Capitulo 5 part 1
Entro em meu quatro com Maitê dormindo em meus braços e a coloco em nossa cama para então começar todo o ritual que sempre faço depois de ficar muito tempo longe dela.
Tiro o vestido azul com pequenas flores do seu corpinho e depois a calçinha de babado da mesma cor do vestido em um tom diferente, juntamente com sua fralda. Com o coração ao passo de sair da minha caixa torácica começo a inspecionar o pequeno corpo em busca de algo que não estava lá quando a deixei.
Peitoral? Ok
Braços? Ok.
Cabeça? Ok.
Costas? Ok.
Pernas e dedos? Ok.
A pequena abre os olhinhos, acordando de sua soneca, mesmo que eu tenha tomado todo o cuidado para não fazer movimentos bruscos e acorda-la. Os grandes olhos piscam em minha direção, prendendo-me e então lentamente a pequena boquinha banguela começa a se curvar em um sorriso preguiçoso.
Amo tanto quando ela faz isso.
— Ei, meu amor. — sussurro ao fazer um leve carinho em seu rostinho. — Titia já esta terminando, ta?
E então a pior parte... com delicadeza pego as pequenas perninhas gordas e então as abro com cuidado e logo suspiro de alivio.
Partes intimas? Ok.
— E ai? esta com fome? — me inclino sobre o pequeno corpo e faço cocegas em sua barriga com minha boca arrancando leves gargalhadas.
Meu Deus, eu amo tanto esse som!
Ainda inclinada sobre seu corpinho, encaro o rostinho redondo. Gravando cada detalhe em minha memoria. Os cabelos castanhos que a cada dia parecem aumentarem mais em quantidade. A boca em formato de coração que carrega um leve tom rosado. Os grandes cílios de cor castanha que guardam os lindos olhos que a principio sempre achei que fossem verdes, porque os de seu pai são, mas então há vezes que eles são escuros e brilhantes demais para serem apenas verde. E então acho que são cinza, mas não qualquer cinza, um cinza bem rebelde que não satisfeito apenas com sua cor, quer se inclinar para o verde escuro.
E bem, eu acho linda essa rebeldia de cores que esta me encarando com tanta atenção agora.
Os pequenos bracinhos se erguem tentando tocar meu rosto e abaixo-me para facilitar sua exploração. Ela esta na fase de descobrimento; tudo quer tocar e colocar na boca, o que as vezes, confesso, me tira do serio.
— Minha pequena menina curiosa. — abaixo a cabeça e beijo sua bochecha, ainda com suas mãozinhas em meu rosto, como se me abraçassem.
Céus, eu a amo tanto.
— Te amo, pequena. — meus olhos se enchem quando novamente a encaro e sou inundada por um amor tão puro que não contente em florescer apenas em meu coração, se espalha por meus olhos em pequenas lagrimas.
********************
Levo a ultima colher de arroz e feijão aos meu lábios e mastigo com calma. Maitê está no chão em cima de uma manta que cobre o tapete liso, brinquedos estão ao seu redor e um desses ela o leva a boca e fica fazendo vários barulhinhos. Se babando toda.
Gemo frustrada, porque já lhe dei banho e se tem algo que fede é baba.
Me encaminho a cozinha para lavar o prato e meus olhos captam meu celular na mesa carregando, a ansiedade roendo o meu peito.
Vai da certo. Pense positivo, Mari!
Enxugo as mãos em minha velha saia ao sucumbir o desejar de verificar o meu bate papo com o corretor. Não falamos muito na verdade, apenas o cumprimentei com um "boa tarde" e lhe enviei o vídeo da casa, logo recebendo um "irei analisar, obrigada querida." E isso já fazem mais de 30 minutos.
Novamente olho o vídeo que encaminhei, tirando a falta de qualidade por conta da câmera não vejo motivos para tanta demora.
Com os olhos no celular arrasto os pés para a sala e me acomodo no sofá. A tela se enche com a imagem de uma cerca de madeira e logo atras uma casa de cor amarela desbotada com uma pequena área de descanso. A câmera entra em movimento e logo o interior da casa é mostrado. As telha em um bom estado entram em contraste com as madeiras que já viram dias muitos melhores. Creio que a casa não ser forrada deve contar como pontos negativos, em minha cidade casas serem forradas não é tão comum. As paredes tem um tom de amarelo sujo e algumas marcas de sujeiras, felizmente não há rachaduras na estrutura da casa e o piso é de cerâmica branca e esta bem conservada. Graças a Deus.
