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Capítulo 28: O Alok

Como estavam a explorar um lugar novo, Doreán e Elliot avançaram à frente, enquanto Trei cobria a retaguarda. Bill e Bell ficaram no meio, pois eram os menos experientes.

— Que estranho — comentou Doreán.

— O que se passa? — perguntou Elliot.

— Nunca usei as gotas de visão noturna numa masmorra. Normalmente, estes locais são iluminados por cristais que emitem luz devido ao enorme fluxo de magia, mas aqui não vejo nem sinal de cristais ou de qualquer fonte de luz.

— Agora que mencionas, tudo aqui parece meio morto — acrescentou Trei.

— Não estou com um bom pressentimento — avisou Elliot, com uma expressão grave.

— Tu nunca estás com um bom pressentimento — riu-se Trei, tentando aliviar a tensão.

Embora Bell também achasse estranha a falta de luz, questionou-se se todas as masmorras seriam assim. Até agora, apenas tinham percorrido alguns corredores, virando de vez em quando.

— Doreán, este é o aspeto normal de uma masmorra? — perguntou Bill.

— Não costuma ser assim — respondeu Doreán, pensativo. — Normalmente, as masmorras estão divididas por níveis e, normalmente, ficam abaixo do solo. Esta é uma exceção. Que eu me lembre, nunca estive numa masmorra com corredores como estes.

— Então, como costumam ser? — perguntou Bell, curioso.

— Imagina um formigueiro gigante — respondeu Doreán. — Esse é o aspeto típico de uma masmorra.

— Então suponho que a ideia de nos trazer aqui não foi propriamente para coletar recursos? — questionou Bill.

— Ah, pois... essa parte... bem... não sabemos o que vamos encontrar aqui, então também serve como coleta de recursos — respondeu Doreán, com um sorriso envergonhado.

— Doreán, tem algo ali à frente — avisou Elliot.

Doreán sinalizou para que todos aguardassem enquanto Elliot fazia o reconhecimento. Voltou pouco depois, afirmando que era seguro prosseguir. O corredor amplo deu lugar a uma vasta galeria circular, onde a travessia para o outro lado era feita por duas pontes de pedra. O centro de cada ponte era uma plataforma circular, suspensa por correntes do teto. Tanto as pontes quanto a plataforma estavam sobre um buraco sem fundo visível, o que causou uma sensação desconfortável a Bill enquanto caminhava sobre a ponte de pedra.

Bill desviou o olhar para as paredes, tentando não pensar no vazio profundo abaixo da ponte. Vários pedestais estavam embutidos nas paredes, cada um sustentando uma estátua. Eram homens e mulheres, todos curvados com um joelho tocando o chão e a cabeça abaixada, como sinal de respeito. Bill contou dez pedestais, mas apenas nove estátuas.

Ao chegar ao centro da galeria, a plataforma balançou com o peso do grupo. As correntes chiaram com o movimento, fazendo Bill estremecer ao pensar que poderiam se partir a qualquer momento. Bell foi o primeiro a chegar ao outro lado, as alturas não o afetavam tanto quanto aos outros. Acenou para o irmão, pedindo-lhe para se apressar.

— Que estranho... — anunciou Bell, depois de Doreán alcançar o outro lado.

— O que? — perguntou Doreán, intrigado.

— Podia jurar que havia apenas nove estátuas — respondeu Bell, um arrepio coletivo subindo pela espinha de todos.

Trei e Elliot juntaram-se ao grupo. Bill ficou pasmo. Logo acima da saída, agarrada às paredes como uma aranha, estava a estátua em falta, observando-os com seus olhos vazios e sem vida.

Como estavam a explorar um lugar novo, Doreán e Elliot avançaram à frente, enquanto Trei cobria a retaguarda. Bill e Bell ficaram no meio, pois eram os menos experientes.

— Que estranho — comentou Doreán.

— O que se passa? — perguntou Elliot.

— Nunca usei as gotas de visão noturna numa masmorra. Normalmente, estes locais são iluminados por cristais que emitem luz devido ao enorme fluxo de magia, mas aqui não vejo nem sinal de cristais ou de qualquer fonte de luz.

— Agora que mencionas, tudo aqui parece meio morto — acrescentou Trei.

— Não estou com um bom pressentimento — avisou Elliot, com uma expressão grave.

— Tu nunca estás com um bom pressentimento — riu-se Trei, tentando aliviar a tensão.

Embora Bell também achasse estranha a falta de luz, questionou-se se todas as masmorras seriam assim. Até agora, apenas tinham percorrido alguns corredores, virando de vez em quando.

— Doreán, este é o aspeto normal de uma masmorra? — perguntou Bill.

— Não costuma ser assim — respondeu Doreán, pensativo. — Normalmente, as masmorras estão divididas por níveis e, normalmente, ficam abaixo do solo. Esta é uma exceção. Que eu me lembre, nunca estive numa masmorra com corredores como estes.

— Então, como costumam ser? — perguntou Bell, curioso.

— Imagina um formigueiro gigante — respondeu Doreán. — Esse é o aspeto típico de uma masmorra.

— Então suponho que a ideia de nos trazer aqui não foi propriamente para coletar recursos? — questionou Bill.

— Ah, pois... essa parte... bem... não sabemos o que vamos encontrar aqui, então também serve como coleta de recursos — respondeu Doreán, com um sorriso envergonhado.

— Doreán, tem algo ali à frente — avisou Elliot.

Doreán sinalizou para que todos aguardassem enquanto Elliot fazia o reconhecimento. Voltou pouco depois, afirmando que era seguro prosseguir. O corredor amplo deu lugar a uma vasta galeria circular, onde a travessia para o outro lado era feita por duas pontes de pedra. O centro de cada ponte era uma plataforma circular, suspensa por correntes do teto. Tanto as pontes quanto a plataforma estavam sobre um buraco sem fundo visível, o que causou uma sensação desconfortável a Bill enquanto caminhava sobre a ponte de pedra.

Bill desviou o olhar para as paredes, tentando não pensar no vazio profundo abaixo da ponte. Vários pedestais estavam embutidos nas paredes, cada um sustentando uma estátua. Eram homens e mulheres, todos curvados com um joelho tocando o chão e a cabeça abaixada, como sinal de respeito. Bill contou dez pedestais, mas apenas nove estátuas.

Ao chegar ao centro da galeria, a plataforma balançou com o peso do grupo. As correntes chiaram com o movimento, fazendo Bill estremecer ao pensar que poderiam se partir a qualquer momento. Bell foi o primeiro a chegar ao outro lado, as alturas não o afetavam tanto quanto aos outros. Acenou para o irmão, pedindo-lhe para se apressar.

— Que estranho... — anunciou Bell, depois de Doreán alcançar o outro lado.

— O que? — perguntou Doreán, intrigado.

— Podia jurar que havia apenas nove estátuas — respondeu Bell, um arrepio coletivo subindo pela espinha de todos.

Trei e Elliot juntaram-se ao grupo. Bill ficou pasmo. Logo acima da saída, agarrada às paredes como uma aranha, estava a estátua em falta, observando-os com seus olhos vazios e sem vida.

— Que sejas uma estátua normal, que sejas uma estátua normal, que sejas uma estátua normal — rezou Bill, os olhos fixos na figura de pedra, na esperança de estar apenas a alucinar.

A estátua permanecia de costas para ele, mas, ao ouvir as palavras sussurradas, a cabeça dela virou-se lentamente, como se tivesse sido acordada de um longo sono. A expressão vazia e sem vida da escultura transformou-se rapidamente numa ameaça.

— E claro que isto tinha de acontecer, por cima de um fosso sem fundo — anunciou Bill, amaldiçoando a sua sorte, a respiração pesada pela tensão que começava a se formar no ar denso da galeria.

A criatura saltou em sua direção. A ponte de pedra sobre a qual Bill estava estremeceu sob o peso da criatura. O seu corpo, composto de pedra e sombras, projetava uma sombra monstruosa sobre as paredes da galeria. Bill não teve tempo de hesitar. Com uma velocidade desesperada, ele correu para passar por baixo da figura que se aproximava, o som de pedras batendo umas nas outras ressoando como um estrondo. Mas algo cortou o ar com um estalo surdo — um laço vermelho, como se de um chicote infernal se tratasse, chicoteou o ar e atingiu a ponte, fazendo-a ceder sob os pés de Bill, que se viu obrigado a recuar para evitar a queda.

