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21. Letícia

Me sinto tão tensa com a presença de Matias Bernardi que quase me esqueço do meu encontro com Luca. Quando dá 19h, Matias liga para Ruth do seu ramal, informando que está indo embora em breve.

Estamos dispensadas.

Ruth começa a juntar suas coisas e eu corro para o banheiro. Retoco a maquiagem, passo mais uma camada de rímel.

Não falei com Luca o dia inteiro, mas estava tudo certo para o nosso encontro. Quando chego no térreo, me dou conta de que não combinamos nem uma hora certa, nem onde iríamos nos encontrar. Envio uma mensagem: - Oi, gato. Estamos de pé?

Meus pés estão cansados e minhas costas doem da tensão do dia. Marcar com Luca no dia do retorno de Matias tinha parecido uma boa ideia para relaxar, mas agora já acho que foi um equívoco.

Começo a temer ter me envolvido demais na conversa de Luca.

É bom ter alguém para conversar... Mas ele deveria ser apenas um degrau no meu plano para chegar a Matias. Eu só não esperava que esse degrau fosse tão simpático e tivesse tanto a ver comigo. Reflito sobre o desperdício que é ter me interessado tanto por um homem que, inevitavelmente, terei que dispensar, enquanto aguardo por uma resposta para a minha mensagem, mas ela não chega.

Na minha pesquisa minuciosa sobre como me aproximar de Matias Bernardi, persegui uma antiga fofoca de Aroeiras sobre a única mulher da cidade que conseguiu ter algo mais duradouro com o meu novo chefe. Ela se chama Carla, é quase da idade dele, e é conhecida por ser uma solteira convicta. Antes de sair com Matias, ela saiu com Luca. E, mesmo transando com Matias, ela continuou saindo com Luca e com outros homens de Aroeiras. Uma das minhas amigas do colégio ouviu Luca dizendo que o fato de ele ter pego Carla foi o que garantiu a Matias que ela não estava esperando nada sério dele. Afinal, quem se casa com uma pessoa que já esteve com alguém tão próximo?

Um porsche branco passa devagar na minha frente. Vejo o vulto de Matias Bernardi dentro do carro ridiculamente caro.

Como ele espera não ser visto como um baladeiro irrecuperável quando anda por aí em carro tão absurdo?

Depois de dez minutos de uma espera dolorosa sobre os saltos dessa sandália, decido ligar para Luca. O número aparece na tela e ouço o toque contínuo por mais de um minuto antes de desistir.

Ele pode ter se esquecido.

Ou então ainda está no hospital.

Sei o quanto a rotina de um médico é atarefada.

Envio uma outra mensagem: - Você deve estar ocupado. Deixamos pra outro dia? Beijos.

Começo a descer a rua na direção de casa. O escritório fica a uma caminhada de apenas 15 minutos até a minha casa e dou cada passo me xingando por não ter colocado os tênis na bolsa.

Estou passando em frente ao bar da esquina, quando uma cabeleira loira chama a minha atenção.

Que merda é essa?

Os cabelos de Luca são tão inconfundíveis quanto o sorriso amplo que ele abre para mim. Ele está em uma mesa lotada, com um copo de cerveja na mão. Ele larga o copo na mesa e desvia das cadeiras para vir até mim.

- Ora, ora, eu sabia que o destino iria colocar você na minha frente...

Quê?

Não entendo o que ele quer dizer. Estava contando com o destino quando me deu bolo?

- Pra que contar com o destino?

- Ué, você não me deu escolha, né? Saindo daquele jeito do meu apartamento... Fiquei pensando se voltaria a te encontrar...

Suas bochechas estão levemente rosadas e penso que ele já bebeu bastante. Será que esqueceu do nosso encontro?

- Mas e o nosso encontro?

- Ah... Bem que eu achei que você não ia resistir ao charme do Lucão aqui...

Lucão?

- Me passa o seu número e podemos combinar...

- Mas você já tem o meu número...

Ele coça a cabeça.

- Não, eu te pedi, mas você saiu tão rápido lá de casa que não deu nem tempo, mas sabia que você ia se arrepender. A gente teve um lance maneiro e ninguém dispensa assim o garoto aqui!

Dispensar o garoto?

Como uma pessoa pode ser tão diferente ao vivo e por mensagem? Estou encarando Luca sem entender como esse moleque pode ser o mesmo homem interessante e envolvente com quem venho trocando mensagens nas últimas semanas, quando ele pede mais uma vez o número do meu telefone.

- Mas isso não faz o menor sentido! - explodo. - E os últimos dias?

Ele olha para os lados agora, como se buscasse ajuda, como se isso fosse alguma pegadinha.

- Letícia, foi mal, mas não estou entendendo...

- Eu acabei de te ligar!

Pego o telefone e pressiono o botão de ligar de novo. Estou olhando diretamente nos olhos verdes de Luca e ele me encara como se eu fosse completamente maluca.

- Você não vai atender?

Ele tira o celular do bolso, coça a cabeça de novo e me mostra a tela.

Preta.

Apagada.

Não há nenhuma ligação.

- Acho que você tá me confundindo. Eu sou o Luca, saca? A gente se conheceu na Kraken...

Ele começa a contar tudo que a gente viveu naquela noite, como se eu fosse uma pegadora que sai com tantos homens a ponto de confundir tudo, mas não estou ouvindo mais nada. Meu coração está acelerado e meus pés parecem dormentes. Meu cérebro grita: com quem eu estive falando?!

Dou um passo para trás, sem nem conseguir me despedir de Luca direito.

Meus dedos tremem quando eu abro novamente a foto de perfil do homem. Ele é loiro, alto e está de costas, impedindo que eu tenha qualquer outra informação.

Um fio gelado percorre a minha coluna.

Abro as mídias e revejo cada foto que ele me mandou. O abdômen mais definido que o de Luca, o livro que ele estava lendo, o jogo de tênis... A paisagem de cima de um edifício, os hotéis luxuosos... Achei que Luca estivesse viajando, mas... Não era Luca.

Nunca foi Luca.

Minhas pernas me traem e me sento sem jeito em uma cadeira numa mesa cheia de homens que ficam me olhando.

Luca se aproxima, colocando a mão no meu ombro: - Letícia, tá tudo bem?

Não, nada bem, acho que cometi um erro terrível.

- Sim - balbucio. - Sim, eu me confundi, você tem razão.- Me forço a sorrir e completo: - Desculpe, Luca. É que é muita gente, sabe?

As sobrancelhas dele se apertam e ele parece ofendido, mas logo abre um sorriso: - É claro. Se você me der mais uma chance, posso garantir que a próxima vez seja mais memorável...

- Com certeza - me levanto de uma vez, o celular bem apertado nos dedos. - Vamos combinar, gato! Beijos!

Começo a sair do bar com passos rápidos que vão me custar caro no futuro. Cada tira dessas sandálias malditas assa meu pé e, quando alcanço o parque, arranco-as e piso na grama, torcendo para não tropeçar em nenhum cocô de cachorro no caminho para casa. Era só o que faltava para coroar esse dia caótico.

Só percebo que corri quando ofego em frente à porta da minha casa, precisando apoiar as mãos no joelho para recuperar meu fôlego. Meus dedos pressionam os botões laterais do celular, destravando a tela e aquela imagem surge novamente: o motivo da minha confusão, a causa desse mal entendido, a foto do loiro encarando o lago.

Como isso aconteceu, eu não sei.

Como pude falar com ele por tantos dias sem perceber meu erro?  

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