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11. Entre Família Surge Delicias

Não demorou para o Eli sair me arrastando pelo município, no buggy amarelo, me apresentando para os amigos e outros parentes distantes. Apertei várias mãos desconhecidas e esqueci cada nome apresentado, dois segundos depois de ouvi-los. Eu só queria tomar a porra de um banho e descansar.

Quando voltei para a casa da vó Lucia, descobri mais uma prima, Jeniffer. Usava óculos, pernas fortes, negra e cabelo ondulado. Abracei ela. Soube que era um ano mais velha do que eu, e que morava em Belém. E dentro do casarão, vi uma coleção de porta-retratos espalhados pelos móveis. Os quartos da casa estavam cheios. Gente zanzando pra lá e pra cá. A Jeniffer tinha um sorriso safado colado no rosto. A Letícia não largava o celular, escorada em alguma parede.

Fui me sentar na mesa da cozinha. Várias pessoas conversando paralelamente, gritando, comendo. Troquei algumas palavras, ora com a Letícia outrora com a Jeniffer. O João veio até mim, e me chamou para uma conversa no canto.

— E aí, primo? Cadê as gatas?

— Ficaram em Fortaleza, eu quero saber daqui.

— Eita, sô! Lá tem muita mulher bonita?

— Tem sim — respondi com o SANA em mente.

— Acho que a Jeniffer tá te querendo, acho até que a Letícia também tá.

— E a Letícia mora por aqui?

— Não, sô! Ela é de São Luiz, mora com a mãe, o pai e dois irmãos. Eles não vieram, esse ano, curtir as férias.

Ele se referiu aos irmãos, o pai dela eu já tinha visto por ali.

— Tá querendo ela, é? — ele perguntou.

— Talvez.

— Mas a Jeniffer é mais fácil, facinha, facinha! Já a Letícia nunca vi ficando com ninguém daqui.

— Pois é, eu não sou daqui. — Cotovelei o João e sorri com safadeza. Ele gargalhou.

— Esse é meu primo, filho do Eli! O sangue da família corre nas veias! — Ele disse, empolgado.

Com aquela conversa, meus olhos cresceram para cima do João. Ele poderia ser um valoroso aliado. Já que conhecia o terreno onde eu poderia colher os frutos. Continuei sugando informação.

— Então, ela vai ficar até quando?

— A Letícia?

— É.

— Vai embora depois de amanhã, sô.

Coloquei a mão no queixo e fiquei pensativo. Dois dias para conhecê-la era pouco tempo. Sacudi a cabeça, insatisfeito.

— OH! JOÃO, SUA PESTE! VEM CÁ!

— E, primo?! Tenho que ir, mamãe tá puta comigo. — Ele se mandou.

Sorri.

— Ei, Caio! Já tomou Jesus? — A vó Lucia apareceu e ergueu um copo com um líquido rosa dentro.

— Não, mas minha mãe vive falando desse refrigerante. Só vende por aqui, né?

— Pega, toma um pouquinho, meu filho! — Peguei e bebi. Esse Jesus era bom.

— Esse Jesus é bom, vó.

— Os dois são! — minha tia, mãe da Letícia falou. — Anda logo menino, bebi isso e te ajeita para tirar uma foto. — Notei uma câmera digital na mão dela.

Tiramos várias fotos, aquela mulher era louca por fotos. Aquilo me cansou e ela continuava animada registrando tudo.

Anoiteceu, a lua estava no ar, os grilos cantavam e eu fiquei aceso como um palhaço elétrico. Me ofereceram café durante o dia inteiro quando fui rodar nas casas com o pai, e também na casa da vó. Nunca recusei, por educação. E olha que eu não bebia café. Mas quando anoiteceu, eu mesmo fui encher uma xícara. Bebi tudo — ali era o começo de um vício.

Em volta de uma mesa redonda, em frente da casa. Sentamos eu, o João, a Jeniffer e a Letícia. No centro, uma garrafa quase vazia de Jesus continuava sendo secada pela roda de primos.

— Então, Caio, cadê as gatas? — Agora, foi a Jeniffer que quis saber.

— Sou solteiro.

— Eu terminei o namoro a pouco tempo — ela disse.

— Nunca namorei — a Letícia falou.

Olhei para ela.

— Somos dois.

— Sério?! Tu nunca namorou? — a Jeniffer me fitou, surpresa.

— Não. Até agora, não achei ninguém com quem assumiria um compromisso. Mas quando eu encontrar, não vejo problema em namorar.

— E qual o teu tipo de menina? — a Letícia me comprometeu com essa pergunta.

O João tentou me salvar.

— Eu gosto de mulherão com potência...

— Cala boca, João! — As duas falaram ao mesmo tempo.

— E aí, primo? Diz aí... — a Jeniffer incentivou.

— Meu tipo de menina... tipo físico ou qualidades?

— Não enrola, diz os dois — a Letícia não me deixava espaço para pensar muito.

— Certo! — Tive que arriscar. — Gosto de mulheres corajosas, aquelas que sabem o que querem, decididas, sabe? Também gosto de sinceridade, eu sou um cara sincero. Pra mim a base de um relacionamento é a confiança. E mesmo que alguém pise na bola, e isso, tem muitas chances de acontecer, eu me importaria com a verdade, por pior que fosse.

— Me dá um exemplo — a Letícia falou.

— Traição é um exemplo comum. Se uma garota me traísse e me contasse logo, ela ganharia créditos comigo. Simplesmente porque contou. Então tentaria entender os motivos dela, se foi um momento de tentação, sem muito significado, tentaria seguir em frente se ela quisesse. Mas se ela está confusa em relação a gente. Eu acabo com tudo.

— Tu é muito inocente — a Jeniffer disse, rindo.

O João permanecia calado, com os olhos bem vivos.

— Pode ser, mas isso teria que valer para os dois lados. Ninguém é de ferro, tentações surgem e não adianta dizer: "eu sou fiel" e bater no peito. Sendo que na hora, a situação é outra. Então pra mim o que vale é a coragem de chegar, ser honesto e dizer: "oh, eu fiz 'isso', sei que não foi certo com a gente, mas eu não resisti, e só estou te contando porque respeito você." Então a decisão ficava nas mãos dela. O que eu acho bem melhor do que ela continuar num namoro, iludida, achando que o cara é fiel e perfeito. A verdade pode doer, mas vai libertar.

E eu sou um libertino honesto, pensei.

— Entendi o teu ponto — Letícia disse. — Enquanto ao físico de uma garota?

Olhei para as duas, elas se inclinaram para cima da mesa.

— Diz aí, primo! — O João jogou lenha na fogueira.

— Magra, alta, com cabelo e pernas bonitas. — Tentei ser o mais vago possível. As duas se encaixavam nas descrições. Só que a Leticia era mais alta e mais magra que a Jeniffer.

— Cabelo curto ou longo? — A Jeniffer perguntou. Ela tinha o cabelo bem mais curto do que a prima.

— Só tem que ter cabelo.

O João gargalhou e se levantou.

— Vou buscar mais refrigerante, esse ficou sem gás.

Continuamos o assunto, e as mães de cada uma começaram a se reservar entre si para encher o saco. Ora chegava a mãe da Letícia.

— Vamos, menina! Já tá na hora de dormir. Aqui sua avó dorme cedo.

— Calma, mãe. Não vamos sair daqui. Pode ir, daqui a pouco, eu vou.

Outrora a mãe da Jeniffer.

— Oh, garota! A gente tem que ir, vamos logo! Tua vó tá esperando pra fechar a casa.

— Deixa a chave aqui, depois eu vou.

Uma batalha silenciosa foi travada. Eu perdi as contas de quantas vezes a mãe de cada uma delas apareciam chamando, e elas resistiam o máximo que podiam. Comecei a torcer para uma delas resistir mais e a outra se render primeiro. Como consequência, comecei a dar mais atenção para minha favorita nessa jogada.

Sim, eu queria que a Letícia ficasse mais tempo. E ela tinha uma vantagem em relação à Jeniffer. A primeira iria dormir na casa da vó Lucia, assim como eu iria. Mas a minha outra prima, estava hospedada numa casa ao lado, que pertencia ao outro lado da família dela, o materno.

O João voltou e a Jeniffer se mandou com a mãe.

A mãe da Letícia continuou vindo chamar, ainda mais incisiva do que antes. E minha prima continuou firme. Foi ficando cada vez mais tarde e eu me sentindo uma ameaça cearense.

— Letícia! Vou dormir! E vê se vem logo pra cama! Toma cuidado! Boa noite! — Ela veio até a mesa. Me olhou com ferocidade, eu sorri.

— Tá bom, mãe. Vou já, já. Bênção?

— Deus te abençoe, querida.

— Bênção, tia? — estendi minha mão, um sorriso cínico na cara.

— Deus te abençoe e tu também, vai dormir, menino!

Gargalhei.

— Tá bom, tia. Vou já, já.