Virando-se, Bill deparou-se com a criatura em toda a sua monstruosidade. O tom acinzentado da sua forma foi lentamente substituído por uma cor mais escura, um cinza profundo, quase negro, como se a própria pedra estivesse derretendo em seu corpo. Suas feições de pedra, antes apenas grotescas, desapareceram para dar lugar a um rosto cadavérico. Dois chifres retorcidos saíam das têmporas, e três olhos flamejantes ardiam intensamente no rosto em decomposição. A boca da criatura era uma fenda aberta de onde gotas de lava caíam, criando pequenas poças de fogo no chão frio de pedra.

Seu corpo era uma monstruosidade ambulante. Magro, mas com músculos visíveis, a criatura estava coberta por uma camada fina de pele translúcida que deixava transparecer a lava que queimava seu interior. Era como se um vulcão estivesse dentro da criatura, pronto para explodir a qualquer momento. Bill sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao perceber que não estava apenas frente a um monstro físico, mas a uma presença sobrenatural.

A criatura tinha oito braços, e Bill sentiu um calafrio só de olhar para eles. Quatro eram longos e musculosos, girando como serpentes de pedra, cada movimento parecia calculado e mortífero. Dois braços mais curtos, escondidos nas costas, erguiam-se com uma força esmagadora. Os outros dois estavam abaixo das costelas da criatura, quase como garras prontas para agarrar qualquer coisa ao alcance. Mas o mais estranho de tudo era a cauda — não, não era uma cauda. Era a coluna da criatura, esticada como uma corda viva, serpenteando e se movendo com uma fúria incontrolável, parecendo querer perfurar o próprio ar.

Bill ficou imóvel por um segundo, tentando assimilar a ameaça diante dele, mas a criatura não lhe deu tempo. Em cada uma de suas mãos apareceu uma espada, longas lâminas vermelhas como rubis, brilhando com uma luz feroz, afiadas como lâminas de obsidiana. O ar ao redor parecia pulsar com energia, a tensão crescente era palpável.

Doreán e Elliot saltaram para a plataforma, empunhando suas espadas, prontas para enfrentar a ameaça de frente. Bell, com um movimento rápido e decisivo, usou um feitiço de água para puxar Bill para longe do perigo iminente, fazendo-o deslizar com segurança para o lado de Elliot.

A batalha que se seguiu foi caótica. Elliot, mais ágil, movia-se como um relâmpago, atacando com precisão nas zonas mais vulneráveis da criatura, as costelas e a região abdominal, mas cada golpe parecia fazer pouco mais que faíscas saltarem da ferida. Doreán, com sua espada em mãos, tentava cortar através dos braços da criatura, que os erguia com uma destreza sinistra, desviando e refletindo os ataques com golpes em meia-lua. Os braços nas costas da criatura eram mais do que simples defesas — eles estavam em todos os lugares ao mesmo tempo, cercando os atacantes de maneira implacável.

Stella, com seus feitiços de longo alcance, disparava contra a criatura, mas a defesa da criatura parecia impenetrável. Os braços longos e musculosos refletiam seus disparos como se fossem meros jogos de criança.

Sirius, sem saber o que mais fazer, lançou suas sombras contra a criatura, apenas para ver as sombras atravessarem o monstro sem causar dano algum. O espírito amaldiçoado parecia indiferente a tudo o que não fosse magia especializada.

— Corram! — ordenou Doreán, os olhos ardendo de preocupação. — É um Alok, um espírito amaldiçoado... apenas armamento mágico e espíritos podem afetá-lo!

— Como assim? — Bill perguntou, tentando entender a magnitude da ameaça.

— Familiares como o Sirius, o Crainer e o Runar não conseguem tocá-lo. Eles são criaturas meio vivas, meio mortas, espíritos que tomaram o corpo de um ser humano. São quase indestrutíveis, a não ser que usemos magia especializada — explicou Trei, o medo transparecendo em sua voz.

