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capítulo 2 - As rodas do ônibus e a sala da enfermaria

Desculpem o tempo de hiatos
Voltarei a atualizar Portals
Com regularidade.

(Esse capítulo assim como a história inteira tem inspirações nas músicas de Melanie Martinez, assim como os três personagens Maya,Dan e Kelly que são mencionados nas canções dela)

boa leitura
;(

Na semana seguinte Shannon levou Robby novamente ao especialista, ela tinha uma certa urgência em sanar aquele problema, os aparelhos auditivos dariam mais independência e conforto ao garoto.

O mesmo continuava extremamente ansioso ele temia que doesse colocar aquele dispositivo na orelha e não entendia bem a necessidade de usar ele por causa de sua pouca idade, mas aquilo lhe causava uma sensação de ser um menino defeituoso.

Shannon estava irritada com os palpites de Johnny, então ficou feliz que o marido tinha uma reunião  importante com os membros de seu partido, então ela iria resolver tudo naquele momento sem a interferência dele.

"Eu gosto desse aqui"

Apontou a mais velha indicando ao filho e ao médico alí a sua preferência, era um par pequeno e a tonalidade era bem próxima a da cor da pele de Robby, ela queria que o dispositivo passasse despercebido, já Robby estava aflito, ele se perguntava como seria usar isso.

"Põe no ouvido filho, vamos ver como fica" estendeu a loira querendo ver com os próprios olhos se ficaria interessante o que ela imaginou. Mas Robby se encolheu.

"Robert Keene! Você precisa nos ajudar, são onze da manhã e eu não quero passar o dia aqui nesse consultório, você prefere voltar aqui com seu pai?"

O garoto balançou a cabeça negativamente com tanta força que o médico pensou que mais um pouco ele ficaria que nem a menina do exorcista na cela em que ela vira a cabeça. Relação familiar complicada era algo que ele já tinha lidado mais de uma vez, então deu a volta na mesa e se ajoelhando na altura de Robby tentou uma abordagem diferente.

"Robby posso colocar ele no seu ouvido?"

O garoto fez um bico e os olhos encheram de lágrimas, fazendo Shannon revirar os próprios olhos em resposta,a fama de bebê chorão o precedida, então o doutor pegou um par maior da cor preta e devagar colocou no próprio ouvido

"Está vendo?"
Apontou o médico,

"Você gostou?Acha que combinou comigo?"
Perguntou o profissional.

Robby pareceu curioso, olhava com atenção com os límpidos olhos esverdeados que estavam brilhando por conta do quase choro, o doutor em resposta trocou por um da cor amarela, e virou as orelhas para que o garoto observasse, a mãe estava pasma, o jovem doutor tinha jeito com crianças, ela pensava "Se eu fosse mais nova e se não tivesse casado com o troglodita do Johnny..." Ela sabia que a essas horas o Lawrence estaria gritando com Robby dizendo que ele tinha de parar de manha, e em seguida ele já estaria gritando com ela e ela estaria gritando com ele.

O médico perguntou se ele tinha gostado daquele par e o pequeno balançou a cabeça afirmativamente, esboçando um meio sorriso.

"Quer experimentar algum?"

Ofereceu o jovem doutor aguardando que Robby desse uma chance, e esperou pacientemente alguns segundos, quando o menor se moveu na cadeira um pouco mais a frente olhando os modelos dispostos na mesa.

"Que tal experimentar esse amarelo? Você disse que gostou dessa cor quando eu experimentei, não foi"

O médico mais uma vez tomou iniciativa ao ver que Robby ainda estava perdido entre as opções.O menino por sua vez acenou afirmativamente devagar com a cabeça concordando.

O médico aos poucos colocou a parte da borracha, Robby ficou estático com medo de machucar, o que não aconteceu, o aparelho foi colocado adequadamente em uma das orelhas. E o doutor estendeu a ele o espelho. Robby não tinha uma opinião formada mas sua mãe sim.