O João também tomou a bênção e ela saiu. Era possível ver o peso que ela carregava nas costas. Deixar a filhinha preciosa dela com a ovelha negra era uma derrota na sua criação. Mas ela estava errada. Nunca fui uma ovelha negra. No meio do mato, eu era um lobo transparente, sem camuflagem.

Agora tínhamos outro obstáculo para o nosso objetivo. Sim, eu dizia nosso, ao incluir a Letícia. Ela resistiu tanto, que já estava claro onde queríamos chegar.

O João!

Era interessante como o aliado poderia se tornar um incômodo, quando a situação mudava. Mas com ele era fácil de se lidar.

— Acabou o gás desse refri — a Letícia comentou.

— De novo? — O João pegou a garrafa e a verificou.

— É, João. Vai pega mais Jesus pra gente — falei.

— É, João. Vai pegar. Somos mais velhos. — Ela sorriu e trocamos olhares de cumplicidade.

— Aí, aí! — ele bufou, levantou-se e entrou na casa.

Depois de tudo que aconteceu, foi a primeira vez que fiquei sozinho com ela. Não perdi tempo. Me levantei imediatamente.

— Vamos? — Estendi a mão.

— Pra onde? — ela pegou minha mão e se levantou.

— Se esconder do João. Quando ele voltar, não vai encontrar a gente.

Saímos de mãos dadas pelo jardim. As copas das mangueiras nos cobriam da luz da lua. A grama sob nossos pés estava fria. O vento derrubava algumas folhas. E três balanços, pendurados nos galhos das árvores, mexiam-se com a ventania.

— Vamos para aquele balanço. — Apontei para o mais longe.

Fomos.

— Daqui, ele não vai nos ver. — Por um momento, pensei se aquilo tudo não passava de uma brincadeira contra o João.

Ela mirou os olhos nos meus e sorriu. Meu coração disparou. A escuridão que nos cercava ficou mais escura. Fechei os olhos. Um beijo.

Não, não um beijo. Foi O beijo. Algo novo invadiu minhas entranhas. Não, não era a porra das "borboletas no estômago". Era um exame de vespas que ferroavam a minha razão. Toquei no rosto dela. Seus dedos se enroscaram nos meus cabelos. Sentir aqueles lábios macios era reconfortante. Uma reação caótica bagunçava meu corpo. Arrepios subiam até o cérebro. Conforto, paz, sabor e confusão.

Algo novo. Senti algo novo.

Era Veneno Puro.

Quis segurar o Tempo com minhas mãos. Deixar aquele momento paralisado no Espaço. Doce agonia envenenada com repetições, me tornar um usuário viciado naquela droga. Morrer por abstinência e jogar gasolina no inferno.

Era uma ponta de Loucura.

De alguma forma, me senti desvirginado. Mas não era amor. Não poderia ser! Com um beijo? O que eu sabia dela? Do que ela gostava? O que ela sabia? Eu não sabia o que era. Precisava de mais tempo para conhecê-la. Era impossível segurar a quarta dimensão com mãos pequenas. Pensei na minha tia e seu gosto por fotos. Ela iria adorar uma foto minha segurando a filha dela no pecado.

Era uma negação temperada de contradições.

Nossos lábios se separaram. Alisei o rosto dela e coloquei alguns fios de cabelo para trás. Vi bem! Olhos negros, pele branca, sorriso lindo; uma imagem marcada com fogo nas minhas lembranças. Se o Diabo existisse, ele saberia disso e usaria contra mim.

Ela sentou no balanço, pegou as duas cordas e chutou areia para longe.

— Gostei de conhecer a família, foi um prazer, prima.

Ela se levantou e me beijou de novo.

Tudo se repetiu.

Quando finalmente voltamos e entramos na casa, não encontramos o João. A vó Lucia apareceu, abraçamos ela. A casa estava silenciosa. Muitos dormiam e quebravam o silêncio com um ronco e outro. Fui tomar banho, saí molhado pela casa e tremendo de frio. Bebi mais café e fui me deitar em uma das redes armadas na sala.

O frio e o gosto do café se tornaram âncoras de nostalgia. Ela surgiu com a roupa de dormir, veio até a rede e me beijou. Os lábios me trouxeram o gosto do vício maldito. Quero mais, pensei. E mais arrepios percorreram minha pele.

— Boa noite, Caio. Gostei de você.

— Boa noite.

Esses foram os últimos sussurros daquela noite. Alisei a mão da Letícia e ela saiu. Ouvi minha prima entrar no quarto. Fechei meus olhos e acordei no dia seguinte.

Pela manhã, a casa estava agitada. Muito agitada.

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