Bill olhou para a criatura diante dele, tentando manter a calma, mas o terror se espalhava como uma onda de calor. Seu corpo reagia instintivamente, movendo-se rápido, quase como se tivesse perdido o controle. Ele correu pela parede e se aproximou de Elliot antes que ela fosse derrubada pela força da criatura, desviando para um golpe que a derrubaria. A espada de Bill cortou um dos chifres da criatura, fazendo a lava escorrer de sua cabeça em um fluxo sinistro. Em seguida, com um golpe preciso, ele cortou um dos braços da criatura ao meio, mas o som metálico da espada caindo no chão ecoou pela galeria, e o braço regenerou-se imediatamente, voltando a se formar como se nada tivesse acontecido.

A criatura rugiu, um som profundo e cheio de raiva, e começou a se aproximar de Doreán com passos pesados e ameaçadores, enquanto as correntes que sustentavam a plataforma começaram a ranger, como se quisessem quebrar sob o peso da batalha.

Bill, com uma rapidez inesperada, saltou para uma das correntes suspensas, balanceando-se para se afastar da criatura. Ele sabia que algo tinha que ser feito antes que a plataforma desabasse completamente, e, em um impulso, lançou um raio de energia em direção a uma das espadas da criatura. Para sua surpresa, o raio atravessou a lâmina, fazendo-a saltar da mão da criatura e cortando a corrente que sustentava a plataforma.

A plataforma balançou perigosamente, e Bill sentiu o coração acelerar enquanto a estrutura abaixo dele se movia, ameaçando ceder a qualquer momento. A tensão era palpável, e o perigo iminente parecia estar em cada respiração, em cada movimento que ele fazia. O futuro parecia uma grande incógnita, e o medo era o seu único guia.

-Bell, apanha a espada! – gritou Bill.

Bell criou um braço de água e desprendeu a espada da parede. A água engoliu a lâmina da criatura, e Bell sorriu ao perceber a ideia do irmão.

Visivelmente incomodada, a criatura moveu a sua coluna na direção de Bill. Este saltou de corrente em corrente para se esquivar dos ataques. Elliot aproveitou a distração e, com uma espada a menos complicando-lhe a vida, desferiu um golpe na perna. A sua intenção era vergar a criatura o suficiente para que Doreán tivesse uma chance de a decapitar. Sem sorte, a espada ficou presa nos tecidos da criatura. Ela reconhecia Doreán como a maior ameaça e atacava-o incessantemente com três espadas.

Foi Stella quem aproveitou a abertura, cravando uma flecha no maxilar do inimigo. Novamente distraído, Bill golpeou uma das espadas que estava a atacar Doreán com uma esfera elétrica. Bell apanhou a espada e juntou-a à outra. Elliot, soltou a sua espada e antes de voltar a atacar, reparou em algo estranho. 

O peito do espírito brilhou intensamente. Bell, percebendo o perigo, envolveu todos numa bolha de água individual. Pelo festival de luzes e pelo calor que se fez sentir do lado de fora da bolha, deduziu-se que o espírito estava a cuspir um mar de chamas sobre eles. As bolhas de água cederam após o ataque, mas, surpreendentemente, as paredes não estavam incandescentes nem haviam ficado escurecidas.

Elliot não perdeu tempo. Aproveitou a pausa entre os ataques da criatura e deslizou por baixo dela, aplicando dois golpes nos calcanhares. Saltou imediatamente para a sua coluna e, em seguida, para os seus ombros. Com dois golpes pesados, separou dois dos braços menores. Bill fez surgir, por baixo de uma das patas da criatura, um pilar de pedra que retirou todo o equilíbrio do inimigo, permitindo que Elliot saltasse da criatura para a parede mais próxima. Mas antes de se afastar, arremessou uma bomba luminosa na cara do espírito, que rugiu de dor diante da luz intensa.

Doreán, aproveitando a abertura, desmembrou dois dos últimos braços da criatura. Sentiu-se puxado por um dos braços de água de Bell, e, com os dois fora da zona de perigo, Bill fez sinal ao irmão.

O braço de água de Bell dirigiu-se para o teto e, de lá, cuspiu todas as espadas que havia coletado em direção ao peito daquela monstruosidade. As espadas atravessaram o corpo e se fixaram na plataforma, prendendo a criatura ao chão.

