Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 27: Segredos da montanha

Se não fosse pelas inúmeras histórias de Trei que distraíam o grupo, Bell teria de se entreter a contar pedras até chegarem ao fim do desfiladeiro. Felizmente, o tempo passou mais rápido do que ele esperava e, pela primeira vez, conseguiram concluir uma parte da viagem sem serem surpreendidos por monstros sedentos de sangue, nobres presunçosos ou algum louco tentando raptá-los.

-Agora só falta atravessar o vale – afirmou Doreán, com pouco entusiasmo. Afinal, a partir daquele ponto, não havia mais vida vegetal nem animais, apenas montanhas e areia. – Agora, como atravessamos este deserto?

-Espera, estás a dizer que viemos até aqui sem saberes o que fazer depois disto? – perguntou Sirius, visivelmente surpreso.

-Eu achava que me ia lembrar de alguma coisa pelo caminho – respondeu Doreán, defendendo-se.

-Deixem estar, que eu tenho a solução – anunciou Bell, feliz por ter uma desculpa para se afastar dos outros. – O Runar pode adquirir qualquer forma, por isso basta que ele adote uma forma que seja capaz de proporcionar sombra para todos nós.

-Ou... – acrescentou Sirius, com um sorriso – podemos simplesmente usar um atalho para chegar mais depressa e sem o risco de morrer de desidratação.

- E que atalho atravessa todo o deserto até ao vale das montanhas? – questionou Elliot, com um olhar desconfiado.

-Este – Sirius abriu um portal, grande o suficiente para que todos passassem ao mesmo tempo.

- E essa coisa é segura? – Doreán encarou o portal com desconfiança.

- Se preferires, podes ir pelo deserto – disse Sirius, com um gesto convidativo.

E assim, um a um, o grupo passou para o outro lado do portal.

-Espera aí, se tinhas isto o tempo todo, por que só o usas agora? – perguntou Bill, desconfiado.

Sirius colocou uma mão no ombro de Bill e, com uma expressão sincera, respondeu:

-Cuidado com a cabeça – e empurrou-o para dentro do portal, seguido pelos outros.

-Já te disseram que os teus métodos para resolver os problemas são estranhos? – perguntou Bell, sorrindo enquanto atravessava o portal.

-Bastantes vezes, e muitas vezes coisas piores – respondeu Sirius, contente por pelo menos Bell ter percebido.

-Imagino que sim – disse Bell, ainda sorrindo.

Os irmãos não esconderam o seu entusiasmo ao verem uma enorme porta metálica embutida numa montanha. Apesar de coberta com pó, era possível ver os contornos de algo gravado na sua superfície. O tom acinzentado da porta parecia novo, como se tivesse sido pintada recentemente. Não havia marcas de ferrugem, amolgadelas ou qualquer sinal de desgaste – estava intocada e perfeitamente conservada. Bell pensou que "Vale das Montanhas" seria um nome um pouco exagerado para o lugar. As formações rochosas tinham de fato um tamanho gigantesco, mas ele considerava-as mais pilares de pedra do que montanhas propriamente ditas.

-Quem deu o nome a este lugar? – perguntou Bell.

-Eu sei o que estás a pensar – disse Sirius, antecipando a pergunta. – Mas antes que continues, deixa-me explicar. Esta é a região central do Vale das Montanhas. Se subires a algum destes pilares, verás que a origem do nome é bastante óbvia.

Bell sentiu-se desafiado e decidiu confirmar por si próprio se havia algo mais naquele lugar além dos pilares de pedra. Enquanto os outros estavam concentrados em descobrir como abrir a porta, Bell contornou discretamente um dos pilares e fez nascer uma árvore. O caule da árvore logo se enrolou à volta da base do pilar, subindo à medida que a planta se erguia do solo. Bell sentou-se num dos galhos, observando o vale de uma nova perspectiva. Quanto mais subia, mais percebia a vastidão daquele lugar e o tamanho crescente dos pilares de pedra.

Quando chegou a uma altura considerável, Bell notou que havia encostas rochosas maiores do que o pilar onde estava. Subiu um pouco mais e percebeu que essas encostas eram menores do que as que se seguiam. A árvore parou de crescer quando chegou ao topo do pilar de pedra. Bell, ainda sentado no galho, olhou à sua volta, mas por alguma razão sentiu-se desconfortável. Era como se estivesse a olhar para uma palavra e não conseguisse lê-la. Tentou decifrar o que lhe causava aquele incômodo, mas, por mais que olhasse, só via rochas. A sensação persistia, mas ele não conseguia entender o motivo.

Depois de algum tempo, Bell desistiu de tentar descobrir o que o estava incomodando. Se ficasse ali muito tempo, o grupo perceberia que ele tinha se afastado. Usando um feitiço, fez a árvore voltar à sua origem e desaparecer. Ao descer um pouco, notou algo estranho na superfície do pilar. Quando desceu mais um pouco, conjurou outro feitiço para a árvore parar de crescer. A árvore havia deixado marcas na pedra, e Bell ficou curioso. Fez com que os galhos desgastassem mais a superfície do pilar. Para sua surpresa, a pedra parecia muito mais frágil do que ele imaginava. Ao passar a mão pela superfície, percebeu que não estava a tocar em pedra, mas sim em terra seca. Um dos galhos tocou uma área mais dura do que a terra, e, ao escavar, Bell descobriu que o pilar inteiro era composto por aquele material, coberto por uma camada espessa de terra, provavelmente transportada pelo vento.

Desceu rapidamente até ao chão e, para sua surpresa, o grupo ainda estava do lado de fora da porta, procurando nas paredes e no chão algo que pudesse abrir a entrada.

-Não abre? – perguntou Bell.

-Normalmente, para este tipo de situações, há sempre uma alavanca ou um sítio onde precisamos de carregar ou pisar. Não deve ser muito diferente – explicou Doreán.

-Já tentaram ver se está aberta? – perguntou Bell, com uma ponta de ironia.

-Apesar de ser improvável, o Trei já verificou – respondeu Elliot.

-Eu? Pensava que era a Elliot que tinha tentado – disse Trei, confuso.

-Eu nem sequer toquei na porta – respondeu Elliot.

Bill aproximou-se da porta e tentou empurrá-la, mas nada aconteceu.

-Era óbvio que uma masmorra ia estar aberta – disse Elliot, revirando os olhos.

Bill afastou-se da porta e chamou Crainer. O resto do grupo deu um passo atrás quando Crainer apontou os canhões para a porta. Ouviu-se um som eletrizante, seguido por uma enorme quantidade de projéteis disparados contra a porta. Cada projétil causava explosões de um tom verde que levantava a terra ao redor da porta. O mesmo piso negro que Bell havia encontrado na torre de pedra.

-E se tentarmos juntos? – sugeriu Stella, saindo de trás de Sirius

-O que é que estás a fazer aí? – perguntou Bill, surpreso.

-Não é da tua conta, pirralho – respondeu Stella.

-O familiar é meu, claro que é da minha conta, sua velhaca inútil – retrucou Bill.

-Inútil? – repetiu Stella, estalando os dedos. – Crainer, acompanhas-me?

Uma gota de suor escorreu pela nuca de Crainer. Antes que os canhões estivessem prontos para disparar novamente, ouviu-se um som metálico a perfurar a terra.

Crainer olhou para Bill com um olhar preocupado, pedindo-lhe que se escondesse. Mas Bill, curioso, ignorou o conselho. Foi então que uma chuva absurda de flechas apareceu sobre as suas cabeças, e Crainer, pela primeira vez, mostrou projéteis ocultos nos seus antebraços, além de outros canhões acoplados nas costas.

Em um instante, Bill criou uma trincheira para onde todos saltaram, mal o som de uma nova melodia de explosões cortasse o ar, fazendo pedras voarem sobre eles. Bill estava arrepiado com o poder dos familiares e olhou para Bell, preocupado. Bell, com a mesma expressão, retribuiu-lhe o olhar.

— Ainda está de pé! — apontou Elliot, assim que o festival de explosões terminou.

— Se vais contra uma parede... — começou Bill.

— ... Faz um buraco — completou Bell, sem perceber o que passava pela cabeça do irmão.

Sirius deu alguns passos em direção à porta, mas Bill fez-lhe um sinal para que parasse. Tentou ignorar as palavras de Elliot, mas, na verdade, sentia-se pressionado a provar a todos que conseguia fazer as coisas sozinho.

Crainer desapareceu e Bill pediu a Sirius que se retirasse por enquanto. Respirou fundo antes de começar a sussurrar um feitiço com extrema rapidez. No céu, nuvens de trovoada começaram a formar-se, ficando maiores e mais escuras à medida que ele avançava com o feitiço. Ouviu-se o ribombar de um trovão, seguido de outros tantos. Bill estava quase sem fôlego quando um raio caiu perto da porta, mas não a atingiu. Frustrado por falhar novamente, ele lançou mais dois trovões, mas ambos erraram o alvo. Um último raio caiu, mas desapareceu antes mesmo de tocar no chão.

Bill parou para respirar. Naquela breve pausa, as nuvens dissiparam-se por completo.

— E, para surpresa de todos, a porta ainda está de pé — narrou Doreán, nada impressionado, como se tentasse provocar Bill.

Bill voltou a proferir o feitiço, mas não fez cair nenhum raio até quase ficar sem energia. Ele sabia que precisava de mais força e não queria falhar novamente. Quando finalmente, um clarão de luz desceu das nuvens em direção a Bill, ele, com as manoplas, redirecionou-a para a porta. Não houve explosão nem som de impacto. O relâmpago foi absorvido pela porta e pelo chão, e os pilares de pedra, bem como a porta, começaram a brilhar com uma luz violeta.

Bill, com o cabelo em pé, estava deitado no chão. Perdera a consciência por breves instantes, mas logo se sentiu aliviado ao perceber que a porta estava parcialmente aberta.

— Eu não sei o que fizeste, mas bom trabalho — elogiou Doreán, com um sorriso.

— Obrigado, mas nem eu sei o que aconteceu — respondeu Bill, esforçando-se para ajeitar o cabelo.

— Se tivesse algum neurónio aí dentro, tinhas acabado de o fritar — brincou o irmão.

— Mas funcionou, não funcionou? — retrucou Bill, com um sorriso irónico.

Bell, sem dizer nada, apenas desviou o olhar e sorriu.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro