Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Pista 3: lembranças

Delaware, EUA
11 / 09/ 2023. 10:00 AM quarta

Eu havia prometido ao meu pai que o iria ver ontem, porém logo após desligar o telefone surgiram pistas novas sobre o assassino do casal, acabei virando a noite na delegacia e na terça estava tão cansada que dormi a tarde toda.

Já que hoje eu vou ter a manha de folga me programei pra passar lá e pedir desculpas, passei para comprar uns bombons para dar de presente pra ele, vai que assim ele me perdoa mais fácil.

Não dormi muito essa noite, não só por que passei boa parte do dia de terça apagada mais por um sonho estranho, mesmo não tendo lembranças concretas de minha mãe as vezes eu sonho, a morte dela foi repentina e muito sofrida tanto pra mim quanto para meu pai, eu deveria ter uns 5 anos, o trauma de assistir seus últimos momentos me fez esquecer de boa parte da minha infância, minhas primeiras lembranças completas eu já tinha 7 anos, isso é, esqueci quase tudo sobre ela.

Antes disso eu só sei flash's e o que meu pai me contou, mas como eu disse, as vezes eu sonho.

E essa noite eu sonhei.

O sonho era confuso, como se não fosse meu, mas eu escutei aquela voz, a voz que eu escuto desde pequena, a voz que sei que é dela.

— Eu amo essa cor, lilás vai ficar lindo nas paredes! - ela para um tempo de falar e sinto olhar dela sobre mim - vem aqui anjo, você não pode comer terra filha

Ela tira um bocado de terra que estava em minha mão, estava deitada na grama, a luz forte do sol refletia e me fazia piscar, o mato incomodava a pele nua do meu pescoço porem ainda não conseguia me manter de pé, ao mesmo que eu tentei eu não consigo olhar para ela, ela me abraça forte e mais forte, cada vez mais apertado até que acordo em Pânico, sem respirar, sufocada por uma lembrança tão dolorida.

A lembrança do sonho me faz derramar uma única lágrima pelo canto do olho, eu não lembro dela, não posso falar que sinto falta dela pois nunca a conheci de verdade, mas lá no fundo, nas entranhas de meu subconsciente sei que mesmo com 30 anos, sinto falta de ter uma mãe.

Começo a andar pelas ruas pensando onde deve ser a casa do meu pai, paro em frente a uma casa grande em tons lilás e penso no sonho de novo, será que ela teria gostado de uma casa assim?

Queria ter a conhecido melhor, poder conversar com ela, as vezes me pego me questionando "será que se ela estivesse aqui ela sentiria orgulho de mim ?" " Será que gostaria de como eu cresci ?"

Essas perguntas rodavam minha mente, não posso conversar sobre isso com meu pai, ele não gosta de falar sobre família, sempre disse que tudo que precisamos somos nós dois.

Depois de rodar um pouco finalmente acho a casa, ela me é vagamente familiar, me sinto meio apreensiva ao entrar, algo me diz para correr, que eu estava no lugar errado, todos meus instintos me diziam que tinha algo errado, porém minha cabeça estava uma bagunça, todo aquele pensamento sobre minha mãe me atormentava, bato algumas vezes na porta e vejo o senhor abrir, meu pai, com os cabelos castanhos ralos e os olhos verdes quase sem brilho, eram escuros como lodo, mais lindos a sua própria maneira, ele me olha contente, mais logo seu sorriso some pela falta do meu

—Filha? Está tudo bem? - eu sorri de lado e concordo

— Só senti saudades da minha família. - digo e me abraço a ele, deixando toda a frustração e confusão sumir, ou melhor se esconder em algum lugar do subconsciente, pois sei que uma hora as dúvidas vão voltar a me atormentar.

— Entre entre! - meu pai tinha o mesmo costume que eu de repetir a primeira palavra da frase quando estava pensando no que falar.

Olho em volta da casa e vejo quadros meus, meus certificados de melhor aluna que ele mesmo confeccionou, coisas do tipo "por decorar 10 casas decimais de π" ou " pela redação mais linda que eu já vi " gosto dessas lembranças, tenho carinho por cada recordação, como ele sempre fez de tudo pra me ver feliz

Passo os dedos pelos quadros nas paredes, traçando linhas imaginárias, me lembrando de cada momento valiosos da minha infância, parando em uma específica que eu não me lembrava muito bem, eu de chupeta no colo de meu pai com um rosto assustado

— você tinha de 5 a 6 anos, foi logo que mudamos para Washington, odiou a viagem - meu pai aparece e arruma o quadro na parede.

— nem parece que faz tanto tempo. - falo encarando o foto

— 25 anos, ou quase isso - ele sorri com orgulho - você cresceu uma menina maravilhosa, sabia que seria perfeita.

— pai! - digo meio constrangida e ele me encara feliz

— então me diz, agora que veio atrás de um pouco de paz e desistiu da ideia idiota de ser policial, o que está fazendo?

