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Capítulo 8: O predador

Bill caminhou até a mesma praça onde tinha ido buscar com Bell o último ingrediente para o antídoto, e sentou-se nos pequenos degraus observando os mercadores, cada um com a sua tenda e os seus artigos. Aquela zona era somente para joalheria, normalmente não ficavam lá muito tempo no máximo dois ou três dias, uma vez que não havia tanta gente assim com dinheiro para comprar as peças que estavam à mostra, a maioria das pessoas da cidade ou viviam do campo, da mina, ou de outros trabalhos menores, era um mistério para Bill como ainda havia certos comerciantes que ainda não tinham desistido daquela cidade. No entanto havia sempre pessoas de fora que vinham atrás desses vendedores, uma vez que havia sempre alguém que procurava um item específico, um anel, um colar, algo que pudesse andar sempre consigo.

Bill observou durante algum tempo um comprador em particular que estava constantemente a reclamar com os vendedores. Era alto, tinha cabelo loiro, pele morena, vestia uma armadura completa, tirando o elmo, tinha uma enorme capa azul safira, o peitoral da armadura tinha gravuras douradas e uma joia vermelha mesmo no seu centro, além disso as suas espaldas eram de puro ouro, e nas suas mãos usava duas manoplas ambas com o símbolo do seu Dom gravado nelas.

- «Menino da realeza» - Pensou Bill para si, perguntando-se o que vinha fazer um nobre àquela cidade.

O homem voltou-se para Bill como se tivesse ouvido os seus pensamentos, aproximou-se a largas passadas dele sempre com os seus olhos pretos focados nele. Bem diziam que os olhos eram o espelho da alma, a única coisa que Bill estreia dos seus olhos era pura e simplesmente maldade, ganância, arrogância e o típico narcisismo de quem se acha superior a tudo e a todos.

-Tu plebeu imundo - Disse o homem apontando com um dedo para Bill.

-Eu? - Disse Bill fingindo que não ouvira o comentário do homem.

-Ah - suspirou o homem indignado por estar a falar com uma pessoa que estava tão abaixo de si - Sim, tu saloio, olha eu quero o teu anel toma aqui duas moedas de cobre - As moedas lívidas tilintaram ao baterem no chão.

-Desculpe não está à venda - Respondeu Bill levantando-se para se ir embora.

- Tu por acaso sabes quem eu sou?? - Rosnou o homem atravessando-se á sua frente - Eu sou Emiel Stiel membro da família rosa do ártico, filho de Catamiles, o poderoso mestre de um Inferius, tu nem devias me olhar nos olhos, quanto mais recusar a minha generosa oferta.

-Desculpe sua majestade - Disse levantando-se e fazendo uma vénia irônica, cuspindo de seguida para os pés de Emiel - Mas eu não me importo com os teus insignificantes títulos.

-Criel!! - Berrou o homem como uma criança berra pela mãe quando se magoa.

-Sim meu senhor - Respondeu um homem de fato preto e de luvas brancas, provavelmente um mordomo, que apareceu no preciso instante em que Emiel gritou.

-Porque demoraste tanto seu incompetente.

-Mil perdões meu senhor - Respondeu o mordomo mecanicamente sem se deixar afetar pelos insultos.

-Eu quero o anel que este rapaz está a usar, tira-lhe o anel nem que tenhas de trazer o dedo junto, depois limpa-se, mas antes limpa as minhas botas, sabe se lá que tipo de doenças eles podem ter - Acrescentou fazendo uma cara de nojo.

-Que espécie de homem és tu - Provocou Bill - nem consegues tirar um anel a uma criança, tens de mandar os outros fazerem tudo por ti.

-Muito bem então - Disse Emiel levantando a mão dando sinal ao mordomo para não avançar - Se te ajoelhares e me pedires desculpas eu levo o teu anel sem que o meu mordomo te mostre o teu devido lugar.

-Esquece, amostra de gente - Comentou Bill sem expressão na voz.

