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Capítulo 8 - Reflexos da Verdade

Do espelho começaram a surgir diversas mãos feitas de metal líquido, que cruzaram o ar até alcançá-lo. Algumas agarraram-no pelas pernas, outras pelos braços, e algumas até o ajudaram a levantar. No entanto, todas elas o puxavam em direção ao espelho. 

 O toque era gelado, como se o frio tivesse o poder de congelar-lhe o corpo no instante em que tocou no espelho. Ele, no entanto, não resistiu. Como se não quisesse mais lutar, deixou-se absorver... Primeiro as mãos desapareceram, depois os braços, e quando já estava com os ombros quase engolidos, algo do outro lado chamou sua atenção. 

O elo que carregava no dedo brilhou intensamente, como se estivesse enviando um pedido de socorro. Um lembrete silencioso de que algo ainda o prendia ao mundo de fora. Ele então se lembrou de seu irmão — o quão furioso ele ficaria se algo acontecesse com ele. Esse pensamento acendeu algo dentro de si, uma determinação que ele quase havia perdido.

A poucos instantes de ser totalmente absorvido, Bell começou a debater-se violentamente. Contudo, o vidro não o soltava. Cobria-o com um líquido prateado viscoso, apertando-o com força e impedindo qualquer movimento. O reflexo no espelho riu dele, exibindo um sorriso doentio, carregado de desprezo.

Mas Bell não desistiu. Contra todas as expectativas de seu reflexo, lançou-se com toda a força para frente, atravessando o espelho em um único movimento. O líquido prateado parecia explodir ao redor de seu corpo, enquanto ele cravava sua mão no peito do reflexo. 

O golpe foi certeiro. Por um breve momento, ele sentiu o calor voltar ao seu corpo, enquanto o sorriso do reflexo desaparecia, substituído por um olhar de pânico. Bell não soltou. Segurou firme, decidido a não ser dominado. 

Ele não deixaria aquele espelho tomar sua vida, cravando o braço no peito do reflexo, atravessando o espelho ao mesmo tempo.

-Boa tentativa mas eu sei que não és real - ao soltar a mão do peito daquela ilusão algo veio junto com ela, dois bastões de aço preto com ranhuras escritas nas suas bordas.

Insatisfeito por Bell não ter caído na sua armadilha, o reflexo transformou-se exibindo uma forma tão monstruosa que nem nos seus piores pesadelos sonhava encontrar. No entanto era só intimidador por fora, com uma bastonada Bell quebrou o seu reflexo em vários cacos de vidro.

EU SEI QUE NENHUM DE VOCÊS É REAL!!!! – gritou a plenos pulmões.

Dos fragmentos de vidro saíram os reflexos que Bell viu enquanto vagueava sem rumo, e até alguns deles que ele não havia notado. Corriam em desespero contra Bell, mas, com golpes leves, os seus membros eram estilhaçados, e, com um golpe mais pesado, ele conseguia acertar em vários de uma só vez. O reflexo que Bell havia visto a ler desviou-se dos seus golpes enquanto o tentava agarrar. Era rápido e reagia bem aos seus ataques, provocando alguns cortes leves a Bell que, logo de seguida, se curaram.

Numa tentativa de provocar um dano mais grave a Bell, o seu reflexo lançou-se contra ele sem pensar nas consequências, enquanto o reflexo de Bell, que escondia uma faca, se preparava para o apunhalar pelas costas. Num movimento inesperado, Bell girou sobre os seus calcanhares e arrancou a cabeça do reflexo atrás de si com uma tacada, atirando-se de costas para o outro reflexo, desviando-se do seu ataque, deixando os seus braços passarem por baixo dos seus sovacos. Ao dar uma cabeçada para trás, o reflexo de Bell perdeu-se um pouco e, torcendo-se novamente, Bell partiu os seus braços, destruindo o reflexo em seguida com mais um ataque.

Os dois reflexos que brincavam com a magia emergiram ao mesmo tempo contra Bell: um deles coberto de chamas e o outro praticamente fundido com a água. Mas, ao investirem contra Bell, as chamas foram subitamente apagadas e a água congelou antes mesmo de o atingir. Por mais que, antes, aqueles reflexos o tivessem perturbado, agora que sabia que os podia simplesmente destruir, as suas preocupações começaram a desaparecer. Por mais que viessem, não eram páreo para ele, e Bell sentia-se realmente bem por, pela primeira vez, poder resolver os seus problemas de forma simples e direta.