"Está horrível, essa cor é brega!"
Shannon Lawrence foi decisiva em descartar aquele, o que fez o garoto começar a tirar prontamente,então o médico ajudou a remover.

"Só lembrando senhora Keene, ele é um menino que está descobrindo agora uma dificuldade, deixar que ele faça a escolha vai facilitar o processo de aceitação, seria bom que ele encarasse o aparelho com algo positivo na vida dele e não como um remédio amargo, entende?"

A loira desarmou, o médico tinha um poder de convencimento e uma educação ímpar. Então o doutor arrastou a bandeja que continham os aparelhos para um pouco mais perto do pequeno Robert.
E o menino timidamente pegou um na cor rosa. O doutor olhou para a mãe e avisou que iria ajudar ele a experimentar.

Ele pôs nos dois lados e o menino sorriu, como ainda não tinha feito desde que entrou na sala. A mãe suspirou pesadamente.

"Que tal experimentar o pequenininho Robby?"

A mãe pegou o intra canal e retirou um dos lados do modelo open rosa, trocando assim pelo modelo menorzinho e na cor nude, que passaria quase que completamente despercebido.
Colocando um dos aparelhos coloridos que estava no ouvido de Robby em cima da mesa.

O menino começou a contorcer a própria face e não era apenas por causa da cor do aparelho, ele era apesar de mais discreto, mais interno do que externo, o desconforto se fez presente causando agonia ao pequeno que começou a soltar lágrimas, olhando para o doutor, que prontamente removeu.

Ele outra vez teve de explicar a ela a diferença entre os aparelhos, e alertou sobre o quanto esse processo de adaptação podia ser difícil na idade dele, e a importância de tentar facilitar o processo, além de que o modelo que ela escolheu não possuía a parte que tinha o suporte pela orelha, Robby talvez perdesse aquele sem demora.

"É melhor que eu ajude a colocar os próximos, e a senhora observa por enquanto ok?"

A loira assentiu. O menino provou mais alguns, gostando de três, um era rosa o outro verde água e o outro azul bebê.

"Gostei mais do rosa mamãe" disse ele com o biquinho.

A mãe soltou o ar, suspirando fundo, ela já prévia a confusão que aquilo se tornaria quando chegasse em casa.

"Vamos ficar com os três Robby, e vamos fazer um acordo também, não quero seu pai no meu pé me culpando por você gostar de coisas assim, não quero ver você usando esses da cor rosa na frente dele estamos entendidos? Ele só pode ver os da cor verde e azul no seu ouvido certo?"

E o menino assentiu, o doutor deixou tudo preparado e logo Robby logo poderia ter maior conforto e escutar os outros com mais naturalidade.

[...]

Em casa assim quando chegou indo em direção ao quarto,ouvia berros do pai, ele estava gritando com Tristan, chegando perto viu que a confusão era exatamente em seu quarto, Cainam xeretando encontrou o Ken e a Barbie que ele havia ganhado com os outros brinquedos, e contou ao pai.

"Você quer que ele seja ridicularizado por aí? Que tipo de homem ele vai ser brincando de boneca porra?"

Ele saíu irado do quarto dando de cara com Robby, ele soltou o ar, e encarou o menino dizendo:

"Você vai brincar de carrinho ouviu?"
Rumou para fora da vista dos demais, Tristan olhava para o caçula com uma mistura de sentimentos, não era fácil para ninguém.

Sobre os aparelhos,Johnny achou os modelos verde e azul que Robby escolheu extremamente berrantes, isso porque ele não viu os da cor rosa que estavam escondidos.

"Onde fabricaram esses troços de surdo? No circo?"

Aquilo gerou uma discussão corriqueira, ele culpava a mulher por Robby ser diferente, e por tudo mais, com direito  de resposta Shannon jogou um copo na parede, e ele a insultando, chamando ela de louca surtada e um péssimo exemplo para os filhos.

