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Capítulo 17

Pv.Ludmilla

-- Por que você faz essas coisas?-- Patrícia perguntou me olhando confusa.

-- Eu não sei ok? Só que aconteceu Paty, eu amo a Brunna, mas eu não posso ficar com ela.-- Falei enchendo meu copo com whisky.

-- Por que? Ela está depositando um pouco de esperanças em você, ela vive nesses corredores super animada, sorridente, como se tivesse visto o papai noel.-- Neguei.

-- Eu só não posso, eu sei que vou machuca-lá, e não quero fazer isso.-- Coloquei a mão direita no bolso e fiquei encarando os prédios de Londres.

-- É outra garota não é?-- Perguntou e eu continuei calada -- Você está se envolvendo com outra garota?-- Perguntou irritada.

-- Estou, me chame de covarde, grite comigo, faça o que quiser, eu estou mesmo fugindo do sentimento que reguei à anos, estou.-- Falei irritada.

-- Que medo imbecil Ludmilla, não tem explicação essa desconfiança.-- Passei a mão direita nos cabelos e suspirei.

-- Ela ainda acha que eu matei Sofia Patrícia, você não sabe o quanto, me culpo por aquele dia.-- Falei sentindo minha voz embargar.

-- Ludmilla...

-- Não.-- Falei erguendo a mão para que ela não se aproximasse -- Eu preciso de férias.-- Falei virando o copo.

-- Você precisa de uma surra, para abrir os olhos, ver que seja lá qual garota você está pegando, não vai te fazer tão feliz quanto Brunna pode.-- Neguei.

-- Certo Patrícia.-- Fiz pouco caso e sentei na minha poltrona.

-- Agrr, eu odeio tentar te ajudar.-- Foi até a porta e saiu irritada.

Está tudo bem Ludmilla, está tudo bem.

Pv.Brunna

Patrícia saiu furiosa da sala de Ludmilla e entrou em um corredor que fica ao lado da sala, eu nunca fui lá, mas saberei de Ludmilla o que é depois.

Abri a porta da sua sala e ela estava com a cabeça apoiada nas mãos, seus dedos faziam um carinho no seu cabelo e eu podia ouvir com clareza que ela respirava fundo.

-- Lud?-- Chamei e ela me olhou imediatamente.

-- Oi Bru.-- Disse sorrindo de lado.

-- Aconteceu alguma coisa?-- Perguntei me aproximando.

-- Não foi nada, Patrícia que tem um temperamento muito explosivo.-- Abriu os braços e eu me aproximei sentando no seu colo de lado -- Como você se sente hoje?

-- Bem, obrigada pelas flores.-- Falei sorrindo e pincelei seu nariz com meu indicador.

-- Eu não sabia qual você gostava, então a vendedora me indicou é...

-- Camélias.-- Disse sorrindo e ela assentiu.

-- Camélias.-- Disse boba e eu soltei um riso.

Me inclinei para beija-lá e a porta foi aberta, ela é silenciosa, e a forma com que foi aberta, pareceu que estavam derrubando o prédio.

-- Por isso você não me atende.-- Uma garota de cabelos um tanto loiros entrou furiosa -- Está se aventurando com a vadia da sua secretária.

-- Eu não sou vadia.-- Falei me levantando do colo de Ludmilla.

-- Você é a outra, insiste em ser a vadia.-- Trinquei o maxilar e olhei para Ludmilla.

-- Gina por favor, não é assim que se fala com as pessoas, Brunna não é uma vadia, só estávamos conversando.-- Arregalei os olhos levemente.

-- Conversando? Me poupe Ludmilla, conversar é uma coisa que vocês não estavam cogitando agora.-- Ludmilla se levantou e veio até nós.

-- Eu já te disse para não entrar na empresa sem me comunicar.-- Falou segurando seu braço e empurrando-à para fora.

-- Você ia me trair.-- Disse com raiva.

-- Por favor Gina, não temos nada, pare de ser psicótica e suma daqui.-- Gritou me assustando.

-- Você é uma cachorra Ludmilla.-- Ouvi a garota dizer.

-- Muito obrigada.-- Ludmilla gritou de volta e fechou a porta -- Garota chata, grudenta, insuportável.-- Disse com raiva caminhando até sua mesa.

-- Eu vou votar ao trabalho.-- Falei caminhando até a porta e à abrindo.

-- Bru, Brunna, espera.-- Ouvi ela gritar e fui para trás do balcão -- Não é o que você está pensando.-- Disse se apoiando no balcão.

-- Eu não estou pensando nada.-- Falei colocando o crachá e sentando na poltrona.

-- Eu juro Bru, Gina é maluca.-- Assenti e comecei a teclar no computador sem dar importância para ela.

Senti seus braços abraçarem meu pescoço e tomei um susto por ela ter entrado aqui tão rápido.

Ela me puxou da cadeira e acabamos caindo no chão, eu em cima dela, olhando para seu rosto e ela abraçando minha cintura.

-- Você...Você acredita em mim não é?-- Perguntou e eu sabia do que ela estava falando.

-- Ludmilla, esquece isso, você pediu para esquecer.-- Ela colocou o dedo indicador sobre meus lábios.

-- Você acredita em mim?-- Assenti devagar -- Acredita que eu não matei a Sofi?-- Assenti devagar -- Então eu posso te beijar agora?-- Perguntou desenhando meus lábios com o indicador.

Assenti devagar e mordi a ponta do seu dedo fazendo Ludmilla sorrir.

-- Que safadeza é essa aí?-- Ouvi a voz de Patrícia e me levantei rapidamente -- Horário de trabalho meus amores, não de foder, deixa para foder em casa, o chão é duro, Ludmilla, seja cavalheira.-- Ajeitei meus cabelos e Ludmilla se levantou ajeitando a roupa.

-- Estávamos procurando o meu celular.-- Ludmilla disse séria.

-- Ah é? Procurando na boca de Brunna?-- Corei violentamente e Patrícia negou.-- Thaissa está na linha dois, atende logo que ela está me enchendo a porra do saco.-- Disse saindo e Ludmilla apertou a linha dois no meu interfone.

-- Até que enfim porra.-- Disse a voz irritada.

-- Oi Thaissa, o que deseja?-- Perguntou me prensando contra o balcão.

--Temos uma conversa pendente Ludmilla, você conseguiu reconquistar Bruninha?-- A garota perguntou e eu olhei para Ludmilla confusa.

-- Thaissa, agora não.-- Disse nervosa.

--- Eu só quero saber se você conseguiu ou não, não custa me dizer, ou vai dizer que só comeu e...-- Ela desligou o interfone.

-- É... -- Disse sorrindo sem graça, à empurrei.

-- Você é uma idiota.-- Falei saindo do balcão.

-- Brunna não é...

-- O que eu estou pensando? É, certamente não é, vai à merda.-- Apertei o botão do elevador e ele se fechou me levando para o estacionamento.

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