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Capítulo 13

Pv.Brunna

Minhas malas já estavam arrumadas, continham tudo, coloquei praticamente a minha casa inteira, menos comida e bebida.

Estava esperando Ludmilla vir me buscar como ela disse que viria. A campainha tocou e eu dei um pequeno pulo do sofá com o susto e me levantei.

-- Boa tarde.-- Ela disse séria quando abri a porta.

-- Boa tarde.-- Dei um passo para o meu lado direito.

Ela deu um passo para o seu lado direito e um homem baixo, de cabelos grisalhos e terno preto entrou na minha casa pegando minhas malas.

-- Quem é ele?-- Perguntei confusa.

-- Alfred, meu mordomo. -- Assenti e ela suspirou -- Vamos?-- Apontou para o carro.

Tranquei a porta da casa e fomos em direção ao carro, sentamos no banco de trás e logo Alfred estava dirigindo por Londres.

-- Por que... Por que você não está dirigindo hoje?-- Perguntei tirando a atenção de Ludmilla que riu baixinho.

-- Meus dedos estão machucados.-- Disse voltando o olhar para a janela.

Soltei meu cinto e ela me olhou, sentei ao lado dela e puxei sua mão.

-- Deixe-me ver.-- Pedi quando ela puxou de volta.

Puxei novamente e seus dedos estavam cortados nas pontas.

-- Ludmilla isso está fundo.-- Falei horrorizada.

-- Não é nada.-- Disse fazendo pouco caso.

-- Para o carro.-- Falei para Alfred.

-- Não pare o carro Alfred.-- Disse alto -- Você está maluca?-- Ludmilla perguntou.

-- Pare o carro Alfred, isso é uma ordem.-- Falei séria e ele parou o carro no acostamento.

Desci do carro e Ludmilla veio atrás furiosa mas eu não me importei, abri o porta-malas.

-- Você é maluca? Não pode mandar no meu mordomo.-- Disse irritada.

-- Seus dedos estão machucados, eu não quero vê-los assim.-- Falei vasculhando minha mala.

-- É você é maluca.-- Falou rindo em deboche -- Pior que minha irmã.

-- Obrigada, achei.-- Gritei fazendo Ludmilla dar um pequeno sobressalto.

Fechei a mala segurando o remédio que sempre uso para essas ocasiões, eu trouxe por precauções.

Entramos de volta no carro e Alfred voou pelas ruas, eu não me importo.

-- Vem.-- Puxei sua mão e ela me olhou.

-- Ssssss...Ai.-- Disse quando apertei seu dedo sem querer.

-- Me desculpa.-- Pedi baixinho -- Eu não quis machucar você.-- Ela sorriu leve.

-- Está tudo bem.-- Assenti e abri o remédio fazendo ela segurar o potinho com a outra mão.

Passei a esponjinha em cima do seu dedo indicador e Ludmilla tentou puxar mais eu segurei.

-- Está ardendo.-- Ludmilla choramingou.

-- Não está não, isso é psicológico.-- Passei os outros dedos com Ludmilla quase gritando mas eu não me importei.

Fechei o potinho guardando no casaco do meu sobretudo e assoprei seus dedo olhando em seus olhos.

-- O-obrigada.-- Ela disse quando soltei sua mão.

-- Por nada.-- Continuamos nos olhando.

-- Senhora, chegamos.-- Alfred cortou o clima e eu olhei pela janela.

Estávamos em um campo, grama recém cortada e quando saí do carro, o cheiro de liberdade emanava ali.

-- Não íamos de avião?-- Perguntei olhando para Ludmilla.

-- E vamos.-- Colocou os óculos escuros e apontou para frente.

Olhei para o mesmo lugar que ela e um vento forte começou a bater em nós fazendo eu ter que segurar os cabelos.

Um jatinho, nós iríamos de jatinho, uma pessoa que gosta de gastar dinheiro aqui, é Ludmilla.

Eu nunca andei nessas coisas, eu tenho um certo...Medo.

-- Que cara é essa? Está com medo?-- Ludmilla perguntou divertida.

-- Oi? Claro que não, eu adoro...Voar. -- Falei tremendo.

-- Uhum, sei.-- Disse rindo.

(...)

Uau, foi o que eu pensei assim que entrei no jatinho, os móveis e tudo, tinha uma cor de bege e marfim, tudo muito sofisticado e arrumado, tinha a cara dela.

Olhei para trás e Ludmilla estava conversando com um rapaz que parecia ser o nosso piloto, ela sorriu e assentiu vindo em minha direção.

-- Está chovendo, isso indica que se tiver uma turbulência, você vai ter que segurar minha mão.-- Engoli à seco e ela começou a rir.