Robby chorava quieto observando e se sentia de algum jeito culpado, se ele não gostasse de coisas que não eram de meninos e se não tivesse problema auditivo os pais não estariam brigando, ele pensava.

Os seus irmãos e ele passavam por aquilo processando as brigas dos progenitores de suas maneiras individuais. O mais velho, Cainan se refugiava nos campos ele jogava até a exaustão, voltava com os pés machucados e outras partes do corpo diversas vezes, Myrna a única filha mulher do casal se jogava nos livros, ela estudava sobre poder de cristais e maneiras de purificar o ambiente, ela esperava que com algo que aprendesse pudesse espantar seja lá o que estava deixando o clima familiar tão pesado.
Já Tristan...

[...]

"As rodas do ônibus giram, giram, giram giram"

Robby cantarolava baixinho continuamente enquanto esperava chegar na escola. Era um ônibus coletivo, e meninos e meninas de diversas idades dividiam os assentos.

Robby sentava lado a lado com Eli e torcia que o menino que aparentava ser muito mais velho que ele por causa da diferença de tamanho o ignorasse hoje.

Ele aguardava de maneira ansiosa que a viagem terminasse logo.

"Não quis vir com o aparelho rosa hoje?"
Eli perguntava a Robby.

O menor focava em olhar apenas para a janela e segurava sua lancheirinha com força entre os braços.

Havia dois garotos gritando atrás de Robby e isso aterrorizava, eles discutiam sobre qual tinha família mais rica e um deles, o Trey, alegava que o outro nem pai tinha, Robby estava aterrorizado, via a hora de um avançar para cima do outro, e isso já tinha acontecido antes.

Robby estava tentando não olhar para o outro lado do corredor, fazendo o que Tristan o havia ensinado para que ele se distraísse, contando as árvores onze,doze, treze...

Maya estava deixando Dan por as mãos debaixo da saia dela,e as mãos dela estavam nas calças dele. Robby sabia que o motorista via isso e que ele ficava espiando pelo retrovisor mas ele não dizia nada, isso era horrível e Robby sentia seu coração sair pela boca.

"Qual foi baixinho, está quieto hoje?
Eli sorria despreocupadamente.

E para melhorar Mitch que estava no assento da frente estava com a bunda exposta virada para janela.

"Eu odeio ele,motorista, passe por um quebra molas rápido" Robby pensava.

Os alunos caírem na risada e aumentarem os gritos, no momento em que o pequeno instantaneamente olhou para trás se arrependeu, Cruz um dos meninos atrás dele deu uma chave de braço em Trey para cala-lo, e olhando pra o de olhos verdes disse:

"Você vai ser o próximo bichinha."

Robby virou de frente novamente, só tentava ignorar tudo com o aperto no peito, por isso ele se mantinha olhando para as janelas. Não havia ninguém para vigia-los, os adultos da escola estavam pouco se fudendo, então o pequeno se mantinha firme sentando naquele banco próximo a porta, contando os carros azuis que passavam.

"As rodas do ônibus giram, giram, giram , giram,giram, giram..."

[...]

Robby sentia um nó na garganta.

Quando chegou à escola naquele dia. Ele tinha um pressentimento ruim no fundo do peito, sabia que algo ruim estava prestes a acontecer.

Quando entrou na sala de aula, seus colegas de turma começaram a rir e cochichar como sempre, e aquilo fazia seu estômago se revirar. Ele não entendia por que eram desse jeito com ele.

Robby notou que um grupo deles estava olhando para ele e sussurrando, seus sorrisos apesar de serem de crianças não eram inocentes, mas sim carregados de maldade. Mesmo que Robby não estivesse ouvindo o teor dos cochichos, ele sabia que nada bom estava saindo dali.

Então tudo que ele podia fazer era sentar em sua carteira, pendurar sua mochila e sua lancheira na parte de trás dela e tentar se distrair, retirando os lápis Faber Castel da mochila e rabiscando um desenho qualquer de um dragão e do boneco tritão, tentando ignorar os cochichos e risadas esperando que a professora que estava indiferente aos alunos sentada olhando um caderno iniciasse a aula.