-Como te atreves, eu sou a definição de beleza, de coragem, o homem que todas as mulheres desejam, eu sou o ser mais perfeito que há.

-Sim...um perfeito cobarde talvez, um perfeito maricas certamente, e um claro narcisista ambulantes que só sabe falar de si, e se és assim tão admirado pelas mulheres explica-me do porquê de no meio de tanta bijuteria não tens um anel.

-Não que tenha de te dar explicações, mas com tantas pretendentes, escolher uma era partir o coração das restantes - Respondeu num ar dramático, que fez o mordomo revirar os olhos de tédio.

-As que querem o teu dinheiro não contam - Bill muito orgulhoso de si estendeu as mãos para a plateia que os observava pelo canto do olho e fez uma ligeira vénia como se anunciasse o fim daquele espetáculo, fazer um nobre por tais figuras era realmente um espetáculo para aquele povo, principalmente por Bill ainda não ter perdido a cabeça ou a língua.

-Vou te tirar esse anel nem que tenha de levar o braço junto - Ameaçou Emiel antes de olhar de soslaio para o criado

Bill tinha conquistado o seu objetivo e sem motivo para estar a ouvir os amuos Emiel estava na hora de se retirar. Nem tinha dado o primeiro passo quando algo o envolveu com tanta força que os braços se colaram ao corpo instantaneamente. Esteve quase a soltar um gemido de dor quando um dos braços estalou ruidosamente ao mesmo tempo que ouvia um silvo por cima da sua cabeça. Tateou o que poderia estar a prendê-lo e qual a sua surpresa quando sentiu um monte de escamas á sua volta, não conseguia ver o que o estava a prender, mas pelas escamas devia ser um réptil ou uma cobra, uma cobra bem grande e bem forte para o prender de cima a baixo. Bill nem se esforçou para se soltar, era uma ideia estúpida já estava preso o pior que podia acontecer era a cobra apertá-lo um pouco mais e acabar com algum osso partido. Bill arrepiou-se quando a cobra decidiu aparecer livrando-se da sua camuflagem, cheirava a cara de Bill passando a língua diversas vezes por ele.

-Criel - Chamou Emiel muito mais calmo - Livra-te do corpo e deixa o anel.

-Com prazer senhor - Respondeu Criel com uma vénia exagerada.

Vindos do meio das barracas e dos becos escuros uma alcateia de Angalos surgiu. Com as suas presas e chifres afiados como lanças acabadas de polir, deixavam os donos das barracas nervosos alguns começaram mesmo a arrumar as coisas para se irem embora. Deviam ser maiores do que uma carroça de carga, com enormes patas castanhas, assim como o resto do pelo, os olhos escuros avaliavam Bell ao mesmo tempo que tentavam adivinhar o seu sabor. A situação não era das melhores, mas Bill recusava-se a dar o anel ou a arrepender-se do que tinha dito a Emiel. Tal como crianças a brincar com a comida também os Angalos brincavam com Bill, mordiam o ar por diversas vezes, tentavam mordiscar lhe os pés quase descalços só para o assustar. Bill sentia-se frustrado com os truques sujos de Emiel, se ele não estivesse preso não lhe seria difícil derrotar aquele bando de Angalos idiotas e de dar um pontapé no traseiro de Emiel.

-Por que estão a demorar tanto, ataquem !!- Resmungou Emiel perdendo novamente a compostura.

As criaturas saltaram para cima de Bill, seria ali, naquele lugar decrépito que ia morrer, devorado por umas quantas criaturas de um criado de um filho mimado de algum nobre.

-«Se eu sobreviver eu garanto que as coisas vão mudar, nem que tenha de enfrentar cada um dos nobres» - Pensou Bill quando um dos Angalos abriu a sua boca atirando-se na direção da cabeça de Bill.

