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5 . O Clube dos Canalhas



No sábado, a dona Cecilia não estava em casa. Ela tinha ido para casa da minha avó materna, Marta. Então seria um risco a menos, caso eu chegasse morto de bêbado, pois não haveria tempo para me recuperar em terminais de ônibus.

Às cinco e meia da tarde, saí de casa. No caminho para o evento, passei na casa do Felipe e na do Rafael. Esse último, era um moleque de treze anos, cheio de verdades incontestáveis, boca suja e com um desvio na coluna. Algumas pessoas do bairro o apelidaram carinhosamente de Tartaruga Ninja. Ele ficava puto com uma facilidade tremenda. Era um grande amigo.

Minha mãe detestava o Rafael. Ela suspeitava que eu tinha me desviado dos caminhos do Senhor por causa dele. Mas a verdade era bem mais simples. Eu me desviei por causa dela. E quando um punhado de amigos souberam que eu comecei a agir como um filho de uma puta com a dona Cecilia, o Rafa foi o cara que veio falar comigo e me aconselhar. Demostrou uma preocupação que eu não esperava dele. Nos aproximamos muito, desde então.

Recentemente, o Rafael havia entrado no grupo de RPG, era o novato entre os jogadores do Felipe, que gostava de compará-lo com o Danilo, o ex-jogador com mal histórico na Mesa. Era assim que chamávamos o grupo, simplesmente porque jogávamos em volta de uma mesa.

Durante o percurso, eu, Felipe e Rafa conversávamos sobre qualquer merda.

Até que chegamos em frente do clube, os portões pretos estavam abertos. Mas só haviam organizadores lá dentro. O público underground se encontravam do lado de fora, em frente ao bar da esquina. Era um mar de camisas pretas com estampas de banda que eu nunca ouvi. Várias se repetiam em corpos diferentes, e uma se sobressaía às demais. Era a imagem do Diabo vermelho e chifrudo fumando um cigarro, embaixo dele, o nome: Matanza.

Nunca tinha ouvido falar.

Sacudimos os bolsos e juntamos o dinheiro para um vinho. Felipe, o cara da maioridade, foi comprar. Trouxe o vinho mais famoso de Fortaleza no submundo dos boêmios, o São Braz. O Rafa não quis beber. Sobrou mais para mim e o Felipe. Bebíamos em copos plásticos, sentados em uma calçada do outro lado da rua.

O Jeferson chegou com a namorada, o Felipe se levantou e foi falar com ele. Enquanto eu e o Rafa conversávamos sobre a Verbena — ela ganhou essa alcunha na minha roda de amigos, graças ao Felipe.

Notei duas meninas bebendo ao nosso lado, só que estavam de pé. A morena ficou me encarando. Virei meu copo de vinho, descobrindo que aquilo dava de dez a zero na cachaça. Encarei ela de volta, e a morena não desviou o olhar.

O tempo passou, o céu escurecia e ela me olhava de vez quando. O Rafael me cutucou.

— Essa moreninha aí, tá te encarando.

— Vi isso à meia hora atrás. — Sorri.

— Vai pegar?

— Quem sabe? — Dei de ombros.

— Já tá na hora de você tomar iniciativa. A Conceição e a Verbena vieram atrás de você. Tu é sortudo, eu tenho que levar uns dez foras, para conseguir um fica — disse, exaltado.

As duas nos olharam ao mesmo tempo e riram. Sorri de volta e elas entraram no festival junto com uma cambada de gente. Apressei os goles, levei a garrafa até o Felipe, que me ajudou a esvaziar mais rápido. Não podia entrar com bebida. Tinha que comprar lá dentro. Vi o cartaz dos preços grudado na parede do lado de fora. Lá dentro era mais caro.

Fiquei bêbado e entrei. Como já disse, o Rafa só tinha treze, mas conseguiu entrar porque ninguém ali pedia identidade. O palco era só uma pequena calçada no meio de um quintal de areia. Mesas e cadeiras espalhadas, local ao céu aberto e escuro. A primeira banda já tocava, se chamava Borboleta Sangrenta. O vocalista fazia uns guturais, e eu não entendia porra nenhuma da letra.

Olhei para o lado e vi uma cena maravilhosa, realçada pela minha imaginação alcoólica. Duas mulheres gordas, uma ruiva e uma loira, sacudiam a cabeça ferozmente. Elas balançavam uma do lado da outra, as duas fumavam e cuspiam baforadas de fumaça para o alto. Sorri, eufórico. Elas pareciam criaturas do inferno, achei irado.