Ele desejava ser que nem o boneco Ken de cauda de sereia que ele tinha, ele mergulharia bem fundo e iria  para bem longe dali.

Foi quando sentiu seu cabelo ser puxado com força. Ele virou o rosto e viu o sorriso maldoso ficar mais longo na face de Kelly.

"Tem um chiclete em seu cabelo, Robbynho"

A garota um pouco maior debochou. O menor ficou intrigado e assustado, "Chiclete?" Ele perguntou, tentando alcançar com as mãos a goma, e a garota disse:

"Vira pra frente que eu tiro para você!"

O sorriso dela ia de orelha a orelha e as crianças atrás dele riam também.

Robby se virou para frente, e ouviu um barulho estranho de tesoura. Quando virou para trás novamente, viu a garota com um tufo de cabelo nas mãos e o chiclete também. "Ficou meio torto", ela falou fingindo desapontamento.

"Eu vou ajeitar"

E cortou outra mecha do seu cabelo sem aviso. Os outros colegas começaram a rir e zombar dele, chamando-o de nomes desagradáveis e apontando para sua orelha direita.

"Olhem para ele! Além de menininha surda é burro!", disse um dos garotos, enquanto os outros riam. Outros meninos começaram a rir e zombar dele, fazendo gestos com a mão e o pulso para demonstrar que o pequeno era afeminado. Robby sentiu seu coração bater forte no peito e ficou atordoado, sem saber o que fazer.

Ele tentou chamar a atenção da professora, mas ela estava ocupada com outras coisas e não deu muita importância ao que ele estava dizendo. Quando ele pediu para mudar de lugar, a professora apenas o mandou sentar e ficar quieto para entender a aula que iria começar.

Robby se sentiu isolado e sozinho. Ele se perguntou por que os outros garotos estavam sendo tão cruéis com ele e o que ele havia feito para merecer isso. Ainda chocado com o que havia acontecido, ele passava os dedos pelo cabelo que agora estava meio irregular, e passou o resto do primeiro horário de aula em silêncio, tentando ignorar a dor que sentia por dentro. Ele se sentia humilhado e envergonhado, e se perguntava se a vida sempre se podia piorar.

Robby não era como os outros garotos, ele era mais delicado era mais sensível, ele não gostava de futebol e chorava com facilidade isso infelizmente o destacava dentre os outros garotos. Seu coração estava pesado e sua mente estava confusa.

Robby se sentia deslocado em meio aos colegas da escola. Ele ser diferente ajudava, sua deficiência auditiva  não ajudava, a sua baixa estatura não ajudava,nem seus lindos e fofos olhos verdes o ajudavam pois chamavam mais atenção e tudo que o pequeno queria era passar despercebido.

Robby tentou se concentrar na aula, mas seus pensamentos ainda estavam perturbados. Ele se sentiu sozinho e isolado, incapaz de se conectar com seus colegas de classe. Ele olhou para o estojo onde guardava seus aparelhos quando não estava usando, e sentia um aperto no coração. "Por que eles têm que ser tão cruéis?", ele pensou, sentindo as lágrimas começarem a encher seus olhos verdes.

Ao tocar o sinal do intervalo,as crianças correm para fora como uma manada de elefantes, a bancos e assentos dispostos parar todos, mas ele prefere se afastar um pouco e lanchar sozinho, perto da grande árvore no canto do pátio.

Mas mesmo estando sozinho, Robby ainda sente a pressão e a ansiedade de estar em um ambiente escolar como aquele. Ele sabe que seus colegas continuariam a fazer aquelas brincadeiras cruéis com ele...

Quando ele abriu a lancheira, viu que sua comida foi roubada novamente, dessa vez pelo menos deixaram um sanduíche comido pela metade e uma azeitona, a tristeza toma conta de Robby.