Bill lançou dois enormes discos de vento para garantir que cortaria todas as correntes. Assim que a última corrente foi cortada, a plataforma cedeu ao peso da criatura e começou a se perder na vastidão sem fim do buraco. Mesmo depois de desaparecer, ainda se ouviam os gritos enfurecidos do espírito amaldiçoado.

Bill havia se agarrado a uma das correntes que ainda estava presa ao teto. Trei, rapidamente, criou várias barreiras, em forma de plataformas, para que Bill chegasse em segurança até eles, não fosse acontecer algo que o fizesse cair.

 - Antes de me repreenderes, tens de admitir que eu estive bem -  antecipou-se Bill, encarando Doreán.

-Tenho cara de ser o teu pai? Estiveste muito bem - elogiou Doreán, finalmente tirando Bill das plataformas de Trei - MAS O QUE TE DEU PARA POR ESSA IDEIA EM PRÁTICA!!!? - gritou, enquanto o abanava pelos ombros.

-"Eu já devia estar à espera -  queixou-se, antes de Bell lhe fazer um mata-leão.

- O que tens dentro dessa cabeça, afinal? O que o avô diria se tu morresses?- repreendeu Bell, enquanto Bill começava a ficar roxo.

-Provavelmente que estaria surpreendido por durar tanto tempo - respondeu, quase sem ar.

- Sinceramente, tu não medes os riscos. Quase viraste espetado umas dezenas de vezes - afirmou Bell, quando Trei os separou.

- Nem foram assim tantas - defendeu-se Bill.

- Ai não! - repreendeu Bell, apontando para a parede que estava se despedaçando - Juro-te, se me dás mais sustos desses, vais desejar ter ido com aquela coisa para o fundo desse buraco.

- Se fores agora, ainda vais a tempo de ter companhia durante a queda - assinalou Trei, muito casualmente, quase como se essa hipótese estivesse em aberto.

- É que nem penses. Passo bem sem ver aquela cara feiosa à minha frente durante o resto da vida - afirmou, soltando-se das mãos de Trei.

- Se quiseres, é só pedires - acrescentou, virando-se para Bell.

- Não te dês ao trabalho. Não tarda, ele já vai estar com os pés na cova... outra vez - acrescentou Bell, com um ar saturado.

- Quando me referi a não fazeres nada por ti, não queria dizer para te atirares de frente para a morte - disse Elliot, com seu tom implacável e sem expressão.

- E desde quando a tua opinião me importa?" respondeu no mesmo tom. "Eu não tenho nada a provar a nenhum de vocês.

- Sinceramente, um de vocês poderia estar no fundo daquele buraco e ainda continuam chateados? - reclamou Doreán, mais do que farto com a atitude dos dois.

- Desde quando é que tens moral para falar? Ficaste sem dirigir a palavra ao Don durante dois meses porque perdeste uma aposta com ele - interrompeu Trei, levantando uma sobrancelha.

-Mas tu consegues ser mais inconveniente?

- Queres mesmo que eu te responda a essa pergunta? Ou preferes que eu te prove aqui e agora? 

- O que eu estou a tentar dizer é que o que está dito, está dito. Agora é esquecer ou seguir em frente.

- Ou para baixo - acrescentou Trei, que teve todos os olhares virados para ele - Muito cedo? -  perguntou, quando viu os olhares de desagrado dos amigos.

- Podias ter esperado mais um pouco. — Respondeu Bell, entrando na brincadeira.

- Não o encorajes - avisou Doreán, com as veias do pescoço a latejar.

- A questão é: imaginem que um de vocês tivesse ido com aquela coisa. Não ficariam arrependidos ao saber que as últimas palavras que trocaram foram apenas insultos e provocações? 

- Vês algum de nós lá em baixo? — Elliot tinha lido os pensamentos de Bill.

-O que raio é que vocês têm na cabeça? Não vos dói nem um pouco o peito ao pensar numa coisa dessas?

- Ele pode ser meio burro e muito cabeça quente, mas se ele caísse lá em baixo, aposto que de alguma maneira ele se safaria - respondeu Bell, com os braços cruzados.

- Isso foi um insulto ou um elogio? — Questionou Bell.

- Ela pode ser uma psicopata anti-social e rabugenta, mas se ela caísse com aquela coisa, aposto que o monstro é que ia rastejar para fora de medo - retrucou Bill.

