Capítulo Dois - A Carta
Residência Delyon - Nice - França
15 de setembro de 2019
Eleonora
Pego um bloco de folhas de carta cor de rosa chá, era um dos meus blocos favoritos, sempre escrevia cartas usando esse papel. Haviam sido muitas cartas, algumas para minha mãe, para os meus irmãos, algumas amigas da Itália. Muitas não receberam um resposta, essa será uma delas.
Seguro a caneta tinteiro com firmeza, encaro o papel antes de colocar a ponta da caneta sobre o papel, então escrevo toda a verdade.
" Mia Dolce Principessa
Acredito que esteja lendo isso após a minha morte e do seu pai. Espero que tenhamos tido muitos anos felizes e cheios de amor e paz, se não, eu lhe peço desculpas por levá-la a esse tormento.
Meu amor, existem detalhes sobre a nossa família que você desconhece, coisas que realmente escondemos para o seu bem, para que você pudesse está segura.
Primeiro, eu tenho uma família, mãe, pai, irmãos e amigos, eu tinha uma vida na Itália, em Portofino. Meu pai gerenciava negócios para máfia de Gênova, ele é o Consigliere de Don Alfredo Rossi. O Líder da Máfia da região. Por essa proximidade, meu pai me prometeu ao filho mais velho de Don Alfredo, Stefano. Eu tinha 1 anos e Stefano 19 quando o acordo foi feito, iríamos nos casar em maio de 97, mas em 1996 eu conheci o amor da minha vida.
Marcel era diferente de todos os homens que eu havia conhecido, seu pai sempre foi muito gentil, com um belíssimo sorriso e um senso de humor que me deixa sempre feliz. Ele estava em Portofino com alguns primos, eles tinham coisas a resolver com os Rossi.
Luiza, devo te falar sobre o seu pai e a verdade sobre quem ele era o que a família dele faz e o porquê ele morreu.
Doriana e César não eram seus avós, nem mesmo Laurent é seu tio. Seu pai Nem mesmo carrega o sobrenome de sua verdadeira família, do verdadeiro pai. Marcel Delyon é filho bastardo de Hector Di Paolo Gauthier, líder da Máfia da Córsega. Com sua empregada Jaqueline Garcia. Sua avó era uma menina quando deu a Luz a seu pai, infelizmente ela não sobreviveu ao parto, ela tinha apenas 15 anos, tinha chegado do congo a alguns meses e acabou se envolvendo com Hector, que na época era casado com uma mulher infértil. Marcel, ou Hélio Garcia Gauthier foi o primogênito de seu avó. Mas por ser um bastardo, ele não recebeu o sobrenome que deveria e a esposa traída, morta de ódio, ordenou que uma outra empregada, Doriana Delyon levasse o menino embora com um gorda mesada mensal para compensar. Hector temendo pela segurança do filho e da empregada, designou um dos melhores soldados para viver com eles em Nice, ele enviou César. Foi assim que Hélio virou Marcel.
Anos se passariam até seu pai descobrir a verdade e descobrir que Doriana e César eram seus guardiões e Laurent não era seu irmão, mas filho do casal. Revoltado, Marcel buscou conhecer Hector, que a essa altura já tinha dois filhos com um nova esposa que tinha arranjado. O homem quando viu seu filho bastardo, se orgulho do homem que ele havia se tornado, ele trouxe Marcel para o seu meio, o colocando como um igual perante os irmãos. Mas muitos o viam como um bastardo mestiço, filho de um empregada negra, uma mancha na poderosa Corse. A medida que seu pai foi crescendo na Máfia, mas inimigos se levantavam. Foi no meio desse crescimento que ele foi a Portofino vender armas para Alfredo Rossi.
Aquele era um dia quente, eu estava com Isadora e Viviana, estávamos na Via Roma caminhando até uma sorveteria que tinha ali, quando eu o vi pela primeira vez. Seu pai brilhava sobre o sol, sua pele negra se destacava em contraste ao branco da camisa que usava, ele estava sorrindo enquanto subia a rua. Nunca vou me esquecer quando nossos olhos se encontraram pela primeira vez. Eles eram tão azuis, tão calorosos. Muito diferente dos olhos de Stefano que sempre foram frios. Eram olhos brilhante saque combinavam com todo o conjunto perfeito que era seu pai, ele era alto e visivelmente musculoso. Ele caminhou até mim e beijou a minha mão antes de se apresentar.
