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2 . A Droga do Amor

Eu tinha um amigo na sala de aula. Costumávamos jogar Ragnarok na lan house do Bené. Ele tinha 16 anos, repetente, gordão e bagunceiro. O nome dele era Leo. Eu conversava pouco, mas quando abria a boca, só falava de assuntos que me interessavam. E quase ninguém se interessava pelos meus assuntos. Mas o Leo falava sobre Ragnarok comigo.

Havia me dado bem até a quinta série. Depois disso, fui mandado para escola pública. Nunca me interessei por estudos, mas eu tinha uma vantagem que funcionava nas provas. E não era cola. Além de ter uma boa memória, eu simplesmente prestava atenção nas aulas. Muitos me consideravam inteligente por isso. As notas não eram ruins, mas, para cada ano que passava, se tornavam cada vez piores até eu chegar no primeiro ano do ensino médio.

No intervalo, eu costumava ficar na sala. Foi quando uma colega se aproximou.

— Ei, Caio!

— Oi?

— Sabe a minha amiga, a Conceição?

— Sei. O quê que tem?

— O que você acha dela?

— Como assim? Eu não sei nada sobre ela.

— Ué, você sabe o nome. — Ela riu, acompanhei as risadas por educação. Nunca fui de sorrir com facilidade. O meu semblante era extremamente sério. E aquela menina surgira do nada, para falar de uma magrinha estranha, a tal Conceição, amiga dela.

Ela começou a me cutucar como se tivesse contado uma baita piada.

— Então, cara? Você acha ela bonita?

Eu não era idiota, não no sentido de burro; mas no sentido de arrogante, eu era de sobra. Obviamente, presumi, mesmo sendo virgem, aonde todo aquele papo furado chegaria. A tal Conceição estava a fim de me pegar. Beleza. Eu já tinha beijado algumas garotas: duas. Ela poderia ser a terceira.

"Não, ela não era bonita." Analisei o meu gosto, se baseando em atrizes pornô. Ou seja, eu era muito virgem. Como não gostava de mentir e dizer aquilo não me adiantaria de porra nenhuma. Fui logo na ferida.

— Ela quer me pegar, né? Se for, eu topo.

A amiga arregalou os olhos, de fato, fui direto demais.

— Ela te acha bonito. E não diz que eu falei isso, ela me mata se descobrir. Ela gostou dos teus olhos.

Certo, aqui vai uma boa oportunidade pra mandar outra informação ao meu respeito: os meus olhos eram verdes. E não, isso não era sinônimo de beleza. Eu ainda me achava feio pra caralho, com cravos e espinhas alargando meus poros.

— Tudo bem, fica entre a gente.

— Vou falar com ela lá fora. Depois te digo o que ela disse. — E a amiga se mandou.

Certo. Não entendi o que ela quis dizer com isso. Olhei para o lado, o Leo estava quietinho, ouvindo tudo.

— E aí? O que você acha? Ela é bonita? — perguntei baixo.

— A Conceição?

— É, porra.

— Cara, ela é... hum... tipo... Não é feia... E não é lá muito bonitona e tal...

— Beleza, entendi. Ela não é bonita, mas isso não quer dizer que ela seja feia.

— Isso! — Leo apontou para frente, empolgado.

A sirene tocou. O intervalo acabou, meus colegas voltavam preguiçosamente para sala. De imediato, a amiga da Conceição veio até mim.

— Ei, ela quer ficar contigo.

— Tá bom.

— Então, quando vai ser?

Aquilo me incomodava, afinal, eu deveria estar falando com a Conceição diretamente. Ela estava sentada a duas fileiras de cadeiras para esquerda. O professor entrou. Ele dizia qualquer coisa sobre geografia. Me virei e abaixei o tom de voz.

— Eu vou lá falar com ela — disse resmungando.

Me levantei de má vontade. Se ela estava interessada, ela bem que poderia resolver esses detalhes. Com certeza, eu não era bom nisso. Desconhecia como funcionava o complexo sistema social de acasalamento macho-fêmea.

Esse professor pouco se importava se algum aluno se levantava e ignorava a aula dele, o que facilitou minha decisão. E ainda assim, meu coração estava acelerado. Nervoso, por ter que falar com a tal Conceição.

— Ei... Conceição, certo?