Trei e Bell trocaram um olhar, com os olhos cerrados.

- Sabem o que mais? Já que vocês não querem cooperar, eu sei de uma maneira de vocês se entenderem - Doreán conjurou um feitiço e uma corrente ligou-se aos braços de Bill e Elliot -  Agora só podem estar a um metro um do outro.

- Tu tens noção de que estamos num sítio inexplorado e perigoso, e que acabámos de lutar contra um espírito amaldiçoado? — Salientou Elliot.

- Por isso mesmo. Então é melhor despacharem-se a fazer as pazes.

- E se eu cortar a corrente? — Sugeriu Elliot, com a pistola na mão.

- Boa tentativa, mas se algum feitiço tocar nessas correntes, vocês dois levariam um choque eléctrico.

- Então a tua solução é dar-lhes choques até resolverem os problemas? — Resumiu Trei.

- Basicamente.

- Tu já não fizeste isso antes, com um mercador ou algo do tipo?

-Não vamos lembrar de acontecimentos passados," mudou de assunto rapidamente. "O que importa é que resulta.

- E se um deles tentar cortar as mãos? — Sugeriu Trei, preocupado.

Doreán perdeu o raciocínio ao ver Elliot a empunhar a sua espada, a fazer mira ao pulso de Bill.

- Calma aí! — Doreán tirou-lhe a espada das mãos. "Não precisam de encarar isto como o fim do mundo."

Bill e Elliot trocaram olhares de desgosto, viraram a cara e fizeram expressões de nojo.

- Pedra, papel ou tesoura? — Sugeriu Elliot.

- Alinho - respondeu Bell, perdendo de imediato ao colocar pedra e Elliot jogar tesoura.

- Só não comeces a chorar - avisou Elliot.

- Só tenta cortar o mínimo possível, mano. Consegues colar-me o pulso depois? — Perguntou Bell, que apenas levantou os polegares em sinal afirmativo.

- Ainda agora estavas a repreendê-lo por ele arriscar a vida...

- Vai que, com apenas uma mão, ele deixa de ser tão insensato.

Após o grupo terminar a brincadeira, Doreán assumiu a frente, preparado para qualquer ameaça. Acendeu um cigarro e caminhou despreocupadamente, como se nada tivesse acontecido. Já Trei estava visivelmente nervoso, olhando várias vezes por cima do ombro, esperando que um espírito amaldiçoado surgisse das paredes a qualquer momento.

Andavam em círculos. Os corredores pareciam intermináveis e, para não falar, completamente idênticos. Por vezes, encontravam uma sala diferenciada ou uma zona mais ampla e livre de corredores, mas nada disso lhes indicava se estavam no caminho certo.

- Doreán, estamos a andar há séculos. Não podemos descansar um bocado? — Pediu Bell.

- Só mais um pouco. Não estás a sentir esta brisa fresca? Devemos estar quase lá.

- Espera, como é que pode haver uma brisa numa masmorra? — Interrogou-se Bill.

- Estava mesmo a pensar nisso... — Doreán ficou com uma expressão séria no rosto e deslizou a mão até ao cabo da espada.

A brisa fresca a que Doreán se referia ficou subitamente mais forte, e ele teve de fincar os pés no chão para não ser arrastado. Percebeu que algo se aproximava e retirou a espada da bainha. Um mar de penas negras separou o grupo. Bell foi levado pela força do vento e acabou por chocar contra Trei, que, estático pela possibilidade de surgir um espírito amaldiçoado, parecia um autêntico pedregulho. O mar de penas desapareceu segundos depois, e Doreán voltou a guardar a espada, ainda com os olhos fixos no fim do túnel. Pela força do ataque, duvidava que fosse algo feito para os ferir. Podia ter servido de distração para algum inimigo se aproximar deles, camuflado pelo mar de penas. No entanto, não sentiu nenhuma presença além da deles.

- Mas afinal, o que se passa aqui? — Pensou em voz alta.

- Doreán!! — Chamou Trei, preocupado. "O Bill e a Elliot desapareceram!" — Informou numa voz chorosa.

Passaram-se alguns segundos até Doreán perceber o que ele queria dizer.

- Oh merda.

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