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Capítulo 2


Envelheci e não sabia?

Como eu podia sonhar e fazer tudo aquilo com um estranho? — Sentei na cama a procura da minha garrafa d'água.

— Bom... Sem água! — resmunguei.

Levantei e fui para a cozinha atrás de mais água. Sentei a mesa com uma jarra e meus pensamentos. Lembrei do sonho... Cada detalhe, cada beijo, a respiração ofegante, suor... Olhar... Não houve palavras... Eram somente olhos, boca e calor... O calor começou a invadir meu corpo de novo, olhei a hora, muito cedo para quem não tinha o que fazer, ou melhor, não saber o que fazer. Fui até a varanda e o amanhecer lindo me presenteava a obra de Deus. Resolvi trocar de roupa e sair para caminhar.

O céu apresentava em vários tons: avermelhado, laranja, amarelo e lilás... Simplesmente lindo. Há tanto tempo eu não tinha essa sensação boa de felicidade ao olhar o céu e aquela imensidão do mar. Tão simples e tão verdadeiro. Minha mãe sempre dizia: Contemple o belo, o simples, apenas isso te basta para começar bem o dia.

Por alguns instantes eu esqueci o porquê estava ali e meus problemas. Somente conseguia respirar e sorrir para aquele dia lindo com um vento bom...

Olhei na minha mão uma banana... Descasquei-a e na primeira mordida eu olhei a frente.

Era ele!

Aquele moço da praia vinha correndo e passou por mim. Eu estava certa, ele é o da capoeira eram o mesmo. Lindo... Uma barba por fazer, cabelo curtinho... Os olhos, eu não vi o tom direito porque estavam quase fechados por causa do reflexo da luz que apontava no horizonte. Suava... Nossa! Suava como no meu sonho... Pena que vestia camiseta e bermuda não apenas uma sunga... Para que tanta roupa, meu Deus? Muito vestido por sinal, um bermudão branco largo que ia abaixo do joelho.

Olhei para trás e ele continuava correndo, bem longe agora, parei pensei em voltar também. Mas o que eu queria? Voltei a andar... Quando percebi que o sol iria ficar mais forte voltei, pois nem havia passado protetor solar, usava somente óculos e chapéu, um da minha mãe bem grande por sinal.

Ao longe eu vi o "meu sonho" acabar de se alongar e caminhar para a saída da praia. Acelerei o passo. Se eu tivesse voltado àquela hora... — pensei.

Ele entrou num caminho de árvores na saída da praia e eu o perdi de vista. Fiz o mesmo trajeto... Nada! Cadê ele? Aquela direção iria para o centro da vila. Peguei o caminho contrário e fui para casa.

Lavava os pés na entrada da casa quando a Sônia gritou meu nome, fazendo que eu me assustasse.

— Te assustei, fia?

— Estava distraída. Bom dia — falei sorrindo.

— Saiu cedo. Eu aqui achava que dormia ainda, falei para Ana, não faça barulho para não acordar a Deia — comentou rindo.

— Quem? Ana? Que Ana? — perguntei.

— Ah... Eu trouxe a Ana para faxinar aqui pro'cê — falou entrando na casa de novo e gritou: — Ana! Eu vou levar Deia para tomar uma merenda, se precisar grita lá em casa.

— Pode ir Soninha... — respondeu uma voz de dentro da casa. — Oi dona Andrea, se lembra de mim?

Olhei para uma senhora que apareceu a porta. Acho que lembrava, mas não muito.

— Oi... Tudo bem? Claro que lembro... Obrigada por vir... Tem o que precisa aqui? — Tentei buscar na memória quem era ela.

— Sou filha do Quim Limão, trabalhou com seu pai muito tempo.

— Nossa! É você? Desculpe não lembrei... Quanto tempo... Você era uma mocinha... — calei.

— É a gente vai ficando velha mesmo... Tempo passa... Veja você! Uma linda moça agora. Até pouco tempo era uma magricela birrenta aqui... Deixa eu trabalhar...

— Vamos, fia? — chamou Sônia.

— Vou tomar uma ducha rápida. Estou convidada a um café mesmo?

— Claro! Tem bolo de aipim que deve estar saindo na hora que chegar e tapioca. Vai querer?

— Estou dentro. Daqui a pouco chego lá.

Nossa que "furo" eu ia dar, ainda bem que parei de falar a tempo. Entrei pensando na Ana... Será que estou velha assim também? A Ana era uma moça linda de cabelos longos e agora parece uma senhora, na verdade era pouco mais velha que eu. O nosso problema é que a gente não percebe que o tempo passa e envelhecemos a cada dia.

É um dos segredos da vida mais inteligente de Deus. Olhar no espelho todos os dias e não ver o tempo passar. Mas na verdade ele passa a cada segundo. Mas quando deixamos de ver alguém por um tempo... Tomamos um susto desses. — Caiu a ficha.

— Nããão!

