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Capítulo 15: O Corpo no Abismo

Bill acordou com uma forte dor de cabeça. Estava na estalagem no seu quarto, deitado na cama, nu. Demorou um pouco a lembrar-se do que tinha acontecido. Levantou-se de repente quando se lembrou de Bell. 

Alguém lhe tinha deixado uma muda de roupa limpa em cima da cama com um bilhete escrito "veste".

Saiu do quarto a correr, saltando as escadas até chegar ao hall de entrada, ignorando os outros hóspedes. Correu em direção à porta e, qual a sua surpresa, ao deparar-se com Elliot e Don que iam a entrar ao mesmo tempo que ele ia a sair.

— Quanto tempo estive a dormir? — Perguntou preocupado.

— O suficiente para que a manopla te reconhecesse como dono dela — Respondeu Don calmamente, saltando varias das perguntas de Bill.

— Isso significa que vou poder ir ter com o Bell?

— Sim, claro... mas precisas saber onde ele está antes de usares as manoplas.

— Não é melhor parar antes de chegar à prisão? Do lado de fora vai ser mais fácil analisar a estrutura e encontrar o melhor sítio por onde entrar e sair — Indicou Elliot.

— Por mim até me serve entrar pela porta da frente — Opinou Bill com pressa.

— E os guardas? — Lembrou Elliot entrando no hall e escolhendo uma mesa para se sentar.

— Espero que venham. Com um pouco de persuasão dizem-nos onde está o Bell e poupam-nos trabalho.

— E os familiares à volta da prisão? - lembrou como se Bill estivesse a esquecer do resto da segurança.

— O Crainer já se anda a queixar que não tem feito muito exercício ultimamente, vou deixar que ele se divirta - respondeu sem pensar muito.

— São muitos familiares — Sublinhou Don, fazendo uma conta rápida de cabeça.

— Quantidade não supera qualidade, muito menos quando se trata do Crainer - familiar ouviu o elogio do seu mestre, deixando o alegre o suficiente para fazer a sua cauda mover de um lado para o outro.

— Deixamos o Crainer ir na frente e o Trei abre caminho até ao interior da prisão — Planeou Elliot.

— O Trei?! — Bill foi de imediato sufocado ao referir o nome de Trei, mas, como já sabia que era inútil, não tentou resistir.

— Bom dia — Cumprimentou Trei, pousando o corpo de Bill novamente no chão.

— Então como estás, Trei?

— Trei preocupado. Bill ressonar alto. Bill parecer sufocar - comentou com a sua voz tonta.

— Por falar nisso, como é que foi parar ao meu quarto? - questionou Bill.

— Queres explicar? — Perguntou Don virando-se para Elliot, que parecia querer passar despercebida.

— Eram bastantes mercenários e muitos familiares. Contudo, a maioria fugiu quando o Crainer apareceu e não foi muito difícil derrotar os restantes, mas, como tu não me querias ouvir, preferindo seguir os que escaparam, não tive outra opção senão mandar o Trei prender-te. Agora, não estava à espera que ele se atirasse para cima de ti.

— Tu não olhas a meio, pois não? — Perguntou Bill sem saber o que pensar. — Espera, quem é que me despiu?

O olhar de Don voltou a cair sobre Elliot, que rapidamente virou a cara.

— Porquê? — Perguntou desconfiado.

— Estava toda suja, amarrotada e rasgada em praticamente todos os lados — Defendeu-se rapidamente. — Tinhas manchas de sangue e começava a cheirar a podre ao fim do dia.

— Quando eu a vesti não estava assim — Disse, com um tom presunçoso.

— És completamente desastrado. Nem viste em que estado ficou a tua roupa depois daquela confusão.

Ficaram em silêncio durante alguns segundos.

— Tu viste? — Soou mais como uma acusação do que ele queria, mas o resultado foi o mesmo.

— Claro que não. Por quem me tomas? — Gritou, escandalizada, com o rosto vermelho.

— Ela demorou duas horas até te tirar a primeira peça de roupa — Comentou Don com um sorriso.