Quando terminou, o chão por baixo dos seus pés estava repleto de cacos de vidro e poeira branca. Apenas restava mais um reflexo, o mesmo que se havia excluído de todos os outros. Bell nem se tinha aproximado, mas ele já estava muito mal, pior do que antes de ser sugado pelo mar vermelho. E tranquilamente caminhou na direção de Bell com um caco de vidro na mão. Apesar da arma evidente, o seu reflexo não emitia nenhuma intenção assassina, como se apenas estivesse à espera que Bell o destruísse, assim como fizera a todos os outros.

Quando já estava a dois passos de Bell, ele levantou o caco de vidro e, antes que pudesse atacar, o caco de vidro já lhe voava das mãos. Apesar de não o ter acertado, o seu reflexo continuava a desintegrar-se, mas sorria ao olhar para Bell.

– Não sou o único que está a ruir disse o reflexo, apontando para Bell, ao ser trespassado por um dos bastões.

– Este tempo todo, tu pensavas que eras o verdadeiro - Bell não escondia a tristeza na sua voz - Deve ser frustrante terminar assim – disse Bell ao retirar o bastão das costas do reflexo mais parecido com ele que havia encontrado, e virando-se para trás para o abraçar.

Ao agarra no seu reflexo Bell percebeu o olhar triste e sincero do seu reflexo, a desilusão e frustração por nunca ter sido o verdadeiro Bell. Bell parou ao ver a sua expressão, a expressão de quem tinha realizado a sua função, os olhos de quem já não podia fugir da verdade o sorriso de quem já não tinha de continuar aquela farsa. E essa mesma expressão trouxe uma duvida á mente de Bell.

Naqueles poucos segundos Bell questionou-se porque aquele sorriso era t~

ao diferente do seu, mais autentico....mais vivo....naquele instante os seus papeis haviam sido invertidos, como se naqueles instante o seu reflexo fosse mais real que ele próprio.

Bell não sabia em que momento aquilo tinha acontecido, mas, quando deu por si, estava a sair de um espelho com muitos outros ao seu lado, que corriam freneticamente contra um louco qualquer que os partia com a maior das facilidades. Num misto de desespero e de outras emoções à flor da pele, este Bell correu na mesma direção que os restantes. Assim como muitos fizeram, o resultado disso foi serem fragmentados, reduzidos a pequenos e insignificantes pedaços de vidro espalhados pelo chão.

Esta perspectiva podia ter inúmeros fins. Qualquer um daqueles podia ser o verdadeiro Bell. Cada um deles estava convicto de que tudo o que se tinha passado até ali havia sido vivenciado por eles. Mas, de todos estes, o verdadeiro nunca esteve entre eles. Todos eles não passavam de pequenas figuras de um jogo maior, sem sequer saber o seu papel ou a razão para correrem todos na mesma direção.

Esse mero pensamento, juntamente com as imagens residuais do seu reflexo traziam a tona certas questões, perguntas que ele não conseguia ler, e respostas que não conseguia ouvir.

Bell sentia-se confuso, como se tivesse sido subitamente acordado. As suas memórias estavam um caos, e a última coisa de que se lembrava era de pegar nos seus bastões e, depois, aparecer na arena. Mas sentia que algo muito maior se tinha passado sem que ele percebesse.

E, em segundos, voltou à arena deserta e, ao contrário do irmão, nem se sentia um pouco cansado, mas sim fascinado pelos dois bastões negros que agora empunhava, e com uma sensação nostálgica enquanto os levantava, era como se sempre se tivessem conhecido, como se Bell estivesse a reencontrar algum amigo de infância que já não vi á anos, e de certa forma isso tranquilizava-o mas ao mesmo tempo aquela imagem permanecia na sua cabeça.

– Isto não foi um bocado injusto? pensou Elliot em voz alta.

– Como assim? – perguntou Doreán.

