa aqui apenas irá sair morta.-- Disse rindo com um psicopata.

-- Você não cansa Caio?-- Ludmilla perguntou irritada.

-- Eu só irei cansar, quando você estiver debaixo dos meus pés Ludmilla.-- Disse sorrindo e eu continuei parada ali, fixa em seu rosto maquiavélico.

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