O sentimento que tinha era de que  não pertencesse a aquele lugar. A solidão se intensifica, e ele tem a sensação de que não há ninguém em quem possa confiar ou em quem possa se apoiar na escola.As lágrimas dele se acumulam em suas orbes e ele tenta engolir o choro.

Ele já tinha aguentado metade das aulas daquele dia, teria de aguentar a outra metade, e ele não tinha nenhuma escolha a não ser comer o que sobrou de seu lanchinho.

Enquanto ele mordia o que restou de seu sanduíche, sentiu uma presença estranha.Enquanto Robby está sentado lá sozinho, ele começa a sentir como se estivesse sendo observado,ele olha ao redor, mas não vê ninguém. Até que notou uma figura feminina, envolta em um manto negro e com longos cabelos negros. Ela estava parada a poucos metros de distância, olhando fixamente para ele com um olhar sereno e sombrio.

O coração de Robby acelerou enquanto ele encarava a figura. Ele tentou falar, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Ele sentiu-se estranhamente hipnotizado pelo olhar daquela mulher. Era como se ela pudesse ler seus pensamentos e suas emoções, como se soubesse exatamente o que ele estava sentindo.

"Por que você está sempre aqui? O que você quer de mim?"
Era o que o garoto pensava mas não conseguia pronunciar.

A mulher permaneceu em silêncio, observando-o por alguns momentos, antes de desaparecer de repente. Robby sentiu um calafrio percorrer sua espinha e um arrepio percorreu todo o seu corpo. Ele ficou parado ali, olhando em volta e tentando entender o que acabara de acontecer.

Uma fina garoa começou a cair do nada e Robby lembrou das recomendações do médico e guardou seu aparelhos no estojo e o estojo na pequena lancheira para mantê-los secos, repousando-a no gramado.

Procurando  curiosamente o paradeiro daquela mulher, ele se perguntava quem era ela,se era uma nova tia que estava trabalhando alí, apesar de sua vestimenta ser bem diferente daquelas que ele tinha visto, mas ele sentia algo com respeito a ela, não sabia o que mais sentia, porém ele não a encontrou.

O sinal tocou indicando que todos os alunos deveriam voltar para a classe,

Após o incidente na sala de aula, Robby se sentia ainda mais isolado e desamparado torcia para que o horário terminasse logo, pegou sua lancheira que estava na grama e rumou novamente para dentro da sala de aula.

Enquanto ele caminhava de volta para a sala de aula, ele foi empurrado por outros alunos que corriam e se espremiam para entrar, Trey socou seu bracinho e ele tentou fingir que não doeu. Ele sentiu-se desorientado e incapaz de se manter firme. Finalmente, ele chegou à sua sala de aula e sentou-se em sua carteira, ainda respirando com dificuldade, ainda molhado pela chuva e pôs a lancheira no colo e suspirava por conta de ainda estar com fome e chateado.


"Eles roubaram meu lanche de novo", ele relembrava com tristeza. Abriu a lancheira e notou que seus aparelhos auditivos não estavam em seu estojo. Ele vasculhou sua mochila revirando tudo e logo depois começou  a olhar na sala de aula, ele tinha convicção que havia guardado na lancheira mas não conseguiu encontrar seus dispositivos.

Ele começou a entrar em pânico, seu coração batia rápido enquanto ele tentava entender o que estava acontecendo.

Então ele viu um grupo de colegas da sala de aula cochichando e rindo. Robby se aproximou deles e perguntou se haviam visto seus aparelhos auditivos. Eles apenas riram e disseram que não sabiam de nada. Robby percebeu que algo estava errado e implorou para que eles o devolvessem, mas eles apenas riram mais alto.

Robby sabia que o aquilo significava.
Tentou falar com seus colegas, mas sem os aparelhos auditivos, era difícil entender o que eles estavam dizendo. Ele precisava se esforçar muito para captar as palavras e muitas vezes, só conseguia compreender algumas partes do que estava sendo dito. Isso o deixava ainda mais frustrado e vulnerável, pois ele se sentia incapaz de se comunicar com os outros de forma eficaz.

