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Capítulo 14 - A Essência Corrupta

A entidade desapareceu, deixando-o novamente sozinho. Ainda com os olhos fechados, Bell ouviu passos se aproximando. Alguém viera conferir a cela, acompanhados por uma presença incomum: um pássaro de aspecto pouco amigável, com olhos vorazes e garras enormes, que saltou do ombro do guarda como se o próprio medo tivesse se materializado. O guarda, em pânico, correu atrás dele, mas o pássaro parecia saber que Bell estava ali, e voou para o mais longe possível da cela, deixando o som de suas asas a ecoar como um alerta de que algo mais estava a espreitar.

A candeia caiu no chão, iluminando um pouco a cela de Bell e fazendo-o abrir os olhos lentamente, como se as suas pálpebras pesassem toneladas. Ouviu mais passos. Provavelmente um dos guardas que fora deixado por Valak inclinara-se para pegar na candeia, mas Bell não os tinha ouvido chegar. Estava perdido em si mesmo, como uma mariposa a voar em círculos ao redor de uma chama que não podia tocar.

O guarda apontou com a candeia para dentro da cela, curioso pelo estado de Bell, e aproximou-se das grades.

-O que estás a fazer?! Volta para aqui! - avisou-lhe um dos outros guardas.

-Não sei, ele parece ter alguma coisa estranha. Não viste o familiar do Kaile? Parecia que algo o tinha assustado e o meu familiar parece não querer ser invocado.

-Agora que falas nisso, o meu também parece estar preocupado - intrometeu-se outro guarda, olhando para o pulso da armadura onde o brasão devia aparecer.

-Grande coisa, o vosso familiar tem medo de um prisioneirozinho qualquer - comentou o primeiro guarda, com um ar cínico, aproximando-se da cela, arrancando a candeia do guarda e levantando-a no ar. - Vês alguma coisa de que ter medo? - dirigiu-se o guarda retoricamente aos outros dois.

-Sim, vejo - respondeu Bell, muito divertido, antes de um braço monstruoso passar pelas grades e apanhar a cara do guarda, encostando-o contra as grades onde os corpos de Bill e Elliot estavam.

O guarda que anteriormente tinha a candeia desceu a lâmina da arma sobre o braço de Bell. O braço parecia ser maleável e esticava-se muito, pelo menos o suficiente para passar pelas grades e encostar um guarda à cela oposta, sem falar que o tinha levantado a alguns centímetros do chão.

-Mas que...! - exclamou, quando a arma partiu. Os outros guardas, apesar de atrasados, agiram e, em vez de usarem armas cortantes para decepar o braço, tentaram derretê-lo com várias magias de fogo conjuntas, mas não surtiu efeito.

-Aguenta-te, vamos tirar-te daí - disse um guarda, mais inteligente que os outros, passando a alabarda pelas barras da cela de Bell e tentando atingir o seu corpo.

O outro braço voou pela cela e amarrou o pescoço do guarda mais próximo, esbarrando a sua cara contra as grades. E enquanto os guardas ficavam mais perdidos por não saberem o que fazer, Bell começou a rir, como uma criança inocente que se ri da piada de um amigo. Era aterrador ouvir um som de alegria naquela situação, mas não tão aterrador como quando Bell parou de rir.

-Querem saber o que vejo? - perguntou, mas não obteve resposta. - Não? - questionou, com uma voz muito inocente. - Mas eu digo a mesma, dois no chão e quatro a correr.

-Não - desacreditou um dos guardas, mal podendo acreditar, quando a cabeça de um dos guardas explodiu e quando o outro caiu ao chão com o pescoço torcido. A candeia caiu no chão, partindo-se e deixando a chama apagar-se. Agora, sem visão do que tinha matado os seus companheiros, sentiram o verdadeiro peso de uma alma sanguinária.

Dois dos guardas começaram a correr, fugindo o mais depressa que as suas pernas lhes permitiam. Não queriam lutar com algo que com certeza os ia acabar por matar.

-Covardes - bradou o outro guarda.

-Deixa estar, os gritos deles vão avisar a prisão inteira. Daqui ele já não foge - respondeu-lhe com certeza o guarda que já tinha perdido qualquer curiosidade de saber o estado de Bell - e acendeu várias chamas, algumas delas em direção à cela para ver o que estavam a enfrentar.

Os braços retornaram para dentro da cela e Bell emitiu um misto entre um choro e um grito de raiva, e depois saiu, rompendo as grades como se fossem linhas de seda.

-O Valak não disse que ele era uma criança? - perguntou um guarda, com os dentes a tremer, lançando uma bola de fogo para o chão, iluminando a silhueta de Bell.

Bell emitiu um rosnado ameaçador.

-Sim, supostamente deveria ser - respondeu-lhe o outro, igualmente assustado.

Bell virou o seu rosto para eles. Metade dele estava normal, tão inexpressivo como quando Valak o interrogou, porém a outra metade refletia o verdadeiro terror que Bell vivenciava dentro de si. O cabelo também tinha ficado negro. O olho de Bell transformou-se num círculo perfeito, tão vermelho como o sangue debaixo dos seus pés, e onde terminavam os seus lábios inexpressivos, acendia-se um enorme sorriso, pelo menos metade dele. Era como olhar para dentes de tubarão perfeitamente encaixados entre si, de um branco tão claro que quase refletia a luz da chama do guarda.

-Então, diz-me, que tipo de criança é esta?

-Do tipo que vai separar o teu corpo em dois - Gritou Bell ao longe numa voz grave, profunda e ressonante, com uma tonalidade ameaçadora quase como se não fosse um humano a falar.