— Don!!!! 

— O que foi? Pelo que o Trei me contou, já é a segunda vez que cuidas dele.

— Mas isso não quer dizer nada!— Defendeu-se.

— Elliot, todas as crianças crescem, e por mais que tentes parecer fria por fora, lembra-te que está uma mulher aí dentro.

— Mas vamos falar do Bell ou de mim? — Elliot estava mais vermelho do que nunca, mas Bill até achava que a cor caía bem com o tom azulado do cabelo de Elliot.

Elliot não demorou a montar um plano, com tempo o suficiente enquanto Bill estivera inconsciente. Bill aceitou o plano. Na verdade, a única coisa que ele queria era despachar aquilo e ir o mais depressa possível ao encontro do irmão. Don desenhou um círculo de teleporte no chão para ajudar Bill, uma vez que seria a primeira vez que iria tentar realizar uma magia daquele tipo. Contudo, Don acreditava que a sua vontade de ir ter com o irmão facilitaria nesta primeira vez.

Dentro do círculo estavam Elliot, Trei e Bill, que ouviam atentamente as instruções de Don. Mas, com receio que a sua determinação fosse abalada, não contou a Bill que, se por algum motivo se desconcentrasse, poderia muito bem teleportar apenas uma parte do corpo. Bill respirou fundo algumas vezes antes de invocar as manoplas. Estas vieram em seu auxílio, substituindo-lhe os braços e com a magia elétrica a pulsar dentro de si.

— Boa sorte — Desejou Don.

Elliot e Trei agradeceram. Já Bill só pensava em encontrar o irmão. O feitiço era simples, só precisava de estar completamente focado em algo, e naquele momento só lhe ia uma coisa na alma. Fechou os olhos e recitou o feitiço. 

Sentiu-se muito leve, como uma pena, e muito enjoado logo a seguir, em um instante o chão por baixo dos seus pés desapareceu

Vomitou logo depois de sentir um breve alívio e agradeceu por estar em cima de uma árvore. Se não estivesse ali, poderia muito bem ter aterrado sobre a última coisa que comera. Elliot não estava muito longe, também estava em cima de uma árvore. Só Trei é que tinha aterrado em solo firme, ou mais concretamente, em cima de um guarda que fazia a patrulha.

— Um pouco ao lado, não achas? — Disse Elliot, meio divertida com a situação.

— Estás inteira, não estás? — Respondeu, lutando contra o impulso de vomitar novamente.

— Bem, acho que está tudo no lugar. Trei, apanha-me — Pediu antes de saltar da árvore.

— Tem cuidado. Perigo saltar sítio alto — Avisou Trei preocupado.

— Bill, é a tua vez — Chamou Elliot.

Ainda estava meio atordoado e o melhor que pôde fazer foi rebolar para fora dos ramos e cair ao chão, neste caso, em cima de um arbusto que lhe aparou a queda. Não se magoou, apenas ficou com alguns arranhões devido aos ramos que o apanharam na descida.

— Para que lado fica a prisão? — Perguntou, ainda maldisposto.

Elliot limitou-se a apontar para a enorme montanha que se via acima das árvores. Era quase como um muro gigante, onde a única passagem era um estreito cabo que não inspirava muita confiança.

— Suponho que aqui é o recreio onde o Valak deixa os seus cães de guarda para lidarem com os intrusos?

— Se bem que os farejadores dele são um pouco diferentes — Avisou Elliot, dirigindo-se a Bill já com a mão estendida.

— O quão diferentes? — Perguntou Bill receoso, ao mesmo tempo que aceitava a ajuda de Elliot.

Algo saltou por cima das árvores e aterrou poucos metros à frente deles. Era um farejador, como Elliot havia dito, mas muito maior, com músculos mais desenvolvidos e uma leve camada de pelo castanho. Os olhos também mudaram, agora de um verde claro, mas o que mais separava os farejadores daquilo que estava à sua frente era a cabeça a mais. Agora Bill teria de se preocupar com duas cabeças, duas enormes bocas cheias de dentes afiados, com o dobro dos olhos. Os ângulos cegos haviam desaparecido quase por completo, o que colocava o grupo numa situação complicada.