Uma intensa luz verde surgiu do corpo de Bill cegando todas as criaturas à sua volta, inclusive a que estava quase com as presas em Bill, esse sofreu um pouco mais que as outras, foi arremessada contra a parede atrás do criado desfazendo-a em centenas de bocados. Bill pasmou com tal demonstração de força não reparando que já não estava preso e que uma sombra o encobria.

-Desculpe pela demora - Disse um enorme vulto - Mestre... - Nesse momento Bill teve flashback do que tinha realmente acontecido na mina. Era ele a enorme fera que estava á sua frente, que o tinha salvo a ele e ao irmão quando estavam prestes a ser mortos pela Alenciana. Bill mal podia acreditar nos seus olhos, não só por a criatura o ter vindo ajudar novamente mas pela sua forma tão exótica. Era uma criatura enorme e dos seus olhos emanava a energia de um animal totalmente selvagem que lhe provocava um fascínio que não sentia á muito tempo. Desde que se lembrava sempre tivera um certo interesse pelas criaturas que deambulam pelo seu mundo fora das muralhas em liberdade ou em companhia de humanos. Lembrava-se perfeitamente de quando se esgueirava-se á casa do senhor Olival, um homem que nos seus melhores dias foi conhecido pelo maior historiador de criaturas de sempre isso claro antes das pessoas sem o Dom como ele terem sido aprisionadas. Bill sabia praticamente todas as teorias de evolução e histórias que deram origem a esta criatura, pela maioria apelidada de Crainer, ou o amaldiçoado. Contava-se que no passado havia um soldado que tal como os outros estava farto de ver morte e de viver num tempo de guerra onde a alegria não existia. Como se tivesse toda sido transformada em desespero e dor, contudo ele não se deixava afetar. Conhecido por ser um ótimo soldado, um ótimo homem e um ótimo amigo que sempre sorria fosse para quem fosse que lhe estendesse a mão. Era estranho encaixar a figura de um soldado em alguém como ele que apenas queria fazer o melhor para o seu país e acabar com a guerra. E como se o mundo estivesse inconformado por um tal ser existir decidiu arrancar tudo e qualquer pedaço de alegria que houvesse no seu coração. Anos se passaram e o soldado subiu de posto caminhando rumo á vitória e ao fim do mar de sangue, conquistou várias terras raras sem perder um homem e muitas ganhando aliados e amigos. Certo dia o seu batalhão foi chamado para desempenhar a missão que levaria ao fim daquela época de terror. A moral dos soldados estava alta e as suas expectativas também quando viu cada um dos seus soldados muitos amigos serem mortos sem dó nem piedade pelo inimigo, tratou-se tudo de uma emboscada onde ele fora o único sobrevivente embora preferisse estar morto. Quem lhes dera as informações do ataque, o local, o tempo, o número de soldados necessários ,e o número de inimigos traiu-os e vendeu essas mesmas informações para o inimigo. O homem estava banhado em lágrimas e caminhava pela floresta que o abrigou do destino dos seus homens, e fosse por sorte ou azar aquela floresta era o lar temporário de uma deusa que ameaçou o homem com a morte caso ele não saísse do seu domínio. Já farto de sofrer ele desafiou a Deusa a terminar com a sua vida, a Deusa hesitou também como ele, ela era diferente dos restantes Deuses e também sofreu uma pesada perda. Vendo a semelhança entre os dois o homem mudou o seu pedido e em vez de o matar que lhe desse poder para vingar todos os camaradas mortos. Talvez por de certa forma ter ficado tocada pela história daquele mortal que a Deusa atendeu o seu pedido. Dando uso a uma magia antiga fez vir ao de cima a besta adormecida dentro do coração daquele homem, podia ter perdido parte da sua humanidade ao se tornar numa besta, metade homem metade lobo, um dos animais que a Deusa mais admirava e de certa forma também admirava o homem por ter-se mantido consciente mesmo em outro corpo, quantos cederiam só pelo mero toque daquele poder. Tanto a Deusa como ele percebiam a sua ligação á natureza ,e mesmo tendo adquirido mais poder ambos sabiam que ele não era invencível. Agradecido pelo apoio da divindade o homem partiu em direção ao único sítio que lhe podia dar o que ele realmente queria. Foi ao encontro do único Alquimista que conseguiu transmutar um humano com sucesso, algo que lhe sai bastante caro. Foi expulso da cidade escondida dos inventores e refugiou-se numa de ladrões onde poderia obter todos os espécimes de que precisasse em troco de algumas moedas. A transmutação humana não era novidade para ele depois de descobrir o seu segredo chegou a tornar-se entediante, tinha chegado ao ponto final da sua busca, ou pelo menos assim pensava até ao dia em que uma besta o encontrou. A excitação que sentia antes de descobrir a transmutação acendeu se lhe no peito assim que o homem ,agora transformado em besta, lhe explicou que ele seria o único que o poderia ajudar. O processo demorou vários dias, dias sangrentos e tortuosos, os últimos dias antes de ele ter alcançado o que queria. O trabalho do Alquimista estava quase acabado faltava dar um nome á sua criação, algo que deixou ao encargo do seu paciente que não querendo se esquecer de que já fora humano permaneceu com o nome que os seus pais lhe haviam dado quando nasceu, Crainer. O que aconteceu depois do Alquimista o soltar só o próprio Crainer sabia, talvez tenha vingado os companheiros mortos, talvez tenha descontado em todos os assassinos e ladrões da cidade, ou talvez tenha percebido que no fim nada daquilo era justificado, a única coisa que de facto se sabia era que depois do Alquimista o libertar Crainer não voltou a ser visto, pelo menos não como humano e mais como um pesadelo temido por muitos e desacreditado por aqueles que julgavam ser impossível tal criatura existir.

