Capítulo 2
*Antes que comece, convido você para ler "Príncipe do Meu Destino"! Corre lá! É um bagulho cheio dos paranauês (+18). Você vai entender que nem tudo é o que parece...
Capítulo 2
Sam
Senti o calor escaldante sobre mim, mas não parei de trabalhar. Eu quero terminar antes do almoço. Meu pai havia saído para realizar os exames receitados pelo médico, e minha mãe havia ido junto, acompanhando para ele não ficar sozinho. Minhas mãos estavam cobertas com terra, e por mais que o sol não me ajudasse, eu estava gostando de lidar com a terra. Não era bom como o meu pai, que tudo que tocava se tornava uma obra de arte.
Ele era um exímio jardineiro.
Parei, olhando meu trabalho, e gostando muito do resultado. Minha boca seca pedia por água. Olhando para os lados, não vi a empregada, então, caminhei segurando minha luva, e pensei porquê não as tinha usado, para mexer na terra, pensando nisso, as coloquei dentro do bolso da calça. Subindo as escadas da frente da casa, ouvi o roncado do motor de uma moto - uma Ecosse Titanium Series FE Ti XX preta -, me virei e vendo uma linda mulher descer.
Quando ela tirou o capacete, balançando o cabelo, minha respiração para. Morena de pele clara, alta de cintura fina, pernas grossas marcadas pela calça preta junta e de seios pequenos, com o cabelo preto, longos com as pontas levemente cacheadas, e com olhos castanhos escuros, e lindos lábios grossos bem desenhados.
Uma morena de tirar o fôlego.
- Quem é você? - perguntou ela com desdém em sua voz. Franzi o cenho com o seu tom arrogante. Ela olhou para minhas mãos sujas e fez cara de nojo.
- Ele é o filho do nosso adorado Jardineiro - respondeu um senhor de cabelos brancos. senhor Drummond com toda certeza.
- Samuel Otto - tento parecer gentil, mesmo ela não merecendo, estendendo a mão para cumprimentá-la, mas logo me arrependi de ter feito isso.
- Ele é tal bandido? - seu tom ácido, me deixou desconfortável - não acho certo ter-mos uma pessoa como ele em nossa residência - me olhou de cima a baixo, torcendo o nariz - Não vou apertar sua mão suja.
- Alexya, por favor, não trate o Samuel assim - o tom de voz dele era firme - eu respeito muito a família dele e eu quero que você o respeite.
- Desculpa senhor. Não quero causar problemas - eu me sentia desconfortável, naquela situação.
- O problema é você querer entrar pela porta da frente - soltou rispidamente - empregados entram pela porta de trás. Mas acho que você já sabe disso - ironizou.
- Alexya - advertiu seu pai - Não é assim que eu lhe ensinei a tratar os outros.
- Tudo bem senhor Drummond - digo descendo a escada - eu posso entrar pela porta de trás.
- Samuel... - me chamou senhor Drummond - entre por aqui - pediu estendendo sua mão para que eu entrasse pela porta da frente.
- Tudo bem senhor - eu disse sinceramente - não tem problema. Eu sou seu empregado e tenho que seguir as regras.
- Muito bem - debochou Alexya - Você aprende rápido - levantando uma das sobrancelhas.
- Eu não estou mandando Samuel - ele olhou rígido para ela - estou pedindo gentilmente, que você entre - atendendo ao seu pedido, vagarosamente subi os degraus da escada novamente, mas não baixei a cabeça mostrando que tinha meu orgulho, e seguindo o senhor Drummond.
- É serio isso pai? - perguntou ela em choque.
- Muito serio - respondeu ele severamente - e a partir de hoje, ele entra e sai pela porta da frente à hora que ele quiser. E isso não era um pedido, é uma ordem - ela bufou, enquanto passava, por mim, para abrir a porta, fazendo com que o capacete da moto batesse no meu braço com força, entrando na casa.
- Me desculpe pelo incidente - pediu ele, com paciência e uma vergonha interna.
- Tudo bem - o acalmei.
- Não está tudo bem - suspirou - esse gênio forte de Alexya não saiu da minha parte - falou desgostoso.
- Vamos deixar isso de lado - falei, mudando de assunto - quais serão minhas funções, além de ser o jardineiro?
- Ah! Samuel - ele falou sorrindo, e feliz com a mudança de assunto - você sozinho não dará conta de jardinar todo o terreno. Digamos que você será "o faz tudo" - passou a mão em meu ombro, segurando firme, e continuando a falar - de inicio, não vou mentir - dou de ombros, se desculpando - não gostei muito da ideia de tê-lo aqui, mas seus pais me contaram a sua situação, e não poderia negar ajuda a pessoas tão maravilhosas. Considero muito sua família, e farei o possível para ajudar você também.
- Obrigado Senhor Drummond - agradeci sinceramente.
- Me diga - começou a perguntar - além do seu trabalho aqui, quais são seus planos? - ele estava verdadeiramente com vontade de saber, o que eu queria fazer.
- Quero terminar meus estudos. - respondi, com firmeza - quero terminar a faculdade, e seguir com a carreira de arquiteto.