– Enquanto o Bill quase ficou sem braços para conseguir a manopla, o Bell só ficou ali de pé, em frente àquele espelho. – Não estava a reclamar, mas notava-se que algo a incomodava.

– Sabes, minha querida, para estabelecermos uma forte ligação com uma arma é preciso que tu as compreendas e que elas te compreendam. Eles passaram pelo teste que as suas armas determinaram - comentou Don olhando tristemente para Bell

– Mas então por que é que o Bell não teve de fazer quase nada? A arma simplesmente apareceu-lhe na mão.

– Nada dizes tu? Se os combates mais difíceis fossem travados no campo, a vida não seria tão difícil - respondeu Doreán, levando o isqueiro ao cigarro apagado.

-Elliot minha querida - Interrompeu Don - as vezes as batalhas mais dificeis não são travadas aqui - disse segurando nas suas mãos - Mas aqui - continuou apontado com os seus pequenos dedos para a sua cabeça.

Ao perceber os gestos de Don Elliot olhou curiosa para Bell, o que poderia ir na cabeça daquele tão ingênuo rapaz.

-Acho que também podemos dizer que as armas queriam uma amostra de cada um - continuou Doreán, soltando uma pequena nuvem de fumo.

– "Amostra"?

– Sabes, Elliot, não foi por acaso que a arma do Bill fez aquele teste para ele. Ela queria testar a sua coragem e a sua determinação. Para ser franco, não importava qual dos pilares o Bill escolhesse. Independentemente da sua escolha, teria de lutar para conseguir tirar as manoplas do pedestal e não que o pedestal lhe tirasse os braços.

– Então, por que motivo havia tantos pedestais na arena?

– Porque, depois de ter em mente que poderia perder um braço, ele tornou-se extremamente cauteloso. Analisou todos os pedestais, um a um. Isso mostra que ele tem a cabeça sobre os ombros e que não é apenas força bruta.

– E como explicas o do Bell, Doreán?

– Sabes, aquela arma são, na verdade, duas, e as duas estão em sincronia uma com a outra constantemente. E, com o Bell, não podia ser diferente. Se sentissem que ele não as compreendia ou que seria incapaz de as usar corretamente, as consequências para a mente do Bell seriam desastrosas.

– Elas causam dúvidas em quem pega nelas. Atingem a mente em vez do corpo, pelo menos é o que está registado – prosseguiu Don. – Eu tive o infeliz prazer de ver uma pessoa tentar domar uma arma mágica deste tipo alguns anos atrás – recordou, com tristeza.

– E o que aconteceu?

– Sabes, dizer que este tipo de arma causa dúvidas, à partida, não parece ser grande coisa. Mas a maneira como testam a sanidade de quem as tenta empunhar é de fazer tremer os ossos – concluiu Doreán - podes acabar por tirar a tua vida sem te aperceberes, ou um dia acordares e descobrires que já se passaram anos desde aquele dia, o teu corpo pode ser tirado de ti sem te aperceberes. - narrou Don como se tivesse assistido a uma situação dessa de perto,

– Podemos dizer, então, que nenhum dos dois teve o teste facilitado concluiu Don, coçando o bigode.

– Isto traz tantas memórias recordou Doreán para si.

– Sim... memórias repetiu, desanimado.

Bill dormiu durante um par de horas. Não se lembrava do que tinha sonhado, mas estava com uma sensação boa, logo não podia ter sido um dos pesadelos do costume. Estava deitado num dos blocos de pedra das bancadas; contudo, não foi isso que o impediu de dormir. Durante o seu sono, Bill nada fez além de pegar em todos os livros que Don lhe permitiu pegar e começar a decifrar as runas na sua arma. Horas desperdiçadas, uma vez que, pelos papéis amarrotados e o cabelo desgrenhado do irmão, era fácil concluir que aquilo não estava a ir tão bem quanto Bell queria.

Bill decidiu não incomodar o irmão e pensou em encontrar Don. Havia um enorme portão junto às bancadas, e, sendo o único sítio com aspecto de saída, resolveu aventurar-se. De facto, aquele portão era a saída. Só de passar por ele, Bill foi instantaneamente teleportado para a falsa oficina de Don, onde Trei brincava às escondidas com Clab, que se esqueceu de esconder a cauda quando se resguardou dentro de um elmo.