Bill não precisou de muito para o identificar percebeu de imediato o motivo da criatura ser temida, além da natureza selvagem, dos dentes afiados, o olhar selvagem e animal, Crainer tinha os braços e as garras de lobo cobertas com metal de anão ou melhor os braços e as garras eram feitas disso, um dos metais, mais resistentes que existia naquele mundo.

-Mas por que? - Inquiriu Bill para as costas da criatura.

-Isso vais perceber não tarda - Respondeu-lhe com a sua voz áspera.

Não foi por ter aparecido mais uma presa que os Angalos se distraiam, mesmo que a sua nova presa fosse maior que eles e mais intimidadora eles eram mais. Atacaram todos de uma só vez em número elevado até podiam ser um incômodo para o novo aliado de Bill se ele não os varresse a todos com um golpe desfazendo uns ao meio e assustando os outros, os que ainda se atreviam a atacá-lo tentavam desesperadamente atacar as suas patas traseiras ou as suas costas. Mordiam e arranhavam a pele exposta de Crainer sem transmitir qualquer tipo de dor ou dano significativo.

-Será que eu tenho de fazer tudo sozinho - Reclamou Emiel empurrando o criado para o lado e esticando a mão em direção a Crainer.

Emiel conjurou uma magia de fogo e concentrou-a toda em Crainer ignorando o impacto que podia causar á sua volta. Um círculo de chamas desenhou-se no chão e quando Emiel parou de recitar a fórmula um tornado surgiu por baixo de Crainer elevando-o vários metros no ar , ao combinar duas magias distintas Emiel acabou por criar um tornado em de fogo ,que na sua visão deveria chegar para eliminar aquela criatura. O que ele não esperava era que pedras começassem a cair do céu, cortesia de Bill que não aguentava ficar parado a olhar e removia várias pedras do chão, que depois de ganharem alguma altitude caiam sobre Emiel.

-Como é se atrevem - Gritou Emiel - limitem-se a serem os alvos que sois para mim.

-Tu por acaso achas que sou obrigado a obedecer-te - Incitou Bill fazendo a terra por baixo de Emiel deslizar.

-Vocês não passam de lixo, lixo feito para ser pisado por mim.

Crainer ainda se divertia a arremessar os Angalos do criado de Emiel, sendo interrompido por um vaga de calor que afugentou todos os seus novos brinquedos de volta para os becos da cidade com o rabo entre as pernas e com razão, uma espiral de chamas apontava ameaçadoramente para Bill. As pedras arremessadas por ele não chegavam sequer a atingir a espiral de chamas, eram engolidas por esta que as tornava no seu combustível, com os relâmpagos a mesma coisa e não se atreveu a usar magia de vento.

-Nem sei porque me irrito tanto afinal não passas de uma simples criança com um monstro inútil a teu lado - As palavras de Emiel suavam mais calmas do que Bill esperava dele, estava confiante que Bill não representava o que não afetou a quantidade exagerada de magia para um único feitiço.

Em um único instante toda a magia que Emiel usou foi disparada contra Bill, acompanhada de um disparo sonoro que deitou as barracas mais débeis abaixo e enxotou todos os mercadores que temendo pelas suas vidas começaram a correr para os becos desesperados por se salvar, empurravam-se uns aos outros, davam cotoveladas e caso algum caísse e quem tivesse o azar de cair era imediatamente pisado pelos vários homens que tentavam a custo espremer-se para caberem todos nos pequenos becos.

O projétil de fogo de Emiel causava um ruído estridente em contacto com a parede de pedra de Bill. Caso fosse uma parede normal como Bill costumava invocar o ataque de Emiel não teria abrandado sequer, no entanto esta parede era feita dos materiais mais resistentes que Bill conseguiu separar do resto da pedra comum. O criado de Emiel chegou a abrir a boca de espanto, voltando logo a fechá-la quando a flecha de fogo começou a derreter pequenas mais enumeradas partes da parede de Bill. A parede de Bill estava quase a ceder e chegou ao ponto de rachar a meio antes de Bill lançar outro feitiço e a parede mudar repentinamente de direção assim como a seta. Para toda a situação complicada existe uma resposta simples e rodando um pouco a parede Bill podia controlar a direção do ataque de Emiel desviando-o de si. Uma expressão de espanto e raiva dominou o rosto de Emiel que com um gesto de dedos fez a seta dar meia volta e dirigir-se novamente para Bill, que voltou a rodar a parede e mudando novamente a trajetória da seta. Depois da quarta vez consecutiva a ver Bill a escapar aos seus ataques Emiel decidiu pôr um ponto final no assunto. Uma nova fórmula e a seta dividiu-se em várias mais pequenas e mais rápidas, as primeiras duas destruíram o que restava da defesa de Bill seguidas das outras tantas em direção ao seu corpo desprotegido mas não indefeso, com alguns golpes de vento conseguiu movimentar-se em pleno ar esquivando-se das flechas de Emiel mesmo que por pouco. O misto de voltas e constante mudança de direção com o calor provocado pelos ataques de Emiel estavam a deixar Bill com péssimas tonturas, não resistiu e acabou por cair junto á fonte seca, já com o suor a pingar-lhe do cabelo sedoso e a cobrir a sua pele irritada.

-Ops, quase que me esquecia destes pequenos incômodos - Bill não acreditava no que via - Crainer amarrou em todas as flechas de Emiel como se não passassem de pequenos galhos de madeira - Por acaso isto é teu - Disse com um sorriso malicioso nos lábios inumanos e devolveu-lhe a as várias setas, que por algum motivo já não o obedeciam .O seu rosto empalideceu pouco antes das setas lhe destroçam o peitoral da armadura, e atirando Emiel para bem longe deles com o forte impacto do seu próprio ataque. O criado soltou um pesado suspiro antes de virar costas a Bill e começar a correr na direção em que vira Emiel voar, provavelmente inconsciente.

-Espero que morra quando cair - Desejou Bill muito esperançoso.

-Desculpa ser o desmancha prazeres, mas conheci muitos daqueles na minha vida e digo-te são como as baratas, mesmo que lhe arranques a cabeça eles ainda mexem - Respondeu Crainer casualmente.