-- Do que está rindo?-- Perguntei sem entender.

-- Da sua cara de espanto.-- Serrei os olhos e Ludmilla parou de rir -- Senta vai, vamos decolar.-- Assenti.

Sentamos e colocamos o cinto, fiquei olhando para cima, respirando fundo, até que eu senti Ludmilla se levantar ao meu lado.

-- Ei.-- Reclamei e ela me olhou.

-Já decolamos. -Falou e eu franzi a testa.

-- Mas...Eu...É..Droga.-- Tirei o cinto e me levantei.

-- Você quer beber algo?-- Perguntou indo até a geladeira.

-- Não quero bebida, eu quero água.-- Fui andando até ela que me estendeu a garrafa de água e apontou para um lugar.

Procurei e acabei achando o armário onde ficava os copos e os pratos. Fui até lá enquanto ouvia Ludmilla rir baixinho.

(...)

É...Esse lugar de fato, é enorme. Tem três quartos, uma cozinha e o local onde estávamos que é mais ou menos a sala também.

Agora Ludmilla e eu estávamos frente à frente no corredor dos quartos, ela olhava para mim de uma forma intensa e eu retribuia.

-- Qual quarto você quer?-- Perguntou num fio de voz.

-- Esse.-- Apontei para o que estava atrás de mim.

-- Certo.-- Estendeu a chave -- Vou ficar nesse da frente, qualquer coisa, mesmo, qualquer coisa, é só me chamar, bater na porta do quarto ou sei lá, só me chame.-- Assenti.

Virei de costas para ela e dei dois passos para abrir o quarto. Olhei para trás e sorri labial, ela soltou um suspiro longo e eu entrei no quarto.

Grande, ele era realmente grande, uma cama de solteiro, um guarda-roupas, banheiro e tinha uma escrivaninha com um computador.

Na parede de frente para minha cama, tinha uma cartolina enorme na parede com várias fotos, me aproximei e vi que era Ludmilla com uma garota e seus pais.

Eu nunca conheci a irmã de Ludmilla, ela também nunca fez um esforço para apresenta-los para mim, talvez ela nunca quisesse e agora isso será impossível.

Tomei um banho e coloquei meu pijama, eu estava com sono ok? Então não me julguem, estava perto de anoitecer já.

Pv.Ludmilla

Sabe aquele ditado que dinheiro não traz felicidade? É certo, eu me sinto feliz em alguns momentos, mas as vezes dinheiro não é o suficiente para mim.

Eu já havia feito minhas higienes para dormir, na verdade só enganar, eu não jantava então, a possibilidade de dormir agora com Brunna no quarto da frente, é uma coisa que está comoeltamente riscado da minha lista.

Ouvi batidas baixas na porta e me levantei, eu estava usando uma calça de moletom cinza e um top preto, eu gosto de ficar apenas de boxer e top mas, tenho que me lembrar que não estou sozinha.

Abri a porta e dei de cara com Brunna, ela usava um pijama amarelo que à deixava super fofa e debaixo do seu braço esquerdo, uma pelúcia de preguiça muito fofa.

-- Oi?-- Falei sorrindo labial.

-- Eu não consigo dormir.-- Disse baixinho.

Olhei o corredor e dei passagem para ela entrar, ela ficou me olhando e eu revirei os olhos.

-- Nós já dormimos juntas várias vezes, não me olhe com essa cara de como se eu fosse estuprar você.-- Falei irritada.

-- Agora é diferente.-- Falou baixinho.

-- Entra logo.-- Falei sem paciência e ela bufou irritada entrando.

Fechei a porta e o quarto ficou escuro fazendo-me esbarrar em Brunna.

-- Liga a luz.-- Ela falou baixinho.

-- Você tem medo do escuro? Sério?-- Perguntei rindo e deitei na cama.

-- Ludmilla, eu não consigo enxergar nada.-- Falou choramingando.

-- Pode vir andando Brunna, não tem nada que te faça cair aí.-- Falei e ela veio andando com uma mão na frente do corpo.

Ela chegou perto da cama e começou a procurar pelo meu corpo, segurei sua mão e passei na minha barriga.

-- Achou.-- Falei e ela balbuciou algumas coisas mas não saiu nada.

Ela sentou na cama e deitou de costas para mim, suspirei e falei próximo ao seu ouvido.

-- Posso fazer como antes?-- Perguntei e ela se virou a cabeça um pouco para me olhar.

-- Pode.-- Sussurrou.

Puxei sua cintura para ficar mais perto de mim e abracei seu corpo, o cheiro do seu cabelo me deixava completamente louca, mas eu iria me controlar.

Brunna ronronou como um gatinho manhoso e então ouvi sua respiração ficando mais leve, ela estava começando a cochilar.

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