Não é todo dia que alguém vem à sua porta — às três da manhã!!! — e te pede em casamento. Pensei que isso só acontecia em filmes clichês, mas eu estava errado, Kim Seonwoo veio à minha porta e fez o pedido, que me pegou totalmente de surpresa. E por eu estar morrendo de sono, demorei muito mais tempo que o normal pra raciocinar.

— Tudo bem se não quiser, eu não sei o que deu em mim. — abaixou a cabeça e riu sem graça, já se virando para sair da minha porta.

— Espera, Sunoo eu...

Nós éramos amigos, sim eu já podia dizer isso pelo tanto de vezes que passamos muito tempo conversando e conhecendo um ao outro. Antes éramos realmente apenas colegas e conhecidos, mas fiquei feliz por termos subido de nível e agora falamos sobre tudo.

Me senti o próprio FBI quando fui procurar ele no Instagram e achei, eu tinha começado pelo Facebook mas depois descobri que ele não tem mais, então o Instagram foi o lugar que fez mais sentido para mim, e na sorte achei ele por algumas hashtags que pensei que ele colocaria em suas fotos. A hashtag da tulipa me salvou, ainda mais por ele ter me dado uma, que coloquei em um vaso com água na minha escrivaninha, ao lado do meu computador.

Tulipas laranjas me lembram o Sunoo.

— Eu aceito me casar com você. — falo rápido e ele levanta a cabeça na mesma hora, me encarando.
Não me importei se respondi no calor do momento, Sunoo me faz ficar estranho quando estou com ele faz um bom tempo, e eu sei o que isso significa.

— É sério? — seus olhos pareciam brilhar e, se eu focasse, poderia ouvir seu coração disparado.

— Sim. — sorrio. — Então... O que fazemos agora?

— Nos beijamos que nem nos filmes? — sorri também e percebo que, mesmo com a luz fraca dali, ele corou.

— Pode ser.

Me aproximei e peguei em seu rosto, trazendo-o mais para mim e finalmente beijando ele. Sunoo era o primeiro homem que eu beijava, e admito ter gostado de beijar mais ele do que qualquer outra garota.

O beijo estava meio desengonçado, ainda mais por fazer muito tempo desde a última vez que beijei alguém, e ele parecia estar na mesma situação que eu. Levei minha mão livre para sua cintura e ele puxou minha blusa com suas duas mãos para ficarmos mais colados, achei aquilo o ato mais fofo que ele fez, ficando atrás só de quando tirei aquela foto dele sorrindo enquanto segurava suas tulipas laranjas.

Nosso beijo foi acabando aos poucos e me senti naquela famosa cena do beijo em filmes, onde tem um close e tudo mais, já que sorrimos depois de nos separarmos milimetricamente. Ali eu comecei a olhar para ele de outra forma, não era mais o Seonwoo da época da escola ou o colega que por sorte encontrei em Seoul, era o meu agora noivo.

— Bom é... — digo e dou uma risada leve, sem saber como continuar direito. — Quer entrar ou...? — coço a nuca meio nervoso.

— Ah, não! — ele diz rápido e logo negou com a cabeça na mesma velocidade. — Quer dizer, agora não, Jungwon está me esperando na cama e...

— Na cama? — questiono surpreso arqueando uma sobrancelha, mas meu sorriso não saiu de meu rosto, eu só queria deixá-lo nervoso.

— Sim é... Eu e ele dormimos juntos, só isso! — gesticulou com a mão freneticamente. — Amanhã nos falamos, tenho que ir!

— Espera aí. — seguro ele pelo pulso virando-o para mim e dou um selinho demorado de despedida.

Sua expressão quando me afastei foi a melhor, olhos arregalados, boca aberta e as maçãs de seu rosto totalmente coradas, foi a coisa mais linda que já vi. No mesmo segundo ele saiu correndo e quase tropeçou em uma pedra aleatória que havia no caminho, acho que acordar no meio da madrugada valeu a pena.

( . . . )

— Você o que?! — Jungwon grita e rapidamente tapo sua boca com minha mão.

— Cala a boca Jungwon! — falei bravo. — Sim eu pedi o Sunghoon em casamento e ele ainda por cima aceitou.

— Meu deus do céu precisamos pensar nos preparativos logo, tenho que ver meu terno de padrinho e...

— Calma Won. — o interrompi rindo. — Nem falei com ele depois que voltei para casa, ele mandou um bom dia todo fofo mas eu não tive coragem de responder...

— Pois trate de responder logo, vou contar a novidade pro Jay, ele vai pirar!! — disse todo animado, indo para sala para pegar seu celular que estava no sofá.

— Ok, senhor Yang, eu vou responder ele. — reviro os olhos e pego meu celular também.

Sunghoon
| Bom dia Sunnie, dormiu bem? Quer sair mais tarde?

Sorri ao ler sua mensagem novamente e logo tratei de responder.

Sunoo
Bom dia Hoon, dormi sim e você? |
Sair? Para onde e para que? |
Dormi bem sim :) |

Sunghoon
| Bom, sair para nos conhecermos melhor, somos noivos agora mas não nos conhecemos tão bem igual a noivos realmente se conhecem, pulamos a etapa do namoro...

E isso que ele mandou era verdade, conversamos sim sobre tudo antes mas foi por mensagem e não é a mesma coisa que pessoalmente, precisamos fazer isso cara a cara já que eu fui um louco de pedir ele em casamento do nada.

Sunoo
Certo, às 4 da tarde na praia? Quero ver o
pôr do sol ;) |

( . . . )

Chegamos na praia ao mesmo tempo, o que foi bem engraçado. Por eu ter trazido uma toalha, a coloquei na areia e sentamos nela.

— Aqui está ótimo. — comento e coloco minha bolsa onde estamos sentados.

— Realmente. — se ajeita e me olha.

— Ultimamente o pôr do sol está cada vez mais bonito.

— Nunca parei para reparar. — da de ombros. — Pensei que iria me chamar para algum lugar fechado, estou um pouco surpreso.

— Cansei de lugares fechados, ver o sol se pondo com alguém é legal também, só temos que conversar então não vi motivos para gastar dinheiro. — ri e ele também.

— Do que iremos falar? — pergunta.

— Me conte uma história engraçada que você viveu. — sorrio e dobro minhas pernas.

— Bom hm...

E então ele me contou algo super engraçado de quando era criança, fazendo eu me acabar de rir. Sunghoon é muito engraçado e me fazia ficar bem apenas por me fazer rir ou sorrir, pessoas assim são tão preciosas.

— Sun.

— Hm?

— Por que me pediu em casamento?

Nesse momento eu congelei, eu não podia falar para ele o porquê do pedido, nem fizemos nada ainda e ele poderia desistir de mim na hora ao saber da minha condição.

— Porque eu sempre gostei de você. — isso é verdade, então eu não estava mentindo.

— Ah... — juntou suas pernas ao peito e se encolheu um pouco. — Por que não me disse antes?

— Nunca tive coragem.

— Agora teve.

— Sim, agora eu tive. — dei um sorriso pequeno.

— O que vamos fazer sobre o casamento?

— Eu não sei, não sei o que temos que fazer também... — brinco com meus dedos.

— Podemos pedir ajuda para alguém ou pesquisar. — deu de ombros.

— Você quer mesmo se casar comigo? — olho para ele.

— Sim, eu quero.

— Então vamos nos esforçar para isso realmente acontecer. — mostro meu mindinho e ele olha para o mesmo.

— Combinado. — sorri e junta o seu com o meu.

Quando anoiteceu, ele me levou até minha casa e subiu comigo até minha porta, estávamos nos despedindo com um beijo quando Jungwon, que estava Vivi nos braços, abriu a porta e nos assustou um pouco.

— Oh, me desculpe. — riu e eu sei que ele fez isso de propósito. — Ouvi uns barulhos, sabe como é, sou bem fofoqueiro.

— É, bem mesmo. — reviro os olhos. — Vou entrar, até mais Hoon.

— Até mais!

Finalmente entro em casa e Jungwon ainda continuava na porta, falando alguma coisa com Sunghoon que eu nem me importei em ouvir ou saber. Guardei a toalha e fui direto pro chuveiro, voltei para sala e coloquei ração para Jiji que veio rapidamente comer.

— Você não deu comida para meu gato, não é? — questiono olhando para ele que estava na cozinha.

— Tem que dar a comida na hora certa, seu gato quer comer demais, vai ficar obeso.

— Jiji obeso ia ficar fofo. — sorrio olhando para o citado. — Brincadeira, isso não iria ser legal.

— Pois bem, e falando em gato... Você estava no maior beijo com o Park, hein? — sorriu malicioso quando se apoiou no balcão.

— Pois bem, estava já que alguém interrompeu, né? — cruzo os braços.

— Se não fosse por mim vocês iriam ficar ali para sempre! Aí você ia voltar grávido pra casa e sem a porra da aliança no dedo. — cruza os braços também.

— Nossa você está maluco. — bagunço meus cabelos e jogo uma almofada nele, que a pega rapidamente para não acertar em nada frágil da cozinha. — E é mesmo, as alianças... Porra eu não sabia que um casamento dava tanto trabalho! Precisa de muita coisa, Won!

— Eu disse. — deu de ombros. — Mas não se preocupe, conheço pessoas que podem ajudar nisso.

— Sério?

— Sim senhor, mas antes de tudo vocês devem se conhecer bem e virarem melhores amigos para você saber onde você está se metendo. — vem até onde estou e coloca a almofada no lugar, depois para em minha frente, pegando em minhas mãos.

— É verdade, iremos fazer isso, hoje falamos algumas coisas mas eu preciso de mais e ele também.

— Relaxa que vai rolar. — ele sorri. — Tenho certeza!