— Estás-me a dizer que isto é um farejador? - perguntou abismado

— Tecnicamente, são considerados caçadores — Respondeu Elliot, despreocupado, quando a criatura partiu para o ataque em sua direção.

Não andou muito até bater contra algo invisível. Uma das barreiras de Trei impedia o caçador de se aproximar deles. Cada vez que era atacada, uma luz verde estendia-se por toda a superfície da barreira, sem sinal de fraquejo.

— Cheira muito mal — Reclamou Trei, tapando o nariz.

— Temos um pouco de pressa, então acho que podes deixá-lo aí — Permitiu Elliot.

Sem demora, Trei agiu, e com alguns gestos, a barreira começou a deformar-se rapidamente, até cercar o caçador com três paredes em forma de cone. Com mais alguns movimentos, as paredes aumentaram de tamanho até se juntarem, prendendo o caçador numa espécie de pirâmide verde. Com um último gesto, a pirâmide contraiu-se, confinando o caçador num espaço apertado e sem escapatória.

-É uma espécie de... cela?

- De certa maneira, a especialidade do Trei são as barreiras. O que ele faz com elas só é limitado pela sua imaginação. Para ele, não existe nada mais simples do que manipular e criar barreiras - informou Elliot quase orgulhosa de Trei

- Então, ele é tipo um escudo andante? – Sugeriu Bill.

- Não usaria essas palavras, mas é esse o conceito – Concordou Elliot.

Mais um caçador apareceu, desta vez por detrás deles, um ataque surpresa que Trei foi capaz de impedir com uma barreira aérea, desta vez com a forma de uma cúpula. No entanto, Trei já tinha ambas as mãos ocupadas quando apareceu o terceiro caçador, que corria na sua direção.

Elliot pretendia estourar a cabeça do caçador enquanto ele estivesse no ar; porém, Crainer interceptou-o primeiro. Vindo do nada, como sempre, Crainer apanhou o caçador durante o salto e apunhalou um dos pescoços dele com os seus dentes. A trajetória do caçador mudou, e acabaram por cair no meio das árvores, numa luta onde só se ouviam ruídos e se viam duas formas difusas e por fim o corpo do caçador voou para fora das arvores quase separado em dois, ligado por apenas alguns pedaços de carne. 

Quando o familiar de Bill terminou o que tinha a fazer, encaminhou-se para Bill, com sangue a escorrer das garras e algumas gotas a pingar do seu focinho.

-Como eu te adoro – Agradeceu Crainer, com uma enorme lambida em Bill, deixando-o todo besuntado.

-Diverte-te e aproveita o máximo que conseguires – Desejou Bill, sacudindo as mãos e tentando se livrar de alguma saliva.

Era visível que Crainer estava mais do que feliz. A sua cauda abanava tanto que levantava pequenas nuvens de pó. Se Bill olhasse com atenção e esquecesse que o seu familiar podia ser um assassino implacável, Crainer até se assemelhava bastante a um animal de estimação. Quase inconscientemente, Bill começou a fazer festas a Crainer, algo que o familiar pareceu gostar.

-O que foi? – Atirou Bill, ao ver que Elliot e Trei estranharam o seu comportamento. – Já não posso fazer festas ao meu familiar?

- Bill, estranho, assustar Trei.

- Isso nem sequer faz sentido! – Confrontou-o Elliot.

- Sabes... – Começou Elliot. – És mais do tipo de bater primeiro, gritar depois, e, para te ser sincera, nunca te vi a fazer festas ao Crainer – Explicou Elliot, também pouco confortável com a situação.

-Estou a ver. Bem, mostra aos bichinhos do Valak com quem se estão a meter – Encorajou Bill, voltando-se para Crainer, antes deste desaparecer no mato. – E agora, o meu irmão?