— Sim. — A voz era manhosa, quase inocente.

— A sua amiga ali, deve ter falado algo pra você, que eu topava... bem... Você já sabe, né?

Ela afundou na cadeira e confirmou com a cabeça.

— E que tal... hoje, depois da aula?

— Tudo bem.

— Certo, vou te esperar na frente do colégio. — dizendo isso, voltei pro meu assento.

Naquele momento, pensei, o quanto aquela menina me superava no quesito timidez. Às vezes, eu poderia dar minha cara à tapa, sentindo o receio da porrada antes de tomá-la. Só que nesse caso, havia uma certa segurança comigo, afinal, a vontade de "se pegar" nasceu nela e me infectou, e, porque eu já estava cansado de não ter uma boca para trocar saliva.

Depois da aula de geografia, rolou uma de história e outra de filosofia. E pronto! Sirene do fim das aulas. A garotada saiu, várias adolescentes com calça jeans colada nas pernas, o cheiro da juventude sempre me agradou — era uma mistura de frescura e potencial obsceno. Como eu queria meter o nariz naquela coisa que chamavam de boceta!

Parei no outro lado da rua, e fiquei esperando a Conceição. Ela saiu, olhou ao redor, me achou e veio até mim. O único problema era que eu não tinha ideia do que fazer. Resolvi levar ela para um lugar mais afastado da escola. Por um lado, não queria ser visto beijando ela, isso poderia atrapalhar meus futuros relacionamentos com as gostosas que eu não falava.

A esperança era uma piada.

Eu era uma piada.

Depois de algumas ruas, paramos numa avenida lotada de bares, haviam bancos de baixo de árvores. Escolhi um e sentamos. Trocamos olhares. Levei minha mão para a nuca dela. E ela colocou sua mão delicada no meu rosto.

Lasquei um beijo, tentei ser rápido, mas logo notei que o ritmo dela era outro. Me adaptei facilmente. A troca de saliva ficou mais lenta e compassada. Gostei, consegui aproveitar o contato molhado com mais detalhes sensoriais.

Por várias vezes, tomamos fôlego para recomeçar a dança das línguas. Foi quando me perguntei se deveria conversar com ela. Mas não tínhamos intimidade. Certo, isso era confuso. Quero dizer que não nos conhecíamos e já estávamos se beijando. O que eu diria, afinal? Eu já sabia o nome dela, beleza!

Nos afastamos um centímetro e beijei as bochechas dela, sentindo aquela pele macia.

— Que horas são? — sussurrei no ouvidinho da Conceição.

Ela se afastou e conferiu o relógio.

— Seis e meia. Nossa! Tenho que ir às sete.

— Certo. Só queria saber até onde podemos aproveitar.

Olhei em volta, estava escuro. Os postes já estavam acesos, mas a luz mal chegava naquele banco. Aproveitei e puxei mais assunto antes dela partir.

— Vou te confessar uma coisa. Lá na sala, eu fiquei bem nervoso quando fui falar com você. Não sei se pareceu, mas sou um cara tímido com desconhecidos. Então para enfrentar isso, eu acabo chutando o balde e indo direto ao ponto.

— Eu também sou tímida.

— Percebi. A sua amiga praticamente arrumou tudo pra nós dois.

— Ela é muito legal.

— Hum...

O silêncio reinou. A vantagem disso era o beijo garantido. Então, tratei de beijar logo. Dessa vez, foi até melhor, era possível ouvir os estalos mais alto. Ela pôs os braços em volta do meu pescoço e agarrei sua cintura. Meu pau ficou durão. Pena que sentada, ela não podia sentir isso. Azar o meu. Sorte a dela? Não sei. Minha falta de experiência no assunto me privava de muitas respostas.

Desgrudamos. Fiquei olhando para frente.

— Ela me disse que você me achava bonito — falei.

A Conceição se encolheu no banco.

— Não acredito nisso. Vou matar ela!

— Mas isso não importa, certo? Agora eu estou aqui com você, te beijando e gostando.

— Eu também estou gostando de ficar com você.

Rolou outra troca de beijos. E quando voltamos a nos importar com o mundo, era sete e meia da noite.

— Meus Deus! Minha tia deve tá preocupada. Vou ter que ligar pra ela.

