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Capítulo 27 - Are We Understood?

Clarice um dia escreveu uma frase muito certa: "Sinto saudades de tudo que marcou minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado. Eu sinto saudades".

E eu realmente sinto saudades, mas, no momento, sinto saudades de apena uma pessoa. Você sabe muito bem quem ela é. Eu sei, Patrícia sabe, minhas paredes sabem, até mesmo o pote de sorvete de chocolate que eu estava comendo naquele momento, sabia.

Eu jamais poderia imaginar que Ludmilla tinha se tornado uma peça primordial da minha vida, até perdê-la. Mas como desistir dela não estava nos meus planos, eu já havia começado a pôr em prática a operação para tê-la de volta. Até agora não tinha dado resultado nenhum e era meio óbvio que isso iria acontecer. Mas eu não poderia simplesmente deixar tudo de lado, só porque ela estava me ignorando descaradamente.

Já fazia alguns dias que estava mandando uma série de cartõezinhos para seu apartamento, às vezes com frases de Clarice, às vezes com frases de algum outro autor, às vezes eu apenas escrevia o que meu coração queria dizer. Eu não saberia dizer se Ludmilla recebia meus cartões, se os ignorava ou se os guardava. Eu não havia recebido nenhuma resposta de volta.

Nem pelos cartões, nem pelos SMSs, nem pelos telefonemas e nem pelas minhas batidas incessantes na porta do seu apartamento, o que resultou na ida dos seguranças até a sua porta, para me retirar do prédio. Foi constrangedor, mas eu estava disposta a passar por tudo aquilo para tê-la de volta. Estava disposta a passar pelo o que quer que fosse.

Meus devaneios foram cortados pelo barulho do celular, meu alarme tocando e avisando que era a hora de tomar minha pílula anticoncepcional, que eu passei a tomar desde que eu contracenei com Ludmilla. Era mais uma das mil clausulas que estavam naquele maldito contrato que assinei com Larissa.

Voltei para minha cama depois de tomar um copo d'água para ajudar a descer a pílula e deixei meu ombro cair em total derrota.

Até mesmo a comer essa montoeira de chocolates que eu havia comprado, acompanhado pelo filme "Diário de uma Paixão", inspirado no livro do meu amado autor, Nicholas Sparks. As lágrimas estava rolando soltas pelo meu rosto, enquanto eu enfiava mais uma colherada de sorvete de chocolate em minha boca, quando a campainha tocou.

A primeira reação que passou pelo meu corpo foi o choque. Logo depois, o meu coração começou a bater freneticamente. Eu sabia que não era Patrícia – ela havia passado quase a tarde toda comigo e foi embora ao anoitecer, para passar a noite na casa de Larissa –, e não estava esperando nenhuma outra visita. Até porque, quem na face da Terra iria me visitar, depois de todo aquele escândalo na Igreja.

Apenas Ludmilla. Talvez – por algum milagre dos céus – ela possa ter mudado de ideia e veio pessoalmente responder todos os meus chamados. Com essa esperança tomando conta de toda a minha mente – e consecutivamente, de meu coração –, dei um pulo do sofá e passei a costa das mãos pela boca. Meu estado não era o melhor do mundo, visto que eu vestia apenas um baby-doll velho, aquele típico pijama de estou-na-fossa-não-me-incomode, mas Ludmilla já havia me visto nua. Aquilo realmente não era nada.

Ajeitei meu cabelo, tendo a certeza de que o baguncei ainda mais e fui até a porta, abrindo-a em um solavanco. O sorriso que eu pensei em abrir sumiu rapidamente dos meus pensamentos enquanto via meus tios me olharem furiosos. Sem pedir licença, eles entraram e olharam ao redor como se estivessem procurando por alguém. Respirei fundo e fechei a porta, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, teria de encará-los.

— Por um momento, eu pensei que sua amiguinha estaria transitando pelo seu apartamento. Transitando nua, pelo seu apartamento. Sorte dela não estar aqui. — meu tio disse em um tom ríspido.

Mal sabia o quanto eu queria que Ludmilla estivesse transitando pelo apartamento, ainda mais nua. Isso significaria que estava tudo bem conosco, mas a realidade era totalmente diferente.

— Boa noite para vocês também. — murmurei, olhando diretamente para eles e esperando-os começarem a dizer o motivo da visita tão fora de hora.

— Você nos deve uma maldita explicação, Brunna! — minha tia, segurando sua bolsa com força. Dava para ver a sua raiva reprimida em sues olhos.

— Explicar sobre o quê, necessariamente? Sobre ter desistido do casamento? Sobre o filme pornô que eu gravei? Ou sobre como está a minha vida agora?

— Pouco nos importa como está a sua vida agora, garota. Você acabou com a reputação da nossa família! Éramos respeitados, toda a alta sociedade de Los Angeles era nossa amiga e agora, todos os viraram as costas porque a nossa querida sobrinha largou um dos melhores partidos no altar e como se não bastasse, gravou um filme pornô! Uma porra de filme pornô, Brunna! ONDE ESTAVA COM A CABEÇA? — meu tio gritou.

— Abaixe o tom, tio Peter, por favor. — falei. — Se essas pessoas fossem amigos de vocês de verdade, não lhes virariam as costas por conta do que eu faço com a minha vida. Desde o início do meu relacionamento com Caio, vocês sempre visaram os lucros e os círculos sociais que isso traria a vocês. Quando ele me traiu você, titia, me disse que isso era normal, que era apenas uma crise de casal e que eu era obrigada a superar. Em nenhum momento vocês pensaram nos meus malditos sentimentos, desde quando eu era uma criança, vocês nunca pensaram no que eu poderia sentir, no que a escolha de vocês poderia acarretar no meu futuro! — desabafei, dizendo tudo o que eu sempre quis pela primeira vez na minha vida.

Meu tio me olhava de boca aberta, como se não acreditasse que eu tinha falado tudo aquilo e minha tia tremia o queixo, insinuando um falso choro. Ela sempre fazia isso para me abalar, mas dessa vez simplesmente não iria funcionar.

— Você é uma ingrata, Brunna! — ela disse com a voz embargada. — Quando seus pais morreram, fomos nós que a acolhemos. Se não fosse por Peter e eu, você provavelmente teria vivido o resto de sua infância em um orfanato medíocre.

— Eu agradeço muito por tudo o que vocês fizeram por mim. Mas quando vocês pegaram minha guarda, não foi apenas por amor. Foi por interesse também, ou vocês acham que eu não sei que vocês reduziram a fortuna de meu pai pela metade? Que a casa onde vocês moram hoje, era, na verdade para ser minha? Eu sei de tudo isso, eu tinha apenas dez anos, eu entrei em depressão, mas não era burra! — falei, sentindo um nó se instalar em minha garganta.

Obriguei-me a respirar fundo e manter a compostura, pelo menos enquanto eles estivessem na minha frente.

— Eu não me importo de vocês continuarem morando naquela casa, com certeza vocês utilizam mais aquela mansão do que eu, como também não me importo com o dinheiro que gastaram. O que eu tenho hoje é o suficiente para viver muito bem, apesar de não ter muito como antigamente. A memória dos meus pais é o que prevalece para mim.

— E você acha seus pais se orgulhariam de ter uma filha que se tornou uma atriz pornô e ainda por cima lesbica? — meu tio perguntou em um tom duro, tocando exatamente na ferida.

— Peter estar certo. Meu irmão teria nojo de você, Brunna. Nojo de quem você se tornou, assim como nós temos. Nunca pensamos que você iria nos decepcionar dessa forma, você nos envergonha. — Tia Grace me olhou de cima a baixo e logo depois, riu. — E o pior de tudo, é que ela largou um cara maravilhoso como Caio, para se torna uma compulsiva por chocolate, que passa o final de semana vendo filme meloso. Você é muito idiota de pensar que essa Lurdina largaria a carreira dela, para ficar com você.

— O nome dela é Ludmilla! — falei, irritada.

— O que importa? Ela continua sendo uma atriz pornô e você virou uma solitária medíocre. — ela disse, balançando a cabeça. — Chega de rodeis, vamos direto ao ponto. Nós não queremos você na nossa casa e nem perto de nós, ouviu bem? A partir desse momento, sinta-se totalmente excluída do nosso círculo familiar, principalmente do nosso, agora escasso, círculo de amizades. — Jogou os cabelos castanhos para trás e apontou a unha bem cuidada na minha direção. — Estamos entendidas?

Levou apenas alguns segundos para que meus olhos se enchessem de lágrimas. Por mais que eu soubesse que meus tios eram um tanto esnobes e um pouco interesseiros, jamais pensei que me tratariam assim. Jamais pensei que, na primeira oportunidade, me chutariam de suas vidas como se eu fosse um lixo qualquer. Eles eram os meus únicos parentes vivos, e agora, estavam me expulsando da forma mais insensível possível.

— Você nos escutou, Brunna, ou está com algum problema de audição? — meu tio perguntou, impaciente.

Sem ter como olhar nos olhos deles por mais um segundo que fosse, me virei e fui em direção à porta, abrindo-a. As lagrimas já inundavam o meu rosto quando os encarei novamente.

— Eu entendi completamente. Agora deem o fora daqui. — murmurei em um tom rouco e decepcionado.

Eles se entreolharam e passaram por mim como um furacão. Eu ainda fique com a porta aberta, esperando-os voltar e dizer que tudo não passava de uma brincadeira, que eles jamais fariam algo desse tipo comigo, mas isso não aconteceu.

Meus tios haviam me deixado, ou melhor, haviam me chutado para fora de suas vidas. A dor era imensa, insuportavelmente grande, assim como a decepção.

Eu só esperava que Ludmilla não fizesse comigo, o mesmo que eles haviam acabado de fazer.

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Oiê tudo bem?

Me respondam uma coisa, vocês acham brochante palavras de baixo calão nós hots??

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