- É melhor começarmos a correr. O Crainer não conseguirá chamar a atenção de todos – No mesmo instante, irrompeu uma sucessão de explosões do outro lado da floresta, e o grito vitorioso de Crainer, seguido de vários uivos por toda a floresta.

- Dizias? – Comentou Bill.

- Já que é teu familiar, já devia estar à espera – Respondeu-lhe Elliot.

- O que queres dizer com isso? – Antes que os dois começassem a discutir, Trei pegou em ambos e, correndo mais rápido do que se poderia prever, dirigiu-se à fenda que os levaria à prisão de Valak.


*



Graças à distração de Crainer e à velocidade de Trei, o grupo chegou à fenda mais rápido do que o esperado, quase sem problemas. 

A fenda, na verdade, era um desfiladeiro que separava duas montanhas. Parecia que, em algum momento, tinha conduzido um rio, antes de se transformar num precipício seco, agora a desmoronar-se aos poucos. 

À medida que prosseguiam pelo desfiladeiro, tornaram-se mais frequentes os pequenos sulcos na terra, como se alguém tivesse cavado por ali recentemente. Bill ainda estava com as manoplas equipadas e sentia-se mais seguro com elas. A ideia de ser surpreendido enquanto estava desarmado não lhe agradava, mas o peso das manoplas era extenuante e cansava-lhe os braços. Não seria muito útil encontrar Valak e resgatar o irmão se estivesse sem forças. 

Bill fez as manoplas desaparecerem e alongou um pouco os braços. A armadura leve era-lhe realmente útil; sentia como se não estivesse a usar nada, o tecido proporcionava-lhe uma boa mobilidade, deixando as partes mais vulneráveis do corpo bem protegidas. No entanto, não podia dar-se ao luxo de baixar a guarda.

Elliot, que seguia à frente, fez sinal para que parassem e colocou as mãos no chão, como se tentasse sentir algo.


— Cuidado! — gritou antes de uma espécie de cauda emergir do solo, acompanhada por um par de pinças gigantes. — Escorpião blindado, cuidado com a cauda e as pinças. Se uma delas vos apanhar, estão mortos — avisou Elliot.

O grupo recuou imediatamente e, não tendo apanhado nada, o escorpião gigante submergiu na terra. Tinha um corpo reluzente e extremamente branco, que chegava a refletir a luz. As suas pinças possuíam uma serrilha na parte interior, o que provavelmente as faria fatiar qualquer um que ficasse ao seu alcance. No entanto, o seu maior perigo era a cauda, que serpenteava pelo ar com movimentos rápidos, além das investidas que esburacavam o solo. Com o corpo alongado, mandíbulas mortais, pinças e cauda afiada, era apenas uma questão de tempo até alguém cometer um deslize fatal.

Trei concentrava-se em defender contra o ferrão do escorpião, criando sempre uma ou duas barreiras à sua volta, bloqueando os ataques mais perigosos e protegendo os flancos de Bill e Elliot com outras duas barreiras. Os ataques à distância de Elliot não estavam a funcionar. A carapaça do escorpião era muito espessa e os seus tiros mal faziam cócegas. 

Quanto a Bill, o poder de fogo não era problema, mas num espaço tão estreito, os vários pares de patas proporcionaram ao escorpião uma vantagem considerável. Ele trepava pelas paredes, saltava de um lado para o outro, às vezes usava o próprio ferrão para se balançar entre as paredes do desfiladeiro. E, como se isso não fosse trabalho suficiente, ainda lhes cuspia bolas de ácido.

Trei tentava bloquear as rotas de fuga do escorpião com barreiras, mas o inimigo era rápido e passava por elas antes mesmo que ele as completasse.


— Assim não vamos chegar a lado nenhum — cuspiu Bill, enquanto o escorpião usava as suas enormes patas para se pendurar de um lado ao outro do desfiladeiro.


— Não é normal um escorpião destes ser tão rápido, nem ter uma carapaça tão dura — acrescentou Elliot.


— Nas partes moles? — sugeriu Trei.