— Ainda bem que não arranjei mulher — desabafou um dos guardas.

— Ainda bem que finalmente me vou poder juntar à minha — confessou o outro. — Se existir o além, eu pago-te uma bebida — ofereceu, tentando disfarçar o receio com humor.

Conjuraram em simultâneo uma magia de fogo. Com o dobro da potência, incineraram tudo o que estava no corredor, até a última gota de energia lhes ser drenada, mesmo depois de os corpos dos seus antigos companheiros se transformarem em cinzas.

As chamas duraram o suficiente para deixar a pedra do chão vermelha, mas já não incandescente. A intensidade da chama foi diminuindo cada vez mais até se apagar por completo. O corredor ficou vazio, alguns pedaços das paredes estalavam quando a rocha começava a arrefecer. Mas, seja boa ou má notícia, Bell tinha desaparecido.

— Ao que parece, a minha mulher não me quer ver assim tão cedo — brincou um dos guardas.

O divertimento foi, no entanto, breve. Com um sorriso de desprezo, Bell voltou a sair da cela. Divertido com as expressões aterrorizadas dos guardas, mas, ao mesmo tempo, completamente indiferente perante a situação. Metade de si olhava vagamente para o chão, imerso em pensamentos e dúvidas, enquanto o outro lado da sua mente estava longe, num mundo que roía bem à sua frente.

Bell atirou-se para os guardas, mas, inesperadamente, dois outros cavaleiros caíram em cima dele, com armaduras maiores e mais pesadas, escudos gigantescos e empunhando espadas de duas mãos, imobilizando-o no chão.

—Issooooo!—  gritou um dos guardas em sinal de vitória.

Um dos cavaleiros cravou a espada nas costas de Bell trespassando o seu corpo o prendendo-o contra o chão, enquanto o outro cavaleiro acertou com o escudo gigante no pescoço de Bell, tentando parti-lo mas sem êxito.

A dor cortou-lhe o fôlego, mas algo mudou dentro de si. A raiva que até então o consumia foi substituída por um silêncio aterrador. Bell não se moveu por um momento, mas dentro dele, algo se partia. Era uma sensação estranha, como se as correntes que o prendiam à sua dor se estivessem a desfazer, deixando-lhe apenas um vazio profundo. Um vazio que o consumia por dentro.

Vários membros negros nasceram das suas costas, chicoteando as paredes à sua volta, como se estivessem a lutar pela sua sobrevivência. Afugentando os enormes homens que estavam em cima de sí, ambos saltaram para lados opostos enquanto Bell se levantava lentamente.

O ferimento no seu peito foi fechado em uma velocidade aterradora por aquela massa preta que envolvia parte do seu corpo.

— São cavaleiros da igreja, da comunhão dos sacerdotes! — disse um dos guardas, surpreso, ao ver o que estava a acontecer.

— Roger, avisa a igreja para enviar uma equipa de extermínio! — comunicou um dos cavaleiros.

— Isto é trabalho para os paladinos, Field — respondeu o outro cavaleiro, com uma calma que parecia desproporcional à situação.

Ambos os cavaleiros cravaram os seus escudos no chão, que começaram a brilhar intensamente, prendendo Bell entre várias paredes de luz. Enquanto um cavaleiro batia a sua espada contra o escudo, o outro recitava encantos que se transformaram em chicotes de luz que se enrolaram por todo o corpo de Bell, imobilizando-o completamente.

Bell não conseguiu evitar que o líquido negro, quente e viscoso, escorresse pela sua pele. A dor era insuportável, mas havia algo mais forte dentro de si: o desejo de não ser mais dominado. A sua fúria voltou a crescer, mais intensa do que nunca.

Durante um breve momento de hesitação, os cavaleiros sentiram que algo não estava certo. Os chicotes de luz começaram a ceder e as suas barreiras a ser empurradas até que Bell conseguiu, finalmente, libertar-se. Os chicotes de luz foram queimados como simples folhas de papel e as barreiras de luz desfeitas em pedaços, Bell não perdeu tempo aquela massa preta percorreu os seus braços lançando-se violentamente contra ambos os cavaleiros.

Um dos cavaleiros cortou o braço de Bell mas ficou supresso quando das duas partes cortadas do braços emergiu ainda mais daquela massa preta levando-o a frente , pressionando a sua armadura.

A armadura dos cavaleiros era de excelente qualidade, mas a pressão dos golpes de Bell era desumana, e quanto mais Bell apertava mais as armaduras se aproximavam-se do ponto de ruptura. 

Quando os dois cavaleiros estavam imobilizados por Bell um terceiro homem desceu sobre Bell com uma clava prateada, golpeando Bell na cabeça. Mas nem os seus pés haviam tocado no chão e aquela massa preta já se dirigia para o novo oponente, foi então que ao girar as mãos um mecanismo dentro da clava foi ativado, e uma força gravitacional imensa empurrou Bell para o chão.

O choque entre forças foi tão grande que o chão sobre os seus pés cedeu e os tres cavaleiros e Bell entraram numa queda livre pela prisão.

A última coisa que os dois guardas viram foi uma série de explosões luminosas, enquanto os quatro atravessavam os andares da prisão um após o outro, até as silhuetas dos seus corpos não serem mais vistas, apenas ouviam os gritos medonhos e os urros de batalha entre as diversas forças.

— Achas que eles vieram com aquela mulher? — perguntou um dos guardas, enquanto os outros tentavam reagir, mas a tensão era palpável.

— Provavelmente estavam à espera para levar a cabeça dele para a família — opinou o outro, agora com uma voz muito mais baixa, enquanto uma das paredes internas começava a desabar.


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