— Ludmilla! Acorda, Ludmilla! — Ouvi uma voz que parecia estar longe, me chamar. — Porra Ludmilla, ACORDA! — senti uma tapa em meu rosto, precisamente perto do meu ouvido.

Xinguei e abri os olhos atordoada, me lembrando do pesadelo terrível que eu tive e me desesperei na mesma hora.36

— Brunna! Onde ela está, ela está bem? — me levantei e Patrícia me segurou pelo braço, me impedindo de entrar na sala de emergência.

— Calma, até agora nenhum médico apareceu. Você está bem? — ela perguntou alarmada, devido ao surto que acabei de dar.

Eu apenas confirmei com a cabeça e procurei tentar acalmar minha respiração. Ela se afastou e foi se sentar no sofá com Larissai, que assim como eu, cochilava.

Foi tudo um pesadelo, um terrível e horroroso pesadelo. Mas que não me deixou menos preocupada. Isso não tira o fato de que ela estar ali é minha culpa. Se eu não tivesse deixado meu orgulho falar mais alto, ela nem deveria estar ali. Como eu sou burra.

— Parentes de Brunna Gonçalves? — minutos mais tarde, um médico alto e branco entrou na sala de espera, nos deixando alertas.

Em sincronia, eu, Larissai e Patrícia nos levantamos.

— Eu sou Ludmilla, namorada dela.

— Meu nome é Steven Strange. Sou o médico que está cuidando do caso de Brunna.

— Como ela está, doutor? — Patrícia perguntou. Me fazendo segurar o ar em meus pulmões, pelo medo da resposta.

Ele olhou em seu prontuário e logo olhou para nós, soltando um suspiro melancólico. Meu coração oscilou.

— Devo dizer que Brunna teve muita sorte. Ela tinha uma alta dose de remédios fortes no organismo e se ingerisse mais alguns desses medicamentos, com toda a certeza, ela teria uma overdose. — ele fez uma pausa. — Ela também está muito desidratada e com uma leve pneumonia. No momento ainda está dormindo por conta dos sedativos que ingeriu, mas ela já está tomando soro e assim que seu organismo estiver limpo, começaremos a tratar da leve pneumonia que ela tem.

Senti um peso enorme sair das minhas costas. O meu maior medo era de que ela estivesse correndo risco de vida ou até mesmo algo pior, como no meu pesadelo. Mas ela não estava. Ela ficaria bem, ela ficaria bem!

— O senhor tem alguma noção de quando ela pode acordar? — Patrícia perguntou.

— Podemos vê-la agora? — ouvi a voz de Larissa.

— Ela pode ficar com um acompanhante no quarto? — perguntei, porque se ela pudesse, Patrícia que me perdoasse, mas quem ficaria com ela seria eu.

— Acalmem-se, uma pergunta de cada vez. — O médico riu de leve. — Ela deve acorda daqui a algumas horas, acho que ela tem apenas mais cinco horas de sono, lembrando que, como esses remédios são muito fortes, ela pode acordar e logo voltar a dormir, até que seu organismo esteja limpo. O horário de visita é das oito da manhã às cinco da tarde, então sim, vocês podem visita-la. Sobre ela ter uma acompanhante, a resposta é sim, Ludmilla.

— Ótimo! — murmurei e olhei para Patrícia receosa. Ela me olhava especulativamente. — Patrícia... — comecei, mas ela estendeu a mão, me interrompendo.

— Eu sei, Ludmilla. Você deve ficar com ela. Assim que ela acordar, eu exijo que vocês se resolvam essa situação, fui clara? Não aguento mais ver vocês duas sofrendo por causa de besteiras!

— Eu concordo com a Patrícia. Ludmilla, vocês se amam. Ela não casou, ela te quer de volta, então, deixa esse orgulho de lado e volta logo pra ela. Vocês merecem ter um final feliz.

Sorri. Sério, pela primeira vez desde que briguei com Brunna, eu abri o meu primeiro sorriso sincero. Era bom ter apoio dos amigos de novo e era isso que eu estava tendo.

— Não precisam se preocupar, no que depender de mim, Brunna e eu ficaremos juntas no segundo que ela acordar.

Porra, agora sim eu estava no caminho certo! Não via a hora de ter Brunna de volta para mim, ela finalmente seria minha. Totalmente minha.