- Vou providenciar para que termine a faculdade, o mais breve possível - fiquei impressionado com o que ele disse. Ele não me via como um delinquente, mas como uma pessoa precisava de oportunidades, para poder seguir a vida.
- Não sei como agradecer - agradeci emocionado. Aquilo era mais do que eu podia sonhar - difícil acreditar, que mesmo depois de tudo, o senhor quer me ajudar.
- Já falei, sei sobre a sua situação e adoro sua família - disse ele, enquanto andamos para poder entrar na enorme casa, em direção à cozinha - percebo que esta trabalhando com gosto no jardim e pelo sol escaldante que está lá fora, tenho certeza que você esta com cede.
- Estou sim - afirmei sorrindo sem jeito.
- Sirva-se do que quiser na cozinha - falou antes de sair da enorme cozinha - nos vemos depois, para falar sobre seus estudos. Esta bem?
-Sim - acenei feliz, concordando com ela - tudo bem.
Era só o que me faltava, uma riquinha mimada que não sabia respeitar o próximo. Balancei a cabeça, completamente irritado e logo a empregada, senhora Sardagna apareceu para me fornecer à água. Aceitei de bom grado, matando minha cede, voltando, logo em seguida para terminar meu trabalho, ainda me arrependendo por não ter calçado as luvas para mexer na terra.
Não via a hora de chegar à noite e deitar novamente na cama confortável e esquecer tudo.
Terminei meu trabalho no final da tarde, feliz por ocupado minha cabeça com outras coisas. Meus pais já haviam chegado e meu pai estava descansando, por isso achei melhor deixá-lo na paz e tranquilidade. Entrei em casa, segundo para o banheiro, para tomar banho, tirando toda a terra que havia em minhas mãos. Me arrumei e resolvo ir explorar a região.
Encontrei em um barzinho pequeno perto da mansão, o que me parecia ser um milagre, aquele tipo de bar existir um ali perto. Letreiro grande e em luzes vermelhas destacavam o nome do bar, e parecia com aqueles bares americanos, mas com a imagem de uma taverna.
Parecia ser um bom ambiente. Queria tomar um uísque puro para aquecer meu final de tarde. Entrando, observei o ambiente calmo, com algumas caras jogando sinuca no fundo, e outros atirando dardos, com suas namoradas. Andando em direção ao bar, sentando na cadeira do balcão e logo um homem alto de aparência rude vem me atender.
- Dia difícil amigo?
- Muito difícil - suspirei, lembrando do dia cansativo, não do trabalho, mas da mulher que tinha tirado minha paciência para prova.
- Prazer, Paulo - estendeu sua mão para me cumprimentar, parecendo mais gentil do que o seu rosto demonstrava.
- Samuel - respondi, com a mesma cordialidade.
- Você é filho do Jo? - perguntou surpreso, reconhecendo os traços do meu rosto.
- Sou sim.
- Cara teu pai é uma figura - disse ele sorrindo - um grande homem - elogiou - faz um tempo que ele não aparece. Como ele está?
- Não muito bem - respondi triste. Quando voltei para sociedade, a pior noticia foi saber, que o meu pai não estava muito bem - problemas no coração.
- Ah, é por isso que ele não aparece mais aqui, para fazer a alegria da rapaziada no jogo de sinuca. Então o que vai querer?
- Uísque... Sem gelo - pedi, já sentindo o peso do dia satisfatório de trabalho, apesar da irritação por causa da Alexya.
- Saindo um uísque sem gelo - pegou um copo, despejando uma dose generosa do uísque.
- Me falou - começou - como é trabalhar na casa da marrenta?
- Marrenta? - olhei confuso para ele, virando todo o liquido de uma só vez na boca, fazendo a minha garganta queimar. Outra coisa que há muito tempo, eu não fazia. Beber uísque.
- Alexya... - sorriu - a filha do Joseph.
- Prefiro não falar sobre isso - falei, mostrando que não me sentia confortável, falando sobre ela. Não é profissional e nem educado falar de quem paga seu salário, para que você possa colocar a comida na sua mesa.
- Já entendi - disse enquanto coloca outra dose no meu copo - ela já colocou seu veneno esnobe para cima de você...
- Serio... - o interrompo - Prefiro não tocar nesse assunto - terminei de tomar a outra dose - não tenho o que dizer da família Drummond. Eles estão me dando uma oportunidade de seguir minha vida, e não quero falar sobre isso. Não me leve a mal. Obrigado por me atender - falei me levanto para pagar a conta.
- Eu peço desculpa - se desculpou percebendo que não era uma boa, me pressionar - precisando de um ouvido amigo, pode contar comigo.
- Obrigado - agradeci novamente, saindo do bar logo em seguida.
Entrando na mansão, no alto a notei na janela. Linda... Mas, não era para o meu bico. Ela olhava de longe, e quando me viu, fechou a janela com força. Balanço, novamente, a cabeça sem paciência. Não querei chegar perto dela, pois além do Drummond, ela tinha outro sobrenome, e esse se chamava "problema" com certeza, e, além do mais, ela tinha algo contra filhos de empregados e ex-presidiários. O melhor que eu poderia fazer era continuar com meus planos, me formar para dar orgulho os meus pais, sendo um filho melhor.
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