Após aquela tarde, nos encontramos todos os dias durante um mês, fosse na missa ou no jantar semanal dos Conti, ele sempre beijava minha mão e sorria. Até o dia que ele se foi, faltavam apenas 9 meses para o meu casamento. No momento em que ele se foi, eu vi como um sinal dos céus, mas não me foi estranho quando recebi uma carta dele, durante seis meses selamos nosso amor através de cartas, cartas cheias de juras de amor, promessas e muitos sonhos. Eu era uma menina boba de apenas 17 anos, aquelas declarações eram mais do que qualquer coisa que Stefano tenha me dado. Os dias iam passando e as cartas chegavam, cada uma mais apaixonada. Até chegar o dia em que seu pai me mandou uma aliança, era um anel de sinete de prata com o emblema de um leão gravado. Eu passei a usar aquele anel todos os dias, só o tirei do meu dedo no dia em que encontrei seu pai novamente.
Eu estava na sorveteria da Via Roma quando ele parou na porta com uma vespa vermelha, eu corri para ele e passamos aquele dia jurando amor um ao outro. Dois dias depois ele parou meu casamento e eu abandonei minha família, envergonhando meu pai e Stefano, que furioso, pediu a cabeça de Marcel a Hector. Seu avô apenas finalizou seus negócios com os Rossi e providenciou um casamento simples para nós. Após nos casarmos, Hector nos deu nossa mansão em Nice, uma grande fortuna e promoveu Marcel a subchefe. Nunca mais tive notícias de casa, minhas cartas nunca ganhavam respostas.
Durante os anos que se seguiram, seu pai contraiu muitos inimigos, inimigos dentro da própria família. Os filhos legítimos de Hector não aceitavam o destaque que um bastardo estava recebendo. Mas seu pai era intocável por causa de Hector que mantinha todos sobre controle, mas isso mudou a um ano, quando seu Avô morreu e Leonard assumiu a liderança da família. A cabeça do seu pai entrou a prêmio e uma guerra foi iniciada.
O dia em que seu pai morreu, foi o mesmo dia em que ele matou Leonard. Seu tio já havia matado Doriana e César atrás de nós duas, para nós proteger seu pai o matou e logo depois foi assassinado pelos apoiadores de Leonard. Apoia a morte do seu pai, seu tio Durant assumiu a família, ele gostava do seu pai e graças a isso estamos seguras, mas você precisa ter cuidado, porquê os Gauthier não são confiáveis.
Luíza se você estiver bem e segura, preciso que se mantenha assim, porque eu sei que não estarei aí por você, o Câncer em algum tempo irá me consumir e a essa altura eu estarei
A sete palmos. Preciso que siga tudo que lhe direi e fique segura.
Assim que ler essa carta, use seu dinheiro e compre passagens para Itália, quando estiver em Gênova alugue uma carro, saque um valor grande de dinheiro e não use mais o nome me Delyon, se apresente como Luíza Esposito. Vá para Portofino e lá procure meus pais Domenico e Luigia Esposito, eles possuem uma mansão ao sul. Entregue o anel de margarida que lhe dei quando completou 15 anos, diga que a Piccola Farfalla lhe mandou e conte que é minha filha, conte toda a história, diga que precisa de ajuda e proteção. Use o dinheiro que deixamos para você, inicie uma nova vida em Portofino, nunca volte a Paris e não diga a ninguém quem você é até encontrar minha família.
Converse com Pierre e se possível venda as residências que herdou e fique longe dos Gauthier.
Mia Dolce Principessa, nunca esqueça que te amo, eu e seu pai sempre fizemos o máximo para mantê-la segura. Espero que tenhamos feito o nosso melhor. Lhe pedimos perdão por todos os segredos, foi agora o sei bem.
Te amamos muito!
Com amor, mãe e pai."
Limpo às lágrimas que caiam e dobro as três folhas de papel. Pego um envelope e as guardo antes de pegar cera sobre a ponta do envelope e selar com o carimbo com o brasão da nossa família, escrevo o nome de Luíza e coloco Portofino junto.
Espero que um dia minha filha possa me perdoar por esconder tanta coisa dela, mas isso era necessário, mas agora ela saberia a verdade.
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