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Pov Ludmilla
Dois dias depois...
- Vamos, Ludmilla. Não custa nada você colocar uma roupinha de academia e ir curtir o futbolei com a gente. - Marcos me puxa pelas mãos.
- Você está pior que criança mimada. - reviro os olhos - E eu já disse que estou muito cansada para praticar esporte hoje.
- Mas minha irmã, se você for pensar assim, você sempre está cansada. - Luane gargalha - E a quadra nem é tão longe daqui, podemos ir até andando.
- Andando, Luane ? - pergunto a olhando - Da última vez que eu tentei andar na rua, recebi três arranhões.
- Mas a gente estava na principal rua do Rio de Janeiro. - ela diz óbvia - Hoje só iremos descer algumas ruas.
Conhecendo meus irmãos e sabendo que eles não me deixariam em paz, enquanto eu não aceitasse o convite deles, apenas me dei por vencida e caminhei até meu quarto, para procurar alguma roupa para praticar esportes.
Como eu não sou muito familiarizada com nenhuma modalidade esportiva, eu não tinha nenhuma roupa que serviria para ir em algum evento assim, então apenas peguei uma das minhas camisas de time que havia ganhado de alguns amigos e a vesti juntamente com um short jeans.
Calcei meus chinelos e peguei meu celular que estava no carregador desde a manhã e desci as escadas escutando minha mãe conversar com eles sobre o que gostariam de comer no almoço.
- E você Lud ? Vai querer o que ? - ela me olha enquanto ainda estou no último degrau da escada.
- Escondidinho de carne seca. - sorrio simples - Mas só se for a vó que for fazer.
- Ainda pensa que manda nessa casa. - minha mãe finge estar brava - Quem irá fazer o almoço, será eu. Sua avó está ocupada com a nova descoberta dela.
- Qual descoberta ? - Marcos pergunta sem entender e eu encaro minha mãe, também curiosa pela sua resposta.
- O WhatsApp. Agora ela é uma senhora informada. - minha mãe sorri - Ela só sabe enviar emoji, mas já é um começo.
- E quem foi o desocupado que apresentou essa tecnologia pra ela ? - pergunto.
- Fui eu, Ludmilla. E eu não sou uma desocupada - Luane diz brava - Eu apenas fico preocupada com nossa vó e nem sempre tenho como ir lá, então dei um celular para ela, pra poder facilitar as coisas.
- Até o momento não está nada fácil, recebo um emoji a cada dois segundos. - minha mãe fala me fazendo gargalhar com o acontecimento.
- Se ela perguntar por mim, diga que eu não tenho whatsapp, apenas Instagram. - brinco.
Quando eu iria me assentar, Marcos rapidamente me puxa para fora de casa dando a desculpa de que se eu ficasse mais cinco minutos ali desistiria de sair com eles, o que não era uma total mentira.
Descemos a rua caminhando calmamente enquanto conversávamos sobre nossa infância, relembrando da época em que íamos para escola brigando, porque eu era a mais bagunceira e vivia matando aula, já Luane a mais certinha da escola.
Quando chegamos enfrente a quadra, sinto o suor escorrer por meu rosto, já que hoje a temperatura estava chegando a quase quarenta graus. E eu odeio calor.
- Como somos três, vamos jogar primeiro entre dois e quem ganhar joga com quem sobrou. - Luanne coloca suas coisas sobre a pequena arquibancada que havia ali - Quem começa ?
- Pode ser vocês dois, eu vou ficar aqui me recuperando dessa longa caminhada. - me assento - Na próxima rodada eu vou.
- E nem adianta roubar, tá Ludmilla. - Marcos fala retirando seus tênis e pisando na areia.
Desbloqueio meu celular e deslizo a tela procurando pelo aplicativo de mensagem, quando o encontro, me recordo de não ter respondido a mensagem de Brunna me perguntando se poderíamos fazer algo esses dias, então rapidamente a respondo.
Quando não obtenho mais a resposta da atriz, volto a bloquear meu celular e voltar minha atenção para meus irmãos que tentavam desastrosamente passar a bola por cima da rede, sem a tocar com as mãos.
Pov Brunna Gonçalves
Depois de ter acordado com as pequenas mãos de Philipe sobre meu rosto, o abraço carinhosamente, tentando passar todo o meu amor dentro daquele aconchegante afeto.
Me afasto dele apenas para fazer minhas higienes e responder Ludmilla que estava respondendo minhas mensagens que enviei no dia anterior, a chamando para sair.
Depois que obtenho sua resposta, corro até o closet a procura de algo que eu possa vestir. Encontro um top que eu havia recebido de algum fã clube, ele era preto e tinha pequenos detalhes. Vesti também um short preto, sem nenhum detalhe e um tênis simples na cor branca.
- Para onde vamos, mamãe ? - Philipe pergunta ao me ver sair do closet.
- Filho, a mamãe vai sair. - digo o olhando - Mas hoje você não pode ir, tem aula para você e o senhorzinho já faltou a semana passada toda.
- Mas foi a vovó que deixou, eu nem queria. - ele sorri sapeca.
- Falar mentira é feio. - procuro por minha escova de cabelo - Já passou da hora de você estar vestindo seu pijama.
- Depois da aula nós podemos ir tomar sorvete na nossa sorveteria favorita? - ele pergunta animado.
- Sim filho, nós podemos. - o olho pelo espelho - E que tal convidarmos a Tia Ludmilla?
- Eu achei uma ideia genial. - ele diz sorrindo.
- Onde você aprendeu essa palavra nova ? - pergunto.
- No desenho, Marsha disse que o plano do Urso era genial. - me conta - E eu também achei. Ele deu flores para a namorada dele.
- Que legal, filho. - prendo meu cabelo em um rabo de cavalo.
- Mamãe a senhora já ganhou flores ? - pergunta curioso.
- Sim. - o pego no colo - Quando seu pai descobriu que eu estava grávida de você, ele fez questão de me mimar muito. Me deu flores e chocolates.
O levo para seu quarto, e visto o uniforme de cor branca. Ajudo ele com seus materiais que ele precisaria utilizar no dia, como não passava apenas de um caderno, deixei com que ele mesmo descesse com sua mochila.
- Olha que gracinha que vocês estão. - minha mãe fala sorrindo.
- Mamãe vai me levar hoje, vovó. - ele conta - E me buscar também, depois iremos tomar sorvete com a Tia Ludmilla.
- Humm, Tia Ludmilla. - ela me olha com as sobrancelhas levemente arqueadas - Daqui a pouco vira minha nora.
- Não diga bobagens. - a repreendo.
- O que é nora, mamãe ? - Philipe pergunta curioso.
- Pergunte isso a sua vó. - digo.
Escuto ele fazer a pergunta para minha mãe que o da uma desculpa que nem mesmo o pequeno acreditou já que ficou com as sobrancelhas franzidas mostrando sua indignação com a resposta da mais velha.
Caminho com ele até o carro e o coloco na cadeirinha, fechando todos os cintos de segurança que o protegeria de algum acidente.
Já na porta da escola, me despeço com um beijo estalado na testa e prometo para ele que o buscaria mais tarde, assim que sua aula terminasse para fazermos o planejado.
Só então, quando o relógio marcava quase uma hora da tarde, dirijo até o endereço em que Ludmila me mandou. Ficava alguns minutos ao oposto da escola de meu filho, mas todo esforço vale a pena para estar com quem a gente gosta.
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Todo esforço vale a pena para estar com quem a gente gosta...
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