"Oi, vocês viram meus aparelhos auditivos?" Ele perguntou a duas meninas que sentavam na fileira ao lado da sua, esforçando-se para ler seus lábios já que ele não conseguir ouvir a elas muito bem naquele estado.

As colegas simplesmente ignoraram suas perguntas e continuaram a conversar entre si. Robby tentou novamente, mas seus colegas começaram a zombar dele.

"O que ele está dizendo?" Um deles perguntou, rindo.

"Eu não consigo entender ele."

E cada um ia dando uma resposta negativa ou irônica quando Robby perguntava.

O pequeno tentou dizer-lhes que precisava dos aparelhos auditivos para ouvir, mas eles continuaram a ignorá-lo.

"Por favor, devolvam meus aparelhos", Robby disse em voz alta, lutando para ser ouvido. "Eu preciso deles para ouvir e falar com vocês. Por favor, parem de fazer isso comigo."

Mas seus colegas apenas riram mais alto, zombando dele , o achando uma piada. Robby se sentiu ainda mais isolado e incapaz de se conectar com os outros, e sua tristeza se aprofundou ainda mais.

"Por favor, parem", ele implorou novamente, mas suas palavras foram ignoradas. Ele sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto tentava controlar a dor que o invadia.

Robby se afastou dos colegas, sentindo-se ainda mais solitário e perdido,ele se sentia ridicularizado e excluído.

Não teve escolha a não ser ir até a adulta no recinto.

"Professora, meus colegas pegaram meus aparelhos auditivos e não querem me devolver", disse ele, tentando recuperar a calma secando suas lágrimas com as palmas das mãos.

A professora olhou em volta da sala de aula, mas não encontrou nada.

"Não vejo nada por aqui, Robby. Talvez você tenha deixado em casa."  Disse a professora  de frente do garoto para que ele pudesse ler seus lábios.

"Mas eu não deixei", Robby insistiu, sentindo-se cada vez mais isolado.

"Eles pegaram de mim e estão me provocando."

Os colegas riram ainda mais alto, e Robby percebeu que não ia conseguir seus aparelhos de volta.

"Você não pode acusar os seus colegas sem provas Robert, cuide melhor dos seus pertences daqui para frente!"

Ele se sentou em sua carteira, sentindo-se sozinho e desamparado.

Sentia lágrimas escorrendo pelo rosto. "Eu só quero ser como todo mundo. Por que é tão difícil?"

Ele pensava enquanto os outros riam.

"Por que vocês estão fazendo isso comigo?" Robby perguntou, com lágrimas nos olhos.
"Eu não fiz nada para merecer isso."

Kelly zombou: "Ah, cala a boca, surdinho. Nós só estamos nos divertindo um pouco. Qual é o problema? Você não precisa dessas coisas de qualquer maneira. É mais engraçado ver você tentar ouvir sem elas."

Trey e Cruz riam como hienas, enquanto Robby sentia sua garganta se fechar e os olhos marejarem. Ele sabia que precisava dos aparelhos auditivos para ouvir e se comunicar com o mundo ao seu redor. Sem eles, ele se sentia ainda mais perdido e sozinho.

Robby tentou lutar contra a tristeza que o invadiu, mas não conseguiu. Seus olhos verdes se encheram de lágrimas enquanto ele chorava silenciosamente, sentindo-se cada vez mais isolado e vulnerável. Ele não sabia como lidar com a crueldade dos outros e se perguntou se existia uma escola em que ele seria querido e amado e teria amigos.

Enquanto isso, os colegas continuaram a rir e se divertir à custa de Robby, sem perceber a dor que estavam o causando.

A professora começou a escrever na lousa. "Agora, pessoal, vamos continuar nossa aula de matemática. Peguem seus cadernos e preparem-se para copiar os exercícios da lousa", ela disse.