Fico em silêncio um tempo e o observo com cuidado, sempre soube que ele era contra eu ser da polícia.

quando ele era pequeno teve muitos problemas com a justiça, mãe loca, e depois da morte dela ele pulou de lar adotivo em lar adotivo, fugiu algumas vezes e foi preso por roubar comida, adimito que o sistema não é nada fácil para um adolescente sozinho, entendo todos esses motivos, mas depois de quase 10 anos trabalho na polícia esperava que ele percebesse que eu sou diferente, que posso ser pra alguém aquilo que faltou para ele, uma boa policial.

—Pai - começo calma e compassada, sei que é um assunto delicado e quero evitar uma grande discussão - eu pensei que o senhor tivesse me entendido, eu queria um pouco mais de paz porém ser detetive é minha vida, eu amo isso.

Levanto o rosto e o encaro, seu olhar parece assustado e enojado

— Olha meu anjo, no começo eu até deixei você com esse sonho besta - ele anda de um lado ao outro da sala de estar em um ato claro de nervosismo- eu pensei que logo iria desistir, que nunca ia dar em nada, que iria achar um trabalho mais a sua cara ...

— Mas ser detetive é a minha cara, é e sempre foi o meu sonho

— Mas você é só uma garotinha, uma boneca, tão linda, tão perfeita, como pode?! em um trabalho tão ... Masculino.

— Então é esse o problema? Eu preciso ser um homem? Pai! Isso é um absurdo!

Cada palavra remoe em mim uma dor que por anos eu evito porem me recuso a chorar mesmo com a voz engasgada continuo

— Eu estudei, me esforcei e provei que posso ser melhor do que muitos homens no que eu faço!

— Não exagere Lin - ele usa meu apelido de infância, que me faz sentir como se tivesse voltado a ser uma garotinha discutindo por que eu queria uma carrinho e não uma boneca. - nunca falei que não é boa, só que devia fazer algo menos perigoso! mais delicado sabe, você não queria paz? Como pretende ter paz assim, quando a qualquer momento pode ser morta!?

— Pai, eu sou detetive, sim é perigoso, acredite eu sei! Eu queria paz, e estou tendo, aqui é tudo menos movimentado, mais não vou desistir da minha profissão, porque eu SEI que é isso que eu quero fazer ate a minha morte.

— E como sabe disso? Poderia fazer tantas coisas, poderia ser cabeleireira? Você gostava tanto de brincar disso Lin!

— EU NÃO SOU MAIS CRIANÇA! Pelos deuses pai! Sei o que eu tô fazendo! Por que não pode simplesmente me apoiar?

— Eu te amo meu bem! E vou estar sempre ao seu lado, mas me escuta, e escuta bem, eu nunca, NUNCA vou apoiar qualquer coisa que tente tirar minha menininha de mim!

Ele me segura pelo braço e vejo que tenta olhar no fundo dos meus olhos

—Você é minha! Eu te criei sozinho, cuidei de você e te protegi! Não vou deixar ninguém nem nada te tirar de mim! Muito menos um trabalho qualquer!

— Me solta! Tá me machucando! - retiro sua mão de mim, e me viro para sair da casa - eu volto outro dia, pra mim já chega!

Saio andando da casa, sinto vontade de correr, como se alguém fosse me segurar e me impedir, me trancar aqui, porém ele fica, não diz nada, sabe que quando eu coloco algo na cabeça eu não tiro. Me sinto devastada, ele é minha única família e saber que não tenho seu apoio me deixa profundamente magoada, mas assim como quando eu entrei na polícia eu não vou desistir, mesmo que sua falta de apoio me destrua eu não preciso dele, vou me levantar e trabalhar mais pra provar que mereço estar onde estou.

Vou para a delegacia, preciso de algo para acalmar minha cabeça, nunca pensei que estaria ansiosa para resolver a papelada.

Entro no prédio e logo vejo a recepcionista esparramada na cadeira folheando uma revista qualquer de moda, isso com certeza não ajuda nada no meu humor atual.

Bato forte na mesa da recepção e ela me encara

— Senhora, comandante! Boa tarde!

— Se arrume, você não está em casa, seu trabalho é sério, tem que passar confiança a quem vem pedir ajuda.

— S-sim senhora.

Adentro na parte fechada da delegacia, passando direto pelas mesas, cumprimentando todos com um aceno, mas nem percebo se tem mesmo alguem ali.

Fico quase duas horas trancado na minha sala, mais logo alguém bate na porta

— Comandante,vem aqui! - Nolan me chama na porta

— O que foi ? - levanto e ando até ele, me encostando no batente da porta

— Sabe percebemos que chegou de mau humor hoje então, acho que aquilo vai te alegrar - ele aponta para a porta de traz da delegacia, ela logo se abre revelando uma situação que me alegra, lá estava o ex namorado da vítima e assassino do casal entrando algemado pela porta

— Pode considerar seu primeiro caso aqui encerrado comandante, em menos de uma semana!

— Muito obrigada, precisava mesmo dessa vitória hoje.

— Não foi nada.

Entro na minha sala mais logo Spencer entra atrás segurando duas caixas grandes.

— Oi, tava pensando no que você me disse, sobre querer algo novo e instigante, então eu pensei, será que precisa ser algo novo mesmo?!

Ele solta as caixas em cima da mesa fazendo barulho, parece que estão cheias, não sei o que são, mais não vou reclamar antes de saber, estava mesmo atrás de algo para me ocupar.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro