O coração errou uma batida, deixando a sua respiração falhar e a boca secar em desespero. Ele estava perto, mais perto do que deveria para seu antigo Sensei. Olhou em seus olhos ao sentir sua mão aveludada tocar sua cintura e subir vagarosamente para as costelas, deixando seu corpo a mercê de seus toques leves, contudo bastante maliciosos. Sakura segurou a respiração em pânico, afinal ele estava ali por sua culpa, porque ela o pediu para ficar pois ao contrário ele teria ido embora. E, francamente, Sakura não queria que ele parasse o que estava prestes a fazer, ela só estava..... assustada por ser correspondida?

Nunca que a Haruno imaginou conseguir o que queria, mas o fato era que tudo que ela pedia, Kakashi atendia prontamente, então quem era ele para negar naquela altura do campeonato? Ainda mais ele que sempre desejou sentir o gosto de seus lábios, a textura de sua pele branca e o som de sua voz manhosa ao dizer seu nome. Ah, se Sakura queria entregar seu corpo para o Hatake, não seria ele a contrariar.

— Por que me olha assim? Foi você que me pediu isso.... — o homem sussurrou perante seu ouvido, parecia que o timbre de sua voz estava mais grave do que o normal.

— Tem razão, eu pedi e você está apenas fazendo..... Mas não quero que me beije porque eu pedi, não quero que durma comigo por pena, para apenas me agradar...

Sakura se afastou dele, mas não o suficiente para deixar de sentir sua mão acariciar sua costela coberta pela blusa. Arrependeu-se na hora por ter dito aquelas palavras, antes não importava se ele queria também ou se faria apenas para a agraciar, mas agora parecia errado impor ele naquela situação.

Kakashi riu, suave, brando e calmo. Sua risada era tão agradável que Sakura não ligava se ele estava rindo dela ou com ela.

— E o que te faz pensar que eu também não quero isso? — indagou, avançando sobre a mulher que arregalou os olhos tanto com seu questionamento quanto com sua atitude — Ouso confessar que sonhei tantas vezes em sentir dentro de você que cheguei a enlouquecer. Um tarado pervertido, eu sei, mas te juro que nunca olhei com maldade para você antes, só depois que virou mulher.

Desta vez, Sakura deixou o sorriso se alargar em seus lábios e riu vitoriosa.

— Sei que você não me olhou quando eu era criança, sempre teve uma boa conduta com seus alunos, apesar de ler livros impróprios na nossa frente. — pontuou divertida, deixando o outro relaxar sobre seu corpo — Mas a questão não é esta, Kakashi, eu quero que me diga com todas as palavras se você quer isso tanto quanto eu.

Os dedos grossos foram ao seu rosto, deixando os dígitos carimbarem suas bochechas e descerem até os lábios vermelhos e carnudos da rosada. Kakashi passou tempo demais encarando seu rosto e tocando seus lábios, afinal parecia que ela estava mais bela do que antes, era impossível deixar de apreciar sua face angelical.

— Devo mesmo responder? Estar aqui já não é o bastante?

— Eu quero ouvir de você, apenas para ter certeza.

— Atitudes dizem mais que palavras, Sakura. Então me deixe te dizer isso com minhas atitudes.

E Sakura permitiu, deixou que os lábios antes coberto pela máscara, agora visíveis, tocasse sua boca como uma resposta, como a confirmação para o que ela precisava. Cada célula de seu corpo vibrou em êxtase com o beijo, sentindo a língua quente dançar com a sua enquanto as mãos apertavam sua nuca para traze-la mais próxima a ele. Era melhor do que ela já imaginou, parecia que os lábios se encaixavam perfeitamente, que a língua se encontrava na hora certa com a outra, e, céus, aquele beijo foi como uma confirmação de que se encaixavam unicamente um para o outro em todos os sentidos.

Suspirou maravilhada do mesmo jeito que Kakashi fez, afinal se estava sendo bom para a mulher, estava sendo mil vezes melhor para Kakashi.

Ele não entendia como Sakura começou a ocupar seus pensamentos, seus desejos, suas vontades, mas sabia que ela havia conseguido desde a Quarta Guerra Ninja. Em algum dado momento da guerra Kakashi notou que sua ex aluna já não era mais criança, afinal ela tinha salvado todos junto com Naruto e Sasuke.

Admiração.

Foi a admiração pela sua evolução como ninja que o chamou atenção, levando paulatinamente a notar cada vez mais outros aspectos da Haruno até o momento que a cobiçou como sua, desejando-a em seus braços, como bem pretendia. E sentir seu corpo feminino perante suas mãos era como se estivesse em um sonho lúcido. Não. Era como se estivesse em um genjutsu, tal genjutsu que o tornava dolorosamente prazeroso.

As narinas se entorpeciam com o perfume doce exalado da pele de Sakura, como se possuísse uma substância além de viciante, entorpecente e afrodisíaca que só o deixava mais louco ainda, e parecia que Sakura sabia deste fato, pois exibia cada vez mais seu pescoço para ele, onde o mesmo deixava mordidas e chupões.

Era só aquela noite, nada mais. Não teria uma outra vez, ambos sabiam. Sasuke retornaria para a Vila e Sakura entregaria seu coração novamente para ele. Kakashi tinha consciência, céus, ele era um homem adulto e vivido, sabia como funcionava as coisas e aceitava ser daquele modo. Mas naquela noite, em sua casa, deitados em sua cama, Kakashi não permitiria que ela pensasse em Sasuke, teria ela unicamente e exclusivamente só para ele! E isto bastava para o Hatake, assim como bastava para a Haruno.

O prazer durou a noite toda, não havia mais diálogos entre eles, os corpos conversavam entre si por colisões um no outro e arrepios copiosos que percorria entre as veias. Estava além de sexo e além da própria compreensão, se tratava de um momento especial e único na vida de ambos. Sakura e Kakashi só se deram conta de que tinham acabado quando viram o sol nascer, abraçados e encarando a janela do quarto, tendo a consciência de que tudo voltaria ao que era antes.

Foi apenas uma noite, mas esta noite estaria gravada pelo resto de suas vidas.