Bill subiu as escadas em direção ao primeiro andar da loja de Don. Elliot, calma como sempre, estava sentada no chão, com um livro apoiado nos joelhos enquanto percorria as páginas com o dedo. Nem tinha dado pela sua presença, e ele fingiu que também não tinha dado pela dela. Don estava numa das prateleiras mais baixas, entre as estantes carregadas de livros, a escrever num caderno de lombada castanha. Levantou um dedo ao ver Bill a dirigir-se para ele a largos passos, pedindo-lhe para que ele esperasse antes de começar a falar.

Don guardou o lápis e dirigiu-se para a sua mesa com o caderno na mão, acabando por o arrumar numa das gavetas da secretária. Sentou-se muito reto na sua cadeira e entrelaçou os dedos das mãos por cima da mesa antes de dirigir a sua atenção para Bill.

— O que aconteceu enquanto eu estava a dormir? — Perguntou, sem rodeios.

— O Bell terminou o seu teste e conseguiu a sua arma — Respondeu Don.

— Que teste ele fez?

— Um teste simples comparado ao teu, nada de perigoso, não te preocupes — Mentiu-lhe.

— Ainda bem — Suspirou de alívio. — Mas agora, sem mentiras, o que aconteceu?

— Resolvestes pensar um pouco nos outros para variar — Comentou Elliot. — Ter um pouco de senso humano era algo que precisavas.

— Elliot!! — Chamou Don, chamando-lhe a atenção.

— Não é da tua conta o quão me preocupo com o meu irmão — Apesar de lhe ter dirigido a palavra, nem se voltou a olhar nos olhos enquanto falava. — Ele é o único que eu tenho.

— Pergunto-me por quanto tempo é que ainda o vais ter se as coisas continuarem a este ritmo.

— Sabes, se tivesses alguém que gostasse de ficar perto de ti, até te entediava, mas como não tens, não percebo a tua insistência no assunto.

— Como é que é? — Disse, fechando o livro e preparando-se para sacar a sua arma.

— Estou a dizer que, ao contrário de ti, posso contar com outra pessoa, ao invés de pistolas e espadas.

— Ao menos as minhas armas nunca me irão decepcionar — Respondeu irritada.

— Ao menos a minha família nunca me irá decepcionar — Respondeu em resposta.

— Quero ver quando a tua família te abandonar — Provocou Elliot.

— Assim como a tua? — Respondeu Bill com um sorriso.

Quando Elliot avançou sobre Bill, foi Trei que os impediu. Bill nunca pensou que Trei fosse capaz de ser tão rápido, mas assim que apareceu à sua frente, prendeu Elliot num forte abraço, enquanto Elliot reclamava com ele. Apesar de Elliot não estar a dizer as coisas mais agradáveis, Trei contentava-se em estar abraçado a Elliot, com Clab a descansar na sua cabeça.

— Havia algo que me querias perguntar além do teu irmão? — Começou Don, como se nada tivesse acontecido.

— Nem por isso, só queria saber se ele estava bem, e estou a ver que não me vais dizer, não é?

— Para isso, mais valia teres perguntado a ele, não era uma ideia melhor? — Opinou Don.

— Ele prefere não preocupar os outros com os seus problemas — Respondeu, sem interesse. — Ainda estou cansado, acho que vou chamá-lo para irmos embora.

— Não é preciso, que eu já estou aqui — Introduziu Bell, saindo por detrás da cadeira de Don.

— Já acabaste o teu trabalho?

— Nem perto estou de começar a traduzir aquelas runas — Informou, bastante ansioso por voltar a tentar.

— Não queres tentar um pouco mais antes de irmos?

— Nah, já me está a doer a cabeça de tanto pensar, acho que descansar é a melhor coisa a fazer agora. — Depois de contornar a secretária, Bell estranhou a situação de Elliot, e pela cara dos presentes, nem perguntou sobre a situação. — Suponho que o Doreán já foi à frente?

— Sim — Disse num suspiro. — Provavelmente está a beber até não poder mais. Quando chegarmos lá, vamos ter de o carregar escadas acima, por isso não estou assim com tanta vontade de voltar.

Apesar de Elliot ter dito aquilo como máximo de desinteresse que lhe cabia na altura, Bell riu na mesma ao imaginar outra situação em que Elliot teve de carregar Doreán por ele estar demasiado bêbado para andar.

— Bem, suponho que ninguém o vai tirar de lá sem sermos nós. É melhor irmos antes que alguém o roube — Sugeriu Bill, pouco preocupado.

— Acho que é a atitude mais correta, ele tem o terrível hábito de não saber qual é o seu limite. — Don fez uma pausa, enquanto se tratava de lembrar algo que poderia ser relevante. — Quase que me esquecia: agora que fizeram contrato com as armas mágicas, têm de esperar algum tempo antes de as usarem.

— O cheiro daquela bebida é insuportável e ainda por cima não sai da roupa — Choramingou Elliot, a lembrar-se de como havia sido difícil lavar as roupas da última vez.

— Não te preocupes, nós ajudamos — Ofereceu-se Bell, ao perceber que era uma tarefa bastante desagradável.

— Obrigado — Disse, um pouco mais contente.

— Quando é que eu concordei com isso?

— Tu nem fales, que eu ainda não te dei na cabeça por quase ficares maneta.

— Vejo que, assim como vocês estão bem entregues um ao outro, as minhas armas também estão bem entregues, mas lembrem-se, não as usem durante algum tempo.

— Também não pensava usá-la tão cedo assim — Respondeu Bill, a abrir a porta.

— Mas, para ser um pouco mais preciso, quanto é algum tempo? — Perguntou Bell, curioso.

— Mais ou menos uma semana para elas estabilizarem. Toda a boa arma tem a sua essência, é óbvio que ela não gostaria de ser levada para batalha no dia em que encontrou um novo companheiro.

— É como ter de se mudar para uma cidade nova, mas ter de ir trabalhar no dia seguinte — Comparou Bell, fazendo Don soltar uma risada.

— É exatamente isso! Hahahah

— Ir?

— Sim, Trei, vamos para casa — Respondeu Elliot, não contendo um pequeno sorriso ao ver as bochechas inchadas e vermelhas de Trei e o cabelo despenteado, juntamente com a testa brilhante.

— Muita fome — Disse, com pouca energia.

Despediram-se de Don com um aceno e saíram para a rua, vazia, sem uma pobre alma que por ali andasse. Doreán havia dito que o mercado de escravos abriria mais tarde, talvez fosse só de noite. Independentemente do que fosse, Bill nem se preocupou com isso, estava cheio de fome e só pensava em chegar à estalagem e pedir algo para comer. Sem toda a confusão e berros dos comerciantes de escravos, as ruas estavam muito silenciosas. Ainda era tarde, mas as lojas estavam todas fechadas, com as portas trancadas e as janelas cobertas. Um homem muito apressado passou por eles a correr, e, como se a rua inteira não lhe chegasse...

— Ei, onde vai? — Gritou-lhe Bell, mas, sem resposta, o homem nem olhou para trás, só continuou a correr apressadamente.

*

Por cima das casas, entre os becos, de porta em porta, de janela em janela, passava uma figura sinistra. Conferindo todas as áreas onde poderia facilmente se esconder e observar a sua presa, estava à caça em Golias. As suas próteses metálicas reluziam com entusiasmo, mas mantinha-as cobertas por uma vestimenta preta, para que a luz do sol não refletisse no metal e denunciasse a sua posição. Fosse pelo que fosse, teve receio de alertar a sua presa e parou por um momento. De vez em quando, ajustava as suas próteses e, após muitas verificações ao longo do dia, concluiu que a capacidade operacional dos seus braços e pernas estava perfeita. Enquanto observava a sua presa ao longe, calibrava os seus olhos, acabando por desviar o olhar de um deles, enquanto mantinha o outro fixo sobre a figura que se esgueirava pela rua.

Não era seu costume ser tão descuidado, mas estava demasiado empolgado para parar. Já fazia bastante tempo desde que tinha encontrado uma presa tão tentadora, não podia correr o risco de a perder, e queria testar as suas novas próteses, que, embora ainda em fase experimental, ele tinha confiança de que não o iriam decepcionar.

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