A tarde seguiu em calmaria. Shuri não demorou a dormir, principalmente por estar na companhia de Bucky. A ideia de segurança era confortável. Afinal, Thimba poderia estar procurando por eles naquele exato momento. Difícil de acreditar, pois o poder subia na cabeça de um homem como uma droga forte.

O sol ainda tocava o chão do quarto quando a rainha despertou. As mãos que correram até o outro lado da cama, não encontraram nada. Um sinal de que o soldado já havia despertado. Ela enrolou seu corpo nu no lençol fino e o procurou no cômodo com o olhar. O movimento fez com que uma voz grave chamasse seu nome.

- Bucky? - Disse ela, em resposta.

- Estou aqui - ele saiu da varanda com bermuda jeans e o tórax desnudo.

Shuri tentou não se fantasiar por cinco minutos com aquela imagem.

- Algum sinal dos Vingadores? - Perguntou repentinamente.

- Estarão aqui em cinco minutos - disse ele ao vestir uma camisa de turista com a frase "Passei minhas férias na Etiópia".

- Onde estão as roupas novas? - Ela tentou segurar o riso, mas Bucky notou seu humor.

Ele jogou uma muda de roupas na casa ao tempo que uma ventania forte invadiu o quarto. O som de hélices de helicóptero eram inconfundíveis. Ambos sabiam que sua ajuda havia acabado de chegar. Em um olhar divertido, ela completou:

- Menos que cinco, soldado.

- É a margem de erro - ele deu de ombros. - Vou na frente.

O americano desceu as escadas, seguindo para a porta que revelou um equipamento aéreo de ponta. Ele ficou surpreso em ver a qualidade do material quando se aproximou apenas ao cessar das hélices. O helicóptero verde musgo marcado por uma estrela branca marcava o símbolo de um herói mundial.

Steve Rogers foi o primeiro a sair. O capitão vestia uma camisa azul marinho, calça jeans e jaqueta de couro. Os óculos escuros deixavam no mistério o par de olhos azuis que os escondia. Natasha Romanoff, também conhecida como Viúva Negra, seguiu-o logo atrás, usando quase o mesmo padrão de vestimenta do primeiro. Visão ajudou Wanda na saída ao oferecer a mão. Ela aceitou de imediato, segurando a ponta do vestido de couro do outro. Samuel Wilson, chamado pela mídia de Falcão, fora o último. Usava um colete preto em cima de uma camisa azul e jeans.

- Vim o mais rápido que pude, amigo - disse Steve, dando um abraço em Bucky. - Não está fácil enganar as forças aéreas internacionais. Ainda mais quando perseguidos.

- Fico contente que está aqui - agradeceu ele, olhando para os demais. - Preciso da sua ajuda.

- É por isso que vinhemos - confirmou Natasha com braços cruzados e um sorriso confiante.

- Achei que era um alerta vermelho - Samuel indicou a camisa de Bucky, com uma estranha sensação de ter perdido alguma informação. - Podemos ficar aqui antes?

- Engraçado, Wilson - disse Bucky, sério. - Pode ficar aqui enquanto salvamos Wakanda.

- Vai com calma, esquentadinho - disse Wanda com o cenho franzido. - Ele só estava brincando.

- Não temos tempo para isso, - explicou ele, mantendo calma na voz - um reino inteiro está com problemas enquanto conversamos - a lembrança tomou gosto de raiva em seus lábios. - Sabe o quanto está sendo difícil para ela?

Os Vingadores se entreolharam.

- Ela quem? - A Romanoff virou-se para Steve. - Não me diga que ele está falando da irmã do T'Challa.

Agora, todos observavam Bucky, curiosos.

- Quantos anos ela tem? - Questionou Samuel, confuso. - Você contou para ela que passou da casa dos setenta?

- Shuri tem 20 anos e oito meses - disse Visão, em um tom informativo.

- Isso não é ilegal? - Prosseguiu ele, risonho.

- Quem somos nós para falar do que é legal ou não - disse Natasha, sabiamente.

- Podemos focar na missão? - Disse o Soldado Invernal, interessado em mudar de assunto.

- Concordo, Bucky - disse o capitão, com a mão no ombro do amigo. - O que consegue identificar de diferente no mapa do território, Visão?

- De acordo com os meus dados móveis, - disse o herói - notei atividades irregularidades no terreno. O nível de calor está acima do normal. Pode ser obra natural ou não, dependendo da vulcanização do local. Entretanto, as imagens constam pontos principalmente na capital, onde o terreno é, em maior parte, plano.

- O que significa... - disse Samuel, distraído com a animação vinda da piscina do hotel.

- Que os picos de calor são frutos de incêndios - esclareceu Wanda.

O silêncio que tomou o ambiente foi cedido por um só motivo: a chegada de Shuri. A tristeza em seu rosto era clara.

- Estão queimando minha casa? - Perguntou ela, sem chão.

- Princesa - disse Natasha, fazendo uma leve reverência com a cabeça.

- Rainha, na verdade - corrigiu Visão.

- O que aconteceu com T'Challa? - Perguntou Samuel, intrigado.

Shuri suspirou antes de dizer:

- Thimba é o líder dos asanis. Há uma semana, eles invadiram o palácio, colocaram a segurança do estado em risco e causaram graves ferimentos no meu irmão. Ele ainda estava inconsciente quando saí de lá. Sei que estão me olhando desse jeito, porque acreditam que eu deveria ter ficado. Mas...

Sua voz se perdeu, entretanto, foi Steve quem continuou:

- Vamos ajudá-la, Shuri. Não se preocupe - sua voz era firme, o que passava confiança para a rainha mesmo sem conhecê-lo bem. - Agora precisamos entender como funciona todo o sistema do seu país para elaborarmos o jeito mais seguro de tirar os asanis do controle.

- Steve - disse ela, depois emendou: - Capitão. Eles tiraram muito de mim - com os olhos fixos nos dele, Shuri adicionou, séria: - Não irei poupar esforços para matar aqueles que estivem no meu caminho.

Steve olhou aflito para Bucky.

- A vingança não traz nenhum benefício ou satisfação - explicou o capitão. - Apenas sangue nas mãos.

- Não me importa o preço - embargou ela, relutante. - Thimba irá pagar pelo que fez.

- Tem mais um detalhe - apontou Bucky. - Shuri conheceu um deus leão chamado Mkango. É possível que ele esteja por trás da invasão.

- Ele é como Thor? - Disse Wanda, imaginativa.

- Ninguém é como Thor. - Retrutou Samuel.

- Mkango é poderoso - aclarou Shuri. - Nunca me encontrei com ele no plano real, o que não quer dizer que ele seja fruto da minha imaginação. O maldito é traiçoeiro. Conseguiu parar meu corpo com a força do pensamento, além de controlar minhas emoções. Não sei o quanto na escala ele pode chegar, mas é melhor termos cuidado.

- Não existe deus que não possa ser derrubado - disse Natasha, por fim.

Espero que tenham gostado! Deixe seu voto e comentário para ajudar no feedback, por favor. Afinal, se está lendo até aqui é porque gostou, certo? Não seja um leitor fantasma (: . Próxima segunda, lanço o próximo capítulo. Confesso que vai valer a pena a espera. Att