Ela puxou o celular e se afastou do banco, fez a ligação e voltou.

— Onde você mora? — perguntei.

— No Novo Mondubim. — Esse era um bairro perto dali.

— Quer que eu te deixe em algum lugar?

— Não precisa.

— Tudo bem.

Nos despedimos. Cada um foi para um lado.

Essa situação se repetiu no término das aulas no dia seguinte. Houveram mais beijos e mais conversas. Descobri que ela não era de Fortaleza, e sim de Sobral. Comecei a falar bastante, me sentindo à vontade com ela. Os dias passaram, e toda vez, lá estávamos no mesmo banco, no mesmo horário, aproveitando um momento só nosso. Nessa altura, o Leo desistiu de me esperar para voltarmos juntos pro Parque Santana.

Mas a situação dentro da escola era outra, algo completamente diferente. Comecei a falar bastante sobre a Conceição com o Leo, ele ouvia tudo e opinava pouco.

E o perturbador era a minha falta de iniciativa para falar com ela no ambiente escolar. Nos cruzávamos pelos corredores com a mesma frieza de dois desconhecidos. E nada disso havia sido combinado ou sugerido. Apenas acontecia e se reforçava mais a cada dia que passava.

No intervalo das aulas, na quinta-feira, sentei com o Leo e desabafei. Pela primeira vez, eu falava sobre uma mulher com ele. Me sentia desconfortável por ele. Afinal, acho que ele era mais virgem do que eu. Nada sobre Ragnarok dessa vez.

— É estranho, eu até falaria com ela... mas não sai nada, eu não tenho iniciativa pra porra nenhuma, é foda, cara! E eu converso com ela tranquilamente quando a gente tá lá nos bancos se pegando. Isso é estranho.

— É estranho mesmo. — Ele sorriu, o que me pareceu deboche. — Ei! Olha ela ali! — Puxou a manga da minha farda e apontou.

Vi uma cena vergonhosa. A Conceição, por algum motivo, estava subindo no portão que ficava de frente para a porta da nossa sala de aula. Ela se sacudia e balançava como uma pessoa perigosa, com lesões no cérebro ou com a metade de um. Se divertindo, enquanto a sua amiga — a intermediária — dava gargalhadas.

— Cara, ela parece uma macaquinha — o Leo disse e se desfez em risadas.

— Que porra ela tá fazendo?

Eu tinha uma dificuldade razoável para me divertir. E quando se é rabugento, as pessoas alegres sempre vão parecer burras e sem o senso do ridículo. Naquele momento, eu a taxei assim. Saí e fui até a biblioteca. Aluguei um livro e voltei com ele na mão até a sala de aula.

Quando entrei, a Intermediária veio falar comigo.

— Caio, a Conceição queria saber se você vai ficar com ela hoje.

Hesitei muito antes de abrir a boca. Ela voltou a falar:

— Você gosta de ler? Nossa, nem parece. Que livro é esse?

— Gosto. — Mostrei o livro a ela. — Um Estudo em Vermelho.

Ela leu a sinopse e me devolveu.

— Diz pra ela me esperar na saída, deixa que eu falo com ela. — Finalmente respondi a questão sobre a Conceição.

— Tá bom.

Ela voltou pro assento. O Leo me olhou.

— E aí? Vai ficar com a bichinha?

— Não sei, cara... Não sei.

As horas se arrastaram com a aula de matemática. Não dei a mínima atenção para o conteúdo, era uma revisão e eu estava por dentro do assunto.

Fiquei mergulhado nos meus questionamentos e indecisões. Ficou claro, que sim, Conceição e eu tínhamos uma intimidade reservada do mundo exterior. Aquilo poderia acabar em namoro. E não, nada de compromisso. Longe de mim. O colégio A estava cheio de gostosa, não me prenderia a ninguém, mesmo sendo um covarde que não "chega junto" pra falar com elas.

Tomei minha decisão. A sirene da saída tocou. Me encontrei com ela na frente do A.

— Vamos? — sugeri.

— Vamos.

E tudo aconteceu como antes, mais conversas e muitos beijos. Eu gostava, aquilo poderia durar mais alguns dias. Me senti na obrigação de assumir uma posição logo, comecei a dar dicas sutis de que eu era um cara "instável". Mudava de direção como o vento, e tudo isso era verdade.

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