Ele apenas queria que a aula acabasse logo para que pudesse ir para casa.Tentou focar na aula tentando desviar o pensamento da bronca que levaria dos pais por ter perdido os aparelhos auditivos, o bolo em sua garganta estava formado enquanto ele tentava copiar o que a professora escrevia. E então sentiu seu cabelo ser puxado de novo e o barulho da tesoura outra vez. Kelly ria com outro pequeno tufo de cabelo em mãos, e Robby levantou em resposta indo até a educadora novamente.

"Professora, posso me sentar ali?
Essa..."

"Vadia" ele pensou usando uma das palavras feias que viu seu pai e Cainan falando, porém preferiu não dizer.

"... Essa menina atrás de mim está cortando meu cabelo"

E ela responde:

"Não, só sente sua bunda aí e preste atenção na lousa"

"Não quero que me cortem mais, nem me soquem, só me deixem ir para enfermaria, onde eu flutuarei para longe."

Ele pensava,então sem escolha ele finge uma convulsão e caí ali mesmo.
A professora sem querer mais problemas chama a enfermeira que o leva para a enfermaria.

"A mulher bondosa observava o menino chorar na maca dentro da sala branca"

Robby estava pálido como uma folha de papel,de tanto esvaziar seus pulmões com lágrimas e suspiros.Mais um pouco e ficaria com a cor da neve.

"Sim, estou tossindo tia...Estou sangrando...Curativos não vão me sarar"

"Robby você não está doente, me conta o que está acontecendo, para a tia poder te ajudar"

Implorava a profissional de cabelos vermelhos.

"Porque eles me odeiam tia, então eu estou fingindo,tudo isso para que me mandem para casa.Me dê o papel rosa para a permissão para ir embora, isso não é novo,estou cansado de desejar ser esquecido por meus colegas"

A mulher lamentou o que Robby estava passando, ela tinha um poder limitado mas tentaria ajudar Robby de alguma forma. Pelo menos por aquele dia ela deu aquele papel rosa de liberação e ligou para que a mãe de Robby viesse busca-lo, deixou o pequeno esperando pelo carro da mãe no pátio e ficou observando ele pela janela, sabia que um pouco de ar fresco ajudaria.

Na calçada em frente a saída Robby  aguardava a mãe chegar, abriu a lancheira, lembrou que tinha uma azeitona nela e iria comer, mas olhando de novo a lancheira estava totalmente vazia, e uma outra lágrima escapou dos olhos de Robby.

"Oi olhinhos o que tá pegando?"

Era o moreninho cheio de cachos que o salvou do cachorro em sua frente, ele tinha uma expressão suave e curiosa no rosto.

"Tá com fome?"

O menino desceu da bicicleta que estava abriu a própria mochila, e tirou uma tortilha de dentro de um embrulho.

"Toma foi yaya que fez, são uma delícia,  uma dessa sempre me faz feliz, pretendia comer em casa mas como você parece triste acho que você precisa comer mais do que eu"

Disse o pequeno latino, sorrindo pra ele e subindo de novo na bicicleta, ele começou a pedalar mas parou quando ouviu Robby o chamando.

O pequeno estendeu para que ele tirasse um pedaço, ele sorriu deu uma pequena mordida no alimento e disse:

"Você é fofo olhinhos"

Secou a lágrima que estava parada na face do menor com o dedo e fez um carinho em seus cabelos e partiu com a bicicleta.

O coração de Robby ficou quentinho, aquele garoto era muito bonzinho, ele desejava que fossem da mesma turma.

Aquele sentimento bom fez o ruim desaparecer, até mesmo a sensação de ter visto aquela figura estranha de novo, dessa vez olhando para a janela da sua classe enquanto ele estava alí fora.

[...]

Robby não sabia, mas ele não veria Kelly nunca mais...



    Nos vemos na próxima
;(









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