Será que as pessoas olham para mim e pensam:

"Nossa como a Andrea está acabada! Envelheceu demais, está cheia de pé de galinha e solteira ainda! "

Primeira coisa que fiz foi olhar no espelho e examinar ao redor dos olhos, sorri sem muita expressão. Hum... Sorri com mais vontade... Hum... Acho que não estou tão ruim assim... Será? Mais uma tentativa... Sorri com os olhos também... Melhor não, não e mesmo! Será que foi isso? O Cassiano me acha velha? Mas ele também está! Percebi ultimamente uma queda de cabelos. Achava muito cabelo dele no travesseiro.

Afastei um pouco e olhei meu corpo. Ãn... Será? Está tudo em cima, nada caído, e outra, ninguém poderia falar que era artificial, pois nunca fiz plástica. Estava tudo no lugar, pelo menos eu achava. Precisa me cuidar mais, essa era a verdade.

— Tudo bem, Deia? — perguntou Ana.

— Sim... — Olhei minha pele para disfarçar. — Não usei protetor ao sair, pensei que ficaria vermelha.

— Eh, não deve se descuidar. Veja eu, não me preocupei com isso e agora pareço ter quase quarenta anos, sol acaba com a gente.

Olhei para ela sem saber o que dizer: "Não!!! Imagine"!!!

— Verdade precisa se cuidar mesmo, mas você é nova! Falando assim parece que, que... — Ela me cortou.

— Quantos anos você tem Deia? Acho que temos pouca diferença. Agora alguém acredita? Claro que não! Essa vida aqui, acaba com a gente, muito sol.

— Vou fazer trinta e dois.

— Viu! Tenho trinta e cinco.

— Mas você está bem... — disse por educação. — Deixa-me tomar um banho, senão fico sem meu o café na Sônia.

— Vai... Conversamos mais depois... Sua mãe está boa? — perguntou ela de longe.

— Sim... Vida mansa ela e papai... — falei subindo as escadas.

— Eles que estão certos.

Saí do banho ainda pensando na Ana, não dava para acreditar que ela tinha trinta e cinco anos, realmente parecia muito mais de quarenta. Coloquei um vestido soltinho novo que peguei com a Geise. Pensei: precisava pagar por minhas roupas.

Assim que cheguei à entrada da casa, o cheiro do bolo chegou as minhas narinas atiçando meu estômago. Fez-me lembrar que havia comido apenas uma banana.

— Ô de casa! — gritei como antigamente.

— Entra Deia! — Escutei a voz da Geise.

A mesa posta na varanda, no meio das muitas flores e folhagem verde, trouxe-me a nostalgia de uma época distante. Eu adorava aquela parte da casa, sempre falava isso. Queria muito que a nossa tivesse uma área assim, mas minha mãe dizia que não tinha paciência para cuidar de flores. Pois elas necessitavam de atenção especial, era como outro membro da família e eu e meus irmãos já dávamos trabalho de sobra.

— Viu como você tem moral aqui? Dona Sônia caprichou hoje, até vamos ficar aqui fora.

Olhei os detalhes da mesa e fiquei com vontade de chorar. Pão caseiro, manteiga de garrafa, biscoito de castanha, coalhada, frutas, suco e água de coco. Era tudo muito simples, mas o carinho era algo tão reconfortante que eu nem percebi que já chorava.

— Que foi? — Geise chegou mais perto. — Não gostou?

— Desculpe, eu acho que é muita carência. Estava precisando mais que eu imaginava disto. — Enxuguei as lágrimas que insistia em descer.

— Então venha me contar. Ontem acabou não me falando nada.

Sentamos a mesa e eu cortei o bolo que lembrava minha infância, aipim, há quanto tempo não sentia esse sabor. E tudo isso? O que eu fazia da minha vida? Olhei para Geise, ela permanecia quieta a me observar.

— O que eu fiz da minha vida? — uma pergunta retórica, claro.

— Não sei! É isso que eu quero saber. Vai me contar? Eu até então achava que você tinha uma vida maravilhosa na cidade e era muito bem resolvida.

— Pois é... Eu também achava, até pouco tempo. Eu adoro o que faço, disto eu não tenho dúvida. Até ontem eu achava que... — Olhei em seus olhos. — Achava que eu sentia pelo Cassiano era amor.

— Mas o que mudou?

— Não sei... Acho que aquilo tudo era comodismo... — Abaixei a voz e olhei para os lados. — Mais sexo que qualquer outra coisa.

Ela deu risada alta.

— Não acredito! Até hoje sempre a mesma dúvida? Será que vai ficar testando até quando? — perguntou e riu. — Depois sou eu que enrolo os rapazes!

— Ah... Falo sério, Geise — resmunguei chateada.

— Eu sei! Mas achei que o seu problema era sério mesmo.

— Mas é! Na verdade não é somente isso, este é um detalhe.

— Geisiane! — chamou Soninha — Por que não me falou que a Deia já tinha chegado! Eu esperando para fazer tapioca para ela.

— Sônia, Sônia... Não precisa. Veja quanta comida tem aqui!

— Ah... Tem certeza? Uma somente? Você sempre gostou tanto... Vou fazer uma especial — ela disse com uma expressão de desafio. — Tem recheio de caranguejo... Mas se não quer...

— Isso é jogo sujo. Pior que estou com vontade de experimentar tudo que tem aqui. E se eu comer nem preciso almoçar... Tem certeza? Caranguejo?

— Então vou fazer! — disse sorrindo caminhando em direção da cozinha.

— Geise, como você é magra com uma mãe desta?

— Porque não sou visita e moro aqui, ela não fica com saudade de mim. — falou com beicinho fingindo ciúmes.

— Ih... Pronto! Está com ciúmes, Geisiane Evellin? — perguntei. — Falando nisto... Quem é aquele gigante?

— Credo! Parece maínha ao falar... Geisiane Evellin, o que é isso? Ou assim: o que anda fazendo, Geisiane Evellin? — Deu risada e jogou o guardanapo em mim.

— Não me esconda o jogo. Conta! — intimei.

— O que achou dele? — perguntou com um sorriso aberto.

— Grande! — respondi. Mordi meu bolo e rindo da cara dela.

— Ele somente tem tamanho é um garoto ainda — abaixou a voz – tem 21 anos.

— Nossa, não parece! Daria muito mais para ele — pensei um pouco. — Geise, você acha que eu estou um bagulho?

— Como assim? — perguntou, parecia estranhar minha pergunta. – Tá doida?

— Você sabe minha idade, mas se não soubesse, me daria mais? Estou envelhecida, sabe acabadona?

— Claro que não! — Deu risada alta agora. — De onde tirou isso?

— Ah... Fiquei pensando... Hoje... — Não sabia se deveria falar. — Sabe... Não reconheci a Ana... Ela... Como vou dizer... Achei ela muito... Sabe?

Geise ficou com o rosto sem expressão e eu não continuei a falar.

— Deia... Você não acompanhou a vida dela nestes últimos dez anos, ela sofreu muito. Está assim de tanto trabalhar de sol a sol. É sofrimento.

— Verdade? Eu não sabia mesmo. Ela é casada, não é?

— Era! Ou é ainda, não sei, mas o cachorro do seu ex-marido foi embora com uma turista lá para o sul. A deixou com as três meninas para criar sozinha.

— Nossa! Eu não sabia disto mesmo. Eu até lembro-me dela com ele... — Parei. Tentei puxar a memória a imagem dele.

— Ele era um "gato", mas folgado que só... Sempre ela que deu duro. Mas ficar sem ele foi pior, além de todo sofrimento de ser abandonada, teve o constrangimento perante a comunidade, que você sabe, eles dão conta da vida de todo mundo.

— Como assim?

— Olha a tapioca... — Chegou a Sônia. — Está falando daquele pilantra?

— Sim, Deia não sabia — explicou Geise.

— Sabe fia, ela colocou todos atrás dele, ficou desesperada, achava que ele tinha sumido nas águas, um peixe daquele! Mas no final, descobriram que ele havia ido embora mesmo.

— Como souberam? — eu quis saber.

— A polícia da capital depois de três semanas veio com um relatório. Então a Susaninha contou que ela havia escondido um bilhete, na esperança do pai voltar e a mãe não brigar. Depois com a polícia atrás, ela ficou com medo de falar a verdade.

— Que história! E até hoje ele não deu notícia?

— Dizem que liga no pai e fala com as meninas. Parece que sempre promete mandar dinheiro e nunca manda, promete vir vê-las, mas também nunca apareceu.

— Parece coisa de livros. E as meninas, elas devem ter esperanças dele retornar. Esses homens idiotas separam das mulheres e dos filhos também. Eles não pensam. Na verdade pensam somente com o pinto! — falei e tampei a boca. — Desculpe Sônia.

— Por quê? Por falar pinto? Não se preocupe. Já conheço palavras piores. — Deu risada.

— Uê, maínha, então pode falar? — perguntou, Geise maldosamente.

— Claro que não, sua moleca, eu disse que sei, mas não que tem que ficar falando. — Levantou e pegou umas folhas secas no chão. — Sabe, a Ana é uma guerreira, já vendeu muita tapioca na praia, as meninas salgados, doces e tudo que precisava.

— Ela passa necessidade? — perguntei, sempre comendo.

— Não! Ela nunca deixou faltar o básico para as meninas, agora elas estão crescidas e ajudam.

— Que bom.

— Anita, trabalha na loja comigo, uma beleza — contou-me Geise.

Depois que a mãe saiu em direção da cozinha, ela falou:

— Maínha sempre ajudou também, ela acha que não sei.

— Imagino que sim. — Abaixei os olhos e como quem não quer nada, perguntei: — mas e aquela turma de capoeira, você conhece todos?

— Sim! Por quê? Gostou de alguém?

— Nossa! Nem te conto o sonho que tive com um deles! — falei mais baixo.

— Ah, mas vai contar... Se não for com o padre pode ser qualquer um.

— Padre? Está louca! Eu agora vou sonhar com padre?


"Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente." Salmo 16. 11


 💜  💜 💜 💜 💜 💜


Será que Geise está certa?

Qual pecado ela estará cometendo? 

Você já teve algum sonho proibido?

Conta aí!

Até mais.

Lena


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