-Espera aí afinal quem és tu? - Perguntou Bill aos berros quando caio em si, claro que sabia quem ele era mas foi a primeira pergunta que lhe veio á cabeça.

-Como assim? - Questionou Crainer confuso.

-Quer dizer? Primeiro salvas me a mim e ao meu irmão na mina e agora ajudas-me contra um nobrezeco que me tentou matar, porque?

-Então ainda não reparas-te?

-Reparei em que? - Perguntou Bill desconfiado.

Crainer encolheu os ombros e desapareceu numa nuvem de poeira branca. Bill estava verdadeiramente confuso afinal Crainer chamou-lhe de mestre, mas porque?

Apressou-se a afastar-se daquele sítio, a primeira coisa que o guardas procurariam seria alguém para culpar e ele não queria estar lá quando eles chegassem. Manteve um passo rápido e manteve o ritmo até chegar a casa, a porta estava destrancada talvez o irmão tivesse chegado mais cedo do que ele previra.

-Bell? - Perguntou quando entrou em casa, não obteve qualquer resposta e decidiu prosseguir com cautela, pelo sim e pelo não.

Bell podia não o ter escutado ou então estava um ladrão em sua casa, não seria a coisa mais incomum tendo em conta onde viviam. Bill arrepiou-se ao ouvir um barulho vindo do seu quarto, assim como a porta de casa também a porta do quarto estava aberta. Espreitou por uma pequena frincha esperando ver quem tinha entrado em sua casa, e depois de uma boa espreitadela Bill teve de se controlar para não deixar escapar um grito. Os seus olhos arregalaram-se, o seu corpo tremeu, as pernas ficaram rijas e o coração chegou a falhar um batimento.

Sentando na sua cama, viu uma criatura, mais concretamente um feiticeiro morto-vivo com um enorme manto castanho cheio de linhas pretas e círculos com inscrições extremamente parecidos com aqueles que lhe cobriram o corpo no dia em que ele e o irmão foram assaltar o mercado. Não havia sinal de pele ou carne, apenas ossos e uma energia terrivelmente forte que se espalhava por tudo o quarto. Assim que recuperou o controlo do seu corpo a ideia de recuar foi a primeira coisa que lhe veio á cabeça e o segundo pensamento foi que devia ter irritado alguém bem mais poderoso que um nobre para aquilo lhe estar a acontecer. Deu meia volta e começou a correr para a porta de casa, sem dar por isso Bill estava de frente para o morto vivo que o fitava com as órbitas dos olhos vazias, dois espaços vazios no crânio calvo do morto-vivo. Fora teleportado para dentro do quarto pelo morto-vivo e ao contrário do corpo a mente demorou mais um bocado a chegar. Assim que a sua mente processou o que tinha acontecido, tentou fugir em direção á porta que surrealmente desapareceu. À medida que o morto-vivo caminhava na sua direção com os pés ossudos descalços, Bill entrava cada vez mais em pânico. Alguns passos era o que os separavam e apesar da sua terrível forma e energia nada de mal lhe fez ,apenas retirou o anel do seu dedo com uma subtileza absurda e pousou-o em cima da cama de Bill, juntamente com outro anel exatamente igual.

-O...o que...estás a fazer? - Perguntava Bill engasgando-se com as palavras não esperando ter qualquer tipo de respostas.

-Peeeççoo ,ddesssccuulpa peellllla introooomiiiiissão - Dizia o morto-vivo muito lentamente, enquanto arrastava as palavras, estendeu ambas as mãos para os anéis e uns segundos depois ambos começaram a levitar partilhando com o morto-vivo a mesma energia, através de uma ligação invisível aos olhos de Bill mas totalmente clara ao seu instinto. As letras nos anéis brilharam intensamente obrigando Bill fechar os olhos, nesse tempo em que Bill estava temporariamente cego, o morto-vivo olhou para ele questionou-se por um momento antes de voltar à tarefa que tinha em mãos, não resistiu porém a observar aquela alma um pouco mais,uma alma que ardia intensamente, cheia de determinação e vontade, vontade de sobreviver era certo, mas apesar da sua intensidade a chama parecia oscilar de vez em quando como se não estivesse completa.

