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Pov Ludmilla

Seco o suor de minhas mãos e encaro Brunna que esperava calmamente eu começar a falar o porquê de eu estar ali as nove horas da noite, com um leve cheiro de tequila.

- Brunna, hoje a Luanne me disse que era uma burrada eu e você estar ficando, por você ser hetero. Ela disse que eu acabaria me machucando. - digo depois de um tempo.

- É, ela me disse que você merecia alguém que fosse certeza e não dúvida. - ela diz e só então me dou conta do motivo dela ter se afastado tão rapidamente.

- Quando você me disse que era hetero eu te respeitei e aceitei estar nesse barco. - digo - Só que talvez eu tenha levado isso sério demais. Quando eu estava em turnê, todas as bocas que eu beijava, não me encantava como a sua me encantou. - suspiro - Hoje você me magoou quando virou a cara pra mim, pensei que você estivesse se dando conta da burrada que foi ficar comigo. Você pode ter o homem que você quiser Brunna, você é uma mulher incrível.

- Vá logo ao ponto, Ludmilla. - ela diz aparentando estar nervosa.

- Eu resolvi sair hoje, pra tentar esquecer você, mas coincidentemente minha irmã levou a Thaissa e ela me beijou. - digo e vejo a mesma desviar o olhar - Mas a única coisa que eu senti foi vontade de chorar, porque eu queria que fosse você ali comigo. Eu não sei o que eu sou pra você, mas para mim você é alguém muito especial que eu quero ter sempre ao meu lado. - digo.

A atriz passa uns minutos com o olhar sobre o carpete de cor bege e suspira pesadamente antes de voltar seu olhar para mim e abrir um pequeno sorriso.

- Quando a Luanne me disse que você merecia uma certeza, a única coisa que eu queria era te abraçar e prometer a você que eu poderia ser essa pessoa. - diz - Eu posso ter todos os homens do mundo ao meu lado, mas nenhum deles vai me causar aquela sensação de te beijar. Eu não posso olhar para você hoje e dizer que me descobri bissexual, porque eu poderia olhar para qualquer outra mulher que elas nunca iriam me atrair como eu me sinto atraída quando olho pra você. - ela faz uma pausa - Eu não posso te dizer que sou hetero, porque você é uma mulher e eu gosto de estar com você. Então você simplesmente causou uma confusão na minha vida.

- Me desculpa. - digo me sentindo culpada.

- É uma confusão que eu gosto. - ela sorri - Gosto de olhar sua foto e rir sabendo que a Brunna do passado estava muito enganada quando disse que nunca ficaria com uma mulher. E dou risada sabendo que a Brunna do presente gosta de ficar com uma mulher. Eu não sei se você entendeu o que eu quis dizer, mas você também é alguém que eu quero ter ao meu lado.

Observo Brunna que agora brincava com as pontas de meus dedos e sorrio abertamente a puxando para um abraço apertado tentando transmitir todo o meu carinho.

- Você não tem noção do quanto eu estou aliviada nesse momento, Bru. - digo após me afastar.

- Eu também estou. - ela sorri - Desde que nos conhecemos a quatro meses atrás, naquela festa desastrosa eu estou tentando organizar meus pensamentos. Hoje Luanne me impulsionou a isso e ter você aqui só ajudou.

- Foi por isso que você ficou estranha comigo hoje cedo ? - ela concorda com a cabeça - Deveria ter falado comigo sobre isso.

- Ela é sua irmã, não queria causar uma briga entre vocês. - ela faz um pequeno carinho em minha bochecha - Mas me ajudou a refletir sobre e chegar a conclusão que quero ser sua certeza.

- Você já é minha certeza desde aquele dia em Angra dos Reis.

Me aproximo de Brunna e selo nossos lábios, fazendo com que meu corpo se arrepie. A mais baixa me dá passagem e eu rapidamente transformo aquilo em um beijo mais intenso.

Suas mãos que antes faziam carinho em minha bochecha agora segurava minha cintura possessivamente como se eu fosse fugir a qualquer momento, e isso realmente não era uma opção.

Antes que o ar se fizesse ausente ouvimos um raspar de garganta e nos afastamos rapidamente olhando para o lugar em que vinha o som.

- Desculpa atrapalhar, mas eu irei dormir. - Mirian diz nos olhando - Tenham uma boa noite.

- Boa noite, mãe. - Brunna diz sem graça enquanto eu afundo meu rosto na curva de seu pescoço evitando o olhar para a mais velha.

- Juízo. - escuro barulhos de passos subindo as escadas e Brunna gargalha me fazendo cosquinhas.

- Me deixa passar vergonha sozinha. - ela diz fingindo estar brava.

- É sua mãe Bru. - sorrio - Vocês que se entendam.

- Você avisou sua mãe que estaria aqui ? Não quero que ela fique preocupada. - ela cruza as penas sobre o sofá.

- Ela acha que eu estou na balada. - sorrio entre os dentes - Mas Luane me trouxe, então está tudo tranquilo.

Ficamos alguns minutos em silêncio e Brunna liga a televisão no canal em que ela é contratada, embora não esteja fazendo nenhuma gravação.

- Como ficamos agora ? - ela pergunta depois de um tempo.

- Não sei, Bru. - suspiro - Não quero tomar uma decisão que no futuro possa nos afastar, então acho melhor a gente ir aos poucos. Eu não quero ninguém além de você, então não tenho nada a te esconder.

- Eu também não quero ninguém além de você. - ela sorri - E Philipe ?

- O que tem ele ? - pergunto sem entender.

- Está tudo bem para você ? - ela pergunta com receio - Ele é meu filho e eu não o trocaria por nada.

- Eu não me incomodo com ele Bru, gosto muito do seu filho, isso não é problema algum. - ela sorri aliviada.

- Ele ficou triste quando soube que você não tomaria sorvete conosco. - comenta.

- Eu também fiquei triste de não tomar sorvete com vocês. - beijo sua testa.




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Aquilo que parecia, impossível.
Aquilo que parecia, não ter saída.

Esperam que tenham gostado!







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