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Capítulo 20 - O renascer da máscara

Sirius mal podia acreditar no que via. O monstro que eles haviam derrotado, o ser que eles tinham enfrentado e quase destruído, estava de volta à vida, como se nada tivesse acontecido. A cena diante dos seus olhos era uma visão horrível, um pesadelo que parecia ter-se tornado realidade. Ele sentiu o chão tremer sob os seus pés enquanto observava, paralisado, o inimigo devorar o último dos seus amigos e companheiros com uma ferocidade insaciável.

Era como se o destino, de alguma forma cruel, estivesse a brincar com eles, transformando cada vitória em derrota, cada esperança em desesperança. Como se tudo o que haviam feito, todas as lutas e sacrifícios, tivessem sido em vão. O monstro, agora mais forte do que nunca, parecia uma força da natureza, uma tempestade de destruição, imune à dor, ao cansaço, à morte.

Golias, o ser que já tinham dado como morto, estava ali, mais imponente do que nunca, com os olhos queimando com uma ira fria e sobrenatural. A cada movimento, o seu corpo parecia regenerar-se, a carne sendo reposta como se tivesse sido criada para esse único propósito – destruir tudo e todos à sua volta.

Sirius sentiu uma onda de impotência tomar conta dele. Já não havia forças para lutar, nem planos para executar. O que restava era apenas o vazio de uma batalha perdida. Sentia o peso do fracasso, como uma cadeia invisível, apertando-o cada vez mais. O fim estava diante dele, e ele sabia, no fundo, que o inimigo final da sua jornada não era só o monstro que tinha em frente, mas o próprio destino que os havia levado até ali. E, talvez, já não houvesse como escapar.

O último grito de um companheiro ecoou, mas não houve tempo para mais nada. Sirius, com a dor da perda a esmagar-lhe o peito, percebeu que aquela batalha talvez fosse mais do que uma simples luta pela sobrevivência. Era uma luta pela própria alma, pela capacidade de resistir quando tudo o que restava era escuridão.

Ele sabia que não podia mais lutar sozinho. E o pior de tudo... é que nem ele sabia se valia a pena lutar.

-Impossível... – sussurrou para si, quando aquele novo ser lhe dirigiu o olhar, antes de voltar à sua refeição. – TU VAS TE CINZAS!!!! – Gritou, acreditando que estava a alucinar. – TU FOSTE MORTO POR UM DEUS!!!

Em poucos minutos, o corpo de Grids foi totalmente devorado e, apesar de não estar nem perto da sua forma original, Golias continuava esfomeado.

-Sabes, eu tive um amigo... – Começou Golias, a chupar os dedos. – Que guardava muitos segredos e não confiava em quase ninguém. Um dia, eu e ele fomos atacados e, para me salvar, ele usou o seu corpo como um escudo e disse para eu fugir.

-Afasta-te de mim, sua monstruosidade! – Ameaçou Sirius, tentando chamar as suas sombras.

-Obrigado pelo elogio. – Agradeceu. – E sabes, nesse dia eu podia jurar que um feitiço tinha-lhe perfurado o coração. Qual foi a minha surpresa quando o vi, no dia seguinte, de boa saúde? – Exclamou, ao mesmo tempo que se lembrava do que acontecera depois disso. – Depois de uma longa conversa, eu consegui arrancar-lhe um dos seus segredos mais íntimos. – Comentou, muito orgulhoso.

-Isto não é possível! – Argumentou Sirius para si próprio.

- Mas é! Sabes, a família dele desenvolveu uma magia muito útil, mas apreciada por poucos. Sabes, no possível caso de ele absorver magia de alguém, ele poderia, após o seu corpo ser destruído, reencarnar no corpo da última pessoa que tivera um pouco que fosse da sua magia consumida por ele. Não é difícil de adivinhar o que aconteceu a seguir.

-És um psicopata doentio! – Acusou Sirius, tentando soar o mais confiante que podia.

-Tantos elogios num único dia, assim até fico com vontade de não te matar. – Brincou Golias, enquanto se dirigia para o outro cadáver, afastando Sirius com um pontapé e atirando-se, de dentes arreganhados, para ambos os cadáveres.

Não ficou do mesmo tamanho de antes, mas, ao consumir os dois cadáveres, recuperou um pouco do seu tamanho original. Antes, Golias parecia um monstro quando arreganhou os dentes e comia as suas presas de uma só vez, mas agora era tudo muito pior. Sirius desviou o olhar, mas era-lhe impossível não ouvir o som dos dentes de Golias a triturar a carne dos seus antigos aliados. Sentia-se patético, completamente impotente perante Golias. Se tivesse alguma força restante, seria-lhe fácil acabar com a vida daquela monstruosidade.

-Porque...? – Sussurrou para si, contorcendo-se de dor.

Ainda não percebeste? – Começou Golias. – A minha moca amaldiçoa todos aqueles que colocarem as suas mãos nela, sem ser eu. A tua magia foi toda selada e, não tarde, vais perder o controlo dos teus braços.

- Então é por isso...

-É um instrumento bem útil. – Disse, limpando a boca. – Claro que esta fome foi um problema no início, até me aperceber que a carne humana tem um sabor muito melhor que o resto.

-Não passas de um monte de merda! – Gritou Sirius, horrorizado.

-Sabes, eu planeava devorar-te, mas para tua sorte eu já comi um usuário de sombras e digo-te, quase que vomitei ao comê-lo. Vocês parecem bons por fora, mas estão podres por dentro. – Levantou Draven pelo pescoço. – O que queres dizer com "planeava"?

-Sabes, eu vou deixar-te viver. Essa maldição vai acompanhar-te pela eternidade, mas para não dizeres que eu sou cruel, – a moca de Golias voou na sua direção. – Vou devolver-te os últimos sentimentos dos teus amigos, o que vai amplificar ainda mais a dor que irás sentir. – Completou, com uma voz inocente.

Uma luz estranha emergiu de dentro da moca de Golias e deu várias voltas no ar. Uma corrente de fumo verde pairava sobre Golias, antes de se precipitar sobre Sirius. Uma das pontas da corrente envolveu os pulsos de Sirius, enquanto a outra atravessou o seu peito e emaranhou-se à volta do seu coração.

Atirou-o contra a parede mais próxima. O peso do corpo de Sirius foi o suficiente para a derrubar.

Coberto de tijolos, pó e pedaços de madeira infestados com o cheiro da morte, fechou os olhos, esperando que fosse a última vez que o fizesse. Ainda ouviu alguns gritos e uivos de vitória antes de fechar os olhos por completo.

A cidade foi completamente destruída e queimada, porém ainda havia vários cadáveres espalhados pela cidade, empalhados em lanças ou estacas de madeira, muitos deles carbonizados. A chuva veio dar o toque final àquele cemitério, onde uma última alma viva fez um esforço desumano para se desenterrar do monte de destroços que o cobria. Coberto de cinzas e de queimaduras dolorosas, tal era a dor interna, tão dolorosa como a externa, que nem sentia a terrível maldição de Golias. 

Ao dar dois passos, depois de se libertar dos destroços, voltou a cair, com as mãos apoiadas na terra e a chuva a atiçar ainda mais as suas queimaduras. Viu, pelo reflexo nas poças de água, o quão desfigurado havia ficado. O seu rosto estava para lá de irreconhecível. As suas expressões haviam derretido aos poucos enquanto estava inconsciente. Voltou a levantar-se e começou a caminhar, lembrando-se das pessoas simpáticas que por ali habitavam, os belos lugares que se esforçaram para embelezar. Tudo havia sido queimado e destruído, sem misericórdia.

-OUVE-ME BEM!!! – Gritou aos céus. – Tu, que nunca te deixas ver, tu, que das sombras tudo controlas, tu, que és feito de aço preto e das lágrimas daqueles que caíram aos teus pés, tu, que mudas o caminho de cada um a seu belo prazer e que, da fraqueza, floresces.

Enquanto berrava aos céus, uma mancha preta surgiu por baixo de si, e, enquanto proferia palavras furiosas, várias mãos negras saíam daquela mancha e agarravam com força o seu corpo, puxando-o e afundando-o naquela mancha preta, muito lentamente.

-Ouve-me, tu que te alimentas do ódio e bebes tristeza, eu sei que me ouves e sei que te ris, mas dá a esta alma infeliz um meio para fechar esta cicatriz. – Nesse momento, o corpo de Sirius foi submerso numa lentidão dolorosa naquela poça preta, que aos poucos se começava a fechar.

Bill analisava a cena perplexo, mas Sirius pedia-lhe silêncio, pois a memória ainda não tinha acabado.

Sirius emergiu mais uma vez da poça escura, coberto com algo que soltava gritos dolorosos, enquanto ele tentava escapar.

Antes de ir, quero que me dês algo para tapar este rosto que nunca mais poderei mostrar. Os meus olhos não podem mais chorar e eu não posso mais sorrir. Dá-me algo para que destas emoções me possa despir, e que apenas o manto da vingança me possas cobrir. – Sirius foi puxado mais uma vez para dentro da poça preta por dois braços esqueléticos e compridos.

Os braços pretos amarraram-no, enquanto outros braços emergiram da mesma poça com uma máscara branca, sem nenhuma expressão desenhada.

Baixaram-na lentamente sobre o seu rosto. Depois de ter perdido tanto e de ter sentido tanta dor, não esperava sentir algo tão intenso novamente. A máscara queimava mais que qualquer chama, e à medida que foi posta sobre a sua face, foi-se assemelhando à mesma.

Os seus gritos começaram por ser sufocados pela máscara, mas depois voltaram, mais fortes do que nunca, quando a máscara roubou as suas expressões.
Primeiro surgiram os lábios, tão finos como uma linha desenhada a lápis, depois duas pequenas crateras a substituir os olhos. 

O seu novo rosto não tinha mais nada, apenas essas características, e ele gostava. Sorria à chuva com o ar mais satisfeito de todos, enquanto o seu corpo, agora deitado naquele líquido obscurecido, se deixava afundar ainda mais. Esticou um dos braços para fora da poça, em direção ao céu, enquanto sentia na sua consciência o medo, o terror, o pânico, a ira e o ódio de cada um dos seus companheiros.
A memória desapareceu com um estalar de dedos e eles voltaram à antiga versão da cidade, onde a cidade permanecia viva e as pessoas ainda gozavam da sua felicidade momentânea.

— Espera, se esta cidade está próxima da do Golias, porque não foste lá e o mataste?

— Eu abdiquei da minha humanidade e transformei-me num familiar, e sendo um familiar, sou sujeito às mesmas regras que todos os familiares estão sujeitos.

— E o que aconteceu? - questionou Bill tocado pela história de Sirius.

— Passei vários anos a flutuar no vazio até que um humano fez um contrato comigo. Eu pensei que, caso ele morresse, eu poderia virar um caído e seguir com o meu objetivo, mas por mais que eu tentasse, ele era tão rijo e determinado que eu duvidei que fosse mesmo um humano - relembrou com nostalgia exibindo um pequeno sorriso ao mesmo tempo que as lembranças de um tempo  longínquo vieram a cabeça.

— Parece que não foste capaz de provocar a sua morte — opinou Bill.

— É verdade, e ainda bem que não o fiz. Assim como eu, ele também tinha um objetivo, algo pelo qual ele daria mais do que a vida, se fosse preciso, mas, ao contrário de mim, optou por fazer tudo através das suas próprias forças — expressou, orgulhoso.

— Pela forma como falas, ele parece ser incrível — disse Bill, interessado.

— Sim, e eu recusei-me a usá-lo para cumprir a minha vingança. Ele apenas queria juntar todas as espécies e formar uma única nação, sem lutas, sem guerras, intrigas ou discriminação.

— Suponho que, como comigo, é diferente, e eu te possa ajudar com os teus assuntos inacabados — disse Bill, estalando os dedos. — Eu odeio esse tipo de gente e fico mais do que contente em ajudar-te a matar o bastardo do Golias da forma mais dolorosa possível.

— Obrigado... sabes, ele chegou muito longe, e eu pensei por algum tempo que ele pudesse, de facto, realizar o seu sonho, mas a vida nunca deixa os bons triunfarem.

— Ele morreu?

— Foi horrível — comentou com nojo. — Eu fiquei preso por séculos, sozinho, até que aquela alma se ligou a mim. Mas quando ele mais precisava, não o pude ajudar. Eu servia mais como estrategista e conselheiro, enquanto estive ao seu lado, subestimei o uso da magia e dediquei-me apenas ao meu intelecto.

— Deve ter sido duro.

— E foi, e por fim, depois de quatrocentos anos, encontrei-me com um novo amo, alguém a quem eu pudesse servir — continuou, voltando ao seu tom cordial.

— Só para ter a certeza... sou eu, certo?

— Sim, mestre...

— Ok, então, primeira regra: esquece essa coisa de mestre, somos companheiros, não dono e subordinado, isso é o que os nobres como o Golias e o Hargilbalt fazem. A partir de hoje, ajudamo-nos mutuamente — e Bill estendeu-lhe a mão. — Concordas?

— Acho que é um acordo justo — disse Sirius, apertando a mão de Bill. — Sabes que eu vou precisar de usar o teu corpo para isto e, claro, a tua magia.

— Espera, o quê?

— Eu passei quatrocentos anos a usar magia e aperfeiçoá-la, mas para fazer o que preciso, necessito de um corpo humano.

— Porquê? - perguntou com receio do rumo da conversa.

— No meu tempo de encarceramento, desenvolvi a magia perfeita para o Golias, mas, infelizmente, descobri que, ao contrário deste mundo, eu não posso realizá-la no mundo externo. Não com estas mãos.

— Mas utilizaste magia quando fomos resgatar o meu irmão.

— Eu usei e, passados quatrocentos anos, eu voltei a usar magia, sim, mas apenas porque estava ligado ao teu corpo. Eu usei a tua energia para consolidar a minha magia.

— E vai ser sempre assim? — questionou, receoso.

— Segundo a minha teoria, ao destruir a moca do Golias, eu vou voltar a poder usar magia. Afinal, ela amaldiçoa-me eternamente, mas apenas enquanto a moca dele existir.

— Quero fazer um contrato — afirmou Bill.

— Peço desculpa se te passei a imagem errada.

— Não interessa, quero um contrato de que, assim que obtivermos aquilo que queres, eu possa ter novamente o meu corpo.

— As minhas sinceras desculpas por não ser digno da tua confiança — disse, quando na sua mão apareceu um papiro com os termos do contrato.

— Não te enganes, ninguém, na sua perfeita consciência, faria este tipo de coisas sem ter uma garantia depois — respondeu, lendo o contrato e assinando com a caneta que Sirius lhe emprestou. Depois de assinado, o papiro desapareceu em chamas.

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