— Tem algo anormal nas articulações. Normalmente, alguns disparos já o derrubariam - observou Elliot estranhando a resistência anormal da criatura

Bill lançou uma magia da terra e fez as paredes do desfiladeiro ondularem, soltando o escorpião de seu sustento. Lançou-se na direção dele com uma forte rajada de vento, ambas as mãos envoltas em raios que aos poucos adquiriram a forma afiada de uma lança. Estava muito próximo para as pinças do escorpião o atingirem e muito perto para que o escorpião pudesse voltar a fugir. Foi por poucos centímetros que Bill falhou o ataque; o escorpião usou o ferrão para se puxar de volta para as paredes do desfiladeiro.

Bill caiu alguns metros, focado numa única imagem. Invocou as manoplas e, ao invés de amparar a sua queda com uma brisa e aterrar junto aos outros, usou um impulso de vento para alcançar a outra parede do penhasco.

— Trei, desfaz as barreiras! — gritou Bill.

Trei não compreendeu o motivo de tal pedido, e Elliot não permitiu que ele as desfizesse.

— Eu tenho um plano, desfaz as barreiras.

Trei, ainda apreensivo, baixou as barreiras, enquanto Elliot disparava contra o escorpião blindado. Bill criou uma plataforma de pedra no lugar onde estava de onde surgiram varias mão a prender as suas pernas e ombros. Com as mãos esticadas, começou a recitar uma nova fórmula enquanto desenhava círculos no ar. 

Um túnel de vento surpreendeu o escorpião, que se prendeu de imediato à parede. O túnel foi ganhando forma à medida que Bill continuava a recitar as suas fórmulas, até se tornar um tornado. Trei levantou uma barreira para nem ele ou Elliot serem puxados pela força de sucção do feitiço de Bill. Ele mesmo estava seguro com quatro braços de pedra a segurar as suas pernas e ombros.

A força do tornado foi aumentando progressivamente até que Bill dobrou o número de braços que o estavam a segurar. Eles não eram tão fortes quanto as patas do escorpião, que ainda estavam fixas à parede. 

Bill soltou uma das mãos normais e começou a conjurar outro feitiço, um que já tinha decorado e que não precisava mais da fórmula para realizar. Usava-o frequentemente quando criança para fugir do irmão sem que ele percebesse enquanto faziam alguma brincadeira. 

A pedra sobre as patas do escorpião começou a esticar-se, arrastando-o para mais perto da tromba do tornado. O efeito parecia mínimo , até que o corpo do escorpião tocou na tromba do tornado e o escorpião foi instantaneamente sugado para dentro do tornado, girando descontroladamente junto com pó e pedras que o tornado tinha sugado.

Com a magia da terra concluída, Bill passou para o próximo passo. Enquanto o escorpião girava dentro do tornado, Bill criou uma lâmina de vento na sua mão. 

No início, Bill formou uma esfera não muito maior que um berlinde, e, à medida que absorvia o vento, foi ganhando forma e tamanho, além de algo em seu interior. A esfera cresceu até cobrir a palma da mão de Bill, e dentro dela girava em alta velocidade uma lâmina de vento mais densa e levemente curvada.

Quando a esfera atingiu um tamanho considerável, o escorpião voltou a atacar. Mesmo dentro do tornado, ele recusava-se a ceder e, em um ataque às cegas, lançou o seu ferrão o mais longe que pôde para fora do tornado. O seu ataque atingiu a parede, mas, com a rotação do tornado, o ferrão seguiu o movimento e arrancou pedaços da parede antes de bater numa barreira de Trei, um cubo que cercava Bill. 

Assim que o ataque passou Trei desfez a barreira para não atrapalhar Bill rezando para que o seu plano, fosse ele qual fosse, desse certo.

Quando a lâmina de vento ficou pronta, Bill fez o tornado elevar o escorpião vários metros no ar antes de arremessar a lâmina. No meio do percurso, ela dividiu-se em duas atingindo o escorpião nas articulações mais pequenas, destruindo o tecido mole e desprendendo as duas pinças do corpo do escorpião.