Sacudi o Rafa pelo ombro.

— Que foi, porra?! — ele disse, zangado. Provavelmente, ele vira uma miragem que lhe deixou puto da vida.

— Calma, cara. Olha lá, aquelas duas parecem dois demônios.

— Tu é cego, porra?! Achei elas bonitas, isso sim!

— Não é isso, é o jeito como elas se mexem e cospem fumaça. Combinam com esse cenário pesado e com a música.

— Estou entendendo... Ei, aquela menina não tira os olhos de você. — Ele me apontou a morena que vimos do lado de fora.

Então, resolvi abordá-la. Ela estava no meio do caminho até os banheiros. Fui em direção dela. Passei por ela e fui no banheiro.

Merda!

Fingi que mijava, até forcei alguma coisa. Mas meu pênis ficou envergonhado com a quantidade de gente que estava por ali. Beleza, vou tentar falar com ela de novo, pensei. Saí do banheiro. Vi ela com uma amiga. Antes do primeiro passo até a morena, um cara me parou.

Trocamos cumprimentos e ele me ofereceu um copo de vinho. Matei de um só gole e saí com determinação renovada até o meu objetivo.

Parei de frente para as duas. A Morena sorriu. Segurei a mão dela, que apertou de volta.

— Vem comigo — disse, virei e trouxe ela comigo até uma parede aos fundos, coberta por palhas de dois coqueiros plantados ali.

Joguei ela na parede. Apertei a bunda dela, graças ao São Braz que mandou minha insegurança pra puta que pariu. Meti um beijo. Ela enfiou os dedos nos meus cabelos cheios de gel e pontiagudos como espinhos. Com uma mão agarrei o pescoço e com a outra puxei os cabelos dela. Lambi a orelha dela e mordi. Caralho, aquilo aconteceu muito rápido.

Trocamos de posição, minhas costas bateram na parede. Quando tentava agarrar aquela bunda, ela empurrava minha mão. Isso porque agora, alguém poderia ver, deduzi. Deslizei meus dois dedões para cima do bico de cada seio. Apertei e puxei. Eram pequenos, havia mais ar no sutiã do que carne.

A minha língua desceu da orelha até o pescoço, depois chegou no céu da boca dela. A música pesada rasgava os sentidos. Metal, nu e cru. Gostei do fundo musical. Paramos o amasso.

— Hum... — Ela fitou meus olhos e segurou meu pulso. — Vou pegar mais vinho pra gente.

— Tá bom.

A Morena saiu rebolado o rabo, imaginei minha rola sendo mastigada dentro daquele buraco. Esperei. Ela voltou com dois copos cheios. Me deu um. Sequei até a metade.

— Você mora por aqui? — Perguntei.

— Não, sou do Siqueira.

— Até que é perto.

— E você? — Ela deu um gole no vinho.

— Moro aqui no bairro.

— É perigoso?

— Eu ou o bairro?

— Você eu já sei. Quero saber do bairro. — A Morena sorriu, os dentes brancos destacados na pele negra.

— É sim. Já fui assaltado uma vez.

— Uma vez? Você tem sorte. — Ela colocou a mão no meu ombro.

— Se tenho! — Matei o resto do vinho. Ela secou o dela.

Os copos caíram no chão e colamos de novo. Segundo round, giramos pela parede. Ela me lascou uma mordida violenta nos lábios. Tentei escapar e ela prendeu. Puta carniceira. Meu pau ficou durão. Meti a mão no meia das pernas dela. Ela me impediu o toque na cereja. Parou o beijo.

— Não!

— Beleza! — Levantei as mãos abertas e sacudi os dedos, rendido.

Prosseguimos, sem nenhum avanço carnal. Não tentei mais. Aquilo já estava ficando chato. Parei o beijo.

— Vou ali falar com meu amigo, ele deve tá sozinho — disse como se me importasse, quando na verdade, eu só queria dar um fim naquilo. Provei tudo que foi possível, mas a cereja me foi negada. Queria só meter o dedo, que besteira!

— Tá certo, e eu vou falar com a minha.

E assim, nos despedimos.

Me aproximei do Rafael. E não errei. Ele estava só. O resto da Calibre 38 já havia chegado e estavam preparando os instrumentos para começar. Depois de alguns minutos, o Fred, o vocalista da Alteração, subiu no palco. Bateu no microfone.

— Agora, galera! Uma banda autoral de hardcore. Com vocês, Calibre Triiinta e Oito!