-«Medo?» - Pensou o morto-vivo sem tirar os olhos de Bill.

A luz proveniente dos anéis começou a desvanecer assim como a ligação entre eles e o feiticeiro, e só quando a luz se desvaneceu por completo é que Bill foi capaz de abrir os olhos novamente, procurando de imediato o morto-vivo que deixara para trás ambos os anéis e desapareceu.

-Hoje não é de todo o meu dia - disse sentando-se na cama - Primeiro um nobrezeco que me tenta matar por este anel e depois um morto-vivo aparece em casa para fazer sei lá o que - Bill ficou a olhar para ambos os anéis e pensou durante um bocado - Espera se este é o meu anel então será que o outro anel... - Pensou durante mais um bocado - Impossível teria de ser uma enorme coincidência.

Bill precisava de arejar as ideias resolveu portanto sair de casa mesmo não estando seguro dentro ou fora dela. Já estava com a mão no puxador da porta quando esta foi arrombada por uma força superior. Por sorte a porta não acertou em Bill o mesmo não se podia dizer do rapaz que entrou no quarto como uma bola de canhão derrubando Bill que não estava contar que uma coisa dessas acontece-se.

-Bell que estás a fazer - Dirigiu-se meio irritado para o irmão - Sai de cima de mim és pesado - E obedecendo à ordem de Bill, Bell levantou-se num pulo.

-Tens de me ajudar - Dizia Bell bastante preocupado e chocalhando o irmão.

-Acalma-te um pouco - Respondeu Bill voltando-se a pôr de pé - Tem calma e explica o que aconteceu - Bell inspirou fundo, fundo até demais para ser honesto uma vez que começava a parecer um balão e de seguida cuspiu as palavras de uma só vez.

-Perdi o anel - Dizia com lágrimas nos olhos.

-Como? - Perguntou ao pensar no que tinha dito a momentos atrás.

Parecia que o universo se tinha juntado só para gozar com ele e questionava seriamente se aquilo seria de facto uma coincidência ou haveria uma razão para tudo aquilo.

-Eu estava a tratar do Barrell e portanto tirei o anel para não o sujar e coloquei-o na escrivania mesmo ao lado do meu estojo, depois de tratar do Barrell ia para pegar no anel quando reparei que ele tinha desaparecido, procurei no quarto inteiro e não o encontrei.

-Calma - Apesar de Bill ter a noção do que ia dizer era absurdo tinha também a certeza que o irmão acreditaria nele, pegou no anel que ainda estava em cima da cama e entregou-o a Bell - Olha o que aconteceu foi que em algum momento depois de termos ido buscar o último ingrediente para fazer o antídoto o anel escorregou-te do dedo e eu apanhei-o, eu ia devolver-te o anel mas assim que entras-te em casa da Rosa foste logo para o quarto do Barrel e eu sei que odeias ser interrompido enquanto estás a trabalhar então guardei o anel para te dar depois - Bill não entendeu o que tinha acontecido não era aquilo que ele queria dizer, mas foram as palavras que lhe saíram da boca.

-Ufa!! - Suspirou - Ainda bem que não o perdi, mas o estranho é que eu lembro-me perfeitamente de o pôr em cima da escrivaninha. Tanto faz obrigado mano, aconteceu alguma coisa? - Parou para perguntar antes de sair do quarto - pareces meio aborrecido.

-Não, não aconteceu nada - Novamente, Bill tentou falar sobre o nobre que o tinha atacado mas de novo as suas palavras foram substituídas.

-Ainda bem que o encontraste - Agradeceu Bell pegando no seu anel e colocando de imediato no dedo, saindo de casa em seguida com Bill atrás de si.

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