O vídeo passa adiante e mostra dois quartos de mesmas medidas, porem com cores diferentes. Enquanto que o da Luci(anteriormente quarto de nossos pais) possui um tom azul bebê nas paredes, o meu possui 3 paredes rosa e outra lilás, onde se encontra minha cama de casal e ao lado o berço de Maitê que somente é usado durante o dia e a noite é feito de guarda-roupa.
A pequena cozinha americana entra em cena, as paredes do mesmo tom de amarelo do resto da casa. O pequeno balcão em granito preto possui tabuas de madeiras na parte inferior que são usados como despensa, escondida por uma cortina enfeitada com pequenas flores. O balcão pia embaixo de uma janela de vidro com dois pequenos vasos de samambaia como enfeite dão um contraste fofo na cozinha, confesso que amo lavar louça olhando além da janela.
Olho admirada para o vídeo, nunca imaginei que minha cozinha fosse tão encantadora. E então meu peito se aperta em profunda nostalgia e afasto o celular, não querendo ver mais o simples banheiro e o quintal cheio de mato.
Aperto os olhos quando eles ardem de uma forma que parece que coloquei colírio de pimenta malagueta. Nada de choro!
Meus olhos se abrem quando Maitê resmunga manhosa.
É hora da soneca.
Batidas incessantes me acordam e com delicadeza tiro Maitê do meu peitoral para que ela não acorde. Normalmente coloco ela para dormir durante o dia em seu berço, para que ela não se acostume a esta sempre dormindo comigo, no entanto, hoje resolvi abrir uma exceção quando a carência gritou mais alto que a razão.
Ao abrir a porta arregalo os olhos ao ver os mesmo capangas da ultima vez. Rapidamente corro para o sofá onde deixei o celular e verifico a data para ter certeza que não dormi a tarde e noite toda. Suspiro de alivio ao constatar que ainda são 15h30, meus olhos prendendo no canto superior da tela...
Esperança pura esmaga o meu peito ao notar a barra de notificação com o nome de Lucio.
— Nosso patrão ficou sabendo que foi na cidade grande e ele tem... — começa aquele que parece esta no comando do outros meliantes. Como ele soube? — Se perguntado se você abriu essa linda boca.
Termina em um tom claramente acusatório e cheio de suspeita.
— Eu...eu... — aperto o celular em minhas mãos ao inspirar em busca de calma. — Fui em busca de um comprador.
— Comprador?
— Sim, irei vender a casa e se Deus quiser saudar um bocado da divida.
O grandalhão esfrega o rosto e solta um suspiro pesado.
— Olha dona... — o tom consternado chama minha atenção e o observo um tanto desconfiada— A sua irmã e seu cunhado fizeram uma cagança pegando dinheiro emprestado e morrendo deixando toda essa divida em suas costas.
Arregalo os olhos ao ouvir suas palavras que claramente para ele tem um tom de consolo.
— Eu...
— Não... Moça escuta; a culpa não é sua, mas o chefe não liga se é ou não. Ele quer o dinheiro e vai ter de alguma forma. Venda a casa e se ajeite para conseguir o restante do dinheiro.
Termina, e então assim como da ultima vez, ele sai me deixando sem palavras e em um estado de transe.
*Vamos meditar com a autora:
Olá, minha querida(o), lhe desejo a paz do Senhor Jesus. Tudo bem contigo hoje? e ontem?
Quem nunca, assim como nossa Mari estava bem ontem, quando de repente um novo dia surge e com ele uma carga de problemas. E ai, a gente desanima e se esquece que vivemos em um mundo real onde TAMBEM há dores, aflições, mortes, assaltos e tantas outras coisas que tentam nos tirar a alegria, mas devemos lembrar que o próprio Jesus nos disse que teríamos aflições, no entanto, devemos nos lembrar também que Ele disse para termos bom ânimo, pois esta conosco(João 16:33). ELE ESTÀ COM VOCÊ(feche seus olhos e repita isso quantas vezes forem necessárias ate seu coração crê nessa maravilhosa verdade).
Então, quando você for enfrentar os leões da vida não se esqueça(não seja como Mari, please) que há um Deus que te ama e está contigo.
Deus abençoe, amo vocÊ.
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