As pinças caíram no chão com um estrondo, ainda se contorcendo, liberando um líquido verde que se espalhou pelo chão. A cauda do escorpião disparou para fora do tornado e cravou-se com força na parede. Usando a sua força, começou a mover-se, embora lentamente, para fora do tornado.

Trei não ficou parado e, com o seu imenso corpo, projetou Elliot na direção do escorpião. Antes que perdesse o impulso que Trei lhe tinha dado e começasse a cair, uma liga feita de material reluzente saiu da sua manga. Era uma corda com uma ponta de aço em forma de lâmina. 

Sem perder tempo, Elliot atirou-a contra a parede do desfiladeiro, um pouco acima da cauda do escorpião. A ponta de aço, revestida com magia, penetrou facilmente na pedra. Elliot segurou-se com uma mão, e, quando passou perto da cauda do escorpião, soltou algumas bombas caseiras unidas por um fio muito resistente. As bombas enrolaram-se na cauda do escorpião.

Trei voltei a conjurar uma barreira mas desta vez á volta das bombas de Elliot e da cauda do escorpião, a explosão fez com que o escorpião volta-se para dentro do tornado e nas barreiras de Trei impediram que o acido presente na causa respinga-se para Bill ou Elliot. 

Bill estava com as mãos cobertas por uma fina camada elétrica, já com a noção de onde tinha de mirar. Desfez os braços de pedra e deixou-se ser sugado pelo tornado, deixando o seu corpo reto, com as mãos para a frente, e desfez o tornado antes que perdesse o controlo. Para sua satisfação, o escorpião estava com a parte que Bill desejava desprotegida. 

O escorpião parou de se mexer assim que Bill perfurou a sua carapaça. Ainda tinha a mente em êxtase enquanto ambos os seus corpos caíam, uma vez que o tornado havia desaparecido. Tinha cravado a mão, não na carapaça dura do escorpião, mas no corpo humano embutido nela. 

Por mais que lhe custasse acreditar, havia um corpo humano no meio daquela enorme besta. Enjoava-o ver o corpo ainda a mexer-se, cuspindo golfadas de sangue que manchavam a sua pele, tão pálida que dava medo só de olhar.

Foi Elliot quem tirou Bill daquele estado, amarrando-se a ele e içando-os ambos com a corda, presa a uma das deformações na parede do desfiladeiro. O corpo do escorpião levantou uma nuvem de pó imensa, além de fazer estremecer o desfiladeiro.

Já no chão, Bill aproximou-se do corpo do escorpião. O corpo humano tinha ficado voltado para cima, encarando Bill com tristeza e lágrimas tingidas de vermelho, mas, apesar do buraco no seu peito, ainda não estava morto, e, quanto mais Bill olhava, mais certeza tinha de que o buraco do seu peito estava a fechar.

— Obra do Valak, suponho?

— É assim que ele trata os seus "brinquedos". — Respondeu Elliot, seguindo em frente.

Bill esticou a mão para o corpo humano que o fitava de olhos abertos e, muito tranquilamente, fechou-os.

— Mostrar empatia por um cadáver não te parece nada teu? — Encarou Elliot, surpreendida pela atitude de Bill.

— Ele ainda não é um cadáver — Constatou Bill.

— A ferida está a fechar; normalmente, uma bala na cabeça e outra no coração são suficientes para garantir a morte — Comentou indiferente.

— Há erros que não devem ser cometidos — Bill tirou a mão dos olhos do corpo e, num movimento rápido, partiu-lhe o pescoço. — Não ter a certeza de que o inimigo está morto é um dos erros mais cruciais. Decorreu um momento de silêncio antes de Bill se levantar. — Agora sim, é um cadáver.

— Compreendo a preocupação, mas para que fechar-lhe os olhos?

— Não confundas as coisas, só não gostava da maneira como olhava para mim... — Foi a desculpa de Bill antes de seguir caminho.

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