O Jeferson começou surrando a batera, as guitarras entraram, depois o baixo. E o Fabio começou com a música O Que Eu Não fiz, composição do Felipe, inspirada no primeiro amor frustrado, Vanessa.

— Me admira, o Palhaço ainda está na banda — disse para o Rafa.

— Por quê?

Contei a ele sobre a briga que rolou na noite que bebi pela primeira vez.

— E você não fez nada? — Ele pensou que eu estava presente na hora que o pau comeu.

— Eu já tinha me mandado, o Felipe que me contou como foi.

— Entendi.

O repertório seguia, rolou Barbie Girl, me soquei lá na frente com uma galera na Roda Punk. Foram socos e chutes cegos voando pra todo lado. Levei um na cara, uns três na costela. Joguei meus punhos para frente. Pulei e sacudi a cabeça. A música acabou, e a galera agressiva começou a se cumprimentar.

Adorava aquilo! Era assim que se dançava rock nas comunidades. Uma sessão de espancamento grupal, procurando sempre ter bom senso, ou não. Afinal, só ia para cima quem aguentava. Eu usava um bracelete cheio de pontas de ferro, e nunca fui o único. Quando a suruba sadomasoquista acabava, o pessoal apertavam as mãos e davam tapinhas de camaradagem nas costas. Principalmente no sujeito que te bateu mais e no outro que apanhou mais de você.

Lembrando que não havia um alvo especifico, o bom senso dizia para trocar porrada, sem mirar num único sujeito. Isso evitava mal entendidos. Mas, existia o risco de um pau no cu esquentadinho perder a cabeça e levar a coisa para o lado pessoal. Quando isso acontecia, o resto parava a Roda Punk e afastava os dois amantes.

Quando saí do aglomerado, senti os nós dos dedos doloridos. Olhei, tava tudo vermelho. Meus braços estavam arranhados. Com certeza, alguma ponta de ferro passou por aqui. Havia um pouco de sangue, mas nada demais. Respirava rápido, esse tipo de exercício "saudável" cansava pra caralho.

— Tá vivo, filho da puta? — O Rafa sorriu.

— Por enquanto. — Enxuguei o suor da testa. Minha blusa estava ensopada e grudando em mim. — E aí? Não tá a fim de tentar na próxima?

— Tu é doido! Não sou nem idiota, pra sair todo machucado. Sem ofensa.

— Tranquilo. O que é legal, é a adrenalina e isso não é pra todo mundo.

No meio de uma pausa entre uma música e outra, o Felipe foi até o microfone e disse meu nome. Olhei para o palco e ele acenou. Fui até lá.

— Diz.

— Compra um vinho pra gente — ele pediu e enfiou a mão no bolso.

— Beleza.

Me entregou 7 reais e fui cambaleando até o bar, do lado de fora do Clube dos Canalhas. Comprei um vinho estranho, a garrafa era de vidro. Só estava acostumado com o São Braz na garrafa de plástico.

Abri com dificuldade. Pedi pelos copos. Quando voltei, fui barrado na entrada por uma loira gostosa e um mané.

— Não pode entrar com bebida, queridinho.

Porra! Havia esquecido disso! O mané me olhou e deu um sorriso de deboche.

— É pro cara que tá tocado ali — apontei para o palco —, o Felipe!

Eles olharam.

— E daí? Não pode! — O mané abriu a boca.

— Desculpa, querido. — Ela balançou a cabeça.

— Tá bom, então.

Enchi meu copo e comecei a beber, ali mesmo, na frente deles. Meu objetivo era secar a garrafa e depois pedi desculpa ao Felipe. Algum dia eu pagaria aqueles sete reais. Emborcava o vinho para dentro com fúria. O tempo foi passando e eu perdendo a noção do espaço.

— Ei, tu vai beber isso tudo sozinho? — A loira tocou no meu ombro.

— É o jeito... cêss... num deixam eu entrar com aa... garrafa! — Me escorei na parede. — Mas vou dividir, cês quer?

Logo os dois pegaram os copos que eu trazia comigo. Eles encheram e tomaram de conta do vinho. Depois de algum tempo de exploração, resolvi tentar de novo.

— Ei, me deixa levar... pelo menos um copo... pra ele lá. — Apontei para o palco.

— Vai lá, querido.

— Valeu, querida.

E assim, consegui levar um copo cheio. Quando voltei para entrada, já tinha um grupo enorme compartilhando a minha bebida, dei de ombros e me sentei em uma cadeira largada por ali.

Vomitei duas vezes até o caminho de casa. Saí costurando a rua, sendo auxiliado pelo Rafa e o Felipe. A vida era boa.

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