Uma amizade única é aquela que é composta por somente duas pessoas que se sentem em um estado de compartilhamento de confissões e de entendimentos sobre as suas vidas de modo que um deles é só sofrimento e o outro pode ser também só sofrimento ou por um ajudar do outro. Essa amizade diferenciada é o mais alto grau de amizade que existe porque os dois compartilham todos os momentos, alegrias e tristezas da vida um do outro e que ambos vivem juntos para o bem-estar mútuos.

            Aqui, esse bem-estar mútuo diz respeito ao mais alto grau de comprometimento e de responsabilidade para ambos que estão em um momento crítico de suas vidas e que estas estão passando, geralmente em maus lençóis por estarem em fases de vida delicadas e outras vezes, em fases de solidão. Mas nem por isso se entregam a forças ou momentos de total abandono de suas vidas porque sempre terão um ao outro para consolar pelo resto de suas vidas ou enquanto durar a amizade eterna.

            A amizade única geralmente é eterna e composta por inúmeras características em comum que a torna uma via de mão dupla para ambos, sendo que estas características únicas dela fazem com que os indivíduos se tornem quase um só ao ponto que se transformam em humanos mais evoluídos emocionalmente e mentalmente. Por se tratar de características individuais e dualizadas, estas tendem a duram muito mais ou tanto quanto uma super amizade porque os pontos em comum entre ambos é a generosidade e a empatia do bem-estar comum para com o(a) amigo(a) único(a).

           Ao passo que essa dualidade se intensifica, se torna mais firme, forte e duradoura porque as dificuldades de um deles ou de ambos é o ponto de partida para que ela se torne única e individual, sendo mutualmente mais rígida que o habitual. Mas não rígida num sentido de rigidez de sentimentos ou pensamentos, mas sim, de força e plenitude constantes de uma amizade mais idealizada e menos constrangedora que o costume pode ou deve exigir.

           Essa idealização pode partir de um deles ou ambos porque tende a ser mais almejada e ao ser alcançada é costumeiramente mais intensa exigindo algum ideal ou estado de espírito mais abrangente que o que pode se esperar do outro. Ainda que possa parecer uma solidão de ambos, a parceria e a falta de ignorância tendem a ser óbvias ao ponto de que tanto um quanto o outro é mais forte juntos do que separados.

            Mas não uma falta de ignorância no sentido de burros, e sim, no sentido de que ambos são inteligentes o suficiente para acharem e pensarem que essa amizade fortalecida é mais que uma via de mão única por se tratar de um fortalecimento de empatias que só querem o bem-estar e a saúde física, mental e emocional um do outro. Então, essa ignorância é a de que a inteligência no saber da vida um do outro é mais que bem-vinda e muito mais sólida e verdadeira que simplesmente o doar-se por completo na super amizade de um dos lados, é a solidão que os une de uma vez por todas.

             Essa solidão pode ser em decorrência de percalços da vida, de uma falta de entrosamento na vida dos outros para fortalecer amizades múltiplas ou ainda de um estado de espírito e de vida aquém do esperado e do desejado por um deles ou por ambos. Esse estado pode parecer simples para a maioria das pessoas, mas para aquele que está em completo estado de solidão por causa do desinteresse familiar ou de uma doença que vitimiza ou que o(a) impede de viver uma vida como as das outras pessoas, o(a) tornam uma pessoa muitas vezes sem esperanças na vida de um compartilhar mais aberto e feliz.

              Essas esperanças podem ser encapuzadas ou amordaçadas por entes queridos ou por pessoas que o(a) querem ou exigem muito mais do que essa solidão proporcionou na vida de uma pessoa que menospreza o desinteresse e o interesse muitas vezes egoísta de algumas pessoas que só querem uma troca de presentes, de dinheiro ou de uma ajuda para o seu próprio benefício que torna o outro alheio ao seus interesses mesquinhos. Nesses pode acontecer de casos assim se tornem muito mais comprometidos com o querer só para si e não o compartilhar o bem-estar do outro que só quer e deseja um pouco de empatia, simpatia e sentimentos emocionais de pura e plena alegria do momento que o impede e suprime de ser feliz.

              Esses sentimentos muitas vezes se tornam um alívio quando a amizade única é encontrada e tida como o alívio de um ou de ambos que se permitem viver uma vida mais que satisfatória, e sim, de constantes transformações e modificações para uma vida direta, simples e proveitosa, além de um doar-se porque se sente bem em compartilhar os momentos, pensamentos e os sentimentos um do outro e pelo outro. É uma mistura de alívios para sensações de encontro com uma realidade que não condiz com a sua na vida real, mas que nessa amizade única se torna a única válvula de escape para o aliviar-se das culpas por/de diversos motivos que a vida impõem para ambos ou um deles.

              Essas características de quem procura ou não encontra uma amizade única geralmente incluem:

           · Empatia: é o colocar-se no lugar do outro, sem que ele(a) tenha feito algo de bom ou de ruim na sua própria vida ou na vida do outro ou de alguém;

           · Simpatia: é o estado de espírito de tratar o outro bem não importando quem ele é ou o que ele fez de bom ou de ruim;

           · Estados emocionais difíceis e intensos de solidão e/ou de culpa: estas pessoas que procuram uma amizade única, geralmente tem muita solidão (ficar ou torna-se sozinho(a) por algum motivo e que afeta o seu bem-estar físico, emocional ou mental) e/ou culpa por algo que fez de ruim em sua vida ou que o(a) deixou abalado(a) sentimentalmente;

           · Sentimentos de não pertencimento a lugar algum: é o deslocar-se do ambiente ou o sentir-se deslocado em relação ao modo como este é tratado pelas pessoas e/ou familiares em sua vida e que este se torna sozinho(a) e que molda o seu viver o(a) levando muitas vezes à solidão ou ao isolamento;

           · Não encontrar em quem confiar: muitas vezes as pessoas confiam por precisar, necessidade ou porque evitam o doar-se para que possam as impedi-las de engajamento, mas pessoas sozinhas tendem a não confiar por medo ou por não pertencimento a algum lugar, vida ou companhias;

            · Doenças primárias ou subjacentes: pessoas com doenças são sozinhas pela falta de informação ou de entendimento de alguma doença que ela tenha no presente ou teve no passado e que a fez ficar sozinha por muito tempo ou mesmo agora.

             Essas são asprincipais características que levem uma pessoa a ficar ou tornar-se sozinha emsua vida em algum momento dela ou mesmo por algum motivo que fez com que a maioriaficasse longe por muito ou por algum tempo. E isso a fez esquecer-se decompartilhar ou de doar-se por completo ou um pouco que seja para a sua felicidadee desabafar para ter menos culpa e/ou não ficar sozinho(a) porque essa amizadeúnica é a válvula de escape que faltava em sua vida para evidenciar o seu